3º Dia de visita a Sevilha

Ao terceiro dia na cidade, já o condutor do autocarro nos conhecia, pelo que gentilmente parou o autocarro à porta do parque de campismo, para nos levar até Sevilha, poupando-nos a caminhada até à paragem e o tempo de espera pelo autocarro seguinte, que seria de uma hora.

Assim chegámos ao Prado, mais sedo do que o esperado e resolvemos dar mais uma volta no autocarro turístico, uma vez que tínhamos bilhete para três dias, afim de conhecermos melhor os bairros mais emblemáticos da cidade.

O primeiro, o Bairro de Triana é um dos mais importantes bairros de Sevilha. Encontra-se junto ao rio Guadalquivir, ao lado do Bairro de los Remedios. O seu nome provem do Imperador romano Trajano, que nasceu em Itálica, embora existam outras teorias acerca da toponímia deste popular bairro sevilhano.

Desde sempre que o Bairro de Triana ocupou uma posição privilegiada, nas margens do rio Guadalquivir, facto que lhe deu um estatuto muito particular, como cruzamento de caminhos e chave da cidade, embora esta proximidade em relação ao rio tenha feito com que tenha sido este o bairro que mais sofreu com as inundações que ocorreram ao longo do tempo na cidade.

Há séculos que a zona é famosa pelas suas cerâmicas, sendo a mais conhecida a Cerâmica de Santa Ana no nº 31 da rua de San Jorge.

Triana é um bairro tradicionalmente associado aos ciganos, mas hoje é raro encontrá-los no bairro, que se tornou um dos locais mais caros e exclusivos da cidade. Bairro de gentes ligadas ao mar, de toureiros, de dançarinos de flamenco, de cantores e também autores, bem como de futebolistas...

É um bairro no qual se destacam a Igreja de Santa Ana, o Convento de San Jacinto e a rua Betis. Deste bairro sevilhano, saíram artistas como Antonio Canales, Chiquetete, Los Morancos, Isabel Pantoja, Remedios Amaya, Paz Vega e Marujita Díaz.

Em seguida visitamos o Bairro de la Macarena, que é um dos mais modernos bairros de Sevilha. Está situado junto à zona histórica da localidade. O seu património mais valioso é o seu arco de entrada, que no seu tempo, foi um pórtico almohade.

A zona mais bonita deste bairro é a que se situa junto à Alameda de Hércules. O Palácio de Dueñas, os lugares dos mercadozinhos, as igrejas da zona e os bares de tapas, são outros locais que vale a pena visitar, sendo o ponto turístico mais importante, a Basílica de la Macarena, de onde sai o ícone da cidade na semana santa, La Virgem de la Macarena.

Acabámos a tarde no centro histórico da cidade, que se concentra em redor do Bairro de Santa Cruz, onde se encontram a maioria dos monumentos de Sevilha. Um passeio pelas suas ruas é um verdadeira viagem no tempo...

Ali os principais pontos turísticos em termos de edifícios, são a Catedral e a sua Giralda, antigamente um minarete ou torre de uma antiga mesquita e o Alcázar, o palácio real. O Arquivo das Índias, ali perto, alberga todos os mapas e documentos sobre a Espanha e da conquista do Novo Mundo, está actualmente a ser restaurado e por isso, não está aberto ao público.

O Bairro de Santa Cruz, na zona centro da cidade, está rodeado de grandes casas, de palácios e de pátios brancos ou ocres, replectos de aromas de flores. As suas origens remontam ao momento da conquista da cidade por parte de Fernando III, que expulsou os Judeus que o ocupavam.

Citações históricas, poemas e livros, foram inspirados nessas ruas, propositadamente estreitas e labirínticas. A sua função é clara, servindo para evitar o sol do forte verão sevilhano.

Quanto a mim, esta é a mais pitoresca e encantadora zona da cidade, com ruas estreitas e sinuosas, com casas caiadas de branco, de antigas judiarias, repletas de esplanadas e bares, onde nos podemos sentar e desfrutar de algumas tapas, vendo passar os transeuntes.

Ainda para nos refrescarmos temos as suas inúmeras praças, entre elas a Plaza de los Venerables, a Plaza de Santa Cruz, ou a Plaza de Doña Elvira, decorada com azulejos.

A área central é delimitada pela rua Mateos Gago, cheia de lojas de recordações, cafés e bares de tapas, onde lanchámos, e pelas ruas de Santa Maria La Blanca, San José, os Jardins de Murillo e do Alcázar. Antigamente era o bairro judeu, onde algumas das igrejas foram originalmente sinagogas.
A passagem coberta fora do Patio de Banderas (parte do Alcázar), foi a Judería que vale a pena visitar. Ao entrar neste Pátio, temos uma vista inesquecível da Catedral de Sevilha.

Este bairro, incrivelmente pitoresco e cheio de história, com muitos e antigos palácios, igrejas e passagens escondidas, tem muito para nos oferecer. Ali além das melhores casas de tapas, existem muitas lojas que vendem “recuerdos” encantadores, como a cerâmica de Sevilha, vestidos de estilo flamenco, aventais sevilhanos, T-shirts…

Passear pelas suas ruas e praças revestidas com laranjeiras, que exalam o seu característico perfume, perdemo-nos pelo labirinto de ruelas estreitas, admirando os frondosos pátios de mansões particulares através dos seus portões de ferro forjado, é uma das melhores experiências da visita a Sevilha.

Este é um bairro que esconde encantadoras surpresas e por isso devemo-nos guiar pela nossa intuição, fazendo assim o nosso próprio roteiro…

Sites: dreamguides.edreams.pt / costasur.com

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