Lago Garda

Após uma boa noite de descanso, partimos da cidade de Verona a caminho de Milão, pela A4. No caminho queríamos fazer desvios para passarmos pelas margens do lago Garda e do lago di Como. 
“É uma região que tem tudo fabuloso. Belezas naturais, arquitetura elegante, relaxantes passeios de barco e energéticos desportos aquáticos”, diz-nos Matthew Telle, famoso jornalista premiado e repórter de viagens.
A frase refere-se especificamente a uma área no norte da Itália onde há uma série de estreitos lagos glaciares, intercalada entre o sopé dos Pré-Alpes e já próxima da fronteira com a Suíça.
O primeiro lago procurado por nós,  foi o lago Garda, que é também o maior lago de Itália e fica localizado entre as regiões da Lombardia (província de Brescia), Vêneto (província de Verona) e TrentinoAlto Adige (província de Trento).
Possui uma enorme beleza natural, é circundado por montanhas e possui cinco ilhas. Tem uma profundidade de 350 metros e uma largura de 50 metros e a parte norte do lago é a mais estreita, apresentando-se cercada por enormes montanhas.
No nosso passeio, visitámos apenas as margens sul do lago Gardia, aproveitando para percorrer a comprida restinga onde fica situada a antiga cidade de Sirmione. Antes de chegarmos ao lago Garda apaisagem é campesina, coberta por colinas cultivadas com acomodação de várias culturas, como a vinha, milho, trigo, girasol... É uma paisagem que não cansa, com casas de campo em campo aberto, onde é possível admirar a fauna e os animais da fazenda.
À saída da A4, que nos trouxe desde Verona, encontra-se Peschiera del Garda, a primeira povoação encontrada a sul do lago Garda, que é uma das cidades mais pitorescas da margem sul do lago. Seu centro histórico é pequeno, e fica situado dentro de muralhas do séc. XVI. 
Inicialmente este local foi usado pela primeira vez como uma fortaleza no séc. VI e mais tarde os venezianos construíram uma ali uma fortaleza, em 1556, que mais tarde foi usada pelos austríacos. A pequena cidade tem diversos canais, com algumas ruas destinadas aos peões, com lojas, bares e restaurantes. Fora das muralhas há praias, caminhos pedestres ao longo do lago, uma estação de trem e um porto com balsas, que servem outras cidades lago de Garda.
Perto dali, há o “Gardaland”, um dos parques temáticos mais famosos da Itália, que se encontra em Castelnuovo del Garda, perto Pescheria del Garda.
Em seguida e a pouca distância entra-se na restingua que possui a cidade de Sirmione, uma cidade muito popular, procurada por turistas devido à sua localização e beleza. Apesar de pequena, a antiga cidade fortificada de Sirmione, tem muitas lojas de moda de marcas famosas e é ladeada de barzinhos, inúmeros restaurantes, hotéis e um mercado. A cidade é também conhecida por seus “resorts” de banhos termais.
Esta antiga cidade medieval é composta por ruelas e a sua entrada principal é feita pelo pitoresco centro medieval, onde está situado o Castelo Scaliger, que remonta ao séc. XIII e que é o seu principal cartão postal.
Sirmione é também uma cidade muito procurada desde tempos idos por artistas e poetas. Nela viveu outrora o poeta romano Catulo, que ali teve uma casa, e ainda ali podem ser encontradas algumas ruínas romanas da villa de Catulla, conhecida hoje por Grotte di Catullo (Gruta de Catulo). A Grotte di Catullo, situa-se na península de Sirmione, num lugar situado em ponto espetacular e cercado por oliveiras e limoeiros.

Ao longo da península, a estrada vai percorrendo o litoral, bem perto das margens do lago que possui um azul intenso, com muitas e pequenas marinas, que convidam à navegação serena e conhecimento profundo das povoações que salpicam as suas margens.
Tomando um barco em Sirmione, faz-se um passeio maravilhoso pelo lago, conhecendo a sua beleza e as suas ilhas, até se chegar à pequena cidade de Gardone, que apesar de pequena é uma cidade aconchegante, com ruas e casas enfeitadas por flores, que é na verdade um paraíso.
O lago tem uma paisagem variada com praias ao longo da costa sul e falésias acima do litoral norte. Nas suas margens existem muitas aldeias pitorescas, castelos medievais e passeios à beira do lago, que pontilham as suas margens.

O lago Garda é conhecido por suas águas límpidas, com grande aptidão para a natação, Windsurf e vela, no verão. Também é um lugar ótimo para caminhadas que em muitos parques do lago, são uma das atividades mais populares.
Pelo lago Garda já transitaram muitas pessoas famosas da história italiana, como Dante Alighieri, Carlos Magno e também alguns santos famosos, como Santo António de Pádua (na realidade de Lisboa, onde nasceu). Também foi um lugar muito procurado por inúmeras celebridades, para ali passarem as suas férias, como Sofia Loren e Greece Kelly.
Fonte: wikipedia.org / http://www.virtualtourist.com/

Ser diferente


A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos.


Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

O que distingue um amigo verdadeiro

Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta..

Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c. Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. 

É fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus.
A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.
 
Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

Todos nós hoje nos desabituamos do trabalho de verificar

Todos nós hoje nos desabituamos, ou antes nos desembaraçamos alegremente, do penoso trabalho de verificar. É com impressões fluídas que formamos as nossas maciças conclusões. Para julgar em Política o facto mais complexo, largamente nos contentamos com um boato, mal escutado a uma esquina, numa manhã de vento. Para apreciar em Literatura o livro mais profundo, atulhado de ideias novas, que o amor de extensos anos fortemente encadeou — apenas nos basta folhear aqui e além uma página, através do fumo escurecedor do charuto. Principalmente para condenar, a nossa ligeireza é fulminante. Com que soberana facilidade declaramos — «Este é uma besta! Aquele é um maroto!» Para proclamar — «É um génio!» ou «É um santo!» oferecemos uma resistência mais considerada. Mas ainda assim, quando uma boa digestão ou a macia luz dum céu de Maio nos inclinam à benevolência, também concedemos bizarramente, e só com lançar um olhar distraído sobre o eleito, a coroa ou a auréola, e aí empurramos para a popularidade um maganão enfeitado de louros ou nimbado de raios. Assim passamos o nosso bendito dia a estampar rótulos definitivos no dorso dos homens e das coisas. Não há ação individual ou coletiva, personalidade ou obra humana, sobre que não estejamos prontos a promulgar rotundamente uma opinião bojuda. E a opinião tem sempre, e apenas, por base aquele pequenino lado do facto, do homem, da obra, que perpassou num relance ante os nossos olhos escorregadios e fortuitos. Por um gesto julgamos um carácter: por um carácter avaliamos um povo.
Eça de Queirós, in 'A Correspondência de Fradique Mendes'

O maior problema é quando a verificação tende para o infinito... Aí o mal é outro. É doença que passa por contágio...

Visita a Verona - 2º Dia - Parte VII


Após o jantar e cerca de meia hora antes do início do espetáculo de ópera, caminhamos em direção à Arena de Verona para assistirmos à Ópera Turandot, um drama em 3 atos de Giacomo Puccini.
A noite caiu muito chuvosa e mesmo após o jantar, uma cacimba persistente teimava em não abrandar. Comprámos impermeáveis a vendedores ambulantes, que nos protegeram dos chuviscos intensos durante a caminhada até à Arena de Verona.
Lá dentro a multidão rapidamente encheu as milenares bancadas em pedra da esplendida Arena de Verona, e um colorido intenso completou o cenário magnânimo e emocionante, próprio de um espetáculo daquela natureza.
Há algo peculiarmente pungente sobre a ópera Turandot. Ela é a última ópera de escrita e pensada por Giacomo Puccini, que só estreou depois da sua morte em 1924. Na verdade a magistral ópera ficou inacabada e a história de Turandot foi por ele elaborada a partir de um conjunto de histórias persas inspiradas no livro das “Mil e uma Noites”, e as suas cenas supostamente passam-se em Pequim.
O espetáculo tardou a iniciar, uma vez que os chuviscos, agora entre algumas abertas teimavam em prosseguir. Assim à medida que o tempo passava a orquestra ia afinando os diversos instrumentos e as arpas por várias vezes, entravam na arena ou logo as retiravam, não fossem estes sensíveis instrumentos sofrer com a humidade.
Após uns 3 quartos de hora, os chuviscos cessaram e a lua apareceu esplendorosa sob a Arena de Verona, como que impondo a sua vontade de querer também, tal como nós e todos os que ali se encontravam, apreciar o bel canto naquela conturbada noite de agosto.
Sobre a ópera sobra muito a dizer: “Turandot” é sem dúvida nenhuma uma obra-prima; o cenário fabuloso; a direção, excelente, de Franco Zeffirelli (que no final veio até ao palco receber as ovações do público); a acústica proporcionada pela milenar Arena de Verona, excelente; todo o Bel Canto, simplesmente maravilhoso.
E com chave d'ouro despedimo-nos da bela cidade de Verona.

Visita a Verona - 2º Dia - Parte VI

Deixámos a Tomba di Giulietta tomando novamente o caminho da Piazza Bra. A elegante  Piazza Bra encontrava-se novamente cheia de gente desde a área da Areana até à área alinhada com cafés. Esta praça além de edifícios governamentais e lojas, possui uma enorme elegância que facilmente esconde a sua história anterior, tendo sido outrora um mercado de gado local. Há também ali um escritório de informações turísticas no extremo sul da Piazza, perto da Câmara Municipal.

Da Piazza Bra até à Piazza della Erbe, embora ameaçasse chover, podemos ainda sem sobressaltos desfrutar da caminhada pela Via Mazzini, só com acesso a piões, onde se encontram muitas das mais famosas lojas de moda, onde os endinheirados que gostam de marcas, podem adquirir roupa e sapatos Gucci, Cartier, Fendi, entre outras.

A Via Mazzini termina na Via Cappello, a rua onde se encontra a famosa Casa di Giulietta, no nº 23. Ali perto, algumas ruas atrás, na Via Arche Scaliger, encontra-se a Casa di Romeo 

É uma autêntica casa medieval, onde é suposto ter vivido a família dos Montagues. No entanto só há a certeza de ter sido propriedade da família Cagnolo Nogarola, do século XIV, que faziam parte dos della Scala. A varanda é gótica e o pátio está a necessitar de obras. A casa não pode ser visitada e pertence a uma hospedaria que tem um restaurante adjacente. Na fachada uma inscrição em memória da história de Romeo e Giulietta.
Encaminhamo-nos para a Piazza delle Erbe que transborda de história, com edifícios de arquitetura fascinante, bem como bancas de fruta colorida, produtos hortícolas e recordações.
Mesmo antes de se entrar na Piazza delle Erbe, passa-se o Arco della Costa (Arco da Costela), que deve o seu nome à costela de baleia que ali se encontra pendurada. Este arco dá passagem para a praça vizinha da Piazza delle Erbe, a Piazza dei Signori.

A Piazza dei Signori ou Piazza Dante, é uma das mais famosas praças da cidade, que guarda sinais importantes da família Scala (os senhores da cidade na época medieval) e da dominação veneziana. No centro da praça, observa-se a estátua de Dante Alighieri, do séc. XIX, que lembra a longa estadia do poeta na cidade, depois de ser banido de Florença. Dante foi ali magistrado no do Tribunal de Cangrande.
A estátua de Dante Alighieri, parece fixar-se no Palazzo del Capitano, em frente, que foi o antigo palácio do governador militar de Verona. Também ali se encontra o Palazzo della Ragione (Palácio da Razão), o tribunal. No seu pátio sobressai uma magnífica escadaria exterior em pedra. Do cimo da Torre Lamberti, no lado ocidental do pátio, podem avistar-se os Alpes italianos e a cidade.
Próximo da entrada do edifício de Santa Maria Antica, a igreja românica da antiga família della Scala, podemos entrar no panteão com os túmulos dos príncipes Scaliger. O Panteão Scaliger encontra-se rodeado de muros encimados por um rendilhado gradeamento em ferro forjado, que se abre à rua por um grande portão em ferro forjado. Junto ao portão encontra-se o magníficico túmulo de Cangrande I della Scala, e por trás todo o complexo monumental dos Arcos della Scala, com os túmulos de Mastino II e Cansignorio.
Seja por projeto ou acaso o sentimento emanado dos túmulos é bastante indecifrável, o que certamente contribui para a sua mística. Na praça toda a área é repleta de magníficos edifícios de história intrigante. Há até um lugar onde uma velha estrada romana espreita para fora, sob os pátios e calçadas.
Do lado norte da Piazza dei Signori, atrás da estátua de Dante Alighieri, fica a Loggia del Consiglio, construída em 1400 e um dos melhores edifícios da Renascença italiana (por Fra Giocondo, 1486-1493), coroada com estátuas de cidadãos famosos da antiguidade, nascidos em Verona, como Plínio, o Velho, o naturalista e Vitrúvio, o arquiteto.
A chuva começou a cair de forma intensa e rapidamente desapareceram as gentes da cidade e os turistas, e nós ali ficámos a observar a chuva torrencial, que fazia elevar o bom cheirinho a terra seca.
Sem conseguirmos apanhar um táxi, pois deveriam todos estar em serviço, resolvemos jantar com antecipação e numa corrida fomos até a um pequeno bar, situado na esquina exterior do Palazzo della Ragione, onde num ambiente acolhedor se serviam pizzas e saborosas lasanhas. E ali estivemos, até à hora de irmos para a ópera.

Fonte: http://www.offbeattravel.com / http://www.tourism.verona.it

Mensagem de Natal e Ano Novo


Estes dias são momentos doces e cheios de significado para as nossas vidas. É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca. É o momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.

É sempre o tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.

A noite de Natal é uma noite cristã, onde a alegria invade os nossos corações trazendo a paz e a harmonia. O Natal é um dia festivo e espero que o nosso olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro dos nossos corações.

Neste Natal faço votos para que todas  as famílias sintam mais forte ainda, o significado da palavra amor e que traga os raios de luz que iluminem o caminho e transformem o nosso coração a cada dia, fazendo que se viva sempre com a felicidade possível.

Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz. Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser felizes. Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último. Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.

Todo o Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de novo. Aproveite-se este ano que chega para realizar todos os nossos sonhos!

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS!

Visita a Verona - 2º Dia - Parte V


Pela Via San Fermo e passando pela clareira em frente à Ponte Nevi, caminha-se ao longo da Estradone Barbieri Maffei, a caminho da Piazza Bra.
A Piazza Bra é o coração da cidade de Verona, um lugar amplo onde o sol incide luminoso, fazendo com que uma luz intensa passe através dos edifícios coloridos de diferentes idades e diferentes arquiteturas, que limitam a praça.
Ali impera a enorme Arena romana (1º séc. d.C.). Apesar de ter sido construída em 30 d.C, grande parte da sua arquitetura original permanece e o seu anfiteatro ainda abriga produções de ópera durante todo o verão. Ali decorre o Festival de Ópera de Verona, que todos os anos decorre na cidade.
À sua volta encontrámos um grande número de adereços próprios dos cenários das mais famosas óperas italianas e são usados nas várias apresentações da temporada de ópera da cidade, que decorre desde junho a setembro. Como não podia deixar de ser, resolvemos comprar logo os bilhetes para a apresentação de Turandot”, a última ópera de Giacomo Puccini, composta em três atos e baseada numa peça de Carlo Gozzi, que ali decorreria naquela noite.

Na Piazza Bra também se encontram o Palazzo Barbieri e o Palazzo della Gran Guardia, dois palácios famosos e admirados da cidade. Mas junto da praça há muitos cantos que merecem a atenção, como a estátua equestre de Vittorio Emanuele II, no centro da praça, construída no século XIX. Atrás dela, no meio de pinheiros que decoram o centro do jardim, há a Fonte dos Alpes, criada em 1975.
A Arena dominante é o monumento que lembra mais do que qualquer outro, a origem romana da cidade e é também o seu símbolo. O grande anfiteatro da Arena de Verona é o terceiro maior do mundo, entre aqueles que restam e um dos mais bem preservados no mundo.
No lado oeste da praça encontra-se o Palazzo della Gran Guardia de estrutura imponente, usado como um local para importantes exposições, congressos e reuniões, cujo logradouro se encaixa na continuidade da Arena, quebrando a linha de casas coloridas com vista para a zona dos cafés e geladarias.
À sua direita, olhando para a arena, vê-se o Palazzo Barbieri, que é nos dias de hoje a Câmara Municipal de Verona. É um edifício construído pelos barbeiros da cidade, onde ficava o Hospital da Misericórdia e a Igreja de St. Agnes. É um edifício monumental em estilo neoclássico.

Da Piazza Bra, percorre-se uma curta distância até à Tomba de Giulietta (o túmulo de Julieta), o local de descanso final da heroína, que pode ser encontrado num claustro, no Convento di San Francesco al Corso, situado na Via del Pontiere.

O Convento onde se encontra o Tomba de Giulietta, pertenceu outrora aos monges Capuchinhos e remonta ao séc. XIII. A Tomba é o “cemitério” sentimental da cidade e é visitado por turistas românticos de todas as partes do mundo.

O túmulo é um sarcófago de mármore vermelho antigo, situado numa pequena sala rebaixada (uma espécie de cripta), junto de um claustro do antigo convento. É um sarcófago sem cobertura que se encontra completamente vazio e está indicado como o local de enterro de Giulietta, no início do séc. XIX. O túmulo em pedra mármore está ali há décadas, talvez séculos. 
Nos dias de hoje, o Túmulo de Giulietta é procurado por jovens casais, para ali fazerem celebrar os seus casamentos civis. Muitos vêm do estrangeiro, para coroar o seu sonho de amor no lugar onde os amantes, Romeu e Julieta viram as suas esperanças de futuro destruídas.

O lugar é de dificil descrição!... Mas poder-se-á dizer, que é magnificamente iluminado por duas belas janelas góticas, onde o túmulo vazio aguarda a homenagem romântica dos inúmeros visitantes.

Visita a Verona - 2º Dia - Parte IV


A partir da Casa di Giulietta caminha-se pela Via Cappello a caminho do rio Ádige. A meio caminho cruza-se a Via Giovanni Zambelli e no seguimento da Via Cappello segue-se pela Via Leoni.
Na Via dei Leoni destaca-se num pequeno largo umas interessantes escavações, que são os restos de uma antiga muralha e de uma torre romanas, dois metros abaixo do atual nível da estrada, que remontam à época romana de meados do século I a.C.
A Via Leoni na continuação da Via Cappello, onde a estrada se alarga consideravelmente, tornando-se luminosa e espaçosa. É um caminho curto, mas é uma rua importante, pois é ali que se encontram dois dos mais famosos monumentos da cidade: o portão romano dei Leoni (dos Leões) e a igreja românica-gótica medieval de San Fermo Maggiore.
Chiesa di San Fermo Maggiore, junto à margem do rio Ádige e bem visível da outra margem, encontra-se próxima da Ponte Navi (Ponte dos Navios). A Ponte Navi sobre o rio Ádige fica situada na extremidade oriental de Verona e é famosa pela memória da batalha entre Cangrande II e seu irmão rebelde Fregnano, que ocorreu em 1354. O local onde se encontra a Ponte Navi foi outrora um porto de rio, onde no passado se fazia o desembarque de mercadorias para fins aduaneiros.
No último trecho da Via Leoni, em direção à ponte, observa-se bela vista proporcionada pela Chiesa di San Fermo. É uma visão de beleza suprema quando observada da calçada de frente para a estrada principal de San Fermo, em linha com o ângulo do Palazzo Bottagisio (o local onde ocorreu o tratado de paz, conhecido por "armistício de Villafranca”, assinado por Napoleão III de França, e Francisco José d'Áustria, em 11 julho 1859, que lançou as bases para o fim da segunda guerra de independência, preparando o palco para a paz).
A Chiesa di San Fermo Maggiore tem uma estrutura muito interessante, sendo constituída por duas igrejas sobrepostas. No exterior, junto da porta principal destacam-se os túmulos suspensos, com os restos mortais de Aventino Fracastoro e de Giovanni da Tolentino. O primeiro era o médico e conselheiro de Cangrande I della Scala e o segundo o Conde della Stacciola, um importante guerreiro.  
Os primeiros vestígios desta igreja datam do séc. VIII. Muitas reformas importantes foram feitas pela Ordem dos Beneditinos no séc. XI, e foram eles que construíram a igreja superior e inferior, tendo também começado a construção da torre, que só foi concluída em torno do séc. XIII.
A fachada tem duas lojas e uma janela de caixilhos, bem como um portal impressionante de arquitetura românica, construído no séc. XIV.
O interior tem uma única nave com cinco absides, e é no "altar da Torre”, do século XVIII, em estilo barroco que se encontra o belo retábulo de Bellotti que retrata San Francesco. O santuário possui também um altar, feito com o trabalho de escravos, onde repousam as relíquias dos santos Fermo e Rústico.
Por uma porta no transepto direito, descemos pelo claustro românico, onde uma escada conduz à igreja inferior. Também este edifício tem uma  planta em cruz latina, mas com três naves divididas por colunas e pilares, com capitéis de pedra medieval. Nesta igreja inferior a atenção deve ser dada aos interessantes frescos do século XI e XIII que cobrem as colunas e pilares, onde se destaca o recentemente restaurado "Batismo de Cristo", no terceiro pilar do corredor esquerdo.

O que forma o individuo hoje?

Vivemos numa época em que temos liberdade para decidirmos quem queremos ser, além de podermos criar a nossa própria identidade, sem interferência de terceiros.

No entanto, a liberdade de poder fazer escolhas trouxe para junto de nós a angústia de infrentar a oposição de muitos cuja individualidade ainda não se encontra bem definida, ou daqueles cuja formação não é das melhores, além de nos obrigar constantemente a escolhas concretas no meio social em que nos encontramos. Conquistamos assim novas formas de estar no mundo, mas também ganhamos novos problemas e novas dúvidas.

Neste episódio do Café Filosófico podemos acompanhar as excelêntes
reflexões de vários especialistas sobre a construção da identidade nos sujeitos de hoje. Quais são os valores que nos formam e que nos guiam? Quem é, afinal, o sujeito contemporâneo? São essas as perguntas que os psicanalistas Benilton Bezerra, Diana Corso, Maria Rita Kehl, a psicóloga Rafaela Zorzanelli e o psiquiatra Rossano Lima Cabral, buscam responder nesta edição. Esta edição do Café Filosófico faz parte da série "Efeitos Psicológicos da Crise", preparada pelo psicanalista Benilton Bezerra.

A não perder.

Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Parte VII