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2º Dia de Visita a Sevilha

Conhecer Sevilha é penetrar nos seus bairros e nos seus magníficos museus. Além disso, passear pela cidade é um autêntico prazer, e aqueles que o fazem ficam eternamente apaixonados por esta cidade, pelo que é denominada de Cidade Universal...

No segundo dia de visita à cidade, resolvemos visitar alguns dos seus mais emblemáticos bairros e lugares de Sevilha. Começamos por alugar um coche no Prado e fazer a visita a zonas não visitáveis através de autocarro turístico.

O condutor do coche, fez-nos uma visita guiada, apresentando-nos os principais locais visitados, entre eles: O Consulado Português, a Fábrica de Tabacos e Charutos, hoje convertida em Universidade, o Parque Maria Luiza, e dentro deste, os edifícios construídos para a Exposição Ibero Americana de 1929, onde se encontram, o Museu Arqueológico e o Museu de Arte e Costumes Populares. À saída do Parque Maria Luiza, o condutor levou-nos até à Plaza Mayor, onde ficámos, para uma visita mais pormenorizada ao local.

Após a visita e estes locais fomos novamente até à Catedral, para ver mais um pouco das festividades. Era 6ª Feira Santa, e as procissões continuavam... Por todo o lado se viam encapuçados, que ou vinham ou iam, para as procissões.

O centro histórico de Sevilha é dominado por dois símbolos de poder e riqueza, o Real Alcázar e a Catedral, com sua emblemática Giralda, a torre de tijolos ricamente trabalhada.

Perto dali, a herança mourisca e judia de Sevilha que se mantém ardilosamente viva nas ruas estreitas do Bairro Santa Cruz, a leste da catedral, onde se concentram os mais finos bares e tabernas de tapas. A hora de jantar aproximava-se e o jantar foi numa destas tabernas típicas, a Meson de la Infanta, que ficava próximo da praça da Catedral.

Após o jantar, fomos até à zona mais animada e badalada da noite de Sevilha, a Alameda de Hercules, zona de bares da preferência da juventude de Sevilha. Ali, o café Habanilla e o café Central, são os locais mais boémios, que oferecem uma esplêndida esplanada fresquinha e reconfortante, para qualquer caminhante estafado.

No final da noite, e já bastante cansados, fomos a pé até à zona marginal para apanharmos um táxi para o Prado, onde havíamos de apanhar o autocarro de volta ao parque de campismo de Dos Hermanas, e eis que neste percurso fomos novamente apanhados por mais uma procissão, o que nos obrigou a desviar caminho.


Site: folhaonline.com.br

1º Dia de Visita a Sevilha


O primeiro dia em Sevilha, acordou com sol radioso. Após o acordar, fomos de imediato para o parque de campismo para apanharmos ainda alguns lugares vagos, uma vez que se adivinhava a chegada de muitos visitantes a Sevilha e sabíamos que nesta época os parques ficam completos.

O parque de campismo escolhido, foi o Parque Wilson, em Dos Hermanas, que ficava a 12 Km de Sevilha. Embora longe de Sevilha este parque de campismo é bem servido de transportes públicos, havendo autocarros de hora a hora. O parque é um lugar tranquilo e bem frequentado, tendo havido algum e são convívio, entre nós e outros utentes do parque, na ocasião.

Após a saída do parque de campismo, apanhamos o autocarro para a cidade de Sevilha. A chegada a Sevilha, na zona do Prado, fez com que facilmente toma-se-mos um dos autocarros turísticos, afim de se fazer a habitual visita de reconhecimento à cidade. A volta pela cidade, feita por nós já várias vezes, noutras anteriores visitas, continua sempre a surpreender-nos. Sevilha é uma cidade maravilhosa!...

O passeio turístico proporcionado por estes autocarros é muito agradável, embora de curta duração. Mostrando o essencial da cidade, permite que os turistas saiam ou entrem quando quiserem, facilitando assim a visita à cidade. O bilhete tirado por 3 dias é o recomendado, não só por ficar mais em conta, mas também porque proporciona ao visitante maior mobilidade.

Após a partida, no Prado, o autocarro turístico tomou o sentido Sul, para nos mostrar os edifícios construídos para a Exposição Ibero Americana de 1929. Ali há paragens para a visita aos pavilhões e mais adiante podemos ver a porta de entrada do principal parque da cidade, o Parque Maria Luiza, visitado por nós mais tarde.

Depois o autocarro voltou para Norte e passou a ponte para a outra margem, onde se encontra o lindo bairro da Triana. Depois de se percorrer este bairro, o autocarro encaminha-se para a zona da Exposição Universal de Sevilha, de 1992. Ali podemos encontrar ainda, alguns dos mais emblemáticos pavilhões dessa exposição.

Ali nos terrenos da Expo 92, como é mais conhecida actualmente esta zona, encontra-se o Parque Tecnológico e o parque de diversões La Isla Mágica. Ali passa-se novamente uma ponte para a margem direita. Esta ponte junto à Expo 92, a Ponte do V Centenário, foi construída por ocasião da Exposição Universal e dá um toque de modernidade à cidade.

A zona que a seguir se visita, é la Macarena. Ali se pode ver a bela porta amarela e branca, do bairro de la Macarena, o Arco de Nuevo e mesmo ali ao lado, a Igreja de la Macarena, também pintada de branco e amarelo vivo. É dali que nas festividades da Páscoa, sai o grande ícone de Sevilha, la Virgem de la Macarena.

Depois o autocarro toma o rumo da avenida marginal, na margem direita do rio Guadalquivir, mostrando-nos a famosa zona de la Campana e logo a seguir a Torre del Oro, que deve o seu nome à cor dourada da pedra empregada na sua construção, e que outrora serviu para vigiar as entradas e saídas dos barcos que navegavam pelo rio Guadalquivir. Daqui também se vê por trás do casario, a Torre Giralda, da Catedral de Sevilha.

Ali há paragens para uma visita a pé da Catedral e do Alcazar. No entanto na Páscoa, só se pode visitar estes locais no domingo de Páscoa. Para quem quizer fazer a volta completa, visitará em seguida o bairro de Santa Cruz e após este, voltamos novamente ao ponto de partida, o Prado de San Sebastian.

No Prado, estamos perto quer da belíssima Plaza Mayor, quer do lindo Parque Maria Luiza, um dos pulmões da cidade, que originariamente fazia parte dos jardins que rodeavam o Palácio de San Telmo.

Ali, depois de visitarmos o belo jardim, podemos visitar ainda os museus que dentro dele se encontram, o Museu Arquiológico, situado num antigo Pavilhão da Exposição Ibero-americana de 1929, sendo um edifício que por si só já vale a visita.

Ainda ali, mesmo em frente, encontramos o Museu de Arte e Costumes Populares, situado no Pavilhão Mudéjar da Exposição Ibero-Americana de 1929. Este museu expõe colecções de carácter etnográfico, denominado "Artes Pomposas", onde se encontram cartazes para anunciar as Festas Primaveris, amostras de ourivesaria, cerâmica, bordados, mobiliário,...

Após sairmos do autocarro turístico, fomos caminhar pela cidade, até à Catedral, afim de assistirmos à entrada na Catedral das procissões. O doce perfume das laranjeiras em flor, pairava no ar e era levado pelo espírito do vento, por toda a cidade.

Em algumas ruas e esquinas, este perfume primaveril misturava-se com o cheiro a incenso e cera quente, que se elevava no ar, derramado pelos milhares de velas dos andores, carregados por penitentes que nas procissões desfilam.

Apesar de um ditado popular afirmar, que "em Sevilha, o ano inteiro é como se fosse Semana Santa", esta sensação olfactiva é única e inesquecível e acompanha quem caminha pelas ruas e ruelas ao longo desses dias.

Ao caminharmos pelas ruas da cidade, ainda nos primeiros momentos da tarde, cruzamo-nos com vários penitentes já vestidos de túnica e com o capuz posto, que se dirigiam para a igreja de onde sairia a procissão da sua confraria.

Como são cerca de sete ou oito confrarias, com milhares de penitentes a cada dia, o movimento é contínuo e chega a causar uma rara impressão, o esperar num semáforo para atravessar uma rua, tendo ao lado dois ou três personagens encapuçados que mais parecem saídos de uma outra época longínqua no tempo.

Alguns vestidos inteiramente de negro, com cilício de corda por cima da túnica, outros de branco, ou com o capuz e o escapulário de distintas cores. Bom número deles caminhavam descalços, outros apenas com umas simples sandálias e assim, iriam caminhar durante horas, até que a sua procissão acabasse...

Site: sevillacard

Sevilha e a sua História

Sevilha está situada no Sudeste da Península Ibérica. É a capital da Andaluzia e a quarta cidade de Espanha. É a capital das tapas, do flamenco, dos palácios mouros e das praças ornamentadas com laranjeiras. Sevilha é também conhecida pelas suas festividades.

As celebrações associadas à Semana Santa têm fama universal. Já no século XVI se comemorava a Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo com procissões realizadas pelas confrarias ou irmandades.
Os seus primeiros povoadores, os Tartéssicos, além de possuírem uma cultura muito elevada era um povo pacífico e culto e a sua existência chegou até nós através de crónicas gregas ou de achados arqueológicos. Com 2.500 anos de história, Sevilha guarda até hoje as influências dos povos que a dominaram: mouros, judeus, cristãos e mudéjares (árabes convertidos ao cristianismo).

Júlio César, converteu os sevilhanos em cidadãos romanos de pleno direito, denominando a cidade Julia Romula Hispalis. As origens obscuras deram lugar às lendas, que atribuem a Hércules a fundação de Sevilha.

As tropas romanas entram em Sevilha no ano 206 a.C., comandadas pelo general Escipio, derrotam os cartagineses, que habitavam e defendiam a região, e convertem-se em seus sucessores no Sul peninsular.
O general não tinha confiança na cidade pelo carácter agressivo e violento dos cartagineses, e dicidiu fundar uma cidade num local próximo e ao mesmo tempo afastado para evitar beligerâncias, e é assim que nasce Itálica, actualmente em ruínas. Itálica foi o lugar de nascimento dos imperadores romanos Trajano e Adriano.

Os romanos latinizaram o nome da cidade (Sevilha) e chamaram-lhe Hispalis. Durante este período foi um dos conventos jurídicos da Bética, o Hispalense.

"Embora Sevilha tenha tido grandes e sumptuosos templos, circos e anfiteatros, tudo acabou por desaparecer...", afirmava Rodrigo Caro já no século XVII. Depois dos romanos, os árabes conquistaram Sevilha, em 713, e governaram-na até à reconquista cristã.

Assim, Sevilha não tem hoje muitos dos vestígios dessas épocas, mas cada rua e praça que compõe o seu casco histórico vibra de um misto de alegria e agitação, e apresenta uma interessante colecção de edifícios históricos, muitos dos quais têm sido declarados Património Mundial.
Espreguiçando-se pelas margens do Guadalquivir, Sevilha tem um dos maiores centros históricos da Europa. A Catedral é uma das maiores da cristandade e a sua torre, a Giralda, e seu Claustro, o Pátio de los Naranjos, fizeram parte da mesquita maior, al-Moharrem.
O seu Alcazar, complexo palaciano de origem árabe, situado perto da Catedral, que começou a ser construído no ano de 720, é um lugar deslumbrante e carregado de história.
Por outro lado, os coloridos bairros com grande sabor popular, como Santa Cruz, a Triana e la Macarena, que tão veementemente participam nas festividades da Páscoa, são o que a cidade tem de mais genuíno.
Museus, centros artísticos, parques temáticos, cinemas, teatros, salas de flamenco, salas destinadas a reuniões e banquetes são apenas algumas das infinitas possibilidades que uma grande cidade como Sevilha proporciona.

As inúmeras esplanadas, bares e cafés, não devem ser esquecidos, uma vez que é ali que se pratica a mais arraigada de todas as tradições, o "Tapeo" (refeições ligeiras, feitas de uma prova de várias tapas saborosíssimas).

Site: sevillacard / esalgarvivo.com

*Mais sobre Sevilha em: Sevilha



Sevilha na Semana Santa


A principal festa de Sevilha é sem dúvida alguma a Semana Santa. As celebrações da Semana Santa foram iniciadas no século XVI e fazem dela uma das mais espectaculares e emocionantes festas de Sevilha.
Misto de devoção religiosa, arte, música e colorido, que se combinam nas procissões para a comemoração da morte de Jesus Cristo, onde os membros das diferentes irmandades, com suas vestes características (nazarenos encapuçados), desfilam pelas ruas transportando imagens religiosas, os "passos", ao som de trompetas e tambores, que ressoam através do vento por toda a cidade, dando origem a cenas inesquecíveis de sóbria e estranha beleza.
Assim os sevilhanos em procissão desfilam pelas suas ruas, saindo dos diversos templos até à "Carrera Oficial" (percurso oficial obrigatório para todas), que começa na calle Campana e finaliza ao sair da Catedral da cidade, onde se realiza a última estação da Via Sacra, a da penitência.

No entanto a procissão volta à sua igreja, numa rota diferente à inicial, a "recogía", percorrida até à Catedral da cidade. No caminho as "saetas" são os momentos mais emocionais das procissões, com canções flamencas e récitas a partir das varandas, em honra das imagens nos andores.

Um terço da população participa nas confrarias como irmãos da luz, também designados de "costaleros" ou simplesmente como membros de uma banda que acompanha a procissão.

Sevilha conta com 59 irmandades, das quais muitos sevilhanos fazem parte, percorrendo a cidade, ano após ano, acompanhando as imagens. Procissões, imagens, andores, pequenas capelas, nazarenos, todos eles, entre outros, constituem o conjunto da Semana Santa de Sevilha, que decorre entre a Paixão, as "saetas" e, sobretudo, o respeito pelas imagens dos Santos.

São 8 dias de procissões, a partir de Domingo de Ramos terminando no Domingo de Ressureição (Domingo de Páscoa), em que o dia mais importante é a Sexta-Feira Santa, dia no qual se vive a "Madruga", quando as procissões duram toda a noite até de manhã, fazendo dela uma noite especial. A "Madruga" é na noite de passagem da Quinta-Feira Santa para a Sexta-Feira Santa, sendo o ponto alto da Semana Santa de Sevilha.

Nesta noite, algumas das mais veneradas imagens fazem o seu caminho pelas ruas da cidade, tais como Jesús del Gran Poder, a Virgem de la Macarena, la Esperanza de Triana e el Cristo de los Gitanos.

As ruas da cidade enchem-se de turistas, e sevilhanos que se vestem de luto, uma vez que se celebra a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que com devoção e emoção vivem toda a noite até à manhã seguinte. No entanto é necessário ter muita paciência, porque a espera para admirar estas confrarias em procissão e as belas imagens dos seus padroeiros, tendem a ser longas...

No entanto, "a aparente religiosidade das procissões é ultrapassada por um sentimento de alegria pagã em relação à beleza da Virgem. A alegria dos sevilhanos", desde os mais jovens aos mais idosos, que tudo acompanham, até "...à teatralidade das próprias procissões, com as trompetas a soarem bem alto e os inúmeros nazarenos encapuzados, tudo contribuindo para uma sensação mista de religiosidade e paganismo". (Robert Wilson in "O Cego de Sevilha").

Sevilha na Semana Santa, é assim uma época muito particular, em que o aroma da Primavera se confunde com os do incenso e da cera quente, onde se mistura a religiosidade com o paganismo, a alegria com a mortificação e a punição com a redenção...









Sites: Wikipédia / sevilla.costasur.com

Chegada a Sevilha

Depois de deixarmos Aracena, fizemos de esticão a viagem até Sevilha. Chegámos por volta das 21h00 e já todos os parques de campismo estavam fechados. Os parques de campismo de Sevilha são todos longe da cidade, o que dificulta as idas e vindas para a mesma.

Tentámos encontrar lugar para a pernoita num parque de estacionamento automóvel junto à zona da última Expo, mas o parque estava repleto pois a cidade encontrava-se a abarrotar de visitantes.

O lugar também não nos pareceu o mais adequado, uma vez que os inúmeros "arrumadores", não nos pareceram ser os vizinhos mais seguros, o que não é de estranhar porque nos dias que correm nem em nossa casa estamos seguros. Segurança é coisa de outros tempos...

À noite em Sevilha não se deve pernoitar em qualquer lado e em especial em lugares escuros e não vigiados. Assim e depois de darmos várias voltas ao local, passámos sem querer pelos portões ainda abertos da zona do Parque Tecnológico de Sevilha, que logo de seguida foram fechados. Mais uma vez a sorte esteve do nosso lado, uma vez que encontrámos o lugar mais fortemente vigiado e seguro para a primeira pernoita em Sevilha.

A zona dentro do vedado Parque Tecnológico, na ex-expo, fechado e guardado 24 horas por polícia e gratuito, tem um único senão..., entre as 24h00 e as 8h00 da manhã, só se pode entrar e sair a pé.

Depois de se petiscar qualquer coisita, deixámos a autocaravana num dos parques de estacionamento automóvel do Parque Tecnológico e fomos a pé até à cidade. A hora já era tardia, mas mesmo assim muitos jovens deambulavam pela cidade e entre eles alguns encapuçados provenientes das procissões. Sentámo-nos ainda durante algum tempo na avenida junto ao rio Guadalquivir, mas já cansados, resolvemos voltar para a autocaravana.

Quando chegámos à portaria do Parque Tecnológico, e depois de passarmos as suas cancelas, vimos um casal de espanhóis autocaravanistas que estavam estacionados numa rua junto à portaria, e que com trajes de dormir, inspeccionavam por fora o seu veículo.

O homem estava aterrado com medo, por certo devido ao trauma de alguns roubos já sofridos. Dizia ter sofrido, ali mesmo, uma tentativa de roubo da sua bateria automóvel, o que em nosso entender seria praticamente impossível, uma vez que o seu carro se encontrava mesmo em frente da portaria, cheia de seguranças.

Vivem-se hoje tempos difíceis, vive-se uma crise de segurança generalizada, em que tudo parece ser permitido como se “consumir objectos de desejo” fosse o mesmo que “satisfazer desejos” (Freire Costa, 1999).

"... o respeito a regras sociais, na crença secreta de que estas não se aplicam a eles. Gananciosos, no sentido de que os seus desejos, não têm limites. Não acumulam bens e provisões para o futuro, como faziam os gananciosos individualistas da economia do século dezanove, mas exigem para si uma imediata gratificação e vivem em estado de desejo, desassossegado e perpetuamente insatisfeito", com diz Lasch (1983, p.15).

Resta-lhes por isso, a "liberdade" de exigir para si o alheio, sem consideração pelos outros!...

Museu ao ar livre de Aracena


Aracena foi a primeira povoação da Andaluzia que querendo ampliar o seu património cultural, situou nas suas ruas um autêntico Museu de esculturas ao ar livre, sendo pioneira nesta modalidade.

Na Plaza de San Pedro, pela rua Pozo de la Nieve que vai dar à entrada da gruta e noutros locais de Aracena, encontram-se espalhadas várias obras de arte contemporânea, pertencentes ao Museu de Arte Contemporânea da Andaluzia, formando um autêntico museu ao ar livre. Entre muitos outros artistas, ali são encontradas obras de vários artistas plásticos espanhóis, como Teno, Alberdi, Abigail Varela e Pepe Noj.

Este conjunto de obras destaca-se pela beleza e movimento das figuras e segundo a ideia original do promotor deste museu, o escultor aracenense Pepe Noja, cada uma das esculturas cumpre a função de memória de um acontecimento histórico.

Na Plaza de San Pedro, existe ainda um lavadouro público, designado "Fonte do Concelho", uma obra civil de 1923, realizada por Aníbal González e que aproveita um dos mananciais naturais de água da Gruta de las Maravillas, e que corre por uma calha aberta no meio da rua Pozo de la Nieve, desde a gruta até ao lavadouro.
No final da tarde e depois de um excelente lanche num dos cafés da Plaza de San Pedro, de tapas regionais de queijo, presunto e morcela, fizemos a caminhada de volta à autocaravana, para seguirmos viagem até Sevilha.
Site: sierradearacena.net

A Gruta de las Maravillas

A entrada para a Gruta de las Maravillas, fica mesmo no sopé do monte coroado pelo Castelo de Aracena. Esta elevação em rocha calcária, é uma espécie de ilha no meio dos xistos da Serra de Aracena, e contém no seu interior grutas e galerias de origem cársica.

A Gruta das Maravilhas é uma fonte inesgotável de beleza, forjada pelo tempo sobre a natureza, com a ajuda de elementos simples como água e as rochas. A vastidão dos seus lagos, a abundância e variedade de formações, bem como o comprimento do seu desenvolvimento, tornam este um complexo enterrado de grandes e belas paisagens subterrâneas.

Descoberto nos finais do século XIX foi em 1914 que é aberto ao público pela primeira vez, sendo a primeira gruta turística de Espanha.

A Gruta é a atracção turística principal desta cidade andaluza. Merece bem o destaque que lhe é dado, porque apresenta formações verdadeiramente extraordinárias, mas é preciso o visitante ir preparado para andar os 1.200 m de um percurso cheio de degraus que levam a diferentes níveis de altitude.

O acesso à gruta é feita a partir da Plaza de San Pedro e percorrendo a Calle Pozo de la Nieve. É uma rua muito movimentada, ocupada maioritariamente por esplanadas de restaurantes e cafés, subindo sempre até ao ponto onde se encontra a entrada para a Gruta de las Maravillas. Junto à entrada da Gruta ainda podemos visitar várias lojas de "requerdos".

A primeira referencia histórica sobre a sua existência data de 1886 e foi aberta ao público em 1914, sendo uma das primeiras cavidades naturais do mundo a serem visitáveis.

Trata-se de una cavidade freática originada pela acção erosivo-disolutiva das águas sobre as rochas calcárias do cerro do Castelo. Nela se manifestam, uma série de formações cársicas de extraordinária beleza: estalactites verticais e excêntricas, estalagmites, cortinas listadas, etc.. Estende-se por uma longitude total conhecida de 2.130 metros, dos quais só 1.200 m são visitáveis.

Manancial de beleza inesgotável, a Gruta de las Maravillas tem sido fonte de inspiração inevitável de poetas, escritores, pintores, músicos e artistas...

A Gruta de las Maravillas, é assim uma mostra dos caprichos da natureza. Uma cova longa, escavada pela água em solo calcário durante milhares de anos. Lagos internos e todo o tipo de formações rochosas de origem calcária, fazem possivelmente desta uma visita importante, algo que sem duvida não deixa ninguém insatisfeito, pois é provavelmente uma das grutas mais belas e melhor preservadas do mundo.

Site: sierradearacena.net

Aracena

A noite passou sem qualquer sobressalto, mas de manhãzinha, os automóveis começaram a chegar, pois estávamos num parque de estacionamento automóvel do Centro Hospitalar de Aracena. Acordámos por isso mais cedo do que o nosso costume, com o barulho de automóveis que chegavam e partiam a todo o momento, o que acabou por nos proporcionar mais tempo para visitar a cidade.
Fomos a pé até à Plaza de San Pedro, que fica situada no sopé do monte que suporta o castelo de Aracena, e depois de sabermos até que horas poderíamos visitar a gruta, resolvemos, por termos muito tempo ainda, fazer uma viagem de comboio turístico, para se ficar a conhecer bem a cidade.

Esta viagem é guiada e feita sem pressas, com paragens para visitas pelo caminho, o que resulta num conhecimento razoável da cidade. No final da visita à cidade, fomos visitar a Gruta de las Maravillas e no final desta, ainda houve tempo para comprar "requerdos" e iguarias gastronómicas da região.

Aracena, a maior cidade situada dentro dos limites do Parque Natural Sierra de Aracena e Picos de Aroche é dominada por um morro encimado por um castelo e uma igreja. A sua população tem crescido rapidamente nos últimos anos, mas tem conseguido manter uma elegância digna nas suas ruas.

A região de Aracena foi habitada desde tempos imemoriais, talvez desde o III milénio a.C. Existem restos de oficinas líticas na Gruta da Úmbria. Os celtas habitaram-na no séc. V a. C. Depois vieram os romanos, que exploraram as minas da região e usaram um sistema de pequenos núcleos habitacionais que constituíram as bases para o primeiro assentamento agrícola, e que teria sido provavelmente, a origem de Aracena, após a qual se seguiu a dominação muçulmana, que dependia de Sevilha.

Os portugueses combateram os mouros de Aracena, em 1251, expulsando-os. Dominaram a cidade, antes de a entregar aos castelhanos em 1267. Os Cavaleiros da Ordem dos Templários controlaram a cidade até 1312, quando a Ordem foi dissolvida.

O melhor local para a primeira visita é à magnífica vista panorâmica sobre a cidade e a paisagem circundante que se desfruta do seu Castelo. O castelo propriamente dito, consiste em muralhas defensivas algo arruinadas, dentro do qual existe uma grande igreja.

Junto ao castelo encontra-se a igreja dos Templários, a paroquia mais antiga de Aracena, declarada Monumento Nacional. A abordagem ao castelo e à igreja é feita através de um imponente campanário em tijolo e arcada no topo da colina.

A Igreja designada de Nuestra Señora de los Dolores foi construída pelos Cavaleiros Templários. Tem decoração idêntica em alvenaria, à Torre da Giralda da Catedral de Sevilha e foi construída entre os séc. XIII e XIV, sobre uma mesquita e fortificação almohade do século XII.

É dedicada ao culto da Virgen del Mayor Dolor, patrona de Aracena, em estilo gótico, possui três naves de idêntica altura com abóbadas em estrela e no exterior, uma preciosa torre mudéjar.

Deixando o castelo e um pouco mais abaixo do lado norte, encontra-se a igreja inacabada do séc. XVI de Nuestra Señora de la Asunción, templo renascentista iniciado no séc. XVI e jamais terminado. Junto a esta igreja encontra-se a Plaza Alta, que foi desenvolvida a partir do centro de Aracena, por volta do século XV, quando a cidade começou a crescer em termos de população e importância regional.

Em frente é a Cidade Velha, destaca-se a porta principal, feita em 1563, por Hernán Ruiz II, arquitecto renacentista espanhol. Hoje, abriga o centro de turismo e recepção aos visitantes do Parque Natural Serra de Aracena e Picos de Aroche.

Ali perto está o impressionante e recentemente renovado edifício do Ayuntamiento de Aracena (Câmara Municipal), com o exterior em tijolo vermelho, que foi projectado pelo renomado arquitecto Aníbal González em 1911, que trabalhou na Grande Exposição de Sevilha em 1929.

A igreja de Santa Catalina, antiga sinagoga judia, é actualmente um templo conventual das religiosas carmelitas. Outros monumentos de interesse são as igrejas de Santa Lucía e a ermida de São Pedro, antigo templo mudéjar.

Na Praça de São Pedro, na rua Pozo de la Nieve e noutros locais, encontram-se espalhadas várias obras de arte moderna, pertencentes ao Museu de Arte Contemporânea da Andaluzia, formando um autêntico museu ao ar livre. Entre muitos outros artistas, ali são encontradas obras de Teno, Alberdi, Abigail Varela e Pepe Noj.

A cidade é dominada pelo Cerro del Castillo. No interior deste morro corre um labirinto de galerias, caminhos, lagos e alagados, paredes de estalactites e estalagmites, formando aquela que é a magnífica Gruta das Maravilhas.

Sites: sierradearacena.net