La Moyenne Corniche



Quer seja a partir do cinema, da história da actriz Grace Kelly que de um dia para o outro se transformou em princesa do Mónaco, ou a partir da visita às cidades da Côte d'Azur, a Grande Corniche para muitos é apenas uma estrada. Mas não...

Entre Nice e Menton montanhas descem directamente para o Mediterrâneo. Três estradas foram construídas entre estas duas cidades. A estrada de la Corniche Grande, já percorrida por nós numa anterior viagem até Génova, é construída a grande altitude, por vezes com altitudes superiores a 400 metros, com belíssimas vistas para o mar e cidades próximas.

A Moyenne Corniche é igualmente interessante, e foi a percorrida por nós nesta viagem, de onde se desfrutam magníficas paisagens. A estrada de la Corniche Baixa (ou Route du littoral) é a que percorre todas as cidades e todas as aldeias do litoral, junto ao mar Mediterrâneo.

La Moyenne Corniche é a majestosa estrada que tal como o vento, cavalga a crista montanhosa junto à costa, a partir de Nice até Este de Menton e que nós na viagem de regresso a casa tivemos tempo para melhor observar, pois já tínhamos visitado as cidades à ida até Menton. É uma estrada sem paralelo, constituída por uma elegante estrada a meia encosta, que liga à estrada direita e abaixo da costa, a "Basse Corniche", no sopé da serra.

Dela se avistam várias vilas e cidades maravilhosas, desde o Mónaco, como Le Cap Ferrat e Villefranche-sur-Mer, que fica numa íngreme colina que contorna um curvo porto natural, sendo esta talvez a melhor imagem para descrever Villefranche-sur-Mer, um dos destinos mais aconchegantes da Côte d'Azur.

Protegida por uma cidadela do século XVI, Villefranche acolhe os visitantes em ruas sinuosas que descem do alto da colina, em direção ao mar, cercadas por muros. Um pouco mais adiante, a oeste, encontra-se a cidade vizinha de Villefranche, Beaulieu-sur-Mer, que é um belo lugar que já fez parte de Villefranche, da qual se separou em 1891, tornando-se independente.

Depois encontramos várias lindas cidades, como Nice, Vence, Saint Paul de Vence e Cagnes sur Mer, Antibes e Juan les Pins, Le Cap d'Antibes, Cannes e muitas outras até Saint Tropez.

Mas a Grande Corniche é também um parque com um labirinto de trilhas, com uma "Maison de la Nature" para informação de visitantes, oferecendo uma grande e detalhada diversidade de trilhos nas montanhas do Mercantour para caminhadas para observação de paisagens de tirar o fôlego, nas arredondadas colinas que estas montanhas formam.

Para além de tudo isto, para os amantes das observações de aves, o Parc de la Grande Corniche oferece a oportunidade de marcar uma águia ocasional, uma grande coruja, ou outra ave que paire por cima de nós.

Desde as estradas em direcção ao mar, do litoral de San Remo até à península de St Tropez, este novelo de estradas brilham à distância. Há até quem diga que num dia muito claro, talvez mesmo da ilha de Córsega, podem observar-se estas estradas, de forma sinuosa e fraca flutuando sobre o horizonte das curvaturas montanhosas do litoral continental...

Menton

Menton é uma pequena cidade vizinha do principado do Mónaco que tem um estilo Mediterrâneo, com uma forte influência italiana (a fronteira é apenas a três quilómetros de distância). A cidade velha supervisiona a baía, que se situa entre Cap Martin e Cap Mortola.

Menton é uma estância balnear formada pela Igreja de São Miguel e o seu casario muito característico que formam um todo de uma formosura quase indescritível. A cidade no Inverno, mantém usualmente numerosos eventos culturais.

Até meados do século XIX, Menton fazia parte do Principado do Mónaco, mas a cidade foi separada em 1860, tornando-se parte da França. Rumo ao oeste a estrada leva à Roquebrune e Cap Martin. Roquebrune é uma aldeia medieval que mantém um castelo muito antigo, do século X, que não visitámos por falta de tempo.

O Fim de Ano no Mónaco


Para passarmos o nosso dia e noite de final de ano de 2008, foi escolhida a zona junto à Marina de Monte Carlo, também designada de Porto de Hércules. À volta do Porto de Hércules, estende-se o bairro de La Condamine caracterizado por uma actividade comercial intensa, com muitas cafés, restaurantes e esplanadas.
La Condamine é o segundo bairro mais antigo do Mónaco, e o seu nome provem da Idade Média e significa o solo arável ao pé de uma aldeia ou de um castelo. Primeiro, encontra-se o mercado coberto da Place d'Armes, totalmente renovado, que proporciona um espaço de convívio, ao mesmo tempo moderno e funcional. Perpendicular à artéria comercial da rua Grimaldi, estende-se a zona de peões da rua Princesse Caroline constituída de numerosas lojas, ordenamentos paisagísticos e esplanadas de cafés, que revela ser uma passagem agradável para o Quai Albert I e a zona do porto.

No coração de uma baía natural onde os navegadores fenícios já tinham por hábito fazer escala, o Porto do Mónaco faz parte da cidade desde que o Príncipe Alberto I, instituiu em 1900 uma comissão encarregue pela construção de um porto que fornecesse um abrigo aos vários iates de recreio estacionados na Côte d'Azur, constituindo também uma saída para o comércio da região.
Nos anos 60, foram empreendidos estudos para melhorar a protecção do plano de água, dispondo, de diques implementados ao largo, sendo feito também um novo dique destinado a proteger o porto das marés provenientes do sector Leste. Estes estudos acabaram por levar, nos anos 80, à implementação de um procedimento chamado "muro de água fixo", através da construção de um dique semi-flutuante de 352 metros de comprimento.

As obras terminaram em Julho de 2002, tornando o porto de la Condamine ou Porto Hércules, com estas novas infra-estruturas de acolhimento, num dos maiores portos de recreio do Mediterrâneo, e contribuindo assim para o desenvolvimento da paisagem urbana e a economia do bairro de la Condamine, actualmente principal eixo do desenvolvimento económico do Principado do Mónaco.
Na foz do vale Vallon des Gaumates encontra-se a Capela Votiva, dedicada à santa padroeira do Mónaco e da Família Principesca. A capela da Santa Devota, foi construída no século XI, onde decorrem, todos os anos, no dia 27 de Janeiro, cerimónias em sua memória.

Para nós esta singela capela, serviu-nos de abrigo no final da tarde de fim de ano, que decorreu muito chuvosa, permitindo-nos assistir a uma belíssima missa rezada por um padre já ancião, com um ar boníssimo, que no final da homília, veio para a porta da capela, não só despedir-se de todos os fiéis que à missa assistiram, mas também desejar a todos um Bom Ano de 2009.

Foi aqui neste glamoroso local, que ainda durante o dia, escolhemos o café/restaurante mais bonito e simpático da Marina de Monte Carlo, onde iríamos passar a nossa noite de réveillon. Aqui ao início da noite, fomos carinhosamente recebidos por todos os funcionários e pelo dono do restaurante, onde durante toda a noite fomos mimados, sem esquecer a simpatia das restantes pessoas que tal como nós tinham escolhido o mesmo local para passar o réveillon.

Esta escolha, resultou melhor do que inicialmente tinhamos previsto, resultando num belíssimo final de ano, com o restaurante/bar cheio de gente jovem onde se degustou um menu de cozinha francesa absolutamente primoroso, que mais parecia não ter fim, regado com champanhe da melhor qualidade.

A Marina de Monte Carlo, é um local sinónimo de festa e famoso pelos quatro cantos do planeta por aliar um mar de um azul paradisíaco, gente bonita, restaurantes primorosos e uma noite dentro das casas nocturnas preparadas para o réveillon, para lá de agitada. No entanto e talvez devido ao tempo chuvoso que se fazia sentir, a cidade estava calma. Uma calma tão gostosa que me é difícil pensar nestes momentos lá vividos, sem uma enorme saudade.

Aqui onde milionários de todo o planeta, gostam de se encontrar, sem contudo se fazerem notar, tornando o local de uma simplicidade e tranquilidade impar, sem contudo deixar de ser ao mesmo tempo glamoroso. Afinal, este local proporciona o tradicional réveillon à beira-mar, com direito a contagem regressiva num grande ecrã situado na encosta onde se encontra o palácio, fogos de artifício, que em meu entender são bastante pobres para o local em causa, embora o som do buzinão que provem de centenas de iates, que se faz tradicionalmente ouvir à meia noite, seja um espectáculo fascinante e inesquecível.

Após a saída do restaurante, continuámos a festa no exterior, com as muitas actividades preparadas pelo principado, para o Natal e o Fim do Ano. Além de uma pista de gelo, encontrámos várias lojinhas de artesanato e de comes e bebes, como é comum em todas as cidades de França na época de Natal. A Vila Natal em tudo idêntica à sua homónima da nossa vila de Óbidos, garantia aos menos endinheirados uma festa tão ou mais divertida que a festa vivida dentro dos locais de caros réveillons...

O Grand Casino do Mónaco

Num mero rochedo no extremo leste da Provença, numa cidade escarpada sobre o Mediterrâneo, que se tornaria num território de inevitável sedução, num “principado de sonho”, e num país quase “irreal”, nasce o primeiro Casino de Monte Carlo.

Na segunda metade do século XIX, o Mónaco possuía uma economia frágil e instável, constantemente abalada pelas extravagâncias de seus governantes. Coube ao príncipe Carlos III, encomendar ao famoso arquitecto Charles Garnier, (também responsável pela Ópera de Paris), o projecto do grandioso edifício que abrigaria o primeiro Casino de Mónaco, a ser instalado no alto de um penhasco com uma maravilhosa vista da marina.

Inaugurado em 1878, ao qual deram mais tarde o nome de Casino de Monte Carlo, em honra do príncipe Carlos III, os seus luxuosos salões abrigavam visitantes nobres, milionários e aventureiros vindos de toda a parte para tentar a sua sorte, neste que acabou por ficar conhecido como o “pátio de recreio” dos ricos da época.

Graças ao seu casino, o Mónaco alcançou a estabilidade económica e financeira, apesar de ter a sua reputação seriamente abalada, demorando anos para recuperá-la. O sucesso do casino foi tal, que proporcionou ao príncipe lucros imensos e possibilitou a abolição dos impostos em 1869. Hoje o Casino de Monte Carlo é considerado a maior atracção do principado, recebendo desde turistas a grandes jogadores com acesso a exclusivas salas de apostas.

O casino foi concebido para ser um local dedicado à "arte dos jogos de azar", e trata-se de um edifício impressionante. O seu interior, em estilo "Belle Époque", lembra o tempo em que aqui se encontravam príncipes, aristocratas e aventureiros. Está rodeado de magníficos jardins e oferece uma vista soberba sobre a baía de Monte Carlo.

O edifício foi construído em 1863, com vista para o mar Mediterrâneo. No seu interior destacam-se: O "Atrium", pavimentado a mármore e com paredes de mármore pintadas a ouro, é cercado por 28 colunas em ónix e conduz ao auditório da ópera.
Actualmente as slots machines ocupam a Salle Blanche, e as roletas a Salle Europe, que por um preço módico se podem visitar, sendo o jogo, no entanto, para os mais afortunados. As salas destinadas ao jogo, compreendem uma sucessão de várias divisões, que nos apresentam vitrais, decorações fantásticas, admiráveis esculturas, várias pinturas alegóricas e candeeiros em bronze.

O Auditório da Ópera, também chamado "Salle Garnier", está decorado a vermelho e dourado, com uma profusão de baixos-relevos, frescos e esculturas. Aqui, há mais de um século, decorrem espectáculos internacionais de ópera, ballet e concertos de música.

Se olharmos para cima, nos telhados, podemos observar um impressionante trabalho de Victor Vasarely (pintor e escultor húngaro radicado na França, que faleceu em 1997, considerado o "pai da OP ART", abreviatura da Optical Art), com peças cerâmicas, geométricas e multicoloridas, que decoram os telhados do Centro de Convenções e do Auditório.

A parte de trás do Casino, em frente ao mar, está rodeada de terraços ensolarados. Em todo o exterior do casino podemos ver magníficos canteiros e relvados intercalados com lagos e repuxos de água, formando jardins de encosta que descem suavemente em direcção da rua comercial da cidade, formando uma perspectiva muito admirada por visitantes de todo o mundo.

Mónaco, o Rochedo mítico




Chegámos ao Mónaco no dia 30 de Dezembro. Embora a distância entre Nice e o Mónaco seja curta, a nossa chegada ao Mónaco fez-se já de noite, e como é nosso custume, fomos procurar o lugar onde pernoitar.
Parques para autocaravanas no Mónaco não existem ao ar livre, só existindo para estas, um parque subterrâneo, onde não se pode pernoitar. Assim sendo e depois de uma boa visita pela cidade de Monte Carlo, que é fabulosa à noite e que a essa hora já se encontrava vazia de trânsito e de gente, rumámos à cidade vizinha de Menton, onde encontrámos um bom parque a meia encosta, virado para o Mediterrâneo e com vista para uma das praias privadas da cidade. Aqui neste lugar bem sossegado, ficámos estacionados duas noites, fazendo o percurso para Monte Carlo de mota.
O Principado do Mónaco e o seu famosíssimo Rochedo estende-se entre a França e o Mediterrâneo. O prestígio e o renome deste atraente território encravado no território francês dos Alpes-Marítimos, vai muito para além das suas fronteiras, a propósito das quais a escritora Colette dizia que eram feitas de flores.

O espaço é limitado (195 ha), mas o sítio é encantador, ampliado em mais de 30 hectares entre 1969 e 1972 com terrenos ganhos ao mar, estende-se cerca de 3 km, ao longo da costa provençal. Protegido pelos contrafortes dos Alpes Marítimos ao longo de uma estreita faixa costeira de quatro quilómetros, (limitada pelos contrafortes montanhosos da Tête de Chien e do Monte Agel), com o seu clima temperado particularmente ameno e uma excepcional exposição ao sol de mais de 300 dias por ano, fazem do Mónaco uma terra de acolhimento por vocação.

O enclave está dividido em quatro zonas: A cidade velha, chamada de Mónaco Ville, é o local onde está o Palácio Real e o prédio do governo; La Condamine está situada aos pés da cidade velha, junto ao porto e com casas residenciais. A poucos minutos de La Condamine, está a capital Monte Carlo, cidade frequentada por gente famosa, artistas, desportistas de fama mundial e playboys europeus, possuindo diversos casinos e hotéis luxuosos. A última parte é o subúrbio industrial, chamado de Fontvieille.

Mónaco é um dos mais luxuosos locais de turismo do mundo. O minúsculo Principado é formado por quatro pequenos distritos, sendo o maior deles Monte Carlo, onde fica o famoso casino, devido ao qual o principado é sobretudo conhecido.

O primeiro casino, fundado em 1856, foi construído num promontório situado a norte do porto da antiga cidade, à qual deram mais tarde o nome de Monte Carlo, em honra do príncipe Carlos III. Este casino proporcionou ao príncipe lucros imensos e o sucesso foi tal que possibilitou a abolição de impostos em 1869.

Ainda hoje o Mónaco é um paraíso fiscal para alguns privilegiados, e os seus habitantes têm o rendimento per capita mais elevado do mundo. Conquistando algumas terras ao mar, o principado aumentou a sua superfície em 30%, mas mesmo assim é inferior ao Central Park de Nova York.

É o menor pais do mundo, depois da cidade do vaticano. Independente desde o século XIII, com alguns períodos de interrupção. Monte Carlo é uma cidade famosa pela sua sofisticação, pelos seus casinos e porque nas suas ruas se realiza o Grande Prêmio do Mónaco de Fórmula 1, sem dúvida um dos maiores eventos do país. O circuito pode ser percorrido por qualquer um de nós, o que é particularmente emocionante.

O rochedo do Mónaco, projectado sobre as águas do Mar Mediterrâneo, serviu de refúgio a várias populações primitivas. Os lígures, primeiros habitantes sedentários da região, eram montanheses acostumados a trabalhar em condições adversas.

A costa e o porto eram a saída para o mar de um destes povoados lígures, Oratelli de Peille. A região foi ocupada por fenícios, gregos e cartagineses. Inicialmente o Mónaco foi uma colónia grega, que posteriormente foi conquistada pelos romanos, no final do século II a.C..

Em 1191, Génova toma posse do território e, em 1297, o Sacro Império Romano-Germânico outorga o enclave a uma importante família genovesa, os Grimaldi, forçada ao exílio. A família francesa dos Goyon-Matignon sucede aos Grimaldi, adopta o seu nome e alinha Mónaco com a França.

Em 1793, a Monarquia Grimaldi é deposta pelo regime revolucionário da França, que anexa Mónaco. A família real retorna com a queda de Napoleão Bonaparte, em 1815. No ano seguinte, o Congresso de Viena coloca o Mónaco sob protecção do Reino da Sardenha, mas o território volta ao domínio francês em 1848.

Em 1861, um tratado restaura a soberania dos Grimaldi, em 1918, que prevê que a sucessão ao trono tenha a aprovação do governo francês e que, se a casa Grimaldi for extinta, o Principado se tornará ao protectorado francês...

Em 1962, o príncipe Rainier III outorga uma nova Constituição e estabelece um Parlamento eleito por sufrágio universal. O governo passa a ser dirigido por dois ministros, que devem ser cidadãos franceses e três conselheiros representantes do príncipe. Em 1993, o país torna-se membro da ONU e integra a União Europeia.

Apesar dos dramas familiares ilustrados por numerosos conflitos e até alguns assassinatos, a família Grimaldi, que festejou 700 anos, em 1997, é a dinastia mais antiga do mundo. O aniversário é em 8 de Janeiro, mas o apogeu das comemorações acontece durante três dias de festejos em Agosto.

O principado de Mónaco é um lugar ímpar, que nos remete a um mundo encantado, onde tudo funciona e onde“ todos são felizes”. O luxo e a beleza, principalmente a segurança faz-nos sentir como num conto-de-fadas...

Nice

Nice é muito mais do que a capital da Côte D'Azur, é a quinta maior cidade francesa e encerra uma rica arquitectura, além de ser um importante pólo cultural. Reúne os ricos e famosos de todo o mundo por causa de seu clima ameno, uma vegetação subtropical e o indescritível azul de seu mar, transformaram-na na maior estância da costa mediterrânica.

Localizada na baía dos Anjos, entre Mónaco e Cannes e distando apenas 30km da Itália, Nice é cortada pelos rios Pail lon e Magnan, que desaguam no Mar Mediterrâneo e tem como pano de fundo os Alpes.
Com lindas paisagens, a cidade é uma das mais turísticas de França e tem o segundo aeroporto mais movimentado do país. Cercada por lojas de alta costura e por Ferraris conversíveis por todos os lados, a cidade tem sotaque próprio e um estilo de vida glamoroso.

Nice foi fundada em 350 a.C. pelos gregos, para servir de entreposto comercial. A cidade de Nizza como se chamava naquela época, pertenceu à Itália até 1860 e esta influência italiana está presente na sua arquitectura, em especial nos edifícios da cidade antiga, junto da Colina do Château, que deve o seu nome ao castelo que em tempos aí existiu. Este bairro foi em grande parte restaurado, e os seus edifícios estreitos alojam galerias de arte, lojas e restaurantes.

A cidade também conta com muitos parques, museus e monumentos. Concentra ruínas romanas do século IV a.C. e cafés instalados em edifícios dos séculos XVII e XVIII, frequentados pela "beautiful people", que são a característica fundamental da cidade.

O seu passeio marítimo, a "Promenade des Anglais", que foi construído por volta de 1830, com fundos reunidos pela comunidade inglesa da cidade, é hoje uma estrada que se estende por 5 Km ao longo do mar, ladeada por praias de cascalho e um mar de um azul incrivel, de onde vem um premanente cheirinho a maresia, mas também rodeada de lojas, praças, galerias de arte e hotéis de luxo, como o Negresco, que evidencia a prosperidade de Nice.
Nesta viagem estivemos por duas vezes em Nice, uma quando íamos para o Mónaco e a outra quando fizemos o caminho de volta. Na segunda vez que por Nice passámos, era dia de Ano Novo e a multidão que ocupava a Promenade des Anglais, passeando ao sol de Inverno e gozando da brisa marítima, era imensa.
As suas praças de estilo veneziano estão sempre lotadas no Verão, até altas horas da madrugada. No entanto o seu Carnaval, em Fevereiro, é o ponto alto da animação de Nice, com 18 dias de festividades que terminam na terça-feira gorda, com carros alegóricos, um soberbo fogo de artifício e a famosa Batalha das Flores, que atrai visitantes de todo o mundo.

Discotecas sempre cheias fazem da vida nocturna da cidade uma das mais animadas da França. Em Nice, o sol aparece durante 300 dias por ano. E para aproveitar esse sol todo, a cidade oferece as suas lindas e famosas praias de cascalho.

A cidade também é uma excelente base para visitar outras atracções da Riviera, como Mónaco, Cannes, Antibes e Saint-Tropez, que ficam a pequena distância desta cidade. No interior, que não foi visitado por nós, por não haver tempo, há Grasse, berço do perfume francês, e Saint Paul de Vence, vila medieval, situada no alto de uma montanha da qual se tem a melhor vista da região.

Antibes, um lugar cheio de história

Antibes é uma cidade de marinheiros e jardineiros, de apaixonados por Mozart e Ray Charles, em suma, de "amadores" de arte. Antibes tem o sotaque e as cores da Provença, mas também a paixão da Côte d'Azur, a sumptuosidade dos parques à inglesa e o dourado das suas praias...

Antibes terá sido fundada no século V ou IV a.C. pelos Fenícios de Marselha também conhecidos por massaliotas. Mais tarde foram os gregos que a ocuparam dando-lhe o nome de "Antipolis" e foi integrada mais tarde no Império Romano. Antibes foi também a sede de um episcopado desde o século IV até 1244, data em que a sede episcopal foi transferida para Grasse.
Mais tarde com a chegada dos Grimaldi, uma família genovesa aliada dos Angevinos (família mediéval constituida pelos Condes e Duques de Anjou, que detiveram o poder em Inglaterra, França e na Sicilia), que a partir daí estiveram muito presentes na Provença Oriental, ascendentes da mesma família que hoje detêm o poder no Mónaco, a cidade mudou de governantes.

Entre os membros dessa família, os irmãos Luc e Marc Grimaldi, filhos de António Grimaldi, tinham emprestado valores monetários ao Papa de Avinhão que não os pôde reembolsar por essa dívida. Por consequência, os irmãos Grimaldi tornaram-se senhores de Antibes, o mais belo porto da região, e aí estiveram até 1384. A cidade só foi integrada no território francês em 1860.

Antibes possui algumas magníficas ruínas da época romana. A cidade romana de "Antipolis" era fornecida com água, por dois aquedutos, que ainda hoje abastecem a cidade. O Aqueduto de Fontvielle que tem origem em Biot e abastece a zona ao longo da costa, e um segundo aqueduto, chamado o Aqueduto Bouillides ou Clausonnes, que tem início na zona de Valbonne e que abastece o resto da cidade.

Localizada na região dos Alpes Marítimos, a cidade de Antibes é dividida em vários bairros. Nela podemos citar apenas os mais conhecidos: A própria Antibes, o Cap d'Antibes e Juan Les Pins.

Em 1880, a localização actual em Juan-les-Pins foi "descoberta" pelo Duque de Albany, filho da rainha Victória. Naquela época, Juan Les Pins era rodeada por um pinhal e praias idílicas. Juan-les-Pins teve os seus dias gloriosos na década de 1920, quando os americanos trouxeram um certo estilo de vida à zona, que proporcionava já nessa época, o tão apreciado relaxamento, desfrutando do sol e da praia e até de tardes ou noites de... jazz.

O sucesso foi imediato. Qualquer cidadão europeu em férias e em especial a juventude endinheirada da época, em busca de diversão e até as mais famosas estrelas americanas da época, como Frank Jay Gould, Scott Fitzgerald e Douglas Fairbanks, estavam habituados a ir à Juan-les-Pins. Era o início dos "Loucos Anos Vinte", e após a Segunda Guerra Mundial, a exuberante atmosfera de Juan-les-Pins foi retomada novamente, tornando-se na época a "European New Orleans".

O Festival de Jazz de Juan-les-Pins entra na história do Jazz em 7 de Julho de 1960, data da sua inauguração, sendo o "Primeiro Festival Internacional de Jazz". Este evento foi criado por Jacques Souplet em colaboração com Jacques Hebey.

Este festival sem precedentes até então, reuniu orquestras de 13 países de toda a Europa, na esperança de ser nomeado o melhor festival europeu de Jazz. Dado o enorme sucesso do Festival, que continua a acolher em cada mês de Julho, os mais famosos músicos internacionais, contando todos os anos com os mais entusiasmados fãs!
A zona de Antibes propriamente dita, está localizada num local geograficamente notável, pois a cidade beneficia de estar situada numa península que avança pelo Mediterrâneo. Antibes desfruta de 25 km de litoral divididos entre enseadas, praias de seixos e praias de areia fina. Antibes possui cinco portos, incluindo Port Vauban, que é nada mais nada menos que a maior marina da Europa!

Esta península conhecida por Cap d'Antibes é uma zona de montanha coberta de pinheiros, onde se encontra um farol, o farol Garoupe. O sítio atrai inúmeras celebridades do mundo do cinema, principalmente os habituais no Festival de Cannes, o que aumenta a reputação do lugar.

Antibes deu o antigo nome, "Antipolis", a uma importante área de actividade da cidade, conhecida por Sophia Antipolis, localizada na zona de Valbonne, que agrupam as empresas de investigação e desenvolvimento em novas tecnologias.
O Museu Picasso, é um lugar a não perder, ocupando o Château Grimaldi em Antibes. Em 1946, Pablo Picasso teve a oportunidade de criar oficinas no palácio e em 1957, recebeu oficialmente o título de "Cidadão Honorário" da cidade de Antibes. Em 1966, o Château Grimaldi naturalmente tornou-se o Museu Picasso, onde existem cerca de 245 obras do artista.

Outro ponto de interesse famoso de Antibes é o Marineland, um parque aquático e um Dolphinarium, fundado em 1970 em Antibes, na costa mediterrânica, na estrada junto ao mar da Riviera Francesa.

Nenhuma cidade azureana nos oferece tantos encantos diversos e contrastantes como Antibes, sendo em suma, "a única de todas as cidades da Costa Azul que tão bem manteve a sua alma", como disse um dia Graham Greene.

O Fascínio de Cannes

Chegámos a Cannes já ao início da noite, e encontrámos o lugar de pernoita junto ao caís a Este da cidade, com vista para a baía, ao lado do Casino Palm Beach. Depois de uma boa noite de descanso e relaxe, no dia seguinte fomos de mota fazer o passeio pela cidade que demorou todo o dia, pelo que só voltámos à autocaravana à noite.

Verdadeiro símbolo de uma geração de estilo e glamour irrepreensíveis, esta serena e pacata vila francesa cedo se tornou no paradigma da boa vida, de momentos vividos no pleno das emoções, terra de sol e cheiro a lavanda que o vento trás, onde cada recanto transpira segundos de eternidade.

Repleta de estrelas e ofuscada por uma beleza quase perfeita, com os seus hotéis e cafés de charme que convidam a jornadas de descanso demorado, Cannes apropria-se de forma perfeita do aglomerado de pequenas casas de pescadores nas doces colinas que serpenteiam pelo Mediterrâneo, dos sorrisos fortes que evidenciam um prazer absoluto, do bronzeado perfeito que evidencia um mar de tentações em permanência.

O seu soberbo passeio maritimo, "La Promenade de La Croisette" enfeitado com palmeiras e jardins, é ladeado por praias de areia fina. Na marginal abundam lojas e hotéis de luxo, como o Carlton, construído em 1907, cujas duas cúpulas teriam sido inspiradas nos seios da Belle Otéro, uma personagem famosa do "demi-monde" de finais do séc. XIX. (Carolina Otero Iglesias, foi uma bailarina espanhola, de muitos e famosos amores, lindíssima, também conhecida como a "sereia do suicídio", que nascida pobre perto de Pontevedra, em 1868, seria considerada a mais famosa bailarina europeia, do início do séc. XX).
Desde a Idade Média até o início do século XIX, Cannes era uma pequena aldeia de agricultores e pescadores, cujo nome "Cannes" tem origem no desembarque de cana-de-açúcar, que nos primórdios era feito no seu porto. Foi totalmente revolucionada no início do século XIX, mais precisamente na década de 1830, quando os aristocratas franceses e até estrangeiros começaram a construir residências de férias nesta região, transformando-a gradualmente numa cidade turística por excelência.

A cidade antiga. no bairro Suquet, aparece nos socalcos sobre as colinas do Mont Chevalier. Parte da antiga muralha rodeia a Place de la Castre, onde fica a igreja de Notre-Dame d'Espérance, em estilo gótico provençal, construída entre os séculos XI e XIV para vigiar os piratas que se aproximavam da costa. Aqui podemos também encontrar a Rue du Suquet, uma ladeira estreita e cheia de restaurantes encantadores, que é sem dúvida uma das ruas mais frequentadas da cidade.

O responsável pelo crescimento de Cannes foi Lord Henry Peter Brougham (1778-1868). Naquela época, Lord Henry Brougham era um respeitado e talentoso político, que descobriu Cannes em 1834. Impedido de ir para Nice devido a um surto de cólera, instalou-se em Cannes, que era na altura um pequeno porto de pesca.

Seduzido pela beleza do local e pelo seu clima ameno, mandou construir uma mansão, encorajando os seus compatriotas a descobrirem também o local. Além disso e após ter comprado terras ao oeste de Suquet, serviu-se dos seus vários contactos com os políticos franceses, para ajudar a desenvolver a Riviera francesa.

Deu-se assim o primeiro passo para uma grande expansão que a tornou num concorrido destino de férias. Actualmente é uma das cidades do Sul de França mais conhecidas devido ao seu famoso festival de cinema que aqui acontece todos os anos em Maio. Nessa altura do ano os cerca de 70 mil habitantes, aprendem a lidar com o buliço que se cria em torno das estrelas que visitam a cidade.

Metrópole do cinema e das festas a um ritmo impossível, Cannes é também um perfeito exemplo de um ambiente descontraído e ligeiro, em que cada amanhecer é eterno e cada azul celeste a memória perfeita a ser retratada na máquina dos sonhos...