De 20 de Dezembro a 1 de Fevereiro de 2009, podemos observar a excepcional pintura de Tito Roboredo na sede do Museu do Douro no Peso da Régua. O Museu do Douro ao expor a obra de Tito Roboredo, veio dar a conhecer ao público interessado em pintura, a obra praticamente desconhecida deste pintor.
A sua obra integra plenamente a figuração e a abstracção, pela via de uma sensibilidade absolutamente surreal. Não é fácil encontrar-lhe parentescos próximos na grande família da pintura portuguesa saída dos meados do século XX. Mas, se quiséssemos procurá-los, talvez fosse algures nesse intervalo entre mundo concreto e onírico, entre real e fantástico. E assim, iniciar-se-ia essa difícil leitura de formas que se diluem nos fundos, de fundos onde se geram formas, de nebulosas que engendram figuras. Enfim um estilo e uma pintura realmente conseguida. Adorei... Pena as câmaras não poderem ser usadas.
Em 1960 frequenta o Curso Geral de Escultura e, entre este ano e 1968, participa em seis edições das Exposições Magnas da ESBAP. Em 1963 conclui o Curso Geral de Pintura, um ano depois viaja para França e Inglaterra e casa com Madalena Von Hafe.
O pintor ultrapassou as fronteiras agrestes da sua terra natal, Mêda que, na simplicidade da sua beleza e das vivências das suas gentes, influenciou em grande parte a sua obra. Primeiro, os lugares familiares são importantes nas narrativas do passado do artista. Os lugares entre Alto Douro e Beira Alta, a Quinta do Barrocal, as propriedades agrícolas, a caça, a adega onde, durante as férias, fazia vinho com os irmãos, os montes, expressão que habitualmente usava para se referir a esses lugares da infância a que voltava.
A obra de Tito Roboredo apresenta uma composição intrincada e muito densa, uma figuração complexa, onde se detectam seres que geram muitos outros seres, planos que se sobrepõem, numa demanda incessante e obscura que se agudiza para entender o que se afigura como uma relação entre diferentes mundos. A sua pintura, não é uma pintura fácil, pelo contrário, força o espectador a uma procura de sentido.
A exposição sobre "Tito Roboredo (1934-1980). Um Corpo na Primavera", deu uma imagem completa do trabalho que este pintor realizou ao longo dos vinte e cinco anos da sua carreira. Esta exposição contou com cerca de 90 obras do pintor, que teve como principal objectivo consolidar o conhecimento sobre o período agitado da prática artística que foram as décadas de 60 e de 70, bem como para definir com rigor o posicionamento do artista nesse período.
Tito Roboredo nasceu na Mêda em 4 de Junho de 1934 e, cinco anos depois, a família muda-se para Leça da Palmeira. Em 1955 inicia os estudos de Desenho e Pintura na Academia Alvarez, em 1958 inscreve-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), onde frequenta o Curso Geral de Pintura e participa na III Exposição da Academia Alvarez.
Em 1960 frequenta o Curso Geral de Escultura e, entre este ano e 1968, participa em seis edições das Exposições Magnas da ESBAP. Em 1963 conclui o Curso Geral de Pintura, um ano depois viaja para França e Inglaterra e casa com Madalena Von Hafe.
Em 1965 conclui o Curso Complementar de Pintura com a classificação de 20 valores e ocupa um lugar de professor eventual no Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e colabora com o Teatro Experimental do Porto fazendo a cenografia para a peça "O Guiché" de Jean Tardieu, com encenação de João Guedes.
Em 1966 é convidado para segundo Assistente do 5º Grupo (pintura) da ESBAP, em 1971 presta provas públicas para professor Agregado do 7º Grupo (desenho), em 1974 é suspenso da actividade de professor e três anos mais tarde é readmitido na ESBAP. Morre no Porto a 23 de Outubro de 1980...
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