Toledo, a glória de Espanha

Depois da visita a Cuenca, partimos rumo a Toledo, onde chegámos já tarde. O lugar de pernoita foi num parque vedado situado a Oeste, do lado de fora das muralhas da cidade antiga.

No dia seguinte o acordar foi turbulento! Junto de nós um jovem casal foi cercado por três carros de polícia e o seu carro foi vasculhado até à exaustão. Depois, como nada encontraram, abandonaram o lugar, mas só depois de terem obrigado o jovem casal a faze-lo primeiro.

Até sairmos do local, a polícia visitou o lugar mais algumas vezes, pelo que deduzimos, que este era muito concorrido por "amantes do alheio" durante o dia, que aproveitam a ausência dos turistas que ali deixam os seus carros para irem visitar a cidade.

Assim sendo resolvemos levar a AC para uma zona mais segura, ficando esta perto da porta Sul da muralha da cidade e situada num pequeno parque fora da cidade antiga, frente ao posto da polícia municipal. Descansados fomos então visitar a antiga Toledo, que já conhecíamos de outras paradas. Após esta visita o rumo seguido foi o de casa.

Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma colina, cercada em três lados por curvas do rio Tejo.

As suas muralhas abrigam uma riquíssima herança cultural, arquitectónica e artística que provém das culturas muçulmana, cristã e judaica, que ali conviveram em relativa harmonia e foram ao longo do tempo expressando um conjunto de influências medievais e renascentistas que perduram até hoje.

Dos numerosos monumentos da cidade, o mais conhecido é a Catedral de Toledo, (Igreja Primaz da Espanha), que se ergue no local onde existiu uma igreja visigótica e uma mesquita.

O exterior desta catedral, com sua grande torre e maciços contrafortes, é melhor apreciada fora da cidade ou nas proximidades, de preferência de um ponto alto como o Parador Nacional de Turismo. De perto, é difícil avaliar a dimensão da catedral, por se encontrar rodeada por uma amálgama de construções habitacionais, mas o seu interior compensa e a sua beleza é mais do que evidente.

Além da Catedral, a cidade possui alguns dos melhores monumentos de Espanha, como o seu Alcázar, o palácio fortificado do século XVI, construído no local de antigas fortalezas visigóticas, romanas e muçulmanas e o Zocodover, o seu mercado central. Outro templo de visita obrigatória é a Igreja de São Tomé, de torre mudéjar, que contém uma obra-prima de El Greco, “O Enterro do Conde de Orgaz”.

E por falar em El Greco, esta também foi a cidade escolhida por este grande mestre da pintura universal, quando chegou de Creta, em 1577, e onde deixou muitas das suas obras, que até hoje conserva.

Esta antiga cidade ainda mantém o seu plano de estradas medievais. É uma cidade com imensas ruelas onde qualquer um se perde com facilidade, devido à torção das suas ruas, que caminham por terrenos irregulares, onde a mudança visual é constante. Nestas ruas estreitas e sinuosas o vento quente traz-nos sons próximos e por ele nos vamos orientando, na esperança de encontrarmos o que procuramos.

Toledo foi a capital da Hispânia visigótica, até à conquista moura da Península Ibérica no século VIII. Sob o Califado de Córdoba, Toledo conheceu uma era de prosperidade e após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Califado de Toledo.

A 25 de Maio de 1085, Afonso VI de Castela ocupou Toledo e estabeleceu o controle directo sobre a cidade, sendo o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista.

Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.

Toledo foi outrora famosa por sua produção de aço, especialmente espadas, e a cidade ainda é um centro de manufactura de facas e pequenas ferramentas de aço, bem como uma belíssima produção artesanal de ourivesaria.

A gastronomia de Toledo é imperdível e privilegia a caça. Vale a pena apreciar os pratos de veado, perdiz ou javali, para além do famoso mazapán, típico bolo de maçapão.

Fonte: biztravels-monuments.net / Wikipédia

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