Sevilha na Semana Santa


A principal festa de Sevilha é sem dúvida alguma a Semana Santa. As celebrações da Semana Santa foram iniciadas no século XVI e fazem dela uma das mais espectaculares e emocionantes festas de Sevilha.
Misto de devoção religiosa, arte, música e colorido, que se combinam nas procissões para a comemoração da morte de Jesus Cristo, onde os membros das diferentes irmandades, com suas vestes características (nazarenos encapuçados), desfilam pelas ruas transportando imagens religiosas, os "passos", ao som de trompetas e tambores, que ressoam através do vento por toda a cidade, dando origem a cenas inesquecíveis de sóbria e estranha beleza.
Assim os sevilhanos em procissão desfilam pelas suas ruas, saindo dos diversos templos até à "Carrera Oficial" (percurso oficial obrigatório para todas), que começa na calle Campana e finaliza ao sair da Catedral da cidade, onde se realiza a última estação da Via Sacra, a da penitência.

No entanto a procissão volta à sua igreja, numa rota diferente à inicial, a "recogía", percorrida até à Catedral da cidade. No caminho as "saetas" são os momentos mais emocionais das procissões, com canções flamencas e récitas a partir das varandas, em honra das imagens nos andores.

Um terço da população participa nas confrarias como irmãos da luz, também designados de "costaleros" ou simplesmente como membros de uma banda que acompanha a procissão.

Sevilha conta com 59 irmandades, das quais muitos sevilhanos fazem parte, percorrendo a cidade, ano após ano, acompanhando as imagens. Procissões, imagens, andores, pequenas capelas, nazarenos, todos eles, entre outros, constituem o conjunto da Semana Santa de Sevilha, que decorre entre a Paixão, as "saetas" e, sobretudo, o respeito pelas imagens dos Santos.

São 8 dias de procissões, a partir de Domingo de Ramos terminando no Domingo de Ressureição (Domingo de Páscoa), em que o dia mais importante é a Sexta-Feira Santa, dia no qual se vive a "Madruga", quando as procissões duram toda a noite até de manhã, fazendo dela uma noite especial. A "Madruga" é na noite de passagem da Quinta-Feira Santa para a Sexta-Feira Santa, sendo o ponto alto da Semana Santa de Sevilha.

Nesta noite, algumas das mais veneradas imagens fazem o seu caminho pelas ruas da cidade, tais como Jesús del Gran Poder, a Virgem de la Macarena, la Esperanza de Triana e el Cristo de los Gitanos.

As ruas da cidade enchem-se de turistas, e sevilhanos que se vestem de luto, uma vez que se celebra a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que com devoção e emoção vivem toda a noite até à manhã seguinte. No entanto é necessário ter muita paciência, porque a espera para admirar estas confrarias em procissão e as belas imagens dos seus padroeiros, tendem a ser longas...

No entanto, "a aparente religiosidade das procissões é ultrapassada por um sentimento de alegria pagã em relação à beleza da Virgem. A alegria dos sevilhanos", desde os mais jovens aos mais idosos, que tudo acompanham, até "...à teatralidade das próprias procissões, com as trompetas a soarem bem alto e os inúmeros nazarenos encapuzados, tudo contribuindo para uma sensação mista de religiosidade e paganismo". (Robert Wilson in "O Cego de Sevilha").

Sevilha na Semana Santa, é assim uma época muito particular, em que o aroma da Primavera se confunde com os do incenso e da cera quente, onde se mistura a religiosidade com o paganismo, a alegria com a mortificação e a punição com a redenção...









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