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Braga - 2º Dia - Feira Medieval - Parte IV



Ao caminharmos pelas ruas do centro histórico de Braga apreciando a Feira Medieval, observamos que é uma cidade bastante jovem, mas também bem tradicional, repleta de tradições e repleta de locais a visitar.
Braga é talvez o principal centro religioso do país, sendo conhecida pelas muitas igrejas barrocas, esplêndidas casas do séc. XVIII, jardins e parques bonitos e bem elaborados.
Já em pleno centro histórico caminha-se pela rua Eça de Queirós, onde a animação de rua relativa às várias atividades da feira se encontrava no seu auge. Essa animação camuflava naquele dia alguns dos recantos mais bonitos da cidade, que passavam quase despercebidos porque tapados pelas indumentárias. O Jardim de Santa Bárbara é um desses lugares, que se encontrava quase encoberto pelas barracas dos feirantes.

O Jardim de Santa Bárbara é um dos mais belos de Portugal e fica localizado na parte de trás do Paço Episcopal. É um local de influência renascentista do séc. XVI, que reúne nos seus muitos canteiros, uma grande variedade de flores multicores num resultado quase divino. No centro do jardim encontra-se uma fonte, com imagem que representa Santa Bárbara, que lhe deu o nome. É uma verdadeira surpresa descobrir em pleno centro histórico da cidade, esta sucessão de talhões floridos a ocupar o espaço de um quarteirão, felizmente resistindo à construção desenfreada desta última vintena de anos.
No fim da rua Eça de Queirós, abre-se a magnífica Praça do Município. Nela encontra-se o bonito Paço Episcopal Bracarense, atual Biblioteca Pública de Braga, e na sua frente do outro lado da praça o Domus Municipal, construído em 1753. Separando os dois edifícios, um largo empedrado com uma área razoável está rodeado por um singelo jardim com a Fonte do Pelicano ao centro.
A feira vai-nos mostrando as suas iguarias e no caminho vamos encontrando bracarenses vestidos a rigor, para combinar com a feira medieva.
Caminha-se depois para a e já nas suas proximidades encontramos a Igreja da Misericórdia, que é um dos únicos monumentos renascentistas da cidade, encontrando-se incluída no conjunto de edificações da própria Sé Catedral de Braga. É uma construção do séc. XVI, iniciada em 1562. No portal é visível uma escultura, da Escola Coimbrã, subordinada ao tema da Visitação.

Procuramos em seguida uma entrada para a , entrando-se pela parte de trás, com ligação ao claustro e sacristia. A Sé Catedral de Braga situa-se entre a rua Dom Paio Mendes e o Rossio da Sé. É o monumento mais importante da cidade e um dos símbolos de sua história.
O edifício atual foi mandado construir no séc. XII sobre os restos de um templo anterior, por D. Henrique e D. Teresa, os pais do nosso primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, cujos sepulcros estão guardados em seu interior.
É um templo de três naves que combina vários estilos arquitetónicos como o românico, gótico e barroco. Do estilo românico são o portal sul, conhecido como Portal do Sol, e o pórtico principal, onde se sobressaem duas torres sineiras barrocas do séc. XVIII. No exterior da capela-mor encontra-se a imagem do séc. XVI de Nossa Senhora do Leite, representada no escudo da cidade. No claustro da Catedral está o Museu do Tesouro da Sé, a Capela dos Reis, a Capela de Nossa Senhora da Piedade e a Capela da Glória. No seu interior conservam-se em perfeito estado os órgãos, um deles com 2.400 tubos, ainda em funcionamento.
Fonte: http://blogcasabonita.com.br/ http://www.igogo.pt/ http://www.trivago.pt/ http://pt.wikipedia.org/http://www.aportugal.com/

Braga - 2º Dia - Feira Medieval - Parte III


 
Deixamos o Café A Brasileira e seguimos pela Rua do Souto a caminho do centro histórico de Braga. A meio caminho enveredámos pela Rua do Castelo e caminhando protegidos por compridos pórticos de vários edifícios “Arte Deco”, fomos até à Praça do Castelo.

Dali até à Praça da Republica é um saltinho e lá encontramos a Igreja dos Terceiros. A fachada, onde já desponta o barroco, apresenta um frontão quebrado, encimado por uma cruz e as armas de São Francisco. A Torre Sineira é traseira à igreja. No interior o teto é abobadado em pedra, os altares são em talha dourada e as paredes estão azulejadas, com motivos hagiográficos assinados por Nicolau de Freitas.

Bem perto da Igreja dos Terceiros, aparece-nos o Largo do Terreiro do Castelo, com a sua emblemática Torre de Menagem. Esta Torre de Menagem, localiza-se em pleno centro histórico de Braga, por detrás das famosas arcadas, e é visível logo a partir da Avenida Central.

É a única torre que testemunha a existência do antigo Castelo de Braga (construído no reinado de D. Dinis e demolido nos princípios do séc. XX), mandada construir por D. Fernando I. Esta torre está delimitada pela Praça do Castelo e a Praça da República, e a leste pela Rua do Castelo. É uma grande torre defensiva coroada por ameias, que foi construída em granito com uma altura aproximada de 30 metros. Fazia parte das cinco torres situadas nas muralhas medievais, que serviam de vigilância à cidade e atualmente funciona como miradouro e como espaço cultural, acolhendo exposições de pintura e fotografia entre outras iniciativas culturais.

Continuou-se caminhando por baixo de pórticos, até encontrarmos novamente as bancas da Feira Medieval, que se desenrolava pelas várias ruas do centro histórico. Ali a encenação característica de uma feira medieval era mais próxima da realidade, com uma mais cuidada recriação dos quadros próprios daquela época.

Importa salientar o que eram as feiras na época medieval. Correspondiam a uma das instituições mais curiosas da época e tinham sobretudo uma função económica, que consistia fundamentalmente na localização em prazos e termos determinados, onde produtores, consumidores e distribuidores, se encontravam para comercializar os seus produtos, corrigindo assim a falta de comunicações fáceis e rápidas.

Embora remontem à Idade Média, as feiras em Portugal tiveram sempre uma enorme importância ao longo dos séculos, para a economia do país. Depois de uma notória decadência, nos dois últimos séculos, ainda hoje é possível a existência dessas reuniões periódicas um pouco por todo o território português. Assim o comércio errante, os feirantes e as feiras, representam ainda hoje, o seu papel na economia da Nação e vários pequenos produtores ainda encontram nelas, a melhor forma de colocação e distribuição dos seus produtos e artefactos.

Fonte: http://www.trivago.pt/ http://pt.wikipedia.org/http://www.aportugal.com/

Torre de Moncorvo - 6º Dia - Parte III



Findas as compras, encaminhamo-nos para a Igreja Matriz. Ali em pleno centro histórico medieval, apercebemo-nos que este cresceu em torno da grande e sólida Igreja Matriz (séc. XVI), chamada vulgarmente por Igreja de Nossa Senhora da Assunção, por lhe ser dedicada. Terá sido iniciada por volta de 151O, de acordo com um testemunho quinhentista, erguendo-se, já então, extramuros, no arrabalde da vila e no lugar da igreja medieval de Santa Maria.

O templo é austero, maciço e de linhas severas. Na fachada, possui uma impressionante e possante torre central de cantaria, de composição retabular ao estilo da Renascença, com uma minúcia escultórica que contrasta com a simplicidade dos restantes alçados. Colocadas em nichos aparecem as imagens em granito da padroeira, Nossa Senhora da Assunção, no topo, ladeada por São Pedro e por São Paulo. Possui um portal de arco pleno enquadrado e encimado por sete nichos com imagens. A flanquear a porta estão Santa Bárbara e Santa Apolónia. Não se conhece o autor da traça da igreja, apenas a referência do mestre pedreiro João Martins que, em 1559, acompanhava a obra, embora as características do pórtico o aparentem com edifícios contemporâneos tradicionalmente atribuídos a Frei Julião Romero.

Lá dentro faz frio. Percebe-se na majestade da estrutura a ambição do tempo em que Moncorvo queria ser sede de diocese. Demorou cerca de um século a ser construída, tendo início na primeira metade do séc. XVI. No interior é possível observar fragmentos de frescos e retábulos de talha joanina. O seu retábulo setecentista exibe cenas da vida de Cristo.

Cá fora, no Largo da Igreja Matriz destaca-se um edifício apalaçado do séc. XVIII, com fachada barroca, conhecido por Solar dos Pimenteis, por ter pertencido à família de Oliveira Pimentel, onde segundo a história da região terá nascido o General Claudino Pimentel (António José Claudino de Oliveira Pimentel) e o Visconde de Vila Maior (tio e sobrinho).

Atrás da Igreja Matriz, existe um largo com uma varanda altaneira, que nos mostra o casario da vila que desce até aos campos à volta de Moncorvo, que pertencem à Veiga do Vale de Vilariça. A paisagem é larga, onde não nos escapam os pormenores como um casario com muitas varandas de alpendres. Para lá do povoado os mimosos campos pintados com brancas flores de amendoeira, pois convém não esquecer que Torre de Moncorvo faz parte do circuito das “Amendoeiras em Flor”, que atingem o seu esplendor nos meses de fevereiro e março.

Desce-se depois na direção do largo da Praça Francisco Meireles. Dali sobe-se as escadarias que nos levam até ao Largo do Castelo.


Do Castelo e da antiga vila medieval, mandada edificar por D. Dinis no séc. XIII – XIV, ficaram restos da muralha e conserva-se intacta a porta do lado nascente e, sobre ela, ergueu-se no séc. XVII, a Capelinha da Senhora dos Remédios e a Porta da “traição”. Restam alguns panos de muralha que circundava toda a vila. O castelo gótico situava-se no extremo sul da cerca.

Depois a partida de Moncorvo a caminho da casa. Em casa, já no dia seguinte foi hora de distribuir presentes, tendo calhado ao Zuky uma das “ferramentas de São Gonçalo”. Agnóstico nos amores, sem dó nem piedade rapidamente acabou com ela, embora inicialmente desconfiado e egoísta do seu sabor…

Fonte: http://pt.wikipedia.org/ http://www.torredemoncorvo.pt/ http://viajar.clix.pt/http://www.cafeportugal.net/http://www.patrimonionoterritorio.pt/

Torre de Moncorvo - 6º Dia - Parte II

 


Torre de Moncorvo (muitas vezes chamada simplesmente de Moncorvo) é uma vila da sub-região do Douro, situada no Sul do Nordeste Transmontano, na confluência dos rios Sabor e Douro.

Pelo caminho a viagem é desmesurada de horizonte e terra áspera. Já bem perto de Torre de Moncorvo observa-se que os rios Sabor e Douro são uma marca na paisagem destas terras, bem como o peculiar Vale da Vilariça e a Serra do Reboredo.

Nos vales e margens dos rios, a paisagem é feita de encostas íngremes e acidentadas com penedos ciclópicos e vegetação rasteira, de onde sobressaem inúmeras giestas brancas. Mas no fértil Vale de Vilariça as culturas cerealíferas e as hortas proliferam, com oliveiras, amendoeiras e laranjeiras à mistura. Este vale ter-se-á formado a partir de um lago interior que foi enchendo ao longo de vários séculos com detritos arrastados pelas correntes. Em todos os Invernos é alagado pelas águas, num fenómeno em muitos aspetos semelhante às cheias do Egipto, mas dentro das suas proporções. Esta região é por isso mesmo referida entre os geógrafos do norte como o "Vale do Nilo Português".

A Serra do Reboredo além de ser um grande reservatório de água com muitas nascentes está revestida por um manto vegetal com inúmeras espécies, onde se destacam manchas de pinheiros, medronheiros, cedros, castanheiros, sobreiros e carvalhos. De notar ainda que o carvalhal primitivo é referido como a maior mancha de carvalhos brancos da Europa, onde podemos encontrar invulgares orquídeas bravas.

Naquele domingo a chegada à vila de Moncorvo encontrou-a numa calma própria de um domingo pascal, sendo poucas as pessoas que pela rua deambulavam.

Com a autocaravana estacionada na Praça Francisco Meireles, fomos visitar o centro da vila a pé. Na praça destaca-se ao centro o grande Chafariz Filipino, que data de 1636 e fica em frente à escadaria que liga a ao Largo do Castelo.

Caminha-se depois para o núcleo medieval que espera por nós, fazendo-se destacar ao longe pela presença altaneira da imponente torre da Igreja Matriz.

Sempre a subir ligeiramente por ruas empedradas de traça medieval, os nossos passos ecoavam nas calçadas, enquanto íamos subindo em direção da magnífica Igreja Matriz, do séc. XVI.

Procurávamos a Moncorvo da Igreja Matriz, templo desmesurado, o maior de Trás-os-Montes; dos labores artesanais; da amêndoa tratada com excelência, como não há igual; do azeite que se diz o melhor de Portugal, e, claro, da gastronomia e dos vinhos da região.

No núcleo medieval além de lindas casinhas que mais parecem de bonecas, incluem-se também as casas solarengas. No casario sobressaem as varandas de alpendre, pequenas janelas de guilhotina e largos beirais, num misto entre o granito e paredes alvas caiadas.

Também ali encontrámos o Museu do Ferro, infelizmente fechado e as inúmeras “lojas artesanais” (2 ou 3 abertas naquele dia) de venda de produtos regionais e confeção das famosas “amêndoas cobertas de Moncorvo”.

Dentro das lojas inúmeras iguarias da região, como os queijos, os licores, os bolos e biscoitos, os vinhos do Porto e de mesa brancos e tintos, as frutas e claro as largas bacias em bronze, onde senhoras confecionam à nossa frente, as deliciosas “amêndoas cobertas”.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/  http://www.torredemoncorvo.pt/  http://viajar.clix.pt/  http://www.cafeportugal.net/
 


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=vwkOlclFLLo

De São João da Pesqueira a Torre de Moncorvo - 6º Dia - Parte II




Após a visita à zona histórica de São João da Pesqueira e à compra do vinho do Porto, seguimos caminho, desta feita para que fosse realizada a última etapa rumo a casa, com paragem em Torre de Moncorvo, antes da estirada final.

A pequena vila de São João da Pesqueira não é rica apenas em património, mas também em paisagem natural, uma vez que a paisagem envolvente é de grande beleza, ficando situada nas proximidades do rio Douro e entre terras recortadas por montes xistosos onde casas típicas rurais e senhoriais se entrançam, rodeadas por socalcos de vinhas, amendoeiras, laranjais e olivais.

O azeite e a amêndoa constituem como é óbvio também uma parte importante da produção agrícola de S. João da Pesqueira, além da produção vinícola.

Durante os meses de fevereiro e março as amendoeiras em flor alegram os invernos, proporcionam um espetáculo de cores que se estende pelos montes e vales e a paisagem envolvente adquire tons mais claros, transmitindo uma sensação de paz, deslumbrando qualquer pessoa que por ali passe.

No caminho pela estrada fora, o espetáculo das amendoeiras em flor repete-se e acompanha-nos até Torre de Moncorvo e desta já a caminho de casa, por uma boa parte do caminho.

Moncorvo começa a perceber-se nas curvas apertadas impostas pelos relevos próximos à Serra do Reboredo. O casario, primeiro disperso, junta-se num aglomerado aconchegado nos contrafortes da serra. Há uma nota de modernidade em Torre de Moncorvo que contrasta com a paisagem intemporal. Não é, contudo, a Moncorvo da arquitetura contemporânea que nos instiga à visita. Queremos ir ao encontro de outras realidades; da terra das lendas, como a do lavrador Mendo e do seu tesouro guardado na torre.

A chegada a Torre de Moncorvo por volta das quatro horas da tarde e num domingo de Páscoa, encontrou a vila quase adormecida por uma “sesta” prolongada.

Torre de Moncorvo é uma pacata e linda vila situada já no sul do Nordeste Transmontano, perto da fronteira com Espanha, na confluência dos rios Sabor e Douro, onde se faz a famosa confeitaria manual das “amêndoas cobertas”, um dos ex-libris da região.

Torre de Moncorvo teria nascido a partir de uma remota vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, que ficava situada no topo da margem direita do rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré-histórica do Baldoeiro.

Segundo a lenda, viveu naquela região, há alguns séculos, um homem chamado Mendo ou Mem, que contava uma história onde entrava um corvo. Dizem alguns que era um nobre senhor, mas a lenda faz dele um pobre lavrador que habitava uma choupana com sua mulher, não muito longe do Monte Reboredo.

Do nome do lavrador e da história do corvo, ficaram a chamar ao monte que suporta a povoação, Torre do Mendo (ou Mem) do Corvo. Com o tempo, esquecida a história, o povo foi simplificando o nome até chamar ao local Torre de Moncorvo.

Fonte: http://www.torredemoncorvo.pt/lenda / Wikipédia.org http://www.sjpesqueira.pt/ http://www.cafeportugal.net/

Ler mais sobre a lenda de Torre de Moncorvo em: http://www.torredemoncorvo.pt/lenda

São João da Pesqueira - 6º Dia - Parte I



Na manhã seguinte o acordar foi muito calmo e embora estivéssemos a cerca de 150 m do centro histórico, durante a manhã viam-se muito poucas pessoas na rua.
A autocaravana ficou estacionada junto a um varandim, próximo do Quartel dos Bombeiros com vista sobre as belas paisagens serranas, numa sucessão de leves encostas rasgadas em socalcos, que os homens desenharam ao longo do tempo com o seu labor e que surpreendem pela perfeição e grandeza da paisagem. Para além das belíssimas paisagens com vinhedos como marca dominante, não faltam por ali em especial na Páscoa, as amendoeiras e os laranjais em flor.  
O tempo também melhorou para o final da manhã o que favoreceu uma visita tranquila ao núcleo histórico de São João da Madeira, situado ali bem próximo e que se desenvolve à volta da bonita e silenciosa Praça da Republica.

Caminha-se então para o centro histórico e logo ao virar à esquerda pela rua Francisco José Bernardes encontramos logo mais à frente a Praça da República. Nesta praça podemos contemplar um harmonioso conjunto de património histórico monumental, recuperado a nível de fachadas e pavimento. Destaca-se ali a belíssima Capela da Misericórdia com uma fachada barroca revestida com dois painéis de azulejos representando “Cristo e a Samaritana” e “Cristo curando um enfermo”.

É à volta do terreiro da Praça da República que encontramos a Capela da Misericórdia de fachada barroca, o Arco, encimado pela Torre do Relógio (no local da torre medieval da cerca defensiva), e a Arcada ou Arcaria (séc. XVIII) que serviu de mercado noutros tempos.
A Capela da Misericórdia foi outrora privativa da família ilustre de D. Luís Alvares de Távora, senhor da vila, que a ofertou mais tarde e como o próprio nome indica, à Misericórdia local. Outro dos atrativos é também o Arco, a Torre do Relógio e a Arcada do séc. XVIII, que serviu de mercado.
Do lado oposto à capela encontra-se o edifício dos antigos Paços do Concelho e da Cadeia (onde está atualmente instalado o interessante Museu Eduardo Tavares), cuja frontaria é emoldurada com o brasão das quinas e, por baixo, observa-se uma placa oval alusiva à construção da casa da Câmara, Cárcere e Torre do Relógio e Arcada, pela rainha D. Maria I, em 1794. Atualmente este edifício serve de Posto de Turismo e alberga o Museu Eduardo Tavares.

Ali na Praça da República fica também situada, numa esquina com a rua Doutor Paradena de Oliveira, a Casa Alves, que além de ter uma simpática esplanada a olhar o espaço monumental, é um sossegado café e lugar de venda de produtos da região, onde se compra vinho do Porto tinto do produtor de excelente qualidade.

Depois da compra do vinho do Porto tinto, caminha-se pela rua do Arco até à Travessa dos Gatos e nela se acede à rua dos Gatos.
A Rua dos Gatos foi a rua onde nasceu a antiga povoação de São João da Pesqueira. Pensa-se que teve origem numa inicial ocupação árabe e é, hoje, um autêntico ex-libris da vila medieval. Possui uma estruturação do espaço que remonta àquela época e que outrora incluía uma judiaria (local onde viviam os judeus, que eram desligados da população e que na sua grande maioria eram negociantes) e um arruamento onde viviam judeus e cristãos novos.
São João da Pesqueira é uma terra que se orgulha de deter o Foral mais antigo de que há memória, anterior à criação da Nacionalidade Portuguesa, e nos vários forais que recebeu ao longo do tempo, é mencionada a pesca como atividade fundamental das suas gentes.
Fonte: http://www.sjpesqueira.pt/ http://www.guiadacidade.pt/ http://viajar.clix.pt/ http://www.sjpesqueira.pt/

Chegada a São João da Pesqueira - 5º Dia - Parte V

 
Chegados à vila de São João da Pesqueira, que é considerada o coração do Alto Douro Vinhateiro, pela hora de jantar, fomos de imediato procurar um lugar para a pernoita, o que não foi difícil uma vez que é uma terra pequena e muito sossegada onde é fácil encontrar bons lugares que convidam a um bom descanso.

Na procura desse lugar há a destacar a passagem, antes de se chegar ao centro da vila, pela belíssima Casa do Cabo, um palacete brasonado, uma das muitas casas senhoriais existentes no Alto Douro Vinhateiro, que demonstram bem a tradicional riqueza desta região.


Era Sexta-Feira Santa e as famílias supostamente e como é tradição em Portugal, deviam de estar reunidas jantando o tradicional bacalhau, deixando para o domingo de Páscoa, o também tradicional cordeiro pascal.
O nosso jantar foi realizado na autocaravana e seguido de um breve passeio ao centro histórico da vila. Depois o repouso no quentinho do interior da autocaravana destinado à leitura, enquanto no exterior lá pelas 23h00 começava a cair uma chuva insistente.
 
A noite estava escura e sem estrelas, mas no lugar de pernoita, junto de um varandim a ver as serranias no terreno situado um pouco abaixo do nível da estrada, pastava um rebanho de ovelhas, que nos embalaram durante a primeira parte da noite, com a leve melodia do tilintar dos seus guizos.


Já em hora tardia essa melodia deixou de se ouvir, significando que as ovelhas já estavam deitadas na pastagem. Abri a janela e vi na obscuridade os pequenos pontos brancos salpicando o lugar.
Uma brisa fria fazia-se sentir, e pensei... O que fizeram estes animais fofos, meigos, obedientes, tranquilos e tão úteis, para merecerem uma noite ao relento? Não sendo esta sua situação suficiente, uma chuva persistente não parava de cair e as infelizes ovelhas ali continuaram espalhadas um pouco por todo o terreno, aguentando a noite molhada e gélida, sem um telheiro para se recolherem.
 
Onde estava o pastor que cuida delas e não dorme nunca? Não deveria ser ele e a música da sua flauta, que as deveria acompanhar? Não, nos dias de hoje é o carro que dorme sob telheiro e nem em época pascal as ovelhas e seus cordeiros têm o direito ao respeito, que deviam merecer pela companhia, o leite e a própria pele e carne que nos dão.


São João da Pesqueira é uma bonita vila da Região Norte do País, pertencente ao Distrito de Viseu e sede de município, situada num local de grande beleza natural, por entre os férteis vales do rio Douro, e localizada da importante Região Demarcada do Douro, e também um dos centros de produção do afamado vinho do Porto, além de outros vinhos finos de prestígio internacional.
Esta bonita vila tem as suas origens muito antes da formação da nacionalidade portuguesa, com uma situação geográfica estratégica para a produção e recolha de alimentos, com a proximidade do grande rio Douro e rodeada de férteis terras.

 
O seu topónimo “Pesqueira” virá talvez de uma primitiva comunidade pesqueira e agrícola que ali se terá outrora desenvolvido. Crê-se, que, pela sua localização, a primeira fortaleza tivesse consistido num castro lusitano, que teria sido aproveitado posteriormente pelos romanos.

 
Consta que quando D. Afonso III de Leão encontrou a fortaleza arrasada e a povoação erma de habitantes, mandou construir ali um castelo medieval, no ano de 900. 
 

Ao longo dos tempos, e com uma situação privilegiada na margem do Douro, São João da Pesqueira foi-se desenvolvendo e ali terá mesmo vivido enquanto novo o Marquês de Pombal, responsável mais tarde pelo desenvolvimento da atividade vinícola da região.


Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ Wikipédia.org

Pinhão - 5º Dia - Parte IV




Chegados ao Pinhão ao final da tarde parámos no Café Veigas, no Largo da Estação, mesmo em frente da Estação de Caminho-de-Ferro, onde habitualmente compramos o vinho do Porto branco e onde se pode degustar sempre vinho do produtor de grande qualidade.
 

Pinhão é uma vila rica de belas paisagens, pois fica situada junto da confluência do rio Pinhão (afluente) com o rio Douro. A primeira vez que visitámos esta bela vila, já foi há muitos anos atrás, quando realizámos o primeiro cruzeiro subindo o rio Douro, até ao Cachão da Valeira (o lugar onde morreu o Barão de Forrester, de nome Joseph James Forrester, quando se encontrava hóspede de D. Antónia Adelaide Ferreira e que veio a encontrar a morte quando o barco em que se faziam transportar, se virou numa viagem de recreio).


O Cachão da Valeira fica situado a apenas 1 Km, a montante da Barragem da Valeira, e é um impressionante estrangulamento do rio Douro, entre enormes fragas abruptas que faziam precipitar as águas numa queda de 7 metros de altura e que só é possível visitar de barco.
A base económica do Pinhão é o vinho e ali se produzem os melhores vinhos generosos de toda a região vinícola do Douro, encontrando-se também ali sediadas algumas das mais importantes Quintas do Douro. Devido à sua localização geográfica, tornou-se num importante entreposto comercial, sobretudo para o transporte do vinho do Porto, que antigamente se fazia nos barcos “rabelos” e que mais tarde, com o aparecimento do caminho-de-ferro, passou a ser expedido e comercializado através do comboio.


O turismo constitui atualmente uma fonte importante de riqueza e é habitual encontrarmos nos cafés do Pinhão muitos estrangeiros, que ali vão para sentir de perto a vila que historicamente é o ponto fulcral da produção do vinho do Porto. Através do rio, também por ali passam centenas de turistas vindos dos cruzeiros que anualmente navegam pelo rio Douro.
Em termos patrimoniais, destacam-se a Igreja da Nossa Senhora da Conceição com um cruzeiro e uma pequena capela e a Estação de Caminho-de-Ferro que é também um lugar de visita imperdível, uma vez que se encontra ornamentada por azulejos oitocentistas, autênticos retratos da faina duriense.


Mas ali também não devem deixar de observar-se, a bela ponte rodoviária sobre o rio Douro, a ponte metálica ferroviária, a ponte romana sobre o rio Pinhão, o barco rabelo fundeado no porto, as quintas e os velhos solares que atestam a riqueza proporcionada pela produção do vinho do Porto, e sobretudo as belas paisagens durienses que convidam os visitantes a voltar sempre.
A paisagem envolvente é de uma beleza única, devido em grande parte à sua situação idílica, numa encosta do vale do douro, descendo em desníveis para o rio, rodeada de vinhas, laranjeiras e amendoeiras, com uma vista cinematográfica sobre o encantador Douro e rodeada de uma natureza envolvente.
 
 
Depois de uma volta à vila que aquela hora já se encontrava quase adormecida, seguimos viagem com rumo a São João da Pesqueira, onde iriamos pernoitar.
Passa-se novamente a ponte rodoviária sobre o Douro e desce-se a margem esquerda do rio até à povoação de Bateiras, onde está situado o cruzamento com a estrada nacional que nos leva até São João da Pesqueira. Pelo caminho e antes de anoitecer totalmente, a subida da serra faz-nos apreciar a fabulosa e esmagadora beleza o vale do Douro visto lá de cima.



Fonte: http://sjoaodapesqueirafotografia.fotosblogue.com/ http://turismo.cm-alijo.pt/ http://www.guiadacidade.pt/ http://www.casatorresoliveira.com/

De Peso da Régua ao Pinhão - 5º Dia - Parte III




A chegada ao Peso da Régua já para o final da tarde, ainda encontrou todos os estabelecimentos comerciais abertos, o que nos proporcionou as habituais compras de pão de centeio e de saborosos enchidos do norte, que ali se podem comprar nos talhos da marginal.
De todos estes, a minha preferência recai nas saborosas alheiras, nascidas em Trás-os-Montes. Diz a lenda que foram inventadas pelos judeus, que no tempo da Inquisição e para fugirem às perseguições, faziam enchidos que eram maioritariamente feitos com carne de porco.
 

Os judeus ao confecionarem as alheiras iludiam os cristãos e as autoridades eclesiásticas, comendo as alheiras que todos suponham serem chouriços de carne de porco, quando na realidade para as fazerem utilizavam carne de aves de caça, galinha caseira e pão. Hoje em dia, as alheiras já são convencionadas com outro tipo de carne inclusive carne de porco, carne de javali e até bacalhau...
Depois a viagem continuou sem mais demoras uma vez que ainda queríamos chegar de dia ao Pinhão, para a compra habitual de vinho generoso branco, o melhor aperitivo do mundo, quando bebido bem fresquinho.

Lá vai ficando a Régua para trás com as suas três pontes altaneiras. Momento interessante, este, o passar junto aos pilares fortes e altos destas três obras de engenharia. A cidade e o movimento da marginal da Régua desaparecem, como que espontaneamente. Em Juncal de Baixo atravessa-se o rio e o percurso feito pela estrada acompanha o rio, seguindo pela marginal desde a Régua ao Pinhão, obrigando a uma condução quase em jeito de passeio.
As belas paisagens surgem a cada instante, como em qualquer parte do vale do Douro. E mais uma vez a encantadora simbiose nos espanta, numa perfeita harmonia entre o enorme rio que vai desaguar à cidade do Porto, os montes adoçados e os vinhedos. É uma delícia para quem quer que por ali passe. Em Juncal de Baixo atravessa-se o rio e o percurso feito pela estrada acompanha o rio, seguindo pela marginal desde a Régua ao Pinhão, obrigando a uma condução quase em jeito de passeio.

As belas paisagens surgem a cada instante, como em qualquer parte do vale do Douro. E mais uma vez a encantadora simbiose nos espanta, numa perfeita harmonia entre o enorme rio que vai desaguar à cidade do Porto, os montes adoçados e os vinhedos. É uma delícia para quem quer que por ali passe.
Quanto às amendoeiras, encontram-se um pouco por toda a parte, em especial no Douro Superior, e que a partir de finais de fevereiro até ao início de abril, formam no seu conjunto, um dos espetáculos naturais mais bonitos do nosso país.

O grandioso rio vai espelhando reflexos fiéis das margens. Do outro lado da margem, Covelinhas, uma aldeia no sopé da montanha, que só a passagem do comboio lhe faz reparo.
Mais à frente uma grande diversidade de quintas vão aparecendo a meia encosta, quer do lado direito, quer do lado esquerdo, sendo neste em maior número.


Lá mais para montante observa-se a Quinta de Santo António, já no concelho de Tabuaço, no alto de Santo António da freguesia de Adorigo, muito privilegiada em estar de face virada para o rio.
À beira da estrada visualizam-se muitas tabuletas com as indicações “vende-se vinho” e “vende-se azeite biológico”, num chamariz sedutor à compra das iguarias da região.
 
No lugar onde o rio faz uma apertada curva à esquerda, o Pinhão aparece logo mais à frente, do outro lado da margem. Passa-se para a margem direita numa antiga ponte de ferro, assente sobre pilares largos e robustos e quando chegamos, sente-se logo ali uma certa magia, não estivéssemos nós no epicentro da mais antiga região demarcada do mundo, considerada Património Mundial pela UNESCO.


Fonte: http://www.cp.pt/ http://maps.google.pt/ http://valores-beira-alta.blogs.sapo.pt/ http://quintadaribeira.blogs.sapo.pt/