1º Dia - Peso da Régua

No dia 22 de Janeiro, após o almoço partimos a caminho do norte, com uma breve paragem na "Campilusa", afim de se fazerem algumas correcções necessárias ao pleno funcionamento da nossa autocaravana. Após a compra de Leitão da Bairrada num restaurante vizinho da Campilusa, partimos para pararmos mais tarde em Penacova, em zona alta a ver a vila e seu vale, para jantar o saboroso leitão.

Depois de percorridos muitos quilómetros, parámos na cidade de Peso da Régua, onde passámos a noite de 22 para 23 de Janeiro. Estacionada a autocaravana em frente da Marina da cidade e a ver o Douro, a pernoita foi repousante e o acordar reconfortante, pela beleza da paisagem observada.

Aqui nesta zona privilegiada onde pernoitámos, fica o cais fluvial de Peso da Régua de onde partem e chegam muitos dos famosos Cruzeiros que cruzam o seu bonito rio, possuindo igualmente várias infra-estruturas de lazer como uma área pedonal, campos de ténis, piscinas e equipamentos para pesca, lojas de artesanato, restaurantes e bares.

Foi precisamente no bar junto à Marina, o "Bar do Cais", que depois do banho matinal foi tomado o pequeno almoço, que nos serviu de almoço por a hora já ser tardia. O vento forte que se fazia sentir e alguma chuva, encurtou o passeio que pertendíamos fazer pela área pedonal junto ao rio Douro.
O Museu do Douro foi o local escolhido por nós para passarmos a tarde do dia 23, na cidade da Régua. O Museu que reconverteu a antiga sede da Casa da Real Companhia Velha, tinha sido inaugurado pelo Primeiro-ministro José Sócrates, no passado dia 20 de Dezembro, como um projecto de desenvolvimento regional âncora, para o Alto Douro Vinhateiro.
Esta estrutura tinha como principal exposição uma homenagem ao Homem que ajudou a construir a paisagem vinhateira do Alto Douro, designada por "Barão de Forrester, Razão e Sentimento, uma História do Douro (1831 - 1861)". Além desta exposição ainda podemos ver uma excelente exposição do artista plástico Tito Roboredo (1934 - 1980), intitulada «Tito Roboredo. Um corpo na Primavera» e outra da artista plástica Sílvia Hestnes Ferreira.

Peso da Régua, visitada por nós tantas vezes, também conhecida apenas por “Régua”, é uma cidade sede de concelho, junto ao Rio Douro, conhecida por ser a capital da região demarcada que produz o célebre vinho do Porto. Não existem certezas das origens da localidade, mas pensa-se aqui ter existido uma casa Romana denominada “Villa Reguela”, que teria dado o nome à cidade.

O Peso da Régua desde sempre deu a conhecer ao Mundo a grandeza dos homens que a criaram. O sacrifício, a coragem e a paixão de um povo que esculpiu, com mestria, um berço de prodigiosa beleza. A região distingue-se das imediatas não pela topografia do terreno, ou pelos cursos de água ou até pelo património artístico, mas sim pela modelação que o homem operou nela ao longo de vários séculos, visando a sua utilização agrícola e a melhoria da sua qualidade de vida.

O produto por excelência da região é o vinho (generoso ou licoroso e de vinho de mesa), introduzido na Idade Média pelas comunidades cistercienses, como aconteceu, aliás, com outras zonas demarcadas de produção vitivinícola, nomeadamente a do Dão. A qualidade do produto duriense era já reconhecida na Europa no século XVI, surgindo a denominação “Vinho do Porto” num documento de 1675, onde se refere a sua exportação para a Holanda.
Da riqueza patrimonial do concelho destacam-se as muitas casas senhoriais, pequenos palacetes e grandes quintas rurais dos “senhores do vinho”, muitas delas abertas ao público, demonstrando a riqueza que esta produção trouxe à terra, mas também outros monumentos, como a Igreja Matriz de S. Faustino, construída no local onde outrora existiu a capela do Espírito Santo, a Capela do Senhor do Cruzeiro do século XVIII, a Igreja do Asilo Vasques Osório, as Capelas do Espírito Santo, a de Nossa Senhora do Desterro, a de São João ou a de Nossa Senhora da Boa Morte, entre tantos outros.

As paisagens naturais da região são, pois, lindíssimas e especiais, estando o Alto Douro classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, provendo panoramas espectaculares tanto observados do próprio Rio Douro, ou no alto, nos muitos miradouros da zona, destacando-se o de São Leonardo e o de Santo António do Loureiro.

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