Zurique



Saímos de Berna já de noite e por isso decidimos ir até Zurique pela auto-estrada, porque de noite todos os gatos são pardos…

Surpreendeu-nos no caminho a quantidade de promiscuidade homossexual nas estações de serviço a caminho de Zurique e como já chegámos tarde à cidade, também nos surpreendeu a enorme quantidade de prostituição à entrada da cidade.

As cidades da Suíça junto aos lagos assemelham-se muito, em especial nas marginais junto dos lagos. À noite ainda mais se assemelham, em especial pela beleza da reflexão das cidades nos seus lagos.

A cidade é muito bonita à noite, apetecendo ficar e vaguear pela cidade iluminada. Junto ao rio, na rua que delimita o bairro antigo, também poderemos encontrar uma série de bons cafés e nos pequenos hotéis também se pode encontrar um bom piano bar. Este bairro é delimitado pelas traseiras da estação de comboio e pela margem do lago Zurique e estende-se pela encosta da montanha.

O lugar escolhido para a pernoita, foi um largo e sossegado parque de estacionamento junto do lago, onde a presença constante da policia se fazia sentir. Um local que na manhã seguinte se revelou muito concorrido pelos habitantes de Zurique para aí fazerem praia, nos pontões de embarque para barcos de recreio.

Zurique é a maior cidade da Suíça e que teve sempre um papel fundamental na sua história. A cidade situa-se no nordeste do país, no cantão alemão e é palco de um grande fervor cultural, com um ambiente cosmopolita e com muitas outras características das grandes cidades europeias.


Acredita-se que a origem do nome advém das línguas celtas, talvez da palavra Turus, até pelo facto dos Celtas terem colonizado aquela área pelo menos desde o ano 500 a.C. O nome atribuído à cidade pelos Romanos era Turicum.

A cidade foi destruída no século V pelos alamanos. Converteu-se em cidade imperial em 1218, entrando na Confederação Helvética em 1351 e obtendo grande importância, graças à aquisição de numerosos condados vizinhos e à grande prosperidade do seu artesanato têxtil.

Ulrico Zuínglio, introduziu a reforma protestante em Zurique a partir de 1519 e a cidade e o cantão foram governados pela rica burguesia protestante até à reforma liberal de 1830.

Zurique é o centro financeiro da Suíça e uma das bolsas de valores mais importantes da Europa. A alta finança e os grandes bancos suíços, tão importantes para a economia nacional, estão sediados em Zurique.

O caudaloso rio Limmat que se junta ao lago de Zurique, divide a cidade em duas metades. A parte oriental conhecida como Niederdorf, inclui a majestosa Catedral Grossmünster do século XIII, e tem muitos cafés e pequenas lojas.

A metade ocidental é a mais antiga da cidade e concentra-se à volta da Lindenhof, a plataforma que oferece uma excelente vista da cidade. Ali perto fica a igreja medieval, a Fraumünsterkirche com bonitos vitrais de Marc Chagall e a Städtische Verwaltung (Câmara Municipal).

Bahnhofstrasse é a ampla rua que vai dar à Estação Central e tem a fama de ser uma das ruas de comércio mais elegantes da Europa com várias joalharias e boutiques de grande classe.

Fonte: Wikipédia

A Negra Alma da Inveja


"Com a inveja e o ciúme, não há calma nem repouso para aquele que está atacado desse mal. Os objectos de sua cobiça, de seu ódio, de seu despeito, levantam-se diante dele como fantasmas que não lhe dão nenhuma trégua e o perseguem até no sono."

Allan Kardec


A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crónica na vida de uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem.

Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por consequência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia do depreciador: “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim, compenso meu complexo de inferioridade”.

O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detective da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.

Faz geralmente o género superior, quando na realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros o seu precário contacto com a felicidade.

A inveja sempre foi uma emoção subtilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.

A inveja, o despeito, o rancor e muitos outras formas de comportamento poderão quando utilizadas por pessoas de mau carácter ter efeitos desastrosos sobre os "espíritos fracos", e que se manifestam nos locais mais diversos, como o ambiente de trabalho, as grandes superfícies comerciais e até com muita frequência em reuniões sociais.

No entanto, deve referir-se que a maior das defesas é a nossa auto-confiança, a segurança nas nossas atitudes e comportamentos e muito especialmente e neste aspecto, convém ter bem presente que nunca devemos gabarmo-nos dos nossos êxitos, não falarmos mais do que o necessário e dentro do possível fazer uma selecção das pessoas com quem nos relacionamos.

Apesar de todos os cuidados, estamos rodeados de cargas negativas e contra elas temos de nos defender com tudo o que esteja ao nosso alcance, tendo bem presente que defendermo-nos não significa "atacar", e que se usarmos as mesmas armas a lei da "causa efeito" encarrega-se a seu tempo de nos castigar...

O passeio por Berna

Embora a noite tivesse decorrido sob trovoada e chuva forte, o dia amanheceu com um sol esplendoroso e a temperatura subiu bastante.

O acordar em Berna é como o acordar no campo, onde o silêncio se faz sentir, ouvindo-se passarinhos a cantar e o remexer da folhagem pelo vento. O rio corria mesmo ali ao lado, com um caudal impressionante.

O local escolhido para a pernoita, foi um simpático e sossegado parque de estacionamento, ensombrado por grandes plátanos, na Untertorbrücke, próximo da cidade antiga, onde as pessoas falando alemão, pareciam conhecer-se todas, pois cumprimentavam-se afavelmente quando se cruzavam.

Com muitas das suas ruas reservadas a peões e aos transportes públicos, a compacta Cidade Velha (Altstadt) de Berna, proporciona agradáveis passeios a pé ou de bicicleta, o nosso meio de transporte favorito, pois só assim poderemos apreciar as suas belas ruas medievais, com mais de 6 Km de arcadas, que albergam lojas e restaurantes de todo o tipo.


A Cidade Velha ficava ali próximo a cerca de 350 m, embora se tivesse que subir a colina para lá chegar. Percorremos todo o centro da cidade, sempre animado pelos transeuntes e turistas. Neste trajecto destaca-se a Gerechtigkeitsgasse, que se prolonga pela Kramgasse e depois pela Marktgasse.

Esta é a principal artéria da Cidade Velha. É uma rua comercial, que se estende de Este a Oeste, onde se encontram 5 das suas 11 fontes e as suas mais belas torres. A Zytologge, a torre do relógio, que era a porta Ocidental e a Kafigtum, a torre da prisão, que foi entre 1250 e 1350 a porta posterior. Esta artéria desemboca na Bundesplatz, uma praça ladeada por cafés, onde às terças e sábados se faz um mercado de frutas e flores.

Foi na Kramgrasse que almoçámos, debaixo de uma arcada no simpático restaurante “Zu Webern”, onde se degustaram óptimas saladas de polvo, tenro e delicioso.

Mesmo em frente, no nº 49, fica a Einsteinhaus, a casa-museu onde o grande físico e matemático alemão Albert Einstein viveu entre 1903 e 1905, tendo sido aqui que iniciou o desenvolvimento da teoria da relatividade.

A cidade de Berna foi construída com arenito local em estilo gótico, com cumeeiras, janelas de sacada e arcadas, conservando os seus seculares edifícios, mais do que qualquer cidade da Europa.

Uma casa, depois de um restaurante, depois da loja, após outra loja… Linhas inteiras de casas, fundem-se num todo integrado, onde todos os edifícios estão ligados por longos passeios cobertos, as arcadas. Faça chuva ou faça sol, é um puro prazer passear nesta avenida, uma das mais comerciais da Europa.


Depois do almoço pagámos nas bicicletas e subimos mais um pouco, até à Zytologge, a famosa torre do relógio que foi em tempos a porta ocidental da cidade, sendo depois utilizada como prisão para prostitutas.

Esta fantástica Torre do Relógio tem bonecos que aparecem um pouco antes da hora para fazer uma espécie de sátira. O seu elaborado carrilhão começa a tocar quatro minutos antes da hora.

No caminho ouviu-se o som espectacular de um saxofone e através desse som dirigimo-nos até ao local, onde um músico empoleirado no alpendre situado no cimo da escadaria da Rathaus (Câmara Municipal de Berna), tocava o seu saxofone.

Era um músico do grupo de jazz "bejazz", que ensaiava para o espectáculo de rua preparado para o final da tarde, a decorrer em cima de um palanque negro, mesmo ali no pequeno largo junto à Rathaus.

Também ali ao lado se encontra a St Peter e St Paul-Kirche, uma igreja construída em 1858, que também foi visitada por nós.

A partir do largo onde se encontra a Rathaus e para Oeste estende-se a Rathausgasse, uma rua paralela à Kramgasse. A outra paralela a esta rua é a Mustergasse, que nos leva à catedral da cidade, cujas arcadas se enchem às terças e sábados, com bancas de mercado.

Deixando a Zytologge e percorrendo a Kramgasse, que é a principal via do antigo traçado medieval de Berna, podemos observar as múltiplas fontes, com datas de construção a partir do século XVI.

Continuámos o nosso passeio pelo centro da cidade, passando pela Bundesplatz, local onde se encontra a Assembleia Federal (Bundeshaus).

A cúpula nobre da Casa do Parlamento, preside acima da cidade, a poucos metros da estação principal, e também do rio Aare, bem como a torre de menagem e todos os outros lugares de interesse em Berna. Na maioria dos dias, as portas da Casa do Parlamento, são abertas ao público e os visitantes autorizados a assistir ao processo de vida do parlamento.

Ali descemos por uma escadaria até a um belo miradouro situado no cimo de uma encosta do rio Aare e devido ao calor que nesse dia se fazia sentir, podemos observar lá em baixo uma enorme multidão de habitantes da cidade, que procuravam para se refrescarem, as águas certamente frescas das piscinas e do rio Aare.

Deixámos a margem alta do Aare e pedalámos até à Catedral de Berna, situada na Munsterplatz, que se encontrava em obras de restauro e que por isso tinha a sua cripta protegida.

Agora o cansaço deste longo passeio urbano já se começava a sentir, mas a satisfação do que estávamos a viver era mais forte... O avistar da catedral da cidade, o Münster St Vinzenz, em estilo gótico, construída no século XV, é verdadeiramente empolgante, uma vez que os seus 100m de altura não nos deixaram indiferentes.

No seu interior decorria um concerto de música clássica e por isso, não nos deixaram entrar, nem podemos comprar bilhetes para o concerto, uma vez que tinham esgotado. No entanto o seu elemento mais notável, estava ali à nossa frente, o seu magnífico portal central, repleto de pequenas figuras pintadas. O Münsterplatz, a praça em frente à Catedral, foi outrora um famoso local de encontros ao longo dos séculos.

Do lado direito da catedral, entra-se por um portão em ferro e encontramos uma zona de lazer, a Munsterplattform. É um fabuloso miradouro e dali avista-se a cidade nova e o seu rio de incrível caudal com as suas margens verdejantes, que só por si nos transmitiram uma sensação de frescura, naquele dia de tanto calor.

Também ali podemos descer até à margem Oeste do rio Aare, por um fantástico elevador que fica junto ao café-esplanada do miradouro onde estivemos sentados tanto tempo para refrescar e descansar. Depois pegámos nas bicicletas e fomos novamente até à Rathaus, para assistirmos ao concerto jazz que para ali estava previsto ao entardecer.

O concerto foi espectacular e após este, descemos para Norte, até ao rio Aare, onde estava situada a nossa AC, que ali nos esperava no recatado parque à sombra de frondosos plátanos.
Fonte: Wikipédia / Google Maps

A bela cidade de Berna

Enquadrada num pitoresco cenário nas margens do rio Aare, Berna possui um precioso centro histórico medieval, impecavelmente conservado.

Berna é uma cidade diversa e bela. De todas as cidades suíças, Berna é em meu entender, uma das mais encantadoras. É a capital da Suíça e está situada numa península estreita e íngreme, feita por uma curva do caudaloso rio Aare onde as colinas em seu redor, bem como as altas encostas do rio, são generosamente arborizadas.
O seu sossego relaxante, as suas ruas pavimentadas com paralelepípedos, as suas magníficas fontes e os seus edifícios imponentes com arcadas de arenito, têm mudado pouco ao longo de mais de quinhentos anos. Ao longo dos séculos, a paisagem urbana foi preservada praticamente intacta, sendo Berna um dos exemplos mais impressionantes da típica arquitectura da cidade medieval na Europa.

O plano de ruas medievais perfeitamente conservados, com as suas arcadas, fontes de rua e as várias torres convenceram a UNESCO a considerar Berna como Património Mundial. Vistos da Cidade Velha os telhados das casas e os Alpes majestosos no horizonte, são deslumbrantes.

Berna foi fundada em 1191 por Bertoldo V, duque de Zähringen. Segundo a tradição, o duque propôs que a cidade receberia o nome do primeiro animal que caçasse. Como foi um Bär (urso em alemão), a cidade passou a designar-se Bärn.

Berna é por este motivo também conhecida como a "cidade dos ursos" (o símbolo da cidade), dado que a palavra Berna (Bern) deriva do alemão "Bär" (urso). Deste modo, o urso é o animal que aparece no escudo bernense.

Em 1353, Berna tornou-se o oitavo cantão da então jovem Confederação Suíça. Após um incêndio em 1405, a cidade foi inteiramente reconstruída. Em 1848, a nova constituição federal faz de Berna a capital da Suíça.
Berna foi o local de trabalho de Albert Einstein, o físico de origem alemã que desenvolveu ali parte da sua Teoria da Relatividade e onde são feitas as famosas barras de chocolate Toblerone e onde o queijo emmental, conhecido como queijo suíço, estendeu a mão para o mundo.

O esplêndido rio Aare, verde e cintilante, torce e gira ao lado da Cidade Antiga e oferece inúmeros paraísos repousantes. O Aare é um rio sem poluição e que atrai pessoas de todas as idades, especialmente no Verão quando a sua água refrescante convida qualquer um a pular e refrescar-se no meio da cidade. No entanto os banhos de piscina também são outro dos melhores passatempos favoritos dos Berneses.

Fonte: Wikipédia

Neuchâtel



O dia amanheceu chuvoso e acordei com uma enorme má disposição. Decidi que não iria visitar a cidade e que em vez disso, iria descansar e se possível dormir o mais profundamente possível.

No entanto recordo Neuchâtel de passagem ao cair da noite, quando como é nosso costume, fizemos o reconhecimento da graciosa cidade velha, a Ville Ancienne, repleta de fontes e casas construídas em grés amarelo-suave.

Neuchâtel é a capital do cantão suíço de Neuchâtel e o seu nome significa literalmente em francês, Novo Castelo.

Repousando na margem Oeste do lago Neuchâtel, o maior lago inteiramente suíço, é um local encantador e com um ambiente marcadamente gaulês. Neuchâtel é bastante conhecida por seus fabricantes de relógios, cujas origens remontam ao séc. XVIII, e ainda pela variedade típica do seu fondue (o fondue Neuchâteloise).

A cidade situa-se no meio de vinhas e tem um coração medieval. Os seus edifícios em pedra calcária amarelo-pálida, levaram Alexandre Dumas a afirmar que a cidade parecia esculpida em manteiga.

O nome de Neuchâtel, deriva de uma estrutura construída como fortaleza no segundo período de governo da Borgonha. A cidade tornou-se então propriedade da família francesa de Orleans-Longueville por herança.

É notável a influência da cultura francesa trazida para Neuchâtel por essa dinastia, como se comprova pelos estilos Luís XIII e Luís XIV de muitas casas da Place des Halles e das ruas que circundam essa praça central.

A sua belíssima Place des Halles, é a antiga praça do mercado, com muitos cafés animados, enquanto a zona mais elegante da cidade se situa na margem a nordeste do porto. Nesta praça destaca-se a Maison des Halles, com torreões, que foi outrora uma elegante galeria de mercado renascentista (séc. XVI).

Era nesta casa que se vendiam os cereais, no rés-do-chão e os tecidos, no piso superior. Na sua parede oriental, ricamente ornamentada, ostenta o brasão da família Orléans-Longueville.

Mais tarde e uma vez mais por herança, Neuchâtel tornou-se propriedade pessoal do rei da Prússia depois de 1707. Nessa altura a sua vida intelectual e cultural floresceu. Depois Neuchâtel, juntou-se à Confederação Suíça em 1815 e ficou com uma posição política peculiar. Tornou-se um cantão suíço, permanecendo no entanto vinculado ao rei da Prússia.

A região é afamada pelos seus vinhos, celebrados em Setembro como em tantos outros locais, na Fête dês Vendanges (Festa das Vindimas) e possui 15 km de praias lacustres acessíveis, que convidam a todos os tipos de actividades aquáticas.

O passeio sobre as muralhas em volta do castelo, parece que se deve recomendar, pois oferece uma bela panorâmica sobre a cidade.

O dia foi decorrendo nublado e chuvoso, mas com algumas abertas. No entanto no final do dia e depois do regresso da família, partimos sob chuva torrencial e vento forte, a caminho de Berna, a capital da Suíça.

Fonte: magicswitzerland.com

A caminho de Neuchâtel (Parte II)

A partir de Grandson, a estrada acompanha sempre a margem Oeste do lago Neuchâtel até à cidade do mesmo nome. As cidades e vilas desta margem do lago possuem praticamente todas castelos medievais ou abadias de grande interesse histórico e artístico, contendo alguns deles óptimos museus.

Champagne, é uma pacata cidadezinha do cantão de Vaud que se encontra depois de Grandson, onde as vinhas ocupam praticamente todos os terrenos para além do casario, que pelos campos se estende.

Ali podemos ver várias casas de quinta, notando-se que a população se dedica em grande parte, ao cultivo da vinha. O termo "champagne", deriva do latim popular "campânia", que designava uma paisagem de longos campos abertos.

Os seus vinhos, os “vinhos de Champagne”, como se denominam os vinhos produzidos neste vilarejo suíço, rivalizam sem querer, com os vinhos famosos e sobejamente conhecidos da região francesa com a mesma denominação.

A região francesa de Champagne produz, em grande maioria, vinhos brancos efervescentes chamados simplesmente de “champagne”, sem mais especificações. A palavra "champagne", é então protegida com grande vigilância pelos franceses, uma vez que esses vinhos possuem "denominação de origem controlada".

Assim tem havido problemas relativos à denominação de origem demarcada, com a pequena cidade de Champagne, situada no cantão de Vaud, na Suíça, que teve que renunciar a mencionar o nome de Champagne nos vinhos (não espumantes), produzidos no seu território de 28 hectares, com o mesmo nome, segundo um acordo internacional entre a Suíça e a União Europeia, em Dezembro de 1998.

Os viticultores suíços recorreram contra essa cláusula na Corte Europeia de Justiça, no Luxemburgo, mas o processo ainda não teve julgamento. Enquanto isso, o vinho deste vilarejo vai sendo vendido com a denominação "Livre-Champ".

A seguir aparece a vila da Saint-Aubin-Sauges, que é habitada desde tempos muito antigos, evidenciados por vestígios que remontam ao Neolítico.

Romanos, francos e depois da queda do Império Romano, invadidos por tribos germânicas como os Burgúndios, ("Montanheses", de origem escandinava, que deram seu nome à Borgonha), colonizaram a região, que se abriu ao cristianismo a partir do século VI.

Aqui foi edificado o primeiro santuário, sob o patrocínio do bispo de Angers. Este santuário é mencionado pela primeira vez em 1083, e em 1176 foi objecto de doação do bispo de Lausanne para a Abadia de Saint Maurice, que reconstruíram a igreja em 1180.

Um santuário cresceu em torno do suposto túmulo do santo, contra um rochedo nas margens do rio Ródano, em 390, sendo substituído por um mosteiro em 515, que continua a existir como a mais antiga abadia a norte do Alpes. Desde a Idade Média, que o templo de Saint-Aubin, como foi chamado, era o coração espiritual da região.

A Abadia de Saint-Maurice exerceu a sua autoridade sobre a região espiritual de Béroche até à Reforma. Em 1566, um acordo foi alcançado depois dos antigos paroquianos ocuparam a Abadia e adquiriram os direitos sobre a igreja e a casa paroquial.

Em 1433, o lugar foi transformado em mansão e Saint-Aubin e adquirido por Jean I de Neuchâtel, Senhor do condado de Neuchâtel.

Hoje, a vila é a maior da região de Béroche. Várias pequenas indústrias constituem a principal área de actividade. A agricultura, em particular a viticultura e a pecuária, são as principais formas de ocupação tradicional, mas que nos dias de hoje, apenas se encontra concentrada em algumas fazendas.

Já perto de Neuchâtel, encontramos as cidades de Boudry e Colombier. Boudry é uma cidade pequena e pitoresca, situada junto ao lago Neuchâtel e na foz do rio l'Areuse, com um castelo do séc. XVI, que abriga um museu de viticultura, a principal actividade agrícola da região.

As margens do rio l'Areuse, dão origem a encantadoras paisagens ribeirinhas, aproveitadas turísticamente com percursos pedonais belíssimos, com pontes entre as margens, algumas de épocas medievais e outras com notáveis marcas contemporâneas.

A pequena cidade de Colombier, ainda no distrito de Boudry, está situada numa elevação de terreno a cerca de 5oo m de altitude e possui também um enorme castelo, construído no séc. XII sobre fundações romanas, reconstruído e ampliado no séc. XIV e XVI.

Foi ocasionalmente, utilizado como residência, por um prussiano governador de Neuchâtel e nos dias de hoje contém um museu militar e uma colecção de fotografia.

A chegada a Neuchâtel, fez-se ainda de dia e a tempo de fazer o habitual reconhecimento da cidade, para além da procura e rápido encontro da excelente AS de Neuchâtel, em local alto a ver o lago, por cima de telhados de casas apalaçadas e em local sossegado, que nos proporcionou uma repousante estadia.