Visita a Bologna - Parte I





A chegada à cidade de Bologna já bem tarde, levou-nos de imediato para o parque de campismo Città di Bologna (Via Romita 12/4°A • 40127 Bologna), situado a poucos quilómetros do centro da cidade. O parque de campismo situado em zona sossegada, entre campos de milho e culturas hortícolas, tinha de hora a hora, autocarros que rapidamente nos levavam à cidade. A noite decorreu chuvosa e na manhã seguinte, choveu e trovejou muito. No entanto, após o almoço o tempo melhorou, e fomos no autocarro urbano 68, para a cidade de Bologna.

Bologna é uma cidade conhecida internacionalmente por possuir a mais antiga universidade do mundo ainda em funcionamento, e nela estudaram alguns dos poetas italianos mais famosos, como Dante e Petrarca. É por isso uma cidade cheia de prestígio e de cultura. A Alma Mater Studiorum, a sua Universidade, foi fundada em 1088. Queríamos fazer o percurso recomendado pelo Guia American Express, para a visita ao centro histórico da cidade, e ao deixarmos o autocarro 68, já bem perto do centro, foi para lá que caminhámos. Pelo caminho a “Piazzola”, uma feira popular ao longo da estrada, cativou por vezes a nossa atenção, mas os belos edifícios de tijolo de traça medieval encantaram-nos.


Do lado esquerdo, apareceu-nos no caminho a Cattedrale di San Pietro e entrámos para a visitar. A igreja primitiva já existia em 1028, sendo construída em torno de 910, foi destruída por um incêndio em 1141. A segunda igreja, construída no lugar da primeira, foi consagrada pelo Papa Lúcio III em 1184 e mais tarde foi severamente danificada pelo terramoto de 1222. Foi mais tarde reconstruída e modificada ao longo do tempo, apresentando hoje um interior barroco, que lhe confere uma grandeza majestosa. Entre as obras de arte que lá se encontram, podem ver-se a “Anunciação”, por Ludovico Carracci, pintado na luneta central do Presbitério, uma crucificação romana de madeira de cedro e um grupo de esculturas em terracota, “Lamentação sobre Cristo Morto”, por Afonso Lombardi, uma obra do século XVI.


Já no centro, fizemos uma paragem para um refrescante “gelatto”, para depois iniciarmos a visita à cidade. O melhor lugar para começar a visitar a cidade é sem dúvida o centro propriamente dito, com as suas duas praças centrais, a Piazza Maggiore e a Piazza del Nettuno de Bologna.Entrámos pela Piazza del Nettuno, e logo do lado direito se observa a "Parede da Memória", com as fotos de muitos homens e mulheres, naquele que é designado por "Sacrario dei caduti della Resistenza", vítimas do fascismo, que foi considerado o massacre de Bolonha, 1944-1945. Ao lado também se encontra uma lápide em acrilíco, que faz alusão ao 2º massacre de Bologna, a 2 de Agosto de 1980, provocado por uma bomba e que fez 85 mortes e mais de 200 feridos. Foi reivindicado por uma organização de extrema-direita intitulada Núcleos Armados Revolucionários e ignoram-se até hoje, quem foram os autores morais deste morticínio.

A Piazza del Nettuno possui no centro a Fontana del Nettuno, do séc. XVI, de Giambologna (Jean de Boulogne) e seus assistentes, com bela estatuaria em bronze e nus um pouco eróticos por certo, para a época da sua construção, representando figuras da mitologia romana, cuja figura principal é Neptuno, o deus da água e do mar. Diz a lenda que antes de um exame importante, o aluno que quer ter a sorte do seu lado, deve caminhar em torno da fonte, duas vezes no sentido dos ponteiros do relógio. A Piazza Maggiore e a adjacente Piazza del Nettuno, constituem o coração de Bologna e são o centro de sua vida civil e religiosa. A aparência actual das duas praças é o resultado da história da cidade, com edifícios nobres de diferentes épocas. A Piazza Marggiori é uma das mais bonitas praças italianas, emoldurada por magníficos palácios medievais.


É dominada a partir do topo de uma escadaria pela imponente Basílica de San Petronio, construída entre 1390 e 1659, que é a quinta maior igreja da Europa, depois de Saint Peter e Saint Paul, em Londres, da Catedral de Sevilha, do Duomo de Milão e do Duomo de Florença. De grande tamanho, estende-se por 132 metros de comprimento e 60 de largura, enquanto no interior atinge 45 metros de altura e 51 metros a fachada. A frente da fachada principal permanece inacabada até hoje.Elisa Bonaparte, irmã de Napoleão Bonaparte está ali enterrada. A Igreja possui também um relógio de sol, "La Meridiana del Tempio di S. Petronio", que forma de uma linha do meridiano, embutido no pavimento da basílica do corredor à esquerda. A luz do sol entra por um buraco no tecto, marcando a hora certa. Data de 1655, e foi calculado e desenhado pelo famoso astrónomo Giovanni Domenico Cassini, que ensinava astronomia na Universidade de Bologna. Tem 66,8 metros e é o maior relógio de sol em todo o mundo, cujas medidas foram para o tempo excepcionalmente precisas.

Nela também há a destacar um fresco pintado por Giovanni da Modena, que representa uma cena do “Inferno” de Dante Alighieri, que retrata Maomé no inferno sendo devorado por demónios. Por causa deste fresco em 2002, cinco homens foram presos, por estarem ligados à Al-Qaeda e a planear, fazer explodir a basílica. Novamente em 2006, os planos de terroristas muçulmanos, para destruir a basílica, foram frustrados pela polícia italiana. Fonte: Wikipédia.org / http://www.pt.webtourist.net/it/bologna / http://www.comune.bologna.it / http://guide.travelitalia.com/it/guide/bologna

Lugares da noite em Rimini




O fabuloso dia de praia tinha terminado, e após duche quente e um lanche, pegámos novamente nas bicicletas e fomos conhecer os locais mais utilizados durante a noite, por turistas e habitantes de Rimini.Já mencionada por Dante na "Divina Comédia", esta cidade tem uma longa tradição marítima, ligada às actividades de pesca e aos seus estaleiros.

A vida nocturna é intensa e ocorre sobretudo em duas áreas: o fim do passeio marítimo da praia, entre a Marina e o cais, com bares e locais de rua directamente na praia, e as ruas estreitas do centro antigo da cidade, principalmente perto do antigo Mercado do Peixe (Pescheria Vecchia), onde em todas as noites, muitos turistas e jovens se encontram para uma bebida ou um aperitivo, um concerto ou apenas uma reunião de amigos.

Na zona histórica o charme do antigo Mercado do Peixe, combina a história com as novas tendências: adegas, bares e restaurantes à luz de velas, animam as praças e as ruas medievais do romântico centro histórico, transformando-a assim no “Montmartre” de Rimini. Ali se pode jantar sob as estrelas ou tomar uma bebida conversando. Tudo isto se passa no antigo Mercado do Peixe, com a sua antiga bancada em mármore do século XVIII. Este mercado tornou-se moda imediatamente, depois de alguns dos polos universitários da Universidade de Bolonha serem estabelecidos em Rimini, trazendo para a cidade cerca de 6000 estudantes de toda a Itália.

A Marina Centro é a alma de Rimini, encontrando-se situada na área central da avenida da praia. Nasceu oficialmente em 1843 e trouxe verão após verão, mais e mais visitantes e muitas famílias da classe média, começaram a passar várias semanas em Rimini, de modo que, em 1869 o Município Rimini decidiu dar mais valor à praia como um recurso económico real. Rimini tornou-se rapidamente num resort, onde aos cuidados de saúde dos banhos de mar, se juntou entretenimento. Em vez de dunas de areia e zonas pantanosas, surgiu uma nova cidade, elegante, com muitas “villas” em estilo Liberty e muitas zonas verdes. Desde então as pessoas continuaram a chegar a Rimini não só por motivos de saúde, mas acima de tudo para relaxar e se divertirem.

Os visitantes devem ver a Marina em dois horários diferentes do dia: de manhã cedo, quando os hóspedes chiques do Grand Hotel, fazem a caminhada em direcção à praia, e ao pôr-do-sol quando os barcos de pesca voltam para o antigo cais seguidos por bandos de gaivotas. O melhor lugar para esperar por eles é a "Palata", que é o antigo cais no final da Viale Tintori, uma passarela de 200 m ao longo da praia.
A Marina é um lugar de meditação, cercado de água por todos os lados. Em cada época do ano é possível encontrar habitantes locais caminhando por ela, para um momento de relaxe, sozinhos ou acompanhados. E foi justamente ali, na noite, que Federico Fellini, natural de Rimini, imaginou a aparência do famoso transatlântico Rex, para o seu filme “Amarcord” (que significa "Eu me lembro", em dialecto local), de todos o mais autobiográfico deste cineasta. No entanto há muito sobre Rimini em quase todos os filmes de Fellini, embora as cenas tenham sido sempre reconstruídas nos estúdios da Cinecittà ou em algum outro lugar.


No final desta visita a Rimini, voltámos à autocaravana, para ainda naquele dia viajarmos até Bologna, onde iriamos dormir.
Fonte: http://www.comune.rimini / http://goitaly.about.com/od/rimini/p/rimini.htm

Na praia de Rimini





A chegada a Rimini já de noite, levou-nos de imediato para a área de serviço de autocaravanas, num parque no centro da cidade, situado a dois quarteirões de distância da praia, numa rua paralela à marginal. Essa noite foi de descanso e ficámos ao fresco no jardim ao lado da área de serviço. No dia seguinte pretendíamos fazer praia durante todo o dia e foi o que fizemos. Depois de acordarmos pegámos nas bicicletas e fomos até à praia.


Rimini, muitas vezes referida como a capital do turismo balnear italiano e vida noturna, é um dos resorts mais populares da Itália e um dos maiores da Europa. Na praia o areal é enorme, nivelado e limpo e tem quilómetros de extensão. A cidade é o ponto de partida para os 14,4 quilômetros de costa com praias públicas e privadas, bares, clubes e restaurantes.


A maioria do areal é concessionado, no entanto há muitas áreas destinadas a quem quiser estender uma toalha, que são livres. As áreas concessionadas pertencem a cafés ou restaurantes e alugam chapéus e espreguiçadeiras como nas zonas concessionadas do Algarve. A diferença está no espaçamento que é maior e como o número de áreas concessionadas é grande, nunca estão cheias, o que nos deixa em maior sossego. Adorei a experiência!…

Em Rimini, há 250 estabelecimentos de praia, todos bem equipados e regularmente renovados, onde os chapéus dão um colorido especial à praia. A filosofia é passar a vida na praia, dia e noite. Começam de madrugada, com o hábito de caminhar ao longo da borda da água e terminam bem de noite, já depois do jantar, com os pés descalços na areia.
Pode-se fazer qualquer coisa na praia, desde ter aulas de yoga, cursos de bordado, competições de castelos de areia ou fazer corrida ou caminhada. Durante o dia os estabelecimentos de praia organizam muitos tipos de eventos, para adultos e crianças. Para resumir, a ênfase está na diversão durante todo o Verão.

O melhor de tudo é que as actividades desportivas, em conjunto com várias instalações, chuveiros quentes, vestiários, jornais, jogos, entretenimento, parques infantis... na praia são todos gratuitos. Tudo está incluído no preço da diária do guarda-sol e espreguiçadeira, que é cerca de 20 a 30 euros por pessoa/dia. Uma vantagem para os turistas, é que não há taxa de entrada para o acesso à praia. No entanto, só se pode estender a toalha nas zonas destinadas para o efeito.
No nosso caso colocámos as bicicletas a guardar na área destinada ao Destacamento Aeroportuário, pois por sorte o senhor que tomava conta da área era um português casado com uma brasileira e que simpaticamente nos recomendou uma área bastante sossegada, como era nosso desejo.

É indispensável tomar um banho no mar de Rimini, no Adriático, onde a temperatura da água ronda os 20ºC, entre os meses de Junho e Setembro. É um mar muito salgado, onde boiar é fácil, nadar não cansa e onde apetece estar durante muito tempo, pois nunca esfriamos.
Fonte: http://goitaly.about.com/od/rimini/p/rimini.htm / http://www.visit-rimini.com

San Marino




San Marino é um pequeno país localizado num enclave no centro da península itálica. Está situado entre as regiões de Emília-Romana e Marcas e até à independência de Nauru (pequena república situada numa ilha da Oceânia) em 1968, San Marino era o menor estado republicano do mundo. O seu território é montanhoso e incrustado no Monte Titano, uma ramificação oriental dos Apeninos. Segundo a tradição, São Marinus deixou a ilha de Rab, na actual Croácia, então uma colónia romana e foi em 257, para a cidade de Rimini como pedreiro, quando o futuro Imperador Diocleciano, emitiu um decreto solicitando a reconstrução das muralhas da cidade de Rimini, que havia sido destruída por piratas libúrnianos.

Após a perseguição de Diocleciano aos sermões cristãos, San Marinus fugiu para o vizinho Monte Titano, onde construiu uma pequena igreja e fundou o que hoje é a cidade e o estado de San Marino. A data oficial de fundação da República é 3 de Setembro 301. A República de San Marino é a mais antiga república do mundo, regida também pela mais velha constituição. Teve desde sempre, em especial devido ao isolamento geográfico, conseguido manter-se independente, apesar da rivalidade das antigas cidades-estado italianas, das Guerras Napoleónicas, da Unificação da Itália, ou das duas Guerras Mundiais.

A pouca distância da Riviera Adriática, San Marino abrange 55 hectares, incluindo o Monte Titano no cimo do qual existe o centro histórico da cidade, que remonta à fundação da República como uma cidade-estado no séc. XIII. San Marino é uma república livre desde a Idade Média.A chegada a San Marino foi realizada no final da tarde e depois de deixarmos a autocaravana bem estacionada em local com vigilância, dirigimo-nos ao teleférico que nos lavaria até ao cento histórico, uma cidadela amuralhada situada no Pico de la Rocca (749 m), onde se encontra o ponto mais alto do país e que é um autêntico centro comercial ao ar livre.

Chegados ao cume do Monte Titano, a vista é deslumbrante estendendo-se em todas as direcções. A oeste podemos contemplar as montanhas até à fronteira com a Toscana, a este até à costa do Mar Adriático e a norte e sul até aos Apeninos.O antigo centro histórico ainda hoje habitado, tem preservando todas as suas funções institucionais, e graças à sua posição no topo do Monte Titano, a antiga cidade não foi afectada pelas transformações urbanas ocorridas a partir do advento da era industrial e assim se tem mantido até aos dias de hoje.

O centro da cidade inclui muralhas, torres de fortificação, portas e baluartes, uma basílica neoclássica, conventos e o Palazzo Publico do séc. XIX, bem como o Teatro Titano, do séc. XVIII. Nas ruas as lojas de todo o tipo fazem o encanto dos turistas e demais compradores.A pequena cidade antiga é um verdadeiro paraíso de compras, pois sendo uma zona franca, apresenta oportunidades que não podem ser perdidas para todos os "viciados em compras". Graças a uma carga mais leve de impostos, em muitos casos, é de facto mais conveniente fazer compras na República de San Marino do que no resto da Itália. As melhores "pechinchas" para aqueles que gostam de compras são: roupas, sapatos, perfumes e cosméticos, produtos homeopáticos, dispositivos electrónicos, instrumentos musicais (novos e usados) e gasolina.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.sanmarinosite.com

A caminho de San Marino e Rimini




Depois de sairmos da planície aos pés de Assisi, seguimos pela E45 a caminho de Rimini acompanhando o vale do Tevere Fiume. Em Sansepolcro, deixámos a E45 e seguimos pela P258 que nos levaria mais rapidamente até Rimini. No entanto antes de chegarmos a Rimini, queríamos fazer uma paragem no pequeno país independente de San Marino, que nos ficava no caminho. Pelo caminho acompanhou-nos durante alguns quilómetros a planície umbria. Em Sansepolcro, um antigo feudo da Ordem monástica do Camaldolesi, uma cidade interessante e agradável localizada nas planícies do vale do rio Tibre (Tevere) e na fronteira entre a Umbria e da região das Marcas, virámos em direcção Este.



A partir de Sansepolcro a paisagem é de montanha. Primeiro a estrada acompanha um profundo vale no sopé de altas montanhas. Depois começámos a subir até atingirmos os cumes das montanhas, que nos iam acompanhando pelo caminho. Lá em baixo o rio Tevere corre espraiando-se entre colinas, numa paisagem ondulada e cativante. Lá em cima o ar é puro, o silêncio impera e a paisagem deslumbra, obrigando por vezes a paragens obrigatórias, para melhor se desfrutar das vistas.
Esta região montanhosa encontrada no nosso caminho pertence à Reserva Natural dell’ Alpe di Luna. A Reserva Natural abrange uma grande área englobando a bacia dos Alpe della Luna, vale do rio Tibre e parte da região das Marcas. É constituída principalmente por uma floresta de grande porte onde em altitudes mais elevadas, a madeira de faia domina, enquanto em altitudes mais baixas existem bosques de carvalhos. No entanto, a grande singularidade dos Alpe della Luna (Alpes da Lua) está no seu grande isolamento, que mantem nesta área um estado quase selvagem.


Descemos os Alpe della Luna e novamente em planície chegámos a San Marino, um pequeno país localizado num enclave no centro da Itália. Este pequeno estado situado em território montanhoso, está incrustado no Monte Titano, uma ramificação oriental dos Apeninos e faz a divisão entre as regiões de Emília-Romana e das Marcas.

Mulheres

Neste episódio o psicanalista Jorge Forbes e a actriz Maitê Proença conversam sobre a mulher no programa Café Filosófico, apresentado na TV Cultura. Recomendo!


Quanto ao resto…Sem comentários!

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Parte VI

Visita a Assisi - Parte VIII





O dia seguinte era o de partida para Rimini, na costa do Adriático. No caminho ainda queríamos parar para uma visita a San Marino, cidade estado da República de San Marino, um pequeno país situado nas Montanhas dos Apeninos.

A saída do parque de campismo fez-se pelo meio-dia, sendo nossa intenção antes de deixarmos a região, procurarmos mais um dos lugares de Francesco de Assisi, a Porciúncula, situada já na planície de Assisi, que é um local de peregrinação máxima.

A Porciúncula (la Porziuncola) é uma pequena igreja fora de Assisi, na fracção comunal de Santa Maria degli Angeli, actualmente contida dentro de uma igreja muito maior, a Basílica de Santa Maria degli Anjeli, que foi construída para proteger e venerar a tradição da pequena igreja.


É o lugar mais sagrado da Ordem Franciscana, pois foi ali que morreu Francesco de Assisi. Foi ali também que o jovem Francesco compreendeu a sua vocação e renunciou ao mundo para viver na pobreza e entre os pobres, dando origem ao movimento franciscano. O local onde se encontra a Basílica, é hoje uma pequena cidade, muito diferente do local ermo onde Francesco de Assisi, se refugiava para rezar e acolher os doentes e pobres.



Na Igrejinha Porciúncula aconteceram vários eventos importantes que marcaram a vida de San Francesco:

- Foi ali que ele recebeu do Senhor a primeira mensagem para servir a Igreja.
- Foi ali que San Francesco fundou a Ordem dos Franciscanos e dali partiram os primeiros frades, enviados por Francesco para anunciar a paz.
- Foi ali que San Francesco num domingo do ano de 1211, consagrou Santa Chiara (Santa Clara) à Virgem Maria.
- Foi ali que San Francesco recebeu do Senhor a promessa extraordinária que todas as pessoas, através de todos os séculos, que fossem confessar-se na Porciúncula, receberiam a graça do Senhor. Esse evento é conhecido como "O Perdão de Assisi". De facto, uma grande parte da Basílica é destinada a confissões do pecado. E é muito interessante, porque ali todos se podem confessar em diversas línguas. Existem padres disponíveis para isso.
- E finalmente, foi ali, que San Francesco faleceu, no dia 3 de Outubro de 1226.



Quando chegámos à enorme Basílica, o lugar estava cheio de turistas, peregrinos e vários grupos de jovens escuteiros. Em redor da Basílica muitas eram as barracas de artigos religiosos, como é aliás hábito nos lugares de peregrinação.

Não se pode falar da Basílica sem contar a história da Capelinha ou “Chiezzeta Porziuncula”, pois de todos os lugares onde viveu San Francesco este é o mais ligado à memória do Santo, do seu apostolado e da sua vida. Segundo a tradição, a Porciúncula foi construída no século IV, por eremitas provenientes da Palestina. Em 576, foi assumida por São Bento e seus monges. A Porciúncula foi a terceira igreja restaurada por San Francesco, depois de ter tido um sonho no qual ouviu o chamado de Deus para "recuperar a sua Igreja".



Em 1200 a “Porziuncula” era uma igrejinha humilde e solitária, dedicada a Virgem Assunta e estava rodeada de mato num estado de completo abandono. Foi então que Francesco a restaurou com as suas próprias mãos, e onde segundo a lenda no dia 24 de Fevereiro de 1208, recebeu em sonho no interior da capelinha a palavra de Jesus: "Vai e anuncia a todos que o Reino dos Céus está próximo, não procureis nem ouro, nem prata. O que gratuitamente receber, gratuitamente deve doar aos outros".

Depois da morte de San Francesco em 1226, os frades construíram várias pequenas cabanas ao redor da Porciúncula. Em 1230 um refeitório e alguns edifícios adjacentes foram adicionados. No decorrer do tempo pórticos e acomodações para os frades foram adicionados também em redor da Porciúncula. Algumas fundações destas edificações foram descobertas durante escavações sob o piso da basílica entre 1967 e 1969.


Com o passar do tempo, grande número de peregrinos vinham reunir-se em Assisi para receber o "Perdão de Assisi" e o pequeno espaço da Porciúncula tornou-se completamente inadequado para abrigar todos esses peregrinos. Cresceu por isso a necessidade de construir uma igreja maior incorporando a Porciúncula.

Os edifícios em torno do santuário foram retirados por ordem do Papa Pio V, excepto a Porciúmcula e a Capela do Transito, a célula em que San Francesco viveu os últimos dias de sua vida. Tinha sido outrora uma pequena cabana que serviu como primitiva enfermaria para os doentes.



A construção da Basílica começou em 25 de Março de 1569. Esta igreja majestosa, a sétima maior igreja cristã, foi projectada em estilo barroco, por dois arquitectos famosos, Galeazzo Alessi e Viggnola.



O visitante peregrino que cruza o limiar da grande Basílica de Santa Maria degli Angeli, sente-se imediatamente atraído para a pequena igreja romanesca, que é também o coração espiritual do santuário inteiro. A Porciúncula é uma parte da alma que vem de longe, onde Francesco despertou para a nostalgia do paraíso e para a santidade, e nela uma força maior faz-nos ajoelhar e rezar.



Simone Weil, um filósofo judeu, sensível e fascinado por Cristo, visitou o lugar e escreveu sobre a Porciúncula: "Enquanto eu estava sozinho na pequena capela românica de Santa Maria degli Angeli, um lugar incomparável de pureza, em que Francesco rezou muitas vezes, algo mais forte do que eu, me obrigou, pela primeira vez na minha vida, a me ajoelhar”. (autobiografia espiritual)

O interior da Basílica é simples e elegante, com apenas algumas decorações, em contraste com a decoração das capelas laterais. As capelas laterais foram decoradas por grandes artistas de vários períodos e a nave e corredores foram reconstruídos em estilo dórico neoclássico por Luigi Poletti. Mantém na abside do coro preciosas esculturas em madeira, esculpidas por frades franciscanos, a partir de 1689, possuindo baixos-relevos de E. Manfrini no altar.



Para quem se ajoelha no limiar da Porciúncula, pode observar uma pequena frase escrita na porta, "locus sanctus hic est", que quer dizer, “este lugar é santo”. Se olharmos para cima da porta leste, então podem ler-se as palavras na parte superior da porta: "AHCE vitae aeternae", que quer dizer “para aqui entrar na vida eterna”. Palavras que segundo a crença devem ser levadas a sério, porque elas fazem alusão ao mistério contido neste lugar, imbuído da emoção de Francesco de Assisi.



Fonte: Wikipédia.org / http://www.noticiasdabota.com / http://www.porziuncola.eu/