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Aada cheg a Mérida fez-se já tarde e a procura de lugar de pernoita não foi fácil. Embora houvesse muitos lugares para pernoitar, tivemos receio de que alguns não fossem seguros. Assim acabámos por escolher um lugar de estacionamento junto a outras duas autocaravanas, ao longo da estrada nacional que liga a Badajoz e frente ao parque da cidade junto ao rio Guadiana. Ao amanhecer o lugar revelou-se barulhento, pela passagem dos carros que nesta via circulavam.
No entanto, na manhã seguinte fomos até à Ponte Romana, por ser este o melhor local para o acesso fácil ao "assalto" da cidade, Alcazaba (mesmo à saída da ponte) e Ruínas Romanas. Ali junto ao início da ponte, no bairro à direita, podemos observar um óptimo lugar sossegado e seguro, onde foi deixada a autocaravana e onde mais tarde jantámos, frente a um parque de merendas, na margem do Guadiana, ideal para pernoita.
Mérida é uma bela cidade pertencente à província de Badajoz e capital da Extremadura, situada nas margens do rio Guadiana. Foi fundada pelos romanos, e o seu principal atractivo é ser uma das cidades ibéricas com maior número de ruínas romanas e melhor preservadas, sendo considerada Património da Humanidade pela UNESCO.
A sua história é muito interessante. Há muito, muito tempo, Publio Casirio, por ordem do Imperador Octávio Augusto, decidiu assentar soldados veteranos de duas legiões, no centro da região da Lusitânia, junto ao rio Guadiana, como prémio por terem lutado contra os cantábricos e os asturianos. Deste assentamento nasceu a cidade capital da Lusitânia, Emérita Augusta, que se converteu de imediato, num dos principais centros urbanos da Hispânia Românica.
Os árabes chegaram a Emerita Augusta (Mérida) em principios do séc. VIII, e com eles a cidade perde a sua condição de capital, que até então tinha conseguido manter. O carácter rebelde de seus habitantes e a não aceitação do Islão, deram origem a contínuas rebeliões contra o domínio do califado, o que levou Abderramán II a ordenar, no ano 842, como castigo, a destruição parcial da cidade. Destes, entre outros restos históricos, temos o Alcazaba, uma fortaleza construída pelos soldados de Abderramán II.
A Extremadura é uma das comunidades autónomas da Espanha, cuja capital é Mérida. Está dividida em duas províncias, Cáceres a Norte e Badajoz a Sul, ambas com fronteira com Portugal a oeste.
A Lusitânia, era uma antiga província romana que incluía uma grande parte do que é hoje Portugal (excepto a zona norte), e uma grande porção do que é hoje a Extremadura espanhola. Já tinha como capital Mérida, isto é, "Emerita Augusta", uma das mais importantes cidades daquela época.
A Extremadura oferece a possibilidade de explorar uma parte genuína de Espanha que ainda preserva muitas das suas características originais e uma certa atmosfera intemporal. Cidades históricas como Cáceres, Trujillo e Guadalupe exibem centros medievais perfeitamente conservados, e Mérida orgulha-se de apresentar a melhor colecção de ruínas romanas do país.
A gastronomia da Extremadura também se caracteriza por um curioso contraste, que vai dos sabores rurais de especialidades típicas como a “caldereta” (borrego ou cabrito na caçarola) ou as populares “ancas de Rana” (pernas de rã), a sofisticados pratos de perdiz, faisão e javali.
"O ano só começa depois do Carnaval". Esta é uma frase que muitos gostam de proferir. Justamente no Carnaval é comum as pessoas permitirem-se a fazer coisas que “não fariam” normalmente. 
A pernoita foi feita num parque da zona nova de Trujillo paralelo à estrada para Cáceres, em lugar sossegado e junto a uma torre de comunicações, cheia de antenas e ninhos de cegonhas. A noite passou calma e a sensação de segurança garantida por uma brigada de polícia que por ali passava de vez em quando.
Assente sobre uma colina granítica, a cidade de Trujillo conserva restos pré-históricos e pré-romanos, sabendo-se da existência de uma antiga fortaleza, já em tempos muito remotos. Posteriormente foi povoada por romanos, suevos, visigodos e muçulmanos.
A parte mais alta da povoação, a cidade velha entre muralhas, era conhecida como "Turgalium", séculos antes do núcleo posterior do "Castro judeu" ter constituído um município que fazia parte da província da “Lusitânia”(uma antiga província romana que incluía uma parte do que é hoje Portugal, excepto a zona norte, e uma grande porção do que é hoje a Estremadura espanhola), pertencente à vizinha colónia de "Norba Caesarina", hoje Cáceres.*
O domínio visigótico deixou referências à povoação e a chegada dos árabes, séculos mais tarde, fez com que a cidade se desenvolvesse e amplia-se a sua estrutura urbana e a sua relevância militar e comercial.
A "Torgiela" árabe, como era conhecida a Trujillo dessa época, desenvolveu-se à volta do Castelo, edificado no ponto mais alto da cidade e, nos seus arredores, cresceu a vila, à qual não faltaram importantes edifícios militares, religiosos e civis.
Depois de cinco séculos de ocupação destes últimos, foi conquistada em primeiro lugar por Alfonso VIII em 1186. Anos depois voltou a ser de dominação árabe (Almohade), para ser definitivamente conquistada pelos cristãos em Janeiro de 1232, como diz a lenda, com a ajuda da Virgem da Vitória, Padroeira de Trujillo. A praça passou definitivamente para o poder cristão e mais tarde o rei Juan II de Castilla concedeu-lhe o título de cidade em 1430.
Famosa pelos seus monumentos, é um importante centro turístico da Estremadura espanhola, com uma valiosa e sugestiva riqueza monumental. Vibram nela e nas suas antigas vielas, as vozes eloquentes de uma casta senhorial, aventureira, lutadora e mística.
Trujillo foi a terra natal de muitos conquistadores espanhóis, como por exemplo Francisco Pizarro, conquistador do Perú, cuja casa senhorial e a sua estátua equestre se erguem na Praça Maior, e também de Francisco de Orellana, que foi um aventureiro e explorador espanhol, que também participou na conquista do Perú.
Estes conquistadores deixaram à cidade um importante conjunto de edifícios de enorme valor histórico e artístico, que converteram a cidade numa das mais belas e mais visitadas da Estremadura espanhola.
Este palácio destaca-se na Praça Maior, por ter complicadas janelas de esquina, uma obra de engenharia complicada para a época, com as cabeças esculpidas em pedra, dos irmãos Pizarro e das suas mulheres incas. Ainda nesta praça podemos observar o belo Palácio de Pizarro - Orellana, do séc. XVI, que foi construído por descendentes de Francisco Orellana, o explorador do Equador e do rio Amazonas.
Para visitar Trujillo é necessário faze-lo a pé, passo a passo, com calma, não é uma cidade para turistas de câmara e janela de automóvel, mas sim de sapatos confortáveis, chapéu e pau de caminheiro.
Trujillo tem o seu próprio tempo, porque, uma vez ali, a passagem do tempo perde importância. A partir da Praça Maior devemos caminhar para a Cidadela árabe, através da íngreme e serpenteante viela ou rua dos Arqueiros, para depois se fazer a ronda das ameias.
A subida faz-se a um passo forçado até ao acesso à cidadela pela porta de Santiago ou a de San Andrés, qualquer caminho é bom, todos eles levam a mergulhar no passado e a apreciar os vários registos relativos à sua história e arte.
A partir de uma parcial "captura" ao castelo de onde é possível ver toda a cidade e registar a beleza da paisagem nas nossas câmaras mágicas. Aqui perto encontrámos primeiro a torre da igreja de Santa Maria a Maior, que é a chamada de Torre Nova erigida posteriormente no século XVI.
Assim, além dos já referidos, entre os principais monumentos encontram-se: O Castelo, antigo alcazar árabe, que defendeu a cidade contra o avanço dos cristãos durante a reconquista, sendo mais tarde tomado por D. Fernando III de Espanha. A igreja de Santa Maria a Maior, do séc. XIII, a igreja de São Francisco e a igreja de São Martinho, que podem ser visitadas a partir das 16h30.
No final da visita, custou abandonar a cidade, que lá ficou esplendorosa, coroando o alto da colina e dominando as planícies estremenhas com a silhueta do seu recinto medieval amuralhado...
Os romanos iniciaram o povoamento da região, fundando a cidade de Augusta Bilbilis, que se encontra a aproximadamente quatro quilómetros ao norte da actual Calatayud. A cidade moderna foi fundada pelos mouros em torno do castelo de onde provém o seu nome árabe Qal'at 'Ayyūb, "forte de Ayyub".
Alargada no século IX e XI, já totalizava dentro das suas vastas muralhas uma população de cerca de 5000 habitantes, sendo a capital de um Distrito do Reino Árabe de Saragoça. A cidade foi conquistada por Afonso I de Aragão em 1120 e foi a capital de sua própria província durante três anos, no século XIX.
Uma parte da população muçulmana continuou a dedicar-se às actividades agrícolas e à construção, o que iria favorecer o desenvolvimento de Calatayud, na sua região com a "arte mudéjar", sobretudo no século XIV e XV.
O conjunto constituído pelas suas muralhas islâmicas julga-se ter sido construído, em grande parte, de 862 a 863, sendo o mais antigo do seu género, conservado em Espanha. É parcialmente cavado na rocha de gipso, (rocha sedimentar formada de sulfato hidratado de cálcio cristalizado, também chamada gesso de Paris), e a sua construção tem uma base de alvenaria de pedras de gipso e de taipa. Na sua parte Sul desapareceu, mas o que se conserva até hoje, mostra que se trata de um dos mais complexos conjuntos de muralhas medievais.
A nossa visita à cidade começou com um reconhecimento pela parte velha da cidade, que se encontra um pouco degradada e abandonada, notando-se no contraforte sedimentar sobranceiro à cidade a presença de algumas casas trogloditas.
Estas casas são construídas dentro de pequenos montes sedimentares e em muitas delas só se vê as portas e algumas janelas. Logo abaixo encontrámos o presépio da cidade em tamanho real, que me fez lembrar os belos presépios vivos que no Lobito, a terra da minha infância, se faziam e de que eu tanto gostava.
A igreja de San Juan el Real, encontrava-se fachada para pena nossa, pelo que não podemos observar as telas com pinturas de Francisco de Goya do início da sua carreira. Era sábado à tarde e a cidade estava calma e silenciosa...
O silêncio só era quebrado pelo espírito do vento ou pelo ruído do motor de algum carro que pelas suas ruelas se lembrava de passar. A visita pelas ruelas da cidade adormecida à hora da "siesta", resultou na verificação que a cidade estava vazia de gentes, mas não das coisas da alma, uma vez que em muitas das janelas e varandas das casas, observava-se a imagem impressa em tecido vermelho do Menino Jesus!...
Partimos de Figueres já depois do jantar a caminho de Barcelona. Quando chegámos a Barcelona resolvemos não parar para visitar a cidade e assim depois de atestarmos a autocaravana de combústivel, seguimos para Zaragoza, onde resolvemos pernoitar. O caminho fez-se bem até metade do percurso, mas a outra metade foi feita sob nevoeiro serrado, o que tornou esta última etápa penosa não só por já ser bastante tarde mas também por se ter de fazer o resto do precurso muito devagar.
Em 1118, Alfonso I de Aragão ocupou a cidade, e durante séculos foi a residência dos reis de Aragão. A cidade mais tarde foi atacada pelos franceses no início dos anos 1800 e pelos Carlistas (partidários de D.Carlos, na Guerra da Sucessão Espanhola, que lutavam para evitar uma união das coroas francesa e espanhola), 30 anos mais tarde, e em ambas as vezes Zaragoza sobreviveu, dizendo-se que Saragoça é uma cidade "Sempre heróica e imortal".
Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol nasceu às 8h45 da manhã de 11 de Maio de 1904, no número 20 da rua Monturiolin da vila de Figueres.
Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney na curta metragem de animação "Destino", que foi lançado postumamente em 2003, e ao lado de Alfred Hitchcock, realizou o filme "Spellbound".
Em Outubro de 1921, Dalí foi viver em Madrid, onde estudou na Academia de Artes de San Fernando. Já então Dalí chamava a atenção nas ruas como um excêntrico cabelo comprido, um grande laço ao pescoço, calças até ao joelho, meias altas e casacos compridos.
"Vim vê-lo antes de ir ao Louvre", disse-lhe Dalí. "Fez você muito bem", respondeu-lhe Picasso. O artista mais velho já tinha ouvido falar bem de Dalí através de Juan Miró. Nos anos seguintes, realizou uma série de trabalhos fortemente influenciados por Picasso e Miró, enquanto ia desenvolvendo o seu próprio estilo.
Gala Éluard era uma imigrante russa dez anos mais velha que Dalí, casada na época com o poeta surrealista Paul Éluard, amigo da Dalí. Juntou-se oficialmente ao grupo surrealista no bairro parisiense de Montparnasse, embora o seu trabalho já estivesse há dois anos sendo influenciado pelo surrealismo. Em 1934 Dalí e Gala, que já viviam juntos deste 1929, casaram-se numa cerimónia civil e voltam a Espanha. 
