Hautes-Alpes - Briançon

Briançon, devido à sua posição estratégica, sempre foi uma cidade com guarnição defensiva por ser uma cidade de fronteira com a Itália. Ao olhar para as pesadas fortificações ​​em torno da cidade velha, é fácil entender porque resistiu a várias ondas de invasões, às vezes sem mesmo lutar. Como muitas outras cidades francesas, foi fortificada três séculos atrás, embora sendo uma cidade já naturalmente protegida, pela sua localização em cima de uma enorme montanha de rocha íngreme.
A cidade antiga fortificada por Vauban e também chamada de "Cité Vauban" ou "Gárgula" é um lugar muito popular entre os turistas visitantes. As fortificações e arquitetura pitoresca fazem desta antiga cidadela uma verdadeira obra de arte.
O antigo centro histórico protegido dentro de muralhas rodeadas de um fundo fosso, foram construídos para defender a região das tropas austríacas no séc. XVII. O seu objetivo era duplo, prestar atenção à estrada para a Itália e negar ao inimigo uma posição estratégica que poderia ameaçar a cidade.
À sua volta podem ser descobertas as pistas para caminhantes, marcadas há muito por quem se aventura pelas colinas circundantes, um giro que nos leva em torno das muralhas, onde se pode desfrutar de magníficas vistas sobre os vales circundantes.
No interior das suas muralhas a antiga cidadela contém muitos tesouros, como igrejas, vários elementos arquitetónicos, fontes, relógios de sol… As suas ruas empedradas são muito íngremes e estreitas, embora muito pitorescas, que descem até à cidade nova, já fora de muralhas.
Briançon fica no sopé da descida do Col de Montgenèvre, possuindo ainda outras fortificações em seu redor, empoleiradas nas colinas à volta da principal cidade antiga amuralhada. Estas pequenas fortificações foram construídas nas alturas em torno dela, especialmente em direção ao leste, como o Forte Janus situado a menos de 1.200 m acima da cidade.
Dentro de muralhas a igreja paroquial, com suas duas torres, foi construída em 1703-1726, e ocupa uma posição muito visível fora de muralhas.
A Pont d'Asfeld, uma antiga ponte a leste da cidade, construída em 1734, forma um arco de 40 m de diâmetro, numa altura de 56 m sobre o vale profundo do rio Durance.
Em 8 de julho de 2008, vários edifícios de Briançon foram classificadas pela UNESCO como Património Mundial, como fazendo parte do grupo das "Fortificações de Vauban". Estes edifícios são: as Muralhas da cidade antiga, des Salettes Redoute, Fort des Trois-Têtes, Fort du Randouillet e a Ponte Asfeld. Estas obras foram projetadas por Sébastien Le Prestre de Vauban (1633-1707), um engenheiro militar do rei Louis XIV.
A cidade moderna, que possui um ótimo parque de autocaravanas, estende-se numa planície situada no sopé do planalto sudoeste, onde se situa a cidade velha, que hoje forma o subúrbio de St. Catherine.
Pelos vales à volta da cidade nova, correm rápidos os seus rios de águas límpidas, onde o Durance se destaca, por ser um afluente do rio Ródano. O rio Ubaye, afluente do Durance, dá ao seu vale e à cidade de Briançon, todas as boas razões para ser um centro incontornável do turismo desportivo, por proporcionar a prática do rafting e outros desportos de águas vivas.
No verão, o rio é um domínio de predileção para os rafts, caiaques e outros. A montante, transversalmente do Colo de Larche e do Colo de la Bonnette encontra-se o Parque do Mercantour, um paraíso para os caminhantes e os amantes da  Natureza.           
Descendo para Sul, ao longo de la Durance, atinge-se o Vale de La Valloise, porta aberta sobre o Parque National des Ecrins, que oferece aos alpinistas experientes uma escolha interessante de corridas em alta montanha.
Fonte: Fonte: http://www.snow-forecast.com / Wikipédia.org / http://www.snow-forecast.com / http://pt.franceguide.com / http://www.briancon-online.com

De Torino a Briançon

Saímos de Torino ao final da tarde, ainda com algumas horas de dia pela frente, a caminho dos Alpes italianos, pois iriamos ainda passar por estradas perigosas antes de atravessarmos a fronteira francesa, situada nos Altos Alpes, a fim de pernoitarmos na bela e histórica cidade de Briançon.
O caminho desde Torino até aos Alpes italianos é realizado pela E70, uma estrada que se faz primeiro por um longo vale bem cultivado, onde os milharais e vinhas abundam. Toma-se o caminho em direção aos Alpes e a estrada vai ziguezagueando pelo vale entre altas montanhas.
Depois vai-se trepando montanhas acima, atravessando tuneis e não mais parando de subir. Por vezes a estrada apresenta-se estreita e com piso em mau estado de conservação, com fendas que adivinham cedência de terras, devidas à erosão. Escavada nas montanhas a estrada vai ziguezagueando até ao cimo das montanhas, onde encontramos lá no alto, a povoação de Cesana Torinese, uma estação de esqui italiana muito bonita, onde se sente um ar muito puro e de uma frescura infinita.
Depois de muito se subir já quase sem gasóleo, foi ali que abastecemos de combustível, para encetarmos a última etapa daquele dia de viagem.
Passa-se a fronteira para a região francesa dos Altos Alpes e entramos no portão sul da Serre Chevalier. Bem perto da fronteira está localizada a povoação de Serre Chevalier, entre os 1.200 m e 2.800 m acima do nível do mar, é uma das maiores áreas de ski da França, com 250 quilómetros de pistas.
A povoação de Serre Chevalier está situada num vale virado para sul, entre o Col du Lautaret e a cidade de Briançon, rodeada com 13 aldeias que à distancia pontilham os vales mais baixos, situados entre altas montanhas.
Depois sempre a descer, em vertente virada a sul, a folhagem vai variando de tons, entre o verde-escuro, o verde-claro e o verde-amarelado das árvores, ganhando por vezes até tons alaranjados que vão colorindo a paisagem, passando-nos a ilusão de calor, mas que na verdade é o sinal que a natureza nos dá, relativo às baixas temperaturas sentidas durante a noite, naqueles lugares alpinos.
Assim se chega a Briançon, ao cair da noite. Depois de descermos até à cidade nova para irmos ao parque de autocaravanas, a fim de se fazer o reabastecimento de águas e esvaziamento de esgotos, fomos novamente para cima, até junto da cidade antiga amuralhada, para ali passarmos a noite, num grande parque de estacionamento, situado junto às muralhas, onde a maioria dos autocaravanistas preferiu ficar a pernoitar.
A bonita cidade alpina de Briançon situa-se na confluência dos vales dos rios Durance, Guisane e Cerveyrette. A 1.326 m de altitude, é a mais alta cidade francesa e a segunda da Europa (depois de Davos, na Suíça).
O largo vale do rio Durance abre-se ao norte, pelo passo de Montgenèvre, as portas da Itália, e desce para o sul a caminho de Gap e da Provença. Briançon é famosa pelo seu centro antigo situado numa antiga cidadela fortificada, outrora construída sob as ordens do Marechal de Vauban. É igualmente uma estação de ski pertencente ao domínio da Serre-Chevalier, de que ela foi a origem, em 1941, no sítio de Chantemerle.
Fonte: http://www.snow-forecast.com / Wikipédia.org / http://www.snow-forecast.com / http://www.briancon-online.com

Visita a Torino - Parte VI

Depois da visita ao Duomo, seguimos novamente para a Piazza Castello para em seguida irmos ao encontro da rua mais conhecida da cidade de Torino, a Via Roma.
A Via Roma é a mais impressionante rua da cidade e uma das principais do centro histórico de Torino. Ela liga a muito central Piazza Castello com a histórica estação ferroviária Porta Nuova e inclui no seu caminho a Piazza CLN e da famosa Piazza San Carlo, terminando na Piazza Carlo Felice. Orientada no eixo norte-sul, ela viaja paralelamente à grade de configuração da antiga cidade romana Taurinorum Julia Augusta.

Uma vez lá chegados, observa-se a notável perspetiva arquitetónica da Via Roma, com as suas igrejas “gémeas” de S. Carlo e S. Cristina, fechando o cenário do percurso. Na Piazza S. Carlo temos o Palazzo dell’Accademia delle Scienze que hospeda o Museo Egípcio e a Galleria Sabauda, que guarda obras de Beato Angelico, Bronzino, Mantegna, Veronese, Tintoretto, Gentileschi, Carracci, Reni, Tiepolo, entre outros.

É uma rua com uma vocação comercial diferenciada, interdita há maioria de veículos, sendo praticamente só de acesso pedonal. É imprescindível uma caminhada por ela, onde por baixo de pórticos, podemos observar os portais, as praças e a elegância.
Desde a sua renovação, a Via Roma tornou-se numa das principais rotas do comércio da cidade, realizado sob as arcadas características, onde estão sediados elegantes cafés, a histórica sede do jornal La Stampa, diversas lojas e boutiques exclusivas, mas também muitas lojas de pronto a vestir de conhecidas marcas.

Torino é famosa também por seus típicos cafés e por seus restaurantes de alto nível que se localizam pelas ruas com os pórticos que se espalham pela cidade e frequentá-los, significa fazer parte de uma das grandes tradições da cidade.
Por isso mesmo, andar a pé pela cidade é a melhor forma de a conhecer, e como há mais de 18 km de galerias porticadas por baixo dos edifícios, pode-se andar confortavelmente por elas, protegidos do sol, chuva ou neve, admirando os inúmeros cafés que vendem chocolates deliciosos, restaurantes e belas montras.

Depois do percurso pela Via Roma, caminha-se até à autocaravana para nela irmos até às margens do rio Pó, pois Torino é também uma cidade de jardins e de “águas” e nas margens do rio localizam-se alguns jardins e o magnífico Parco del Valentino, um dos símbolos da cidade.
Toma-se o movimentado Corso Vittorio Emanuele II, e chega-se, virando à direita  no sentido rio Pó, ao Parco del Valentino, que equivale, como diz o escritor Giuseppe Culicchia de Torino, “À Casa Mia”, o "terraço da cidade". O parque tem mais de 400 mil metros de verde intenso, que nos proporciona uma visão das colinas nevadas, que rodeiam a cidade.
Um passeio pela área verde, é imprescindível, onde se encontra o Castelo Valentino, onde está sediada a faculdade de arquitetura. Nos últimos anos o parque tem sido bastante atualizado, possuindo belos cafés nas margens do rio Pó, sendo o destino, ao pôr-do-sol, de muitos fãs de corrida e ciclismo.
Mas há um monumento em Torino que sobressai acima do resto, acima de tudo, que é a Mole Antonelliana. E foi para lá que seguimos, antes de deixarmos a cidade de Torino.
Projetada pelo arquiteto Antonelli, iniciada em 1863 (séc. XIX) e concebida como um templo judeu, para a sinagoga da cidade, a Mole é agora um monumento à unificação italiana e arrogância arquitetónica, que alberga o Museu Nacional de Cinema da Itália.
A Mole Antonelliana é uma enorme e conhecida torre, exuberante por fora, e muito bem decorada por dentro, considerada um símbolo para a cidade, com os seus mais de 160 metros de altura. Lá dentro podemos visitar o Museu do Cinema e subir de elevador até ao seu cimo, de onde se observa a cidade em todo o seu esplendor.
Fonte: http://revistaespresso.uol.com.br / Wikipédia.org / http://www.officeoftourism.org

Visita a Torino - Parte V - Duomo de Torino

Após a saída da Chiesa di San Lorenzo, seguimos agora em direção à Piazza di San Giovanni, onde se encontra o Duomo, a Catedral da cidade de Torino, desenhada por Guarino Guarini entre 1668 e 1694, com três portais em estilo toscano.
Tinha chegado o momento mais esperado por nós!... O Duomo, dedicado a San Giovanni Batista (São João Batista), é a unica igreja na cidade em estilo renascentista e nela se encontra o Sudário de Torino ou Santo Sudário, como é designado na Cristandade. O Sudário está ali guardado, desde o séc. XIV, e segundo a crença é o pedaço de pano de linho onde está gravada com sangue, a silhueta de Jesus Cristo, quando foi limpo durante a caminhada até à cruz, sendo considerado uma das mais importantes relíquias do cristianismo.
O Sudário, é uma peça retangular de linho com cerca de 4,5 metros de comprimento e 1,1 de largura. O tecido apresenta a imagem de um homem de 1,83m de altura que parece ter sido crucificado, com feridas consistentes, como as que Jesus sofreu antes de sua crucificação, como está descrito no relato bíblico.

A 28 de maio de 1898, o fotógrafo italiano Secondo Pia, tirou a primeira fotografia ao sudário e constatou que o negativo da fotografia assemelhava-se a uma imagem positiva do homem, o que significava que a imagem do sudário era, em si, um negativo.

As primeiras referências à existência de um possível Sudário surgem na própria Bíblia. O Evangelho de Mateus refere que José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus Cristo, com "um pano de linho limpo". São João também descreve o evento, e relata que os apóstolos Pedro e João, ao visitarem o túmulo de Jesus após a ressurreição, encontraram os lençóis dobrados.

As primeiras análises científicas de laboratório ao Sudário, foram realizadas em 1973 por uma equipe internacional de cientistas. Os resultados demonstraram, que a imagem do sudário é composta por inúmeras gotículas de tinta fabricada a partir de ocre, mas não foi autorizado o teste por datação carbono-14.

No exterior o Duomo destaca-se na Piazza di San Giovanni Battista, mostrando uma imponente fachada renascentista de mármore branco, com três portas das quais, a central, a principal, é encimada por um frontão e ladeado por duas volutas. A majestosa Torre Sineira bastante alta e em tijolo, é reconhecida de vários pontos da cidade, marcando imponente o ponto de situação do seu Duomo.

Ao entrar-se no Duomo os visitantes deparam-se com um interior austero, dividido em três naves com uma planta em cruz latina. Enriquecido com um pouco de cada século, o interior da Catedral está agora decorada nas laterais, por numerosas capelas, onde trabalharam uma grande variedade de pintores, escultores e decoradores. É numa das capelas à esquerda de quem entra, próxima do altar mor, que encontramos a capela do Santo Sudário. Numa vitrine à prova de bala, está exposta a urna de prata que guarda o Sudário ali conservado, desde 1998. Por cima da urna, por trás do vidro está exposta uma cópia do Santo Sudário.

Numa das capelas laterais também podemos ver o túmulo do jovem Beato Pier Giorgio Frassati, que iluminado de fé e caridade morreu de poliomielite (paralisia) depois de humilde e manso, enfrentar sozinho os sintomas terríveis da doença morbida, de cuja gravidade ele não se apercebia. Foi a visitar os pobres em suas casas que Pier Giorgio contraiu uma poliomielite fulminante que o levou de repente, até a morte em menos de uma semana, a partir de 29 de junho a 04 de julho, o dia que ele morreu. Quando os pais apavorados afinal compreenderam o que lhe estava a acontecer já era tarde. A vacina que veio rapidamente do Instituto Pasteur de Paris, já não tinha efeito devido ao avanço da doença.

Pier Giorgio Frassati nasceu em Torino, a 6 de abril de 1901 num sábado santo, era filho de uma das famílias mais proeminentes da alta burguesia de Torino, cuja mãe Adelaide Ametis uma pintora e o pai, Alfredo Frassati, que em 1895 com pouco mais de trinta e seis anos, fundara o jornal “La Stampa”, sendo eleito em 1913, Senador do Reino e que mais tarde foi embaixador da Itália em Berlim.
Numa das capelas laterais pode ainda ser visto o túmulo e escultura de Giovanna d'Orlier de la Balme. No topo falta o brasão da sua família, que foi destruído pelas tropas francesas durante a ocupação napoleônica.

A Catedral está localizada num dos mais ricos locais da história da cidade de Torino. A poucos passos dela estão os vestigios arqueológicos da antiga cidade romana, onde pode ser visto o Teatro Romano e outras ruinas da antiga Julia Augusta Taurinorum. 

Fonte: http://www.visitatorino.com / Wikipédia.org / http://piergiorgiofrassati.no.sapo.pt/

Visita a Torino - Parte IV - Chiesa Real di San Lorenzo

À direita da fachada monumental do Palazzo Reale e situada ao lado do portão do palácio, na Piazza Castello de Torino, encontra-se a Chiesa Reale di San Lorenzo, uma igreja que não tem uma fachada comum. Com a exceção da cúpula, não há nada que nos faça intuir a presença ali, de um edifício religioso. No entanto ali se encontra uma das igrejas mais bonitas da cidade e a sua fachada está dissimulada como um edifício comum, possivelmente para não alterar a uniformidade arquitetónica de todo o conjunto monumental da praça.
Emanuele Filiberto, duque de Sabóia, restaurou para esse efeito a capela ducal de Santa Maria Praesepe e dedicou-a a St. Lorenzo, nomeando-a Igreja Real.

Na fachada principal, uma placa comemora os que caíram na Rússia e nela um sino toca todos os dias às 17h15, em sua memória. Emanuele Filiberto,  e seu primo, Filipe II, rei da Espanha, lutaram juntos contra os franceses, em St. Quentin na Flandres em 1557, prometendo ambos construir uma igreja nos seus países, em honra de St. Lorenzo, para lembrar o dia da vitória final a 10 de agosto.
Dentro da igreja os turistas são sempre muitos e o seu interior é muito bonito. O teto com uma bela cúpula é suportado por colunas serlianas e é iluminado por oito janelas perfuradas por elípticas e um sistema de veios que formam uma estrela de oito pontas.
Toda a estrutura arquitetónica da igreja é definida com uma forma octogonal, e se nós olharmos, vemos a estrutura de cúpula, de arcos cruzados, que formam uma flor de oito pétalas de luz (oito, um número simbólico, na tradição cristã amplamente utilizado para pias batismais, que indica o dia perfeito, o dia da vitória e do retorno de Cristo, o dia sem fim, depois de nossos ciclos de sete dias da semana).
Acima, entre as janelas, quatro plumas representam os quatro evangelistas, e num fresco aparece um gráfico com a data do início de cada Evangelho e os seus símbolos característicos: São Mateus, com a marca do leão; São Lucas, o boi; São João, a águia.
Na igreja existem ainda muitos enfeites e esculturas, retratando anjos (mais de 400), cujos semblantes são todos diferentes. Na cúpula, a lanterna está situada a uma altitude de 50 metros e é o ponto mais alto da estrutura. No centro da cúpula, destaca-se o símbolo do Espírito Santo.
De particular valor é o seu altar, que data de 1680, um dos mais importantes no norte da Itália por seu estilo inovador. As lindas colunas em mármore policromado dão uma cor especial a todo o interior.

Graças ao pequeno tamanho, a igreja obriga a um recolhimento obrigatório, que é sentido particularmente devido à sua atmosfera íntimista.

Fonte: http://www.sanlorenzo.torino.it / Wikipédia.org

Visita a Torino - Parte III - Palazzo Reale

A partir da porta do Palazzo Madama, a Piazza Castello mostra-nos toda a sua dimensão. Esta ampla praça é a praça principal de Torino e o coração do centro histórico da cidade. Nela se fundem quatro das principais avenidas de Torino, a Via Garibaldi (pedestre), a Via Pó, a Via Roma e a Via Pietro Micca.
Sobre a Piazza Castello observamos ainda o Teatro Regio, com uma fachada de 1700, mas com um moderno interior, resultado de uma remodelação profunda realizada em 1973.
Da Piazza Castello passa-se à contigua Piazza Reale, dominada em toda a sua extensão oeste, pelo enorme Palazzo Reale ou Nuovo.

A construção do Palazzo Reale foi ordenada pela regente do reino, Maria Cristina, que queria para o Tribunal uma nova residência digna e sumptuosa. O local escolhido foi o local onde ficava o Palácio Episcopal, que oferecia uma posição aberta e ensolarada, com a vantagem de estar conectado com os outros edifícios que eram sede da corte. O Palácio do Bispo, depois de alguma controvérsia, foi finalmente demolido e substituído pela construção do atual Palazzo Nuovo. O novo edifício de planta quadrada, foi residência dos reis da Sardenha até 1859, e de Vittorio Emanuele II, rei da Itália, até 1865.

Subindo a escadaria monumental desenhada por Augusto Ferri (1864-1865), decorada por pinturas e estátuas do séc. XVIII, com a única exceção do monumento a Vittorio Amedeo I, chega-se ao primeiro andar, onde estão os apartamentos do primeiro andar, onde a visita começa.
A decoração e mobiliário interior testemunham a passagem pelo palácio de vários artistas que  lá trabalharam desde o séc. XVII ao séc. XIX. A lista de pessoas que cuidaram da decoração é longa, e inclui alguns nomes de grande prestígio.

Após o Salone grande, existem outras dependências que se sucedem uma após outra, todas decorados por tapeçarias francesas e do Piemonte. As tapeçarias com temas mitológicos são da região do Piemonte, onde se encontra a cidade, enquanto que o mobiliário foi encomendado artesãos e escultores da época.


Um dos salões mais sumptuosos do palácio é a Sala del Trono. Em 1848, Carlo Alberto saiu desta sala para chegar à Loggia, nas proximidades da Galeria de Armas, de onde anunciou o início da primeira Guerra de Independência.
O Salão do Conselho de Ministros possui uma mesa sobre a qual, segundo a tradição, Carlo Alberto assinou um tratado. Outro salão se segue, a maravilhosa sala de estudo chinesa, desenhada por Francesco Juvarra, com frescos de Claudio Beaumont.
A sucessão de magníficas salas só é interrompida pela simplicidade do quarto de Carlo Alberto.  Depois a sumptuosidade está de volta com a Sala de Jantar à qual se sucede a Galleria del Daniele, que tomou o nome da sua decoradora, Daniele Seyter, que pintou a abóbada em 1690.
A encantadora sala de estudo, no quarto da rainha Maria Teresa, é provavelmente a sala mais valiosa do palácio. O quarto é decorado com muito bom gosto com  pinturas de Beaumont, possuindo também um jogo precioso de molduras douradas e espelhos antigos. O quarto reflete perfeitamente a elegância refinada e culta dos seus habitantes.
Mais adiante fica o Escritório das Miniaturas, que abriga uma coleção iconográfica do séc. XIX da família de Sabóia. Outras salas interessantes são a "Alcova", o quarto de Carlo Emanuele II, e o Salão de Dança, onde outrora tinham lugar as festas e banquetes, e que hoje abriga a coleção de porcelanas chinesas.
A sucessão de quartos grandes termina com a uma enorme sala de dança, com suas colunas de mármore, provavelmente o melhor trabalho de Palagi, que ali trabalhou livre das obrigações impostas às decorações das outras salas.
O Palazzo Reale de Torino tem preservado intacto desde há muito tempo a sua estrutura e mobiliário, oferecendo uma documentação completa e antológica das artes decorativas do Piemonte, em torno da segunda metade do séc. XVII até ao séc. XIX. Como tal, o palácio é um museu maravilhoso, rico de elementos sugestivos.

 Fonte: Wikipédia.org / http://www.visitatorino.com/ / http://www.pianetatorino.it