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Serra do Gerês - Rio Caldo - Santuário de S. Bento da Porta Aberta - 3º Dia - Parte IV


 
Chegados ao Rio Caldo parámos, não só para descansarmos, mas também para ali gozarmos por alguns momentos a beleza do local.
Rio Caldo é sede de uma freguesia constituída por pequenas aldeolas ou aglomerados de casas, como Raposeira, Paço, Granja, Outeiro, S. Pedro, Parada, S. Bento, Seara… e que se descortinam entre a paisagem montanhosa de S. Isabel do Monte, espelhando-se nas águas da Albufeira da Caniçada, conferindo uma fisionomia paisagística de extrema beleza.
Ali o Centro Náutico, a Marina de Rio Caldo e o Santuário do São Bento da Porta Aberta (situado a poucos metros de Rio Caldo, a caminho de Campo do Gerês), constituem os principais espaços de grande atração turística.

Seguimos depois pela N304 subindo sempre, para perfazer os 3 Km que separam Rio Caldo do belíssimo Santuário de S. Bento da Porta Aberta, situado em zona alta, de onde se desfruta de belíssimas paisagens.
O culto a S. Bento, deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro. Em 1640, é construída a primitiva ermida, dedicada a S. Bento, numa pequena elevação. Segundo a tradição esta possuía um alpendre, como a maioria das capelas erigidas no alto dos montes, e tinha sempre as portas abertas, servindo de abrigo a quem passava... Peregrinos ou viajantes. Daí lhe terá advindo a designação de S. Bento da Porta Aberta.
São Bento*, foi o fundador da Ordem Beneditina e um santo milagreiro do séc. V, infatigável combatente do mal e muito querido entre os fiéis pelos seus múltiplos talentos, que incluem a proteção de animais domésticos e viajantes.
A antiga capela com o tempo foi ficando pequena para abrigar o número crescente de fiéis, forçando a Irmandade a construir um novo templo. O atual Santuário é relativamente recente. Foi iniciada a sua reconstrução em 1880 e concluiu-se em 1895.

No entanto e atendendo às diminutas dimensões da Igreja hoje ainda ali existente, foi decidido no ano de 1994, erigir um novo espaço muito próximo do primeiro, tendo sido entregue ao arquiteto Luís Cunha a preparação do projeto. A construção ficou concluída, incluindo as zonas envolventes, no ano de 2002.

O belo templo de S. Bento da Porta Aberta e a nova Cripta, atribuem uma notoriedade religiosa ao local. Implantado na encosta, o novo edifício surpreende pelo arrojo e modernidade.

São Bento da Porta Aberta situa-se num local privilegiado. Rodeado pelas belas montanhas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e o lago da Albufeira da Caniçada, onde o contacto com a natureza é constante.
Chegados ao Largo da Igreja de S. Bento, estacionámos a mota e fomos primeiro visitar a Igreja mais antiga. O interior da Igreja é de nave única e de uma simplicidade encantadora. São dignos de realce os painéis de azulejos da capela-mor, que retratam a vida de S. Bento, assim como o retábulo de talha coberto a ouro.
Encaminhamo-nos depois para o novo templo, situado num nível mais baixo, em relação à Igreja superior. Do lado esquerdo do Largo da Igreja, vê-se logo o telhado do novo templo (cripta) e um obelisco de vidro, inaugurado em outubro de 1998.
Descendo pelos elevadores, ou pelas escadarias, entra-se num amplo templo, com uma nave grandiosa, com paredes de vidro, teto de madeira clara, colunas de betão enfeitadas com mosaicos de cores suaves e altar de design sofisticado, onde não falta uma grande imagem de S. Bento. Percebe-se a funcionalidade e a nobreza dos materiais, que formam um conjunto moderno de grande beleza arquitetónica.
Ladeando o templo, passa-se por uma galeria com azulejos contemporâneos, representando cenas da vida de São Bento e dos monges beneditinos, pintados por Querubim Lapa. O conjunto de painéis de azulejo é, no mínimo inesperado, onde não falta uma alusão aos monges brancos da Ordem de Cister, num painel que tem como fundo o belo e emblemático Mosteiro de Alcobaça.
S. Bento da Porta Aberta é venerado por milhares de devotos ao longo do ano, que concentram a sua maior afluência em julho e agosto, quando se celebra a festa litúrgica de São Bento. A romaria principal é realizada de 10 a 15 de agosto, e tem outras festas em 21 de março e 11 de julho.
 


Fonte: http://www.memoriaportuguesa.com/ http://faustinovieira.blogspot.pt/ http://www.sbento.pt/ http://sbento.pt/santuario.php http://www.sbento.pt/ http://www.igogo.pt/ http://sbento.pt/


* São Bento de Núrsia, nascido Benedetto da Núrsia (Núrsia, c. 480 — Abadia do Monte Cassino, c. 547) foi um monge italiano, fundador da Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador da Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Era irmão gémeo de Santa Escolástica. Foi designado patrono da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo também patrono da Alemanha. É venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália, destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente restaurada. É comemorado no calendário católico a 11 de Julho, data em que suas relíquias foram trasladadas para a Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire.

Serra do Gerês - A caminho de Rio Caldo - 3º Dia - Parte III





Acabada a visita às Termas do Gerês é tempo de se tentar espreitar o afamado Parque das Termas, que reúne de certo modo a beleza cuidada da Natureza do Gerês.
 
Situado junto ao edifício das Termas do Gerês, este é um ótimo local para relaxar. É um parque muito bonito, com zonas de vegetação espontânea e zonas ajardinadas. Tem um lago com patos, onde se pode andar de barco. Dispõe ainda de piscinas, um bar e um parque infantil.

O Parque das Termas dedicado a Tude Martins de Sousa (famoso Regente Agrícola, jornalista e escritor português, que desde 1904 a 1914 foi "Regente Florestal" da Serra do Gerês e autor de muitas obras sobre o Gerês), é como que um aperitivo para o Parque Nacional da Peneda-Gerês que se desenvolve a partir daqui, ao longo de 70 mil hectares, para Norte, Leste e Oeste.

Com cerca de dois hectares, o parque termal é atravessado pelo rio Gerês. As ruas são ladeadas por enormes árvores centenárias, cuja folhagem cobre o solo com mil cores.
Duas pontes permitem passar de uma, para a outra margem do rio. Uma piscina moderna, uma gruta artificial junto a um lago com barcos a remos e um circuito de manutenção são outros dos atrativos deste parque.
Mas o que verdadeiramente o torna especial é a atmosfera quase mágica das longas alamedas sombreadas e o rumorejar das águas geladas do rio Gerês, vindas do alto da serra. É, de facto, o sítio ideal para um passeio ao começo do dia, ou para a leitura de um livro, seja na esplanada do bar, seja num dos muitos bancos espalhados ao longo do parque. O acesso é pago, exceto para os hóspedes do Hotel das Águas do Gerês.
Deixa-se a pequena e acolhedora, a vila de Caldas do Gerês, que tem as montanhas como pano de fundo e segue-se viagem a caminho de Rio Caldo, pela estrada N308.
A estrada vai descendo até ao vale e segue depois junto à margem norte do grande lago, acompanhando o belíssimo vale, onde se espraiam as águas da Albufeira da Caniçada.
A Albufeira da Caniçada é procurada, quer pela sua beleza paisagística, quer pelas excelentes condições para a prática desportiva. Possui várias praias fluviais de um sossego encantador e algumas marinas, sendo a mais importante a Marina de Rio Caldo. É composta por 689 hectares de espelho de água navegável, onde uma embarcação de recreio, com início no Rio Caldo, oferece uma viagem original de carácter turístico-ambiental. Uma maneira divertida de conhecer a paisagem envolvente, todo o ano!
Enquanto a viagem se fazia lentamente, em convívio direto com as riquezas naturais e patrimoniais destas terras e observando de perto os altos cumes que envolvem toda a sua imensa beleza paisagística, vem-nos à memória a escrita de Miguel Torga, um dos grandes talentos da literatura portuguesa que ao longo de quatro décadas, explorou as paisagens do Gerês, que tantas vezes lhe serviram de inspiração à sua poética.

Serra!
E qualquer coisa dentro de mim se acalma…
Qualquer coisa profunda e dolorida,
Traída,
Feita de terra
E alma.

Uma paz de falcão na sua altura
A medir as fronteiras:
- Sob a garra dos pés a fraga dura,
E o bico a picar estrelas verdadeiras…

 Miguel Torga, in Diário II

Fonte: http://www.anossaterra.pt/ http://tiago.pinhal.com/blogue/o-regresso/; http://pt.wikipedia.org/; http://www.anossaterra.pt/

Serra do Gerês - Caldas do Gerês - Termas do Gerês - 3º Dia - Parte II





Depois do belo passeio explorando o vale do rio Gerês, agarramos na mota a fim de iniciarmos um longo passeio pela zona sul da Serra do Gerês.
 
A primeira paragem foi feita logo à entrada da vila de Caldas do Gerês, para a visita às Termas. Deixamos a mota estacionada na Praceta Honório de Lima, junto da Capela das Termas e seguimos a pé para a visita ao edifício termal.
 
A estância termal é constituída fundamentalmente por uma avenida densamente arborizada aconchegada a uma encosta abrupta de vegetação exuberante e fronteira a uma montanha com uma densíssima mata de pinheiros. No topo da avenida abre-se um frondoso parque rico em espécies arbóreas e com canteiros ajardinados.
 
Há mais de dois mil anos que os Romanos descobriram os benefícios da água das Termas do Gerês. Nesse tempo, as Termas do Gerês encontravam-se num local considerado remoto e de acesso difícil, mas apesar desta dificuldade, a fama da água do Gerês rapidamente atravessou serras e vales.
 
Durante séculos estas águas singulares foram dando provas dos seus poderosos efeitos curativos que são resultado das suas características únicas. Por isso está incrustada no maciço granítico junto à Fonte da Bica, a inscrição em latim “AEGRI SURGUNT SANI”“Os Doentes Saem Sãos”.
 
As nascentes termais brotam do lado leste da terra, no sopé de uma escarpa alta quase vertical, constituída por um granito porfiróide de cor rósea. Há ali quatro fontes, cada uma com um nome particular. As duas mais importantes são a Fonte Forte onde a água brota a 42ºC e a Fonte da Bica, com água à temperatura de 42,5ºC esta é notável sobretudo pela sua fluoretação sódica, sendo administrada por via oral. As outras duas são a da Figueira, porque por cima dela cresce das rochas uma figueira, a do Bispo. Por cima de cada uma delas foi construída uma casinha quadrada em cujo centro se encontra uma cavidade que se emparedou para o banho. Antigamente só se ia ali banhar uma pessoa de cada vez. Em vez da porta existia um simples cortinado. Se este estivesse descido é porque alguém se encontrava no banho, as mulheres no entanto não confiam o bastante nos olhares masculinos e punham uma criada à porta.
 
A água também se bebe, recolhendo-se então aquela que brota da rocha, em vez daquela que corre na cavidade onde se toma banho. Uma destas fontes tem notoriamente sulfureto de hidrogénio, mas em pouca quantidade; as outras têm ainda muito menos e uma das fontes não mostra sequer quaisquer vestígios dele.
 
O tratamento termal, que implica cuidada vigilância médica, está indicado nas doenças de fígado e vesícula biliar, obesidade, diabetes e hipertensão arterial, incluindo a litíase.
 
Mas as termas do Gerês proporcionam também programas específicos para reeducação dietética, emagrecimento, relaxamento físico e psicológico, recuperação física e antisstress. Possui um centro termal muito agradável, onde o visitante é convidado a descontrair, ao mesmo tempo que interage com a Natureza, que envolve toda a vila.
 
Hoje o estabelecimento termal encontra-se remodelado e reequipado e dotado das mais modernas técnicas termais e de bem-estar, possibilitando assim dar resposta às expectativas dos termalistas que as frequentam. Desta forma o estabelecimento termal criou novas valências, de onde se destacam a Piscina Dinâmica, os duches de Cuba, Pulverização de 3 essências sequenciais e ainda uma vasta área de gabinetes de massagem e estética termal, bem como um moderno ginásio.
 
Contíguas ao estabelecimento termal foram também criadas diversas áreas de serviços e comércio. Todo este conjunto modernamente edificado constitui, hoje, um grande Complexo Turístico-Termal, localizado bem no centro da Estância Termal do Gerês.
 



A época termal vai de 15 de maio a 15 de outubro.

Fonte: http://www.termasdogeres.pt/ http://www.cm-terrasdebouro.pt/ http://pt.wikipedia.org/ http://www.serra-do-geres.com/
Ler mais sobre a história das Caldas do Gerês em: http://www.serra-do-geres.com/cidades_vilas_e_aldeias/ficheiros/caldas_do_geres_ficheiros/caldas_do_geres_historia_ficheiros/texto_historia/caldas_do_geres_historia.htm

Serra do Gerês - Caldas do Gerês - Explorando o vale do rio Gerês - 3º Dia - Parte I




O dia seguinte ao da chegada a Caldas do Gerês acordou ensolarado. Os raios de sol tentavam teimosamente penetrar entre a folhagem, fazendo as cores do vale luxuriante ficarem mais vivas, o que convidava a um longo passeio de reconhecimento, pelo estreito vale onde corre o rio Gerês.

O lugar onde se situa o parque de campismo é de uma rara e impressionante beleza paisagística e de enorme valor ecológico.
Caminhou-se devagar, bem devagarinho, para se olhar tudo, não querendo deixar nada que não se tivesse visto, para trás. Não se ouvia nada, a não ser o leve ondular da folhagem, o chilrear dos pássaros e claro, a agradável turbulência do correr das águas do rio Gerês, que por ali passa sem pedir licença.
A não ser os poucos utentes do parque naquela época, não havia vivalma, quase parecendo abandonado. Que maravilha a sensação de se estar só… E temos sorte, muita sorte: É ali bem chegadinha a nós que se encontra a tão afamada Natureza do Gerês.
O lugar é de uma enorme beleza cénica e a câmara não se cansa de disparar. Entre o plano A e o plano B o coração balança. É tudo tão imensamente belo, que é impossível guarda-lo numa caixa tão pequena… até porque sabemos que será realmente impossível copiar toda a beleza do lugar!
A mata pujante que nos envolve dá-nos a observar arvoredo alto, que por vezes atinge entre 15 e 20 metros, o que não sucede noutro lugar em Portugal, procurando avidamente encontrar a rara luminosidade. Ali encontramos o teixo, os vidoeiros e os pinheiros, mas também várias espécies arbóreas, como o carvalho, o azereiro e o medronheiro, entre outras.
Para aqueles que amam a botânica este é um lugar magnífico. Ali também encontrámos a Iris boissieii, um lírio violáceo que apenas se vê no Gerês; e uma outra flor violácea (que quando acordámos nos deu os bons dias, por se encontrar mesmo em frente do nosso para-brisas, quando abrimos as cortinas pela manhã) e também rosácea, que é a Prythroninca deuscanis, produzida por uma árvore muito elegante, bela e rara; mas também a Hypericum androsaemum, de flor amarela, que constitui o hipericão-do-Gerês, usado com fins medicinais.
Durante toda a expedição, a água é quem impera. O seu som acompanha-nos durante toda a caminhada. De vários lugares brotam veios de água cristalina, que se reúnem ao veio maior, de águas límpidas e borbulhantes do rio Gerês, que apressadas seguem por terrenos declivosos, procurando passar entre grandes calhaus rolados, cobertos por musgos esverdeados, que se encavalitam uns sobre os outros.
Junto das margens do rio Gerês, quase a beijar as águas, crescem belos fetos, heras de folha larga e alguns rebentos de Quercus faginea, que ali crescem rapidamente dando lugar a belas árvores. Mas junto das águas destacam-se sobretudo muitos Carrascos (Quercus coccifera), que ali parecem ser os guardiães das águas doces, tirando o lugar a Enki, que na antiga Suméria era o deus dos rios, dos canais e da chuva.
 
Fonte: http://obotanicoaprendiznaterradosespantos.blogspot.pt/ http://pt.wikipedia.org/ http://www.serra-do-geres.com/

Serra do Gerês - A chegada a Caldas do Gerês - 2º Dia - Parte VII



A chegada a Caldas do Gerês pouco antes do anoitecer deu ao lugar um colorido diferente. Não é por acaso que a grande maioria dos fotógrafos, preferem o início ou o fim do dia para fotografar ambientes naturais.
O nascer ou o pôr-do-sol, são as chamadas horas mágicas, em que as cores ficam mais agradáveis, a saturação lindamente aumentada, os detalhes e texturas revelados e as sombras mais suaves e difusas. A Hora Mágica é compreendida mais ou menos meia hora antes e depois do nascer do sol, e meia hora antes e depois do pôr-do-sol.
Assim, um lugar já por si muito belo, tomou aquela hora uma beleza ainda maior, fazendo da nossa chegada a Caldas do Gerês, mais um dos momentos a recordar com saudade!..
As Caldas do Gerês possuem tal como o nome indica, as famosas Termas do Gerês, que se encontram instaladas num bonito edifício recuperado, ficando nas proximidades o aprazível Parque das Termas.
Situadas no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês e rodeadas por lagos e montanhas, as Termas do Gerês são das mais famosas do país, com uma envolvente paisagística de rara beleza.
As suas águas termais eram já conhecidas e exploradas pelos romanos. A estância termal foi inicialmente construída no reinado de D. João V, e recebia visitas frequentes de D. Luís I e da rainha D. Maria Pia, acompanhados pelo príncipe D. Carlos e D. Amélia de Orleães. Em 1897 foi demolida, para dar lugar aos novos edifícios e à captação de águas.
Como a noite caia rapidamente, fomos logo para o parque de campismo, onde ficaríamos durante este fim de semana. O parque do Vidoeiro situa-se a apenas 500m da vila de Caldas do Gerês. É um parque situado num belíssimo local densamente arborizado, muito fresco e sombreado e ideal para os que querem contactar diretamente com a Natureza.
O entrar neste parque de campismo é por si só uma experiência que nunca se esquece, não só pela beleza do lugar em si, mas sobretudo pelos odores a terra húmida, pelo som do ondular da folhagem pelo vento, e sobretudo pela forte presença das águas cantantes do rio Gerês, que nos dá as boas vindas.
O parque está situado no fecho de um estreito vale, rodeado de altas e ingremes montanhas rochosas, cobertas na sua maioria por um denso matagal, que as torna impenetráveis. No entanto ali também reinam carvalhos, amieiros (Rhamnus frangula), azereiros (Prunus lusitanica) e oliveiras, que envolvem as margens do rio Gerês que corre rápido, animado da velocidade própria das águas que descem montanhas.

Fonte: http://www.lifecooler.com/ http://saberescruzados.wordpress.com/ Wikipádia.org

A caminho de Caldas do Gerês - 2º Dia - Parte VI




Depois do jantar em Braga, caminhámos até à autocaravana. No caminho uma passagem pelo Largo Carlos Amarante, onde se situam a Igreja de Santa Cruz e a Igreja de São Marcos.
 
A primeira que encontramos é a Igreja de Santa Cruz, construída no séc. XVII, em estilo barroco maneirista, com uma bela fachada em pedra, trabalhada com simetria bilateral.

A segunda e mais imponente, domina a praça e é a Igreja de São Marcos, também designada por Igreja do Hospital. Foi construída no séc. XVIII com um projeto do arquiteto Carlos Amarante, que deu o nome ao largo. Na fachada principal da igreja encontra-se a estátua de São Marcos, patrono desta igreja e que foi bispo da Igreja Cristã Oriental, ao tempo do Imperador Constantino. Nos varandins que encimam do lado esquerdo e direito a fachada principal, veem-se as estátuas que representam São Simão, São Bartolomeu, São Tiago Menor, São João Evangelista, Santo André, São Pedro, São Paulo, São Tiago Maior, São Tomé, São Filipe, São Matias e São Lucas. As Relíquias do corpo do Apóstolo e Bispo São Marcos, encontram-se nesta igreja à veneração dos fiéis.

Posemo-nos depois a caminho da Serra do Gerês. Queríamos chegar antes de anoitecer a Caldas do Gerês, onde ficaríamos sediados durante o resto do fim de semana. Caldas do Gerês fica situada a apenas 43 km a NE de Braga e foi para lá que rumamos.

A viagem não foi longa, o que proporcionou um percurso calmo, a gozar a paisagem. Depois de deixarmos Braga, a estrada sobe para terras altas e delas as belas paisagens vão-se sucedendo ao olharmos para os vales que do lado norte, acompanham a estrada.

Talvez por acharmos demasiado perto, passámos sem querer o cruzamento com a estrada descendente e sinuosa que nos levaria a Caldas do Gerês. Por isso continuámos pela estrada alta que cavalga as serranias, até que mais à frente ao olharmos para a esquerda, observámos lá em baixo o fundo e belíssimo vale, onde se espraiam as águas da Albufeira da Caniçada.

Parámos a autocaravana e fomos cá de cima espreitar a encantadora paisagem. É dali que se percebe toda a envolvência da Albufeira da Caniçada, que é de uma beleza de tirar o fôlego. O verde vivo da sua vegetação, o azul cristalino do céu, a luz imponente mas velada do final da tarde, as cores com que qualquer pincel pintaria aquele grandioso espaço, não deixando de olhar a forte presença do recortado manto azul por onde a Albufeira da Caniçada se estende, formando uma união absolutamente divina.

Depois o voltar para trás na procura do cruzamento que nos levaria a Caldas do Gerês. Encontrado o cruzamento a alguns quilómetros atrás, desceu-se a estrada que serpenteia a encosta a leste do maravilhoso Vale da Caniçada, enquanto o casario granitico e disperso se agarra à montanha.

Na descida fomos observando a envolvente ao vale, que nos mostra a imponência da Serra do Gerês. De natureza granítica, a serra forma gigantescos e belos anfiteatros.

A Serra do Gerês tem a direção geral NE-SO, sendo o seu comprimento de 35 km entre a Fonte Fria, 3 km a NO de Pitões no concelho de Montalegre, e o rio Caldo, 5 km a S das Caldas do Gerês. A sua largura máxima é de 18 km e no alto Cume dos Carris, a serra atinge 1507 m de altitude, ficando junto da raia de Espanha o Pico da Cabreira com 1534 m e o Altar dos Cabrões com 1544 m.

Tanto na fauna como na flora, a Serra dos Gerês é a mais rica de Portugal. A esta riqueza singular, alia-se o deslumbramento dos panoramas e a abundância das águas que alimentam os rios Cávado e Homem, além de muitos outros pequenos rios, ribeiros e fios de água. Não admira por isso que o homem nela tenha deixado sinais da sua presença desde os tempos pré-históricos, reforçando o já notável valor ecológico com valiosos elementos culturais. Daí que tenha sido criado, em 1971, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que abrange a Serra do Gerês entre o rio Cávado e o rio Lima, e parte da Serra da Peneda, constituindo um todo com uma área de 71 422 hectares.

Fonte: http://www.serra-do-geres.com/ http://anossaterrinha.blogspot.pt/ Wikipédia.org

Braga - 2º Dia - Feira Medieval - Parte V




Quando acabou a visita à Sé de Braga continuámos a caminhada pelas ruas à Feira Medieval. Nas bancas do mercado medievo, os visitantes podiam encontrar os mais variados tipos de artesanato e outras curiosidades pelas várias ruas do centro histórico, designadamente bijutaria, vidros e cristais, pedras naturais e fosseis, incensos, mesinhas, amuletos, produtos esotéricos, fatos medievais, cestaria, chás, licores, compotas, artesanato em pele, óleos, entre muitos outros produtos.

Os trajes, a animação, a música, a dança, o acampamento musical de som medieval, a gastronomia, os espetáculos de jograis, de teatro, enfim, as várias práticas de animação próprias da época medieval, marcavam presença nos espaços mais característicos.

Como por magia, os visitantes ao caminharem pelas ruas de Braga naquele dia, tinham a oportunidade de conviver com as figuras mais tradicionais dos tempos medievos, podendo viver o espírito da festa, não só por observar os feirantes vestidos a rigor nas suas bancas, mas também olhar os muitos figurantes e populares bracarenses, que envergando roupas próprias da época medieval (ou romana), nos levavam numa espécie de viagem no tempo até à antiga “Bracara Augusta”.
 

Já bem próximo da tenda destinada aos “comes e bebes”, o último quadro vivo, recreava a arte de “Fiar e Tecer”, duas atividades que sempre exerceram sobre mim um fascínio fantástico.

Na época medieval trabalhava-se principalmente o linho, mas também a lã. Os trabalhos eram realizados por mulheres, que por iniciativa própria, faziam o vestuário para si e sua família. No entanto também foi um ofício, onde se faziam trabalhos destinados à comercialização, mas também se aceitavam encomendas específicas para fora, e podiam até trabalhar com os fios que lhes eram fornecidos.

Depois caminha-se em direção há grande tenda destinada à gastronomia. No caminho passa-se pela Casa do Passadiço, situada no Largo de São João do Souto, um belo solar barroco com dois pisos e uma entrada nobre barroca e um portal ameado cercado por um muro com grade, que limita um belo jardim. Nele destaca-se a decoração das janelas de sacada do segundo piso com cobertura escamada sobre as cornijas e a porta principal com decoração exuberante. Interiormente, destaca-se a arcaria, a escada de acesso ao piso superior e a decoração barroca da porta de acesso às salas do segundo piso. O nome deve-se ao facto de, anteriormente ter ali existido um caminho público.


Naquele dia Braga também tinha para oferecer aos visitantes, junto da tenda uma animação típica da época medieva, não faltando grupos de músicos, trovadores e jograis, tal como se fazia em tempo de paz, quando o Rei promovia o lazer na sua Corte, permitindo momentos de festa e de cultura, com a representação de arremedilhos e sessões de poesia e de música, cantadas por alguns jograis e trovadores, personagens frequentes nestas festas.

O jantar de carne grelhada acompanhada de fresca salada e sangria, antecipou a ultima caminhada rumo à autocaravana, antes da partida para Caldas do Gerês.

Fonte: http://www.cm-caminha.pt/ http://www.feiramedieval.com/ http://www.igogo.pt/ Wikipédia.org

Braga - 2º Dia - Feira Medieval - Parte II




Após o almoço levámos a autocaravana até ao centro de Braga, tendo-a deixado estacionada do lado direito, na Rua 25 de Abril, um das perpendiculares à Av. da Liberdade.

Braga situa-se no coração da verdejante região do Minho, no Noroeste de Portugal, rodeada por uma paisagem de montes ondulantes e florestas. A cidade, um dos maiores centros religiosos de Portugal, é reconhecida pelas suas igrejas barrocas, pelos esplêndidos solares do séc. XVIII e pelos seus belos parques e jardins.
A parte antiga da cidade é solene, embora naquele dia a Feira Medieval lhe desse um colorido diferente, mais popular e divertido, mas invocando no entanto, a beleza do seu passado. Ali no centro histórico, a história da cidade reflete-se nas inúmeras igrejas e monumentos, entre os quais se destacam a imponente Sé Catedral e a Igreja de Santa Cruz, datada do séc. XVII.
Deixada a autocaravana em lugar seguro, subimos depois a pé a Avenida da Liberdade, e prosseguimos pela Avenida Central até ao centro da cidade. Naquela Primavera a Av. Central encontrava-se belíssima, com os seus canteiros centrais, cheios de amores-perfeitos multicoloridos.
No fim desta Avenida, encontrámos a Praça da Republica, onde fomos acolhidos pelas primeiras bancas da Feira Medieval. A feira estendia-se pelas ruas, um pouco por todo o lado da cidade antiga, ocupando os passeios com muitas e diversas bancas, que ladeavam as ruas e ruelas, com os comerciantes participantes vestidos a rigor.
Após a visita às bancas da Praça da Republica, seguimos pela Rua do Souto a caminho da zona mais antiga da cidade. Logo no início desta rua encontra-se do lado esquerdo, o café mais emblemático da cidade, A Brasileira.

Ali parámos, pois não se deve passar por um destes cafés, sem experimentar o seu espirito nobre e antigo. Naquele dia a esplanada estava muito convidativa, uma vez que a Feira Medieval e os trajes usados pelos “figurantes”, fazia a zona transbordante de animação, dando ao lugar um encanto particular.

O mobiliário da esplanada tem praticamente o mesmo conforto do interior do café, transmitindo a nobreza da sua tradição. Do interior chegavam os aromas e falas anónimas, enquanto diante de nós os passantes e os figurantes vestidos a rigor, nos entretinham, no seu vai e vem de beleza fugaz…

Fonte: http://www.portugal-live.net/ http://www.cafe-abrasileira.com/ Google maps