Ali perto encontra-se o pequeno Campo di San Tomà, além das praças designadas por Campo dei Frari, onde se encontra a bela Chiesa di Santa Maria Gloriosa dei Frari e por trás desta o Campo di San Rocco, com a pequena Chiesa di San Rocco e a Scuola di San Rocco do seu lado direito.A Scuola Grande di San Rocco foi inaugurada em 1478, quando a República Serenissima de Venezia, por meio do "Consiglio dei Dieci", delegou poderes para reconhecer e regularizar as confrarias da cidade de Venezia, consentindo assim a sua instituição na cidade. A Scuola di San Rocco foi inicialmente sediada na Chiesa di San Giuliano e mais tarde transferida para a Chiesa di San Silvestro, até obter o assento definitivo, na actual Scuola di San Grande Rocco. No seu interior podem ser encontradas muitas obras de arte quase todas de Tintoretto, onde se encontram muitas das suas melhores obras-primas, ganhando com elas o status de um dos maiores artistas de Venezia e todo o Mundo.
As duas praças contiguas referidas, são locais de grande calma e onde podemos desfrutar de momentos de descanso enquanto nos dedicamos ao deambular pela Venezia profunda. Ali além do belo e estreito canal onde corre o rio dei Frari, com as suas edílicas pontes e varandins em ferro forjado que protegem os caminhantes nos passeios junto ao canal, encontram-se pequenos cais servidos por escadarias, onde os barcos podem facilmente atracar. Também ali podemos encontrar duas das mais interessantes igrejas de Venezia. No Campo dei Frari e virada para o romântico canal onde corre o rio dei Frari, observamos a Chiesa Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma igreja em tijolo simples mas ao mesmo tempo exuberante, de fachada gótica e enorme beleza interior, onde se encontra o túmulo de Claudio Giovanni Antonio Monteverdi um compositor, maestro e cantor italiano, que em tempos assumiu a direção musical da Basílica de São Marcos de Venezia.
No contiguo Campo dei San Rocco, um grande largo é dominado pela branca fachada da Chiesa dei San Rocco, e ali podem ser encontradas geladarias e lojas de mascaras artesanais e ouvir e observar vários artistas de rua.
No Campo di San Tomà ali perto, observa-se a chiesa di San Tomà, que como o seu nome indica é dedicada a São Tomé, um dos apóstolos de Jesus Cristo. A igreja foi fundada em 917 com o dinheiro da família Miani, e restaurada em 1395. Foi ampliada em 1508, sofrendo novas remodelações em 1652. A fachada atual resultou da reconstrução de 1652, por Giuseppe Sardi, provavelmente um projeto de Longhena, sendo substituído por Francesco Bognolo, para a realização das restantes obras em 1742-55.
O vaporetto sai do cais flutuante de San Tomà, na margem direita do Grande Canal e começa a fazer a curva mais apertada do Canal. À direita observa-se a ligação do canal onde corre o rio di Ca’ Foscari e junto ao seu derrame no Grande Canal do lado esquerdo, destaca-se o Palazzo Ca’ Foscari na margem direita.
O Ca 'Foscari é um exemplo típico de uma residência dos comerciantes nobres venezianos e que foi em tempos o palácio da família Foscari. O palácio é uma bonita e imponente construção gótica e um projecto do arquiteto Bartolomeo Bon. Mandado construir pelo Doge Francesco Foscari em 1453, é agora a sede principal da Universidade de Venezia.
O edifício original era um palácio Bizantino, conhecido como a "La casa con due torri" (A casa com as duas torres), que foi comprado mais tarde pela República de Venezia em 1429 para se tornar a residência do vice-capitão da República, Gianfrancesco Gonzaga. Contudo Gonzaga nunca lá viveu e o palácio foi usado para dar hospitalidade aos ilustres convidados da República, incluindo reis e diplomatas. Em 1439 a "Casa das duas torres" foi dado a outro capitão, Francesco Sforza. O palácio foi sempre considerado como a sede da República de Venezia, devido à sua posição central na margem do Grande Canal.
Em 1453 foi ocupado pelo Doge Francesco Foscari, que o mandou reconstruir em estilo gótico, condizente com a arquitetura do seu tempo. O Doge Foscari comprou para si o edifício e continuou a sua reconstrução do palácio, o que significa que naquela época o Doge, tinha uma grande importância representando a continuidade dos sucessos militares desse período, que durou 30 anos. O imenso palácio novo, dificilmente pode ser concluído, pois caiu em Foscari desgraça em 1457, retirando-se para a sua nova casa onde terminou os seus dias.
Mais à frente do mesmo lado do Ca’ Foscari, observa-se o Ca’ Rezzónico, na margem esquerda, um edifício do séc. XVIII que é atualmente um museu de Venezia. Foi construído a partir de 1649 para a nobre família Bon e projetado pelo arquiteto do barroco, Longhena.
Devido à morte do patriarca da família, em 1682, e também devido às dificuldades económicas da família Bon, os trabalhos de construção foram suspensos, deixando o edifício inacabado. Enquanto isso, a família Rezzonico original da Lombardia, mudou-se para Venezia em 1687 e adquiriu um título nobre. Giambattista Rezzonico era um comerciante e banqueiro importante, que comprou o edifício em 1751 e encomendou a sua conclusão a Giorgio Massari, um dos arquitetos mais consagrados e eclécticos de meados do séc. XVIII. O trabalho avançou rapidamente e em 1756 o edifício foi concluído.
O palácio pertenceu à família Rezzonico durante 50 anos, mas a poderosa família chegou ao fim, em 1810. Despido de móveis que foram divididos entre os herdeiros, foi vendido no séc. XIX e passou de proprietário para proprietário, sendo por fim comprado pelo pintor inglês Robert Barrett Browning, sendo escolhido como residência por seu pai, o escritor Robert Browning, que ali morreu. Mais tarde foi comprado pelo conde Lionel Hirschell Minerbi, membro do Parlamento italiano, que a vendeu em 1935, após uma negociação longa e complexa à cidade de Venezia.
Fonte: http://www.museiciviciveneziani.it / http://www.globopix.net / Wikipédia.org
Logo que o vaporetto larga do cais flutuante de San Silvestro, observa-se do lado esquerdo e quase em frente do Palazzo Barzizza o Palazzi Grimani, que pertenceu a Giovanni Grimani um homem educado e um apaixonado colecionador de arte clássica. Neste palácio Giovanni Grimani guardava a sua importante coleção arqueológica e uma das melhores da sua época, que era exibida na sua residência, surpreendentemente nas prateleiras, lareiras, junto aos rodapés e em ambientes como a “tribuna”, especialmente concebidos para a sua colecção e ainda no pátio da residência.
Um pouco mais à frente e também na margem esquerda e por isso do mesmo lado do Ca’ Garzoni, observa-se o Palazzo Mocenigo. É um palácio que outrora pertenceu à família Mocenigo de San Stae, graças a um legado do último membro da dinastia, Nicolò Alvise.
Hoje este belo palácio é o Museo Civici (Museu Cívico), tornando-se a sede do Museo del Tessuto e del Costume (Museu dos Têxteis e do Traje), estando ali alojadas as colecções de têxteis e de ricos trajes antigos. No Palazzo Mocenigo possui também uma biblioteca completa e especializada da história do tecido, do traje e da moda, numa coleção de mais de 13.000 livros do séc. XVIII ao séc. XX.
O vaporetto continua a sua viagem a partir do cais flutuante no Riva del Ferro. No final do Riva del Ferro observa-se uma pequena ponte que marca o local de ligação do rio di San Salvador com o Grande Canal.
O Riva del Carbon está localizado na margem direita do Grande Canal e em frente ao Riva del Vin, o antigo cais onde outrora se desembarcava o vinho, na margem esquerda. Como se pode facilmente adivinhar, o Riva del Carbon deve seu nome ao facto de ser aqui comercializado o carvão e onde paravam as jangadas carregadas com este material. A partir do Riva del Carbon e seguindo para o interior chega-se ao Campo San Luca.
Mais tarde o palácio passou da família Dandolo para a família Gritti, em 1536, por venda. Após os Dandolos e os Grittis, as famílias Mocenigo e Bernardo tornaram-se seus proprietários através de casamento. Mais tarde foi transformado num importante centro artístico, o "Academy Doubleday”, pela família do mesmo nome, que o adquiriu no início do séc. XVIII.
O andar térreo tem um pórtico central com cinco arcos, apoiados por quatro colunas coríntias, que é estruturalmente semelhante à do lado Ca’ Loredan, ao qual Ca’ Farsetti está conectado, do lado esquerdo, através de uma "ponte". Na fachada o primeiro andar é caracterizado por um varandim com um longo corrimão, com arcadas estreitas que marcam bem os dois níveis.
Em 1752, outro antepassado da família, Francesco Loredan, que mais tarde também foi um dos Doges de Venezia, ofereceu o palácio para residência do embaixador do Sacro Império Romano, em troca de 29 anos de restaurações em Venezia. O primeiro embaixador imperial que lá viveu foi o conde Philip José Orsini –Rosenberg, que após a sua chegada a Venezia, se casou com Giustiniana Wynne, uma amiga próxima do célebre Giacomo Casanova (um libertino aventureiro e escritor italiano). O casal residiu no Palazzo Loredan dell'Ambasciatore durante os primeiros anos de seu casamento.
O vaporetto continua a sua viagem e um pouco mais à frente, do mesmo lado do Campo San Silvestro observa-se o Palazzo Barzizza. Também pertencente ao Sestiere de San Polo este é um palácio ao lado do Palazzo Giustiniani Businello e na frente do Ca' Doubleday (Palazzo Dandolo Farsetti). 
O Palazzo Camerlenghi foi construído entre 1525 e 1528 e inspirado nos trabalhos dos arquitetos Pietro Lombardo e Mauro Codussi. Foi construído para albergar a sede dos magistrados financeiras, incluindo a família Camerlenghi, mercadores judeus denominados Cônsules do Merchant. Dada a importante da sua função económica, o piso térreo do edifício foi utilizado como prisão para os devedores, que eram expostos junto à Ponte Rialto, como aviso sério para aqueles que ali passavam. Por esse motivo as suas janelas diferem das dos pisos superiores, apresentando-se rectangulares e gradeadas.
O vaporetto faz a passagem por baixo da Ponte Rialto, que como sempre se encontrava apinhada de turistas que ali procuram os melhores ângulos para fotografarem o Grande Canal, quer à esquerda, quer à direita, uma vez que se está no verdadeiro coração histórico e comercial de Venezia.
A Riva del Ferro serve o Campo San Bartolomeo, a área por trás deste cais da cidade de Veneza e a poucos passos de Rialto. É uma zona da cidade muito ativa e ocupada, por causa da sua localização estratégica, sendo o lar de grandes negócios e de vários edifícios bancários. No centro do Campo San Bartolomeo há o famoso monumento em memória de Carlo Goldoni.
O extremo norte do Campo di San Bartolomeo é ocupado pela estação principal de correios e pelo edifício Fondaco dos alemães, a casa da comunidade alemã de Venezia. Em direcção à Ponte Rialto você pode ver, escondida, a fachada da Chiesa di São Bartolomeu (séc. XII).
Em frente da plataforma flutuante Rialto de vaporetti, na margem direita, observa-se o Riva del Vin do Grande Canal, outro cais que outrora servia a zona do Rialto, que se encontra cheio de esplanadas de restaurantes, que servem peixe e marisco fresco.
Durante toda a manhã este lugar está lotado, mas os peixeiros estão sempre disponíveis para atender as várias demandas de clientes que ali ocorrem, amanhando e cuidando da boa aparência do pescado. O Mercado do Peixe do Rialto é realizado de terça a sábado, das 7.30 às 12.00 e é o maior mercado de peixe de Venezia.
Em frente do Mercato del Pesce e o Mercato della Frutta del Rialto, observa-se na margem esquerda do Grande Canal. O Palazzo della Colonne deve o seu nome às alvas e elegantes colunatas com singelas arcadas, na fachada principal do palácioé em estilo barroco, com influência na tradição veneziana-bizantina muito peculiar.
Saindo do cais situado à frente do Mercato della Frutta, o Vaporetto segue o seu percurso e após uma curva à direita começa-se a ver a magnifica Ponte Rialto. A Ponte di Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Grande Canal e de Venezia. Ela foi durante muito tempo a única ponte que ligava as duas margens do Grande Canal e por isso formalmente a única ligação permanente entre os dois lados do Grande Canal, até serem construídas as restantes pontes.
A evolução e importância do Mercado de Rialto na margem oriental do canal, aumentou consideravelmente o tráfego fluvial perto da ponte flutuante, sendo por isso substituída por volta de 1250 por uma ponte de madeira.

À frente deste pequeno canal e na margem direita do Grande Canal observa-se o magnífico Palazzo Fóndaco dei Turchi, hoje o Museu de História Natural (Museo di Storia Naturale). Foi outrora um armazém de mercadores turcos nos séculos XVII-XIX. O Palazzo Fondaco dei Turchi é um dos palácios de Venezia, situado no Sestiere di Santa Croce, a Sul e ao lado de um de mais um dos rios que afluem ao Grande Canal, o rio Fóndaco dei Turchi.
Um pouco mais à frente do lado direito, ergue-se majestosamente a fachada do prestígiado Palazzo Cà Pesaro, uma composição poderosa e equilibrada de arcos e colunas nos dois pisos superiores.
Um pouco mais à frente, na margem esquerda observa-se Palazzo Cà d’Oro, um elegante palácio com uma fachada inconfundível em mármore branco e varandas rendilhadas. É o mais famoso palácio gótico veneziano, localizado no Sestiere di Cannaregio e de influência oriental, com janelas com rendilhados em mármore e pináculos orientais.