Alter do Chão

A primeira noite desta viagem foi passada em Alter do Chão, num local bem sossegadinho, junto ao pavilhão gimnodesportivo, num largo à direita do Mercado Municipal, onde no dia seguinte se comprou boa fruta e um frasco de mel de cor dourada escura e com um sabor divinal.

Quando acordámos e depois de tomarmos o pequeno-almoço num bar que ficava ali mesmo na esquina, onde conhecemos a Maria, uma cadelinha rafeira e sem dono, que era conhecida por todos e que todos acarinhavam, partimos à descoberta da povoação.

Depois do almoço no Restaurante Migas, fomos pelas 15h00, para a Coudelaria Real de Alter, para ali fazermos uma visita guiada.

Alter do Chão é uma pequena vila de origem romana situada no coração do Alto Alentejo, a 13 quilómetros do Crato. Conhecida na época romana como “Elteri”, foi fundada em 204 d.C., sendo mais tarde arrasada pelo Imperador Adriano, após a população o ter acusado de deslealdade.

Como testemunho desta era, ergue-se ainda hoje a ponte de Vila Formosa, uma construção robusta situada a 12 quilómetros a Oeste, classificada como Monumento Nacional e que atravessa o rio Seda.

Há ainda muitos vestígios romanos em redor da vila, mas esta é a dominada pelo Castelo, de cinco torres e portal gótico, construído em 1359 pelo rei D. Pedro I, o eterno amante de D. Inês de Castro. O castelo de cinco torres e portal gótico, está fortificado com ameias, torreões cúbicos e uma torre de menagem de 44 m de altura.

Em plena Idade Média, no século XVI, a vila ganhou prosperidade devido aos têxteis e grande parte dos belos edifícios de Alter do Chão é desta época, (como o elegante Palácio do Álamo, que agora aloja o Posto de Turismo, uma galeria de arte e uma biblioteca), onde se observam trabalhos em mármore da época renascentista.

O Palácio do Álamo fica situado na proeminente da Praça da República, onde sobressaem também as elegantes colunas da impressionante fonte de mármore branca de 1556. O Palácio alberga hoje uma galeria de arte e uma biblioteca e o seu aspecto austero contrasta com a colorida praça que surge a seus pés, toda enfeitada com flores.

As suas ruas reflectem a vida calma de uma população quase inteiramente consagrada à agricultura. Mas Alter do Chão é sobretudo conhecida pela sua coudelaria, fundada em 1748 para produzir cavalos de raça lusitana para a Picaria Real e que nós pertendiamos visitar no dia seguinte.

Na Coudelaria de Alter, podemos observar em visita guiada, estábulos cheios de belos cavalos, de raça Alter Real. Os estábulos exibem as cores branca e ocre da Coudelaria Real e encontram-se rodeados por 300 hectares de terras de cultivo, onde por vezes o famoso cavalo lusitano Alter Real, ainda pode ser admirado à solta.

Fonte: http://viajar.clix.pt

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