Antibes, um lugar cheio de história

Antibes é uma cidade de marinheiros e jardineiros, de apaixonados por Mozart e Ray Charles, em suma, de "amadores" de arte. Antibes tem o sotaque e as cores da Provença, mas também a paixão da Côte d'Azur, a sumptuosidade dos parques à inglesa e o dourado das suas praias...

Antibes terá sido fundada no século V ou IV a.C. pelos Fenícios de Marselha também conhecidos por massaliotas. Mais tarde foram os gregos que a ocuparam dando-lhe o nome de "Antipolis" e foi integrada mais tarde no Império Romano. Antibes foi também a sede de um episcopado desde o século IV até 1244, data em que a sede episcopal foi transferida para Grasse.
Mais tarde com a chegada dos Grimaldi, uma família genovesa aliada dos Angevinos (família mediéval constituida pelos Condes e Duques de Anjou, que detiveram o poder em Inglaterra, França e na Sicilia), que a partir daí estiveram muito presentes na Provença Oriental, ascendentes da mesma família que hoje detêm o poder no Mónaco, a cidade mudou de governantes.

Entre os membros dessa família, os irmãos Luc e Marc Grimaldi, filhos de António Grimaldi, tinham emprestado valores monetários ao Papa de Avinhão que não os pôde reembolsar por essa dívida. Por consequência, os irmãos Grimaldi tornaram-se senhores de Antibes, o mais belo porto da região, e aí estiveram até 1384. A cidade só foi integrada no território francês em 1860.

Antibes possui algumas magníficas ruínas da época romana. A cidade romana de "Antipolis" era fornecida com água, por dois aquedutos, que ainda hoje abastecem a cidade. O Aqueduto de Fontvielle que tem origem em Biot e abastece a zona ao longo da costa, e um segundo aqueduto, chamado o Aqueduto Bouillides ou Clausonnes, que tem início na zona de Valbonne e que abastece o resto da cidade.

Localizada na região dos Alpes Marítimos, a cidade de Antibes é dividida em vários bairros. Nela podemos citar apenas os mais conhecidos: A própria Antibes, o Cap d'Antibes e Juan Les Pins.

Em 1880, a localização actual em Juan-les-Pins foi "descoberta" pelo Duque de Albany, filho da rainha Victória. Naquela época, Juan Les Pins era rodeada por um pinhal e praias idílicas. Juan-les-Pins teve os seus dias gloriosos na década de 1920, quando os americanos trouxeram um certo estilo de vida à zona, que proporcionava já nessa época, o tão apreciado relaxamento, desfrutando do sol e da praia e até de tardes ou noites de... jazz.

O sucesso foi imediato. Qualquer cidadão europeu em férias e em especial a juventude endinheirada da época, em busca de diversão e até as mais famosas estrelas americanas da época, como Frank Jay Gould, Scott Fitzgerald e Douglas Fairbanks, estavam habituados a ir à Juan-les-Pins. Era o início dos "Loucos Anos Vinte", e após a Segunda Guerra Mundial, a exuberante atmosfera de Juan-les-Pins foi retomada novamente, tornando-se na época a "European New Orleans".

O Festival de Jazz de Juan-les-Pins entra na história do Jazz em 7 de Julho de 1960, data da sua inauguração, sendo o "Primeiro Festival Internacional de Jazz". Este evento foi criado por Jacques Souplet em colaboração com Jacques Hebey.

Este festival sem precedentes até então, reuniu orquestras de 13 países de toda a Europa, na esperança de ser nomeado o melhor festival europeu de Jazz. Dado o enorme sucesso do Festival, que continua a acolher em cada mês de Julho, os mais famosos músicos internacionais, contando todos os anos com os mais entusiasmados fãs!
A zona de Antibes propriamente dita, está localizada num local geograficamente notável, pois a cidade beneficia de estar situada numa península que avança pelo Mediterrâneo. Antibes desfruta de 25 km de litoral divididos entre enseadas, praias de seixos e praias de areia fina. Antibes possui cinco portos, incluindo Port Vauban, que é nada mais nada menos que a maior marina da Europa!

Esta península conhecida por Cap d'Antibes é uma zona de montanha coberta de pinheiros, onde se encontra um farol, o farol Garoupe. O sítio atrai inúmeras celebridades do mundo do cinema, principalmente os habituais no Festival de Cannes, o que aumenta a reputação do lugar.

Antibes deu o antigo nome, "Antipolis", a uma importante área de actividade da cidade, conhecida por Sophia Antipolis, localizada na zona de Valbonne, que agrupam as empresas de investigação e desenvolvimento em novas tecnologias.
O Museu Picasso, é um lugar a não perder, ocupando o Château Grimaldi em Antibes. Em 1946, Pablo Picasso teve a oportunidade de criar oficinas no palácio e em 1957, recebeu oficialmente o título de "Cidadão Honorário" da cidade de Antibes. Em 1966, o Château Grimaldi naturalmente tornou-se o Museu Picasso, onde existem cerca de 245 obras do artista.

Outro ponto de interesse famoso de Antibes é o Marineland, um parque aquático e um Dolphinarium, fundado em 1970 em Antibes, na costa mediterrânica, na estrada junto ao mar da Riviera Francesa.

Nenhuma cidade azureana nos oferece tantos encantos diversos e contrastantes como Antibes, sendo em suma, "a única de todas as cidades da Costa Azul que tão bem manteve a sua alma", como disse um dia Graham Greene.

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