A partir de Grandson, a estrada acompanha sempre a margem Oeste do lago Neuchâtel até à cidade do mesmo nome. As cidades e vilas desta margem do lago possuem praticamente todas castelos medievais ou abadias de grande interesse histórico e artístico, contendo alguns deles óptimos museus.
Champagne, é uma pacata cidadezinha do cantão de Vaud que se encontra depois de Grandson, onde as vinhas ocupam praticamente todos os terrenos para além do casario, que pelos campos se estende.
Ali podemos ver várias casas de quinta, notando-se que a população se dedica em grande parte, ao cultivo da vinha. O termo "champagne", deriva do latim popular "campânia", que designava uma paisagem de longos campos abertos.
Os seus vinhos, os
“vinhos de Champagne”, como se denominam os vinhos produzidos neste vilarejo suíço, rivalizam sem querer, com os vinhos famosos e sobejamente conhecidos da região francesa com a mesma denominação.
A região francesa de Champagne produz, em grande maioria, vinhos brancos efervescentes chamados simplesmente de “champagne”, sem mais especificações. A palavra "champagne", é então protegida com grande vigilância pelos franceses, uma vez que esses vinhos possuem "denominação de origem controlada".
Assim tem havido problemas relativos à denominação de origem demarcada, com a pequena cidade de Champagne, situada no cantão de Vaud, na Suíça, que teve que renunciar a mencionar o nome de Champagne nos vinhos (não espumantes), produzidos no seu território de 28 hectares, com o mesmo nome, segundo um acordo internacional entre a Suíça e a União Europeia, em Dezembro de 1998.
Os viticultores suíços recorreram contra essa cláusula na Corte Europeia de Justiça, no Luxemburgo, mas o processo ainda não teve julgamento. Enquanto isso, o vinho deste vilarejo vai sendo vendido com a denominação "Livre-Champ".
A seguir aparece a vila da Saint-Aubin-Sauges, que é habitada desde tempos muito antigos, evidenciados por vestígios que remontam ao Neolítico.
Romanos, francos e depois da queda do Império Romano, invadidos por tribos germânicas como os Burgúndios, ("Montanheses", de origem escandinava, que deram seu nome à Borgonha), colonizaram a região, que se abriu ao cristianismo a partir do século VI.
Aqui foi edificado o primeiro santuário, sob o patrocínio do bispo de Angers. Este santuário é mencionado pela primeira vez em 1083, e em 1176 foi objecto de doação do bispo de Lausanne para a Abadia de Saint Maurice, que reconstruíram a igreja em 1180.
Um santuário cresceu em torno do suposto túmulo do santo, contra um rochedo nas margens do
rio Ródano, em 390, sendo substituído por um mosteiro em 515, que continua a existir como a mais antiga abadia a norte do Alpes. Desde a Idade Média, que o
templo de Saint-Aubin, como foi chamado, era o coração espiritual da região.
A
Abadia de Saint-Maurice exerceu a sua autoridade sobre a região espiritual de
Béroche até à Reforma. Em 1566, um acordo foi alcançado depois dos antigos paroquianos ocuparam a Abadia e adquiriram os direitos sobre a igreja e a casa paroquial.
Em 1433, o lugar foi transformado em mansão e
Saint-Aubin e adquirido por
Jean I de Neuchâtel, Senhor do
condado de Neuchâtel.
Hoje, a vila é a maior da região de Béroche. Várias pequenas indústrias constituem a principal área de actividade. A agricultura, em particular a viticultura e a pecuária, são as principais formas de ocupação tradicional, mas que nos dias de hoje, apenas se encontra concentrada em algumas fazendas.
Já perto de
Neuchâtel, encontramos as cidades de
Boudry e
Colombier.
Boudry é uma cidade pequena e pitoresca, situada junto ao
lago Neuchâtel e na foz do
rio l'Areuse, com um castelo do séc. XVI, que abriga um museu de viticultura, a principal actividade agrícola da região.
As margens do rio l'Areuse, dão origem a encantadoras paisagens ribeirinhas, aproveitadas turísticamente com percursos pedonais belíssimos, com pontes entre as margens, algumas de épocas medievais e outras com notáveis marcas contemporâneas.
A pequena cidade de
Colombier, ainda no distrito de
Boudry, está situada numa elevação de terreno a cerca de 5oo m de altitude e possui também um enorme castelo, construído no séc. XII sobre fundações romanas, reconstruído e ampliado no séc. XIV e XVI.
Foi ocasionalmente, utilizado como residência, por um prussiano governador de Neuchâtel e nos dias de hoje contém um museu militar e uma colecção de fotografia.
A chegada a
Neuchâtel, fez-se ainda de dia e a tempo de fazer o habitual reconhecimento da cidade, para além da procura e rápido encontro da excelente AS de
Neuchâtel, em local alto a ver o lago, por cima de telhados de casas apalaçadas e em local sossegado, que nos proporcionou uma repousante estadia.
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