Complexo do Clube Náutico de Avis

A chegada à vila de Avis foi pelas 22h00. A noite devia ser passada dentro do Parque de Campismo da Barragem do Maranhão, no entanto por termos chegado depois da hora de encerramento das suas portas, resolvemos pernoitar junto à praia fluvial do Complexo do Clube Náutico de Avis, situada mesmo à frente do Parque de Campismo e do qual este também faz parte.
O lugar é óptimo para pernoita, muito bonito e tranquilo, aparecendo por vezes alguns mirones, mas sem qualquer perigo. E devo acrescentar que gostei muito mais de dormir no exterior, do que no interior do Parque de Campismo. Depois do jantar fomos passear nos jardins da praia fluvial e no cais. Uma delícia...
Bem próximo, localiza-se a bonita Barragem do Maranhão, com paisagens únicas e condições de excelência para as mais diversas actividades desportivas e de lazer, com um Clube náutico, com infra-estruturas diversas, dispondo de um miradouro no parque de campismo, com uma magnífica vista sobre as águas deste lago artificial e sobre as pastagens e searas envolventes.
O Complexo do Clube Náutico de Avis, fica situado na margem do magnífico espelho de água, que é constituído pela praia fluvial. Fazem também parte deste complexo. as piscinas municipais, o solário, um parque infantil, um hangar, parque de merendas e restaurante.
É um lugar de encantos! Lugar onde a máquina fotográfica é fundamental, para se usufruir dele e nunca mais o esquecer...
Site: Câmara Municipal de Avis
Páscoa em Sevilha

A caminho de Portugal
Nessa mesma noite resolvemos fazer o caminho de volta a Portugal. Depois de uma breve conversa decidimos ir pernoitar à Covilhã, para na quarta-feira gorda passarmos o dia com o elemento mais novo da família, que lá estuda.
O percurso embora longo, fez-se rapidamente e pernoitámos na área de serviço da Covilhã. A noite passou tranquila, mas por volta das 5h30 da madrugada, eis que um puto supostamente folião, julgando estar em plena noite de Carnaval, por certo bem bebido, e também por certo oriundo de uma terra onde o Carnaval não tem fim, nos acorda com o buzinar incessante do seu carro, que só foi útil para o camionista que a poucos metros de nós dormia, e que desperto, se pôs a caminho do seu destino.
Esta é a nova mentalidade da fuga, do esvaziamento da mente, tão popular entre os jovens de hoje, adquirida não se sabe bem onde, e de certeza não proveniente das religiões e filosofias orientais, tão ambicionada por alguns jovens nos tempos da minha juventude, e que não é nem resposta nem terapêutica para ninguém...
O Carnaval de Cáceres
Sem dúvida que estas recreações, do ponto de vista turístico, têm o maior interesse e importância, uma vez que contribuem para o desenvolvimento das cidades e para a divulgação cultural do seu real património histórico e popular.
No intervalo das várias actuações podia ouvir-se, entoando por toda a cidade monumental, e ultrapassando as muralhas da zona velha de Cáceres, excelente música medieval... Sem dúvida uma interessante recreação vivida em ambiente animado e civilizado.
Antes de acabar a festa, resolvemos ir jantar numa esplanada da Praça Maior que ficava ali perto, e no fim deste, voltámos à Praça de Santa Maria. No final das festividades, foi acesa uma grande fogueira, no centro da praça, que veio mesmo a tempo de aquecer os visitantes, pois a noite despertou fria, como é habitual naquela época do ano...

A Concatedral de Santa Maria

O largo da praça fervilhava de actividade com os preparativos para a festa, e nela escolhemos para se iniciar a visita, a esplêndida Concatedral de Santa Maria. Ali na porta da Concatedral esperava-nos o seu pároco, que simpaticamente nos acolheu pedindo-nos uma modesta contribuição para a sua igreja, a que prontamente acedemos.
Encetando conversa connosco, explicou-nos o que ali iria suceder durante a tarde e noite de festejos, entusiasmando-nos para a festa. Assim e desde logo se fez notar a sua simpatia e jovialidade, apesar da sua avançada idade, que após o términos da nossa visita à igreja e ao local, se concretizou mais uma vez, quando partimos de mota, despedindo-se de nós acenando alegremente ao mesmo tempo que se benzia, para que nada de mal nos acontecesse na nossa breve viagem…
A Concatedral de Santa Maria, situada na praça do mesmo nome, foi desde a sua origem a igreja principal do conjunto medieval da cidade. A sua construção começou em finais do séc. XIII, mas a maior parte do edifício foi concluído nos séculos XV e XVI, em estilo gótico, sóbrio e elegante.

Tem três naves divididas em cinco secções, com arcos que se apoiam em pilares góticos compostos, com cobertura abobadada, tendo ao lado duas capelas laterais junto ao presbitério, e outras duas adjacentes ao lado da epístola renascentista e coro.
No seu interior merece uma atenção especial a Porta dos Cavalos, realizada por Alonso de Torralba no ano 1525. No altar mor, o retábulo, é uma obra renascentista e foi construído em madeira de cedro no ano 1551, e foi esculpido por Balduque Roque.
A pia de água benta é em mármore do séc. XIV. Possui muitas lápides, túmulos e sarcófagos, assim como uma rica colecção de objectos litúrgicos do séc. XV ao séc. XIX. Ao pé da torre encontra-se uma estátua em bronze de São Pedro de Alcántara, esculpida por Pérez Comendador.

Na Praça de Santa Maria encontra-se ainda o Palácio Episcopal, o Palácio dos Ovandos, o Palácio de Mayoralgo, o Palácio dos duques de Valência e o famoso de Palácio de Los Golfines de Abajo, em estilo plateresco, que como já foi referido, foi residência dos Reis Católicos durante a sua estadia na cidade.
Cáceres, uma jóia medieval

Esta tem excelentes condições e encontra-se junto à Pousada da Juventude, cujo recinto com cerca, é absolutamente seguro e repousante. Dali se desfruta de uma magnífica vista da zona monumental de Cáceres, que lá no alto, toda iluminada, parece chamar-nos através do vento, convidando-nos a uma visita tardia...
Há também que se destacar o modesto mas excelente restaurante da pousada, que nos serviu por duas vezes magnífica comida caseira típica da Extremadura espanhola. Ali também estavam hospedados os membros do grupo de estudantes da Tuna Académica do Porto, que naqueles dias ali se deslocaram para actuarem nos festejos carnavalescos da cidade, e que algumas vezes encontrámos há hora do almoço.
O primeiro dia de visita à cidade foi passado a pé, na zona velha de Cáceres: a Cidade Monumental. Dentro de uma muralha, a "velha Cáceres", ainda muito bem conservada, que servia de forte e de defesa contra as invasões à Península Ibérica, e hoje serve de principal ponto turístico da cidade.

Os principais monumentos de Cáceres estão todos concentrados dentro das muralhas, tornando o seu valor como um todo, e não em pormenores espalhados por vários locais. Ali podemos observar uma reposição histórica do Carnaval vivido na época medieval, o que resultou num autêntico cenário de filme medieval!…
Ainda mantém praticamente intactas as suas raízes e história, graças aos seus cidadãos, que foram sempre capazes de passar para a geração seguinte os mesmos valores e interesses, sendo capazes de proteger, um dos melhores exemplos das épocas medieval e renascentista do mundo.

Jóia medieval suspensa no tempo, Cáceres é assim uma cidade que está determinada a ocupar um lugar de privilégio na memória dos visitantes. Enquanto algumas cidades espanholas foram bastante afectadas pelas Invasões Francesas ou pela Guerra Civil espanhola, Cáceres ficou praticamente imaculada durante estes conflitos.
Cáceres foi fundada no ano 29 a.C.. Durante os reinados visigodos, passou desapercebida, mas os árabes converteram-na numa praça forte com o nome de Qasri. Durante o séc. XII, os Almohades perderam e recuperaram-na várias vezes, enquanto iam construindo torres junto à muralha. Cinco destas torres, ainda lá se encontram, no lado oeste da muralha.
Depois da reconquista, no séc. XIV, registou-se uma maciça chegada de fidalgos, que encheram a cidade de casas nobres com torres fortificadas que rivalizam em beleza com os edifícios religiosos. A cidade ainda mantém alguns troços das suas muralhas árabes, cujo interior conserva inúmeros edifícios góticos e renascentistas.

Para se conhecer a cidade, existem duas zonas que podem servir de ponto de partida: A Praça de San Mateo e a Praça de Santa Maria. Na primeira podemos ver a Igreja de San Mateo, construída sobre uma mesquita árabe, entre os séculos XIV e XVIII, com portada plateresca e retábulo do séc. XVIII. Encravada no ponto mais alto da cidade velha, em estilo gótico tardio, tem uma torre do século XVIII.
Ali também poderemos apreciar ainda, o Palácio dos Ulloa, o Convento de San Pablo, a Casa del Sol, a Casa Mudéjar e a Casa de Los Golfines de Arriba, para além da Casa e a Torre dos Sande.
A Casa de Los Golfines de Arriba é o mais belo exemplo de arquitectura Cacereña. A sua fachada demonstra com simplicidade a beleza do estilo plateresco. Nela podemos ver o que está escrito numa parede exterior: "Esta é a Casa dos Golfines".


A caminho de Cáceres

A planta da praça não tem uma forma quadrangular perfeita, como acontece com a maioria das praças espanholas. A irregularidade dá uma sensação de amplitude e o contraste dos edifícios dá-lhe um encanto único.

O Real Mosteiro de Santa Maria de Guadalupe

A sua história remonta a 1389 quando o rei João I de Castela outorga um privilégio pelo qual entrega à Ordem dos Jerónimos a igreja do santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, lugar no qual fora achada uma imagem da Virgem em finais do século XIII ou princípios do XIV, por um camponês guardador de gado de nome Gil Cordero.
Este santuário foi mosteiro quase desde o início de sua construção, nos princípios do século XIV, e nele habitaram os monges da Ordem de São Jerónimo até 1835, tornando-o num dos centros mais importantes de devoção mariana.
Antes do mosteiro foi construída uma ermida para abrigar a imagem e mais tarde, foi construído o mosteiro, para os frades que souberam como transformar o culto à Virgem negra na principal força económica e social da região.
O Mosteiro em 1464 contava já com 130 frades e tinha um scriptorium (oficina de produção de manuscritos), uma oficina de artesãos, uma escola e um hospital com uma farmácia e um local onde se prestavam cuidados médico-cirúrgicos de vanguarda. As obras de construção prolongaram-se pelo séc. XV, resultando na magnífica fachada gótica actual.
Nesse mesmo ano, o rei Henrique IV de Castela, acompanha até ali a sua meia-irmã, a ainda infanta Isabel (Isabel a Católica), desejando acordar a seu casamento com Afonso V de Portugal. A infanta recusou o pretendente, mas por outro lado, ficou impressionada com a beleza do lugar.
Mais tarde o templo sofreu as consequências do total abandono sendo a partir daí que a Ordem de São Francisco tomou conta do templo, e foi esta última ordem que conseguiu, depois de numerosas restaurações, que o mosteiro recuperasse o seu antigo esplendor.
O Mosteiro é uma enorme construção, e sem dúvida uma bela jóia da região da Extremadura, que por ele tem enorme orgulho. Este integra quatro partes: O Templo / Basílica, o edifício do auditório, um Claustro Mudéjar e o Claustro Gótico.
A partir desse momento, ela chamou a este recinto "o meu paraíso" e ali se deslocou sempre que necessitou para se sentir reconfortada pela Virgem ou para dar graças por algum sucesso extraordinário.
A construção do mosteiro por parte dos frades Jerónimos, prolongou-se desde o século XIV até ao séc. XVIII através de sucessivas ampliações, o que o dotou de um traçado irregular com aspecto de castelo fortificado. Na sua construção utilizou-se preferencialmente a alvenaria e o tijolo.
O seu interior esconde uma infinidade de tesouros de um valor incalculável e o mosteiro foi declarado em 11 de Dezembro de 1993, Património da Humanidade pela UNESCO. Ainda que todo seu interior seja realmente maravilhoso, podemos destacar a enorme beleza do seu Claustro Mudéjar ou dos Milagres, em cujo centro se encontra um formoso pavilhão mudéjar, construído nos inícios do século XV.
Em torno deste claustro, situam-se os dormitórios dos frades e o refeitório. Tem forma rectangular com arcos em forma de ferradura e com pilares quadrados. O seu pavilhão mudéjar foi construído em 1405 por ordem do Frei Juan de Sevilla, e nas suas paredes expõe-se uma colecção de telas relacionadas com os milagres da Virgem de Guadalupe.
Neste Camarim, um frade franciscano fez rodar a Virgem e todos a podemos ver, esplendorosa!... A imagem traz consigo um profundo sentimento de veneração, é de cor negra e sustém com a mão esquerda o Menino Jesus e com a direita um ceptro de ouro ornado de pedras preciosas e o seu trono é magnífico. Nossa Senhora de Guadalupe é apenas tocada pelo frade encarregado de cuidar dela, sendo o próprio que a mostra aos visitantes.
Absolutamente encantados com esta visita ao Mosteiro de Guadalupe, e depois de uma breve paragem para descansar e observar com mais atenção as variadas fantasias carnavalescas da população de Guadalupe, partimos ao final da tarde, rumo a Cáceres…
Site: Wikipédia
A Lenda da Virgem de Guadalupe


