Visita a Florença - Palazzo Vecchio - 3º Dia (Parte IV)

Após o jantar e dos momentos bem passados da Piazza della Republica, resolvemos aproveitar o resto da noite, para fazer a visita ao Palazzo Vecchio, que naquele dia fechava à meia-noite.

Assim sendo, caminhamos até à Piazza della Signoria e após a compra dos bilhetes iniciámos a visita ao palácio.

A fachada principal dá uma impressão de enorme solidez, para o qual contribui em muito o seu acabamento externo, rústico em "pietraforte". Está dividida em três andares principais com cornijas a marcar a separação entre cada um deles, as quais sublinham duas filas de janelas geminadas neogóticas em mármore, com arcos acrescentados no séc. XVIII em substituição das originais. Alguns destes arcos possuem buracos, que podiam ser utilizados para derramar óleo fervente ou pedras sobre eventuais invasores.
Este palácio foi inicialmente, a sede da casa das autoridades máximas da cidade de Florença, sendo provisoriamente utilizada pela família grã-ducal até 1540, quando Cosimo I de Medici mudou a residência para o recém adquirido Palazzo Pitti, sendo nessa época que o palácio tomou o nome de "velho".

As transformações aplicadas por Vasari são do período entre 1550 e 1565. O interior foi redecorado sumptuosamente, tendo em conta o novo papel do palácio, como sede do governo de Florença e como residência oficial da família governante.
O primeiro pátio, ao qual se acede ao interior do palácio, é feito pelo portão principal da Piazza della Signoria e foi projectado em 1453, por Michelozzo.

Este pátio de entrada é absolutamente surpreendente, com um belíssimo trabalho de estuque dourado e branco, com frescos do século XVI, deve a sua elegante estrutura à segunda metade do séc. XV. O pátio abre para a antiga Armaria agora frequentemente utilizada pela Câmara Municipal para organizar exposições.

No primeiro andar encontramos o grandioso Salone dei Cinquecento (Salão de 500), um trabalho de Cronaca (1495) e que foi utilizado para as assembleias do Conselho Geral do Povo, após as reformas do Estado, provocadas por Girolamo Savonarola.

As paredes da sala, que tinham sido originalmente decoradas por Michelangelo e Leonardo da Vinci e que por isso se pensa esconderem pinturas desconhecidas destes dois pintores imortais, devem muitas das suas decorações presentes a Vasari e seus alunos, que remontam à segunda metade do séc. XVI.

O tecto apainelado, os frescos nas paredes, a secção elevada da sala com estátuas de Bandinelli e Caccini, as esculturas de De Rossi com cenas da vida de Hércules, contribuem para o rico e complexo simbolismo e oferecem uma visão histórica e precisa do passado glorioso da família Medici.

O salão também apresenta o Génio da Vitória, de Michelangelo. Em contraste com a grandiosidade do salão, mas também sumptuoso, o Studiolo de Francisco I, uma jóia da arte e sensibilidade maneirista, onde o príncipe se retirou para meditar e olhar os seus tesouros (em cerca de 1570).
A visita continua nos quartos no primeiro andar, cada um dedicado a uma personalidade da família Medici (Cosimo, o Velho, Lorenzo, Leão X), todos com frescos maravilhosos.

No segundo andar, encontramos o "Bairro dos Elementos" e os apartamentos de Eleonora de Toledo, esposa de Cosimo I. Apesar da rica decoração em geral, vale a pena admirar a pequena capela da princesa, que foi magnificamente decorada por Bronzino (1503-1572).
A visita continua percorrendo as salas oficiais, como a Sala de Audiência e a Câmara Lily com sumptuosos tetos, cuja decoração e portas remontam ao séc. XV. A secção final dos apartamentos é monumental e preserva a colecção Loeser, doada à cidade de Florença, pelo crítico de arte americano Charles Loeser, que morreu em 1928. A colecção inclui pinturas e esculturas da escola toscana desde o séc. XIV ao séc. XVI, com obras de Tino da Camaino, Berruguete, Rustici, Bronzino e Cellini.

Após a visita ao Palazzo Vecchio, por volta da meia-noite, fomos a pé até à Piazza Santa Maria Novela, que mesmo aquela hora da noite se encontrava com muitos jovens sentados nos seus relvados. Foi ali que por trás da Igreja de Santa Maria Novela apanhámos o autocarro urbano para a Piazzale Michelangelo, a fim de retornarmos ao Parque de Campismo Michelangelo, para ali pernoitarmos pela última vez, antes de deixarmos a cidade de Florença.
Fonte: Wikipédia /http://www.museumsinflorence.com

Visita a Florença - 3º Dia (Parte III)


Na Piazza del Duomo, fizemos uma paragem numa esplanada para descansarmos. Depois uma caminhada até à margem direita do rio Arno, onde entre a Ponte Vecchio e a Ponte S. Trinitá assistimos ao pôr-do-sol.

Florença é o lugar mais encantador do mundo, especialmente quando o rio Arno fica dourado à luz do poente e por isso, quem a visita, tem que gozar pelo menos uma vez, a partida do Sol junto das suas margens.

Já anoitecia e rapidamente o apetite chegou. Resolvemos caminhar até à Piazza della Republica, para ali jantarmos e passarmos algumas horas da noite. Pelo caminho as ruas escuras, com pizzarias e geladarias, sempre com turistas e muitos jovens caminhantes.

Depois no final de uma rua deparou-se-nos a Loggia del Mercato Nuovo, popularmente conhecida como a Loggia del Porcellino, que é um edifício aberto que abriga durante o dia um mercado de rua. É assim chamado para distingui-lo do Mercato Vecchio, localizado na área da actual Piazza della Repubblica.

Este mercado foi construído em meados do séc. XVI no centro da cidade, a poucos passos da Ponte Vecchio e que inicialmente, era destinado à venda de bens de luxo e de tecidos de seda. Hoje é um mercado destinado ao turismo, onde são vendidos durante o dia, artigos de couro e souvenirs.

O ponto focal do mercado é a Fontana del Porcellino (Fonte do leitão), na verdade uma cópia em bronze de um javali por Pietro Tacca, do séc. XVI. O original pode ser encontrado no Palazzo Pitti.

A tradição popular diz que esfregar o nariz no nariz de porquito, traz fortuna, por isso ao longo do tempo, a estátua foi adquirindo um certo brilho nesse local. A tradição incentiva os visitantes a colocarem uma moeda na boca do porco, após esfregarem o seu nariz. Também segundo a tradição, o desejo será concedido se a moeda cair através da grelha para onde a água cai. A inclinação da grelha é de tal forma, que a maioria das moedas cai lá dentro...

Depois a chegada à grande Piazza della Reppublica, no centro de Florença, em estilo neoclássico. É um lugar central e animado, onde as pessoas se encontram e se espalham pelas esplanadas dos seus inúmeros cafés e restaurantes.

Vale realmente a pena passar por esta animada praça, no fim da tarde ou à noite. Esta praça, no coração da cidade foi ao longo do tempo, uma área que sempre manteve a sua função como um local de encontro, começando por acomodar o mercado, definindo o espaço público destinado ao comércio, perto dos espaços complementares nas proximidades, a Piazza del Duomo para assuntos políticos e Piazza del Comune, agora Piazza della Signoria, para os assuntos políticos e civis.

Hoje a Piazza della Repubblica é um lugar vivo, onde se encontram artistas de rua e exposições improvisadas, bem como o local de encontro de homens de cultura e escritores famosos, nalguns cafés da praça, como o Caffè Gilli, o Paszkowski, o Caffè Giubbe Rosse e o Caffè Gambrinus.

O nosso jantar decorreu no histórico Caffè/Ristorante Gilli, cheio de turistas e onde se degustou boa comida italiana. Aqueles que entram no caffè Gilli são imediatamente envolvidos no encanto dos seus dois séculos e meio da história.

O seu estilo Liberty, do início do séc. XX, com paredes cor de marfim, lustres de vidro de Murano, frescos no tecto, arcadas interiores, com um comprido e bonito balcão do bar com uma enorme oferta, bem como a sua refrescante esplanada, que oferece uma boa e variada ementa com produtos da Toscana, fazem com que os momentos ali passados sejam verdadeiramente inesquecíveis.

Fonte: Wikipédia / http://www.worldlingo.com

Dante Alighieri (1265 - 1321)

Dante Alighieri (Florença, 1 Junho de 1265 — Ravenna, 13 ou 14 de Setembro de 1321), foi um escritor, poeta e político florentino. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como “il sommo poeta” ("o sumo poeta").
Seu nome, segundo o testemunho do filho Jacopo Alighieri, era um diminutivo do seu verdadeiro nome, "Durante", que nos documentos, era seguido de "Alaghieri" o nome da família, que segundo alguns biógrafos era de nobre ascendência.

Foi muito mais do que apenas um literato, numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo.

Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal, era extensível aos seus filhos, foi afastado dos seus parentes e sobre ele recaia uma pena de morte, se voltasse a Florença. Apesar dessa condição, o seu amor incondicional pelo saber e a sua capacidade visionária, transformaram-no no mais importante pensador de sua época.

Sua mãe morreu quando era ainda criança e seu pai, quando tinha apenas dezoito anos. Pouco se sabe sobre a vida de Dante e a maior parte das informações sobre sua educação, sua família e suas opiniões são geralmente meras suposições.

As especulações sobre a sua vida deram origem a vários mitos que foram propagados por seus primeiros biógrafos, dificultando o trabalho de separar os factos reais da ficção.

No entanto é nas suas obras que podemos encontrar muita informação, como na “La Vita Nuova” (Vida Nova) e na “La Divina Commedia” (A Divina Comédia). Na sua obra, Vida Nova, Dante fala de seu amor platónico por Beatriz (provavelmente Beatrice Portinari), que encontrara pela primeira vez quando ambos tinham 9 anos e que só voltaria a ver 9 anos mais tarde, em 1283. Há quem diga, no entanto, que Dante a viu uma única vez, nunca tendo falado com ela. No entanto não há elementos biográficos que comprovem o que quer que seja.

Nos tempos de Dante, o casamento era motivado principalmente por alianças políticas entre famílias. Desde os 12 anos, Dante já sabia que deveria casar-se com uma menina da família Donati. A própria Beatriz casou-se em 1287, com o banqueiro Simone dei Bardi e isto, aparentemente, não mudou a forma como Dante encarava o seu amor por ela. Provavelmente em 1285, Dante casou-se com Gemma Donati, com quem teve pelo menos três filhos. Uma filha de Dante tornou-se freira e escolheu o nome de Beatrice.

Dante foi fortemente influenciado pelos trabalhos de retórica e filosofia de Brunetto Latini, um famoso poeta que escrevia em italiano e não em latim, como era comum entre os nobres, tendo também beneficiado da amizade com o poeta Guido Cavalcanti, ambos mencionados na sua obra.

Pouco se sabe sobre sua educação. Segundo alguns biógrafos, é possível que tenha estudado na Universidade de Bologna, onde provavelmente esteve em 1285. Na obra “La Vita Nuova”, seu primeiro trabalho literário de importância, iniciado pouco depois da morte de Beatriz, Dante narra a história do seu amor por Beatriz, na forma de sonetos e canções complementadas por comentários em prosa.

Durante o seu exílio Dante escreveu duas obras importantes em latim, “De Vulgari Eloquentia”, onde defende a língua italiana, e “Convivio”, obra incompleta, onde pretendia resumir todo o conhecimento da época em 15 livros, mas apenas os quatro primeiros foram concluídos. Escreveu também um tratado, “De Monarchia”, onde defendia a total separação entre a Igreja e o Estado.

A Divina Comédia (poema épico e teológico com 100 cantos, divididos em 3 livros, "Inferno", "Purgatório" e "Paraíso"), consumiu os últimos 14 anos da sua vida e estes escritos durariam até à sua morte, em 1321, que ocorreu pouco tempo após a conclusão da última parte, “Paraíso”. O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem, no Paraíso.
Cinco anos antes de sua morte, foi convidado pelo governo de Florença a retornar à cidade. Mas os termos impostos eram humilhantes, semelhantes àqueles que eram reservados a criminosos perdoados e Dante rejeitou o convite, respondendo que só retornaria se recebesse a honra e dignidade que merecia. Continuou em Ravenna, onde morreu e foi sepultado com honras.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities / Wikipédia

Visita a Florença - 3º Dia (Parte II)


A partir do Palazzo Strozzi, tomámos a Via degli Strozzi até encontrarmos a Piazza della Republica.

A Piazza della Republica está localizada no centro da cidade e ocupa um lugar muito importante na história romana. Nos tempos antigos, o local onde a Piazza della Republica está situada, foi ocupado pelo Fórum Romano, que foi demolido, em 1865.

Na era medieval, era o maior centro de venda e troca de mercadorias, realizando-se ali, um mercado fervilhante de actividade. Nas imediações encontrava-se, o Bairro Judeu e muitas igrejas.
No séc. XVIII, esta praça foi testemunha de uma nova renovação, numa área densamente povoada, quando a decisão de limpar a praça foi feita pelo conselho municipal. Como resultado, muitas casas, oficinas e igrejas foram demolidas. Em alguns museus da cidade algumas pinturas da época testemunham como esta praça era outrora.

Nos dias de hoje a Piazza della Republica, é um dos marcos mais importantes da cidade. É uma praça rodeada por majestosas arcadas que contribuem para aumentar ainda mais a sua aparência já em si espectacular.

Piazza della Republica encontra-se sempre repleta de turistas, artistas de rua e vendedores. Ocasionalmente a praça apresenta exposições improvisadas nas laterais da praça. Ali também se encontram alguns dos melhores restaurantes e cafés da cidade, servidos de boas e frescas esplanadas. Ainda ali se encontra a Edison, a maior livraria da cidade e a Riccordi uma excelente loja de música.

Depois enveredámos pela Via del Corso, virando na segunda rua à direita, em direcção à Casa Museu de Dante Alighieri. Esta antiga casa, fica situada na Via Margherita, numa peque praceta junto da Igreja Santa Margherita, também conhecida como Igreja de Dante.
No interior desta Igreja encontramos um quadro, representando o celebre encontro de Dante com a sua amada Beatrice e tumbas da sua família. Também ali se encontra o túmulo de Beatrice, mas dizem não ser verdadeiro. Acredita-se no entanto, que os restos mortais de Beatrice estejam no túmulo da família do seu marido, Simone Bardi, no interior da Igreja Santa Croce.
Ali perto, numa rua atrás da Igreja Santa Margherita, encontra-se o Bargello, o segundo principal museu da cidade, dono de um impressionante acervo de Donatellos, Michelangelos, Giambolognas e Cellinis.

Dali seguimos por ruelas estreitas até à Piazza del Duomo, mas como era domingo todos os monumentos estavam fechados e não podemos entrar no Duomo, pelo que tivemos que deixar esta visita para o dia seguinte, antes de deixarmos a cidade, a caminho de Siena.

Fonte: http://www.travel-to-florence.com / http://passioneperviaggio.blogspot.com

Visita a Florença - 3º Dia (Parte I)

O terceiro dia em Florença já começou tarde para nós, pois o dia anterior tinha sido muito cansativo. Após o almoço, apanhámos o autocarro urbano nº 13, na Piazzale Michelangelo para descermos na paragem principal da cidade, na Piazza de Santa Maria Novella, onde está situada a Basílica do mesmo nome.

Esta paragem de autocarros é também o terminal de urbanas da cidade e ali perto, também se encontra a principal estação ferroviária da cidade de Florença, nas traseiras da Basílica de Santa Maria Novella.

Esta igreja, foi concebida por Giorgio Vasari, o arquitecto da penúltima reforma e tendo mais tarde a interferência de Enrico Romoli, que fez a última reforma.

No século IX, já ali existia um pequeno oratório de Santa Maria delle Vigne. Em 1049, foi sobre ele construída uma pequena igreja, com o nome de Santa Maria Novella, que foi concedida em 1221 aos frades dominicanos.

A ampliação principal foi realizada em 1279, seguindo o projecto de Fra Sisto da Firenze e Fra Ristoro da Campi. Ficou completa em meados do século XIII, sendo a nova igreja consagrada, pelo Papa Eugênio IV, em 1420.

Dali até ao centro histórico da cidade de Florença é um pulinho, caminhando por ruas cheias de turistas e de história. Ruas planas e empedradas, onde o caminhar se transforma a todo o momento, numa deliciosa aula de história.

Ali podemos encontrar além de várias capelas e igrejas, inúmeros palácios brasonados, alguns ainda com traça medieval e muitos é claro, renascentistas, alguns deles transformados em museus.

Por isso mesmo, as ruas de Florença são a todo o momento, sinónimas de cultura. Em cada esquina respira-se arte e em todas as ruas, há algo para ver. Encontramos sempre pessoas com mapas e guias da cidade nas mãos e claro, também ouvimos todos os tipos de sotaques e idiomas.

Naquele dia, queríamos deambular pelas ruas e ruelas estreitas de Florença, aproveitando para conhecer algumas praças da cidade ainda não visitadas, bem como muitas casas e palácios imponentes, escondidos nas ruas da cidade.

Assim sendo e partindo da Piazza Santa Maria Novella, fomos pela Via del Sole até ao Palazzo Strozzi (Palácio Strozzi), na zona central de Florença. Este é um dos mais notáveis edifícios da fase inicial da Renascença italiana.

De tamanho imponente (foi necessário destruir 15 edifícios para construí-lo), encontra-se entre as homónimas Via Strozzi e Piazza Strozzi e a Via Tornabuoni, com grandiosos portais que fazem de entrada, todos idênticos, em cada um dos três lados e não se encontram encostados a outros edifícios.

Autêntica obra-prima da arquitectura civil florentina do Renascimento, foi construído, entre 1489 e 1538, para a família Strozzi, uma das mais importantes linhagens florentinas, tradicionalmente hostil à facção dos Médici e que manteve este palácio na sua posse até 1907, ano em que foi legado ao Estado italiano. O projecto do edifício é do arquitecto Benedetto da Maiano, que o projectou por encomenda de Filippo Strozzi.

No exterior deste palácio, ainda podemos encontrar agarrados às esquinas do edifício, alguns apetrechos para a iluminação daquelas épocas distantes, como os porta-archotes com argolas, que serviam para amarrar também os cavalos.
A Piazza Strozzi foi usada durante todo o Renascimento como lugar de feira para venda de alimentos, uma ocupação que deixava diariamente muitos dejectos e que não agradava aos Strozzi. Uma placa ali colocada em 1762 pelos "Otto di Balia e di Guardia", (os precursores do corpo da policía municipal) na esquina da praça, proíbe o comércio de melancias, fruta e sucata, sob pena de severas multas.

Visita a Florença - Baptistério - 2º Dia (Parte VIII)


Naquele dia e por já ser tarde resolvemos deixar a visita ao interior do Palazzo Vecchio, para o dia seguinte. Resolvemos então ir até à Piazza del Duomo, para ver se ainda conseguíamos entrar nalgum dos edifícios do complexo.

Estávamos invadidos por vastas emoções que ao longo do dia se foram materializando nas várias visitas ao acervo artístico incomparável da cidade de Florença.

Àquela hora a cidade ainda apanha em cheio a famosa luz da Toscana e é um prazer deambular pelas suas ruas e aqui e ali desembocar nas suas inúmeras praças, onde o sol aparece com todo o seu esplendor.

Os passos ecoam na calçada e Florença mostra-se como realmente é, pequena, concisa e compacta. É possível saborear em paz os tesouros da cidade, mesmo que esteja repleta de gente… Ela é mesmo assim! Mesmo cheia de gente, parece ter sempre espaço, e quem quer que a visite sente isso mesmo.

O Renascimento está presente nas ruas. Florença é um grande museu ao ar livre e para os moradores da capital do Renascimento, a convivência com hordas de turistas parece nunca incomodar, estando sempre prontos para responder com gentileza às perguntas e ajudar quem quer que precise.

Florença é o lugar mais encantador do mundo, especialmente quando o rio Arno fica dourado à luz do poente e por isso, quem a visita, tem que gozar pelo menos uma vez, a partida do Sol junto das suas margens.

A chegada à Piazza del Duomo foi rápida. Esta praça é dominada pela sua fabulosa Catedral ou Duomo e edifícios afins, como a alta e elegante Torre Campanário de Giotto e o Batistério de San Giovanni ainda aberto e que por isso ainda podemos visitar naquele dia.

O Baptistério de Florença é de uma beleza indescritível e ao contrário do que acontece em Pisa, o Baptistério é muito mais bonito interiormente do que o Duomo. É uma construção octogonal que simboliza o “oitavo dia”, o dia da Ascensão de Cristo aos Céus, simbolizando também a Vida Eterna, que é dada pelo baptismo.

O vasto interior é um tanto escuro, com a luz entrando através de pequenas janelas e pela lanterna no topo. A construção contém o esplêndido túmulo de Baldassare Coscia, o Antipapa João XXIII, projectado por Donatello e seu aprendiz Michelozzo.

Apresenta um magnífico tecto em mosaico, executado por vários artistas de Veneza (talvez até mesmo Cimabue) em 1225. Representa o "Julgamento Final", com cenas de horríveis castigos que fazem lembrar as obras do artista flamengo Hieronymus Bosch.

Dante Alighieri cresceu olhando os mosaicos e foi baseado neles que criou muitas das cenas que narra na sua obra “Inferno”. Dante e também muitos membros da família Médici, foram baptizados no local.

O estilo da igreja serviu como protótipo para a construção, por Leone Battista Alberti, de outras igrejas românicas na Toscana. O exterior é decorado por estátuas de Andrea Sansovino, Giovan Francesco Rustici e Vincenzo Danti.


Acredita-se que é o mais antigo prédio da cidade e é famoso pelas suas magníficas portas de bronze, que lhe foram adicionadas nos séculos XIV e XVI. Em 1329, Andrea Pisano, recomendado por Giotto, recebeu a encomenda de projectar as primeiras portas (as portas Sul). A execução durou seis anos e foi finalizada em 1336. Estas portas possuem 28 painéis quadrangulares, representando cenas da vida de São João Batista e as virtudes. Os relevos foram adicionados por Lorenzo Ghiberti, em 1452. Vincenzo Danti criou as estátuas acima das portas em 1571.

Em 1401, uma competição foi anunciada para a execução das portas Norte do Baptistério. Competiram sete escultores, mas Ghiberti, então com 21 anos, ganhou a encomenda, levando 21 anos para as finalizar.

São também constituídas por 28 painéis, com cenas do "Novo Testamento". As estátuas de bronze acima das portas norte foram feitas por Francesco Rustici, com assistência de Leonardo da Vinci.

Ghiberti tornou-se então uma celebridade e o artista máximo em seu campo. Em 1425 recebeu uma segunda encomenda, as portas Leste, que ele executou com a ajuda de Michelozzo e Benozzo Gozzoli.

São dez painéis com cenas do "Velho Testamento" e que utilizaram a nova técnica da perspectiva para que os painéis adquirissem profundidade. Michelangelo referiu-se a essas portas como "As Portas do Paraíso", nome que lhes permanece até hoje.

As portas que vemos agora no Baptistério são cópias das originais, que foram removidas em 1990, encontrando-se no Museo dell'Opera del Duomo. No topo das Portas do Paraíso está um grupo de estátuas que reproduzem “O Baptismo de Cristo”, por Andrea Sansovino e que foram finalizadas por Vincenzo Danti e Innocenzo Spinazzi.

Depois o simples mas saboroso jantar, uma bela Pizza Napolitana, seguida de um saboroso "gelatto", numa geladaria/pizzaria ali mesmo na Piazza del Duomo, do lado esquerdo do Duomo, numa esplanada ao ar livre, observando o passar dos turistas que inundavam a praça.

Fonte: http://pt.wikipedia.org

Construtores da paz e da justiça


Mensagem de Ano Novo de D. Manuel Pelino

A passagem de ano é motivo de festejarmos a vida e de manifestarmos os votos de um novo ano feliz, com qualidade, sem grandes problemas. Mostramos assim que gostamos de viver, que apreciamos cada ano que passa e queremos mais anos e anos melhores. A pessoa humana vive do sonho do futuro. Temos consciência de que a vida termina na morte mas o nosso anseio profundo é a vida mais plena e um futuro mais radioso.

Mas o futuro próximo está ensombrado por nuvens negras. De facto, para 2011 prevê-se a agudização da crise económica, o drama do aumento do desemprego, a diminuição dos ordenados, o fim de alguns subsídios. Como podemos pretender qualidade de vida com estes prognósticos?

A qualidade de vida não depende apenas da economia, do bem-estar material, do poder de compra. Uma existência harmoniosa e feliz não depende só do que temos mas sobretudo do que somos. O que conta decisivamente para a qualidade de vida é a paz interior, a harmonia com a vida, com os outros, connosco mesmos e, em última análise, com Deus. Segundo a concepção bíblica, a paz é a síntese de todos os bens, aparece associada à justiça, à bondade, ao perdão, à boa relação. Por isso, celebramos no primeiro dia do ano o dia mundial da paz.

Assim, os meus votos para o novo ano de 2011, vão no sentido de um maior empenho de todos os cristãos e pessoas de boa vontade em construir a paz pela justiça e pelo combate à pobreza. Foi a reflexão de Bento XVI, em 1 de Janeiro de 2009, uma reflexão que volta a estar muito actual.

A sociedade civil, disse na altura o Papa, desempenha um papel fundamental neste combate. Como cristãos devemos estar muito atentos para que ninguém, à nossa volta, passe necessidades primárias de alimentação ou vestuário. A prática da solidariedade tem de ser mais criativa, mais dinâmica.

Não podemos apenas esperar que os necessitados venham ter connosco a pedir ajuda. Devemos descobri-los e ajudar de forma discreta e fraterna. Na diocese vamos procurar revitalizar o serviço de solidariedade e ajuda fraterna de forma a conjugar a acção da Caritas, Conferências Vicentinas e Associações de solidariedade como Centros Sociais Paroquiais e Santas Casas da Misericórdia.

A crise é uma oportunidade para rever o nosso estilo de vida consumista, ávido de luxos, fechado no bem-estar individual. É um convite a uma vida mais simples e mais solidária. Para superar a crise todos temos de colaborar e fazer o trabalho de casa. Resumo assim os meus votos de Ano Novo: Dêmo-nos as mãos, numa responsabilidade comum, para construir a paz e a justiça.

Manuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém