A bela Comillas, assente sobre as colinas acima de uma bonita baía com um pequeno porto, é uma pequena cidade no litoral cantábrico e uma concorrida estância balnear, muito bem preservada, que teve a sua época de glória no final do século XIX e princípios de XX.
Apesar de se ter expandido muito ultimamente, a sua fascinante mistura de casas antigas não pode ser ignorado e é uma delícia passear através dela. Há muitas lojas, restaurantes, bares e um posto de turismo que ocupada o ex-mercado.
A cidade deve a sua beleza arquitectónica há vinda de do rei Alfonso XII a Comillas, para passar uma breve temporada, transformando Comillas numa estância de férias da aristocracia da época.
A característica central da cidade é a sua Plaza Mayor pavimentada, com a sua igreja paroquial. Para alem de um enquadramento magnífico, esta pequena cidade alguns edifícios notáveis e invulgares, de arquitectos modernistas catalães.
Para o outro lado da estrada principal, numa colina entre a cidade e o mar, temos um edifício também modernista, em tijolo maciço, o complexo da antiga Universidade Pontifícia (para quem quiser estudar para bispo ou cardeal), projecto de Lluís Domènech i Montaner, de 1878, também patrocinado por Antonio López y López.
A partir do seu adro, podem observar-se belas vistas sobre o parque e a cidade, e na parte de trás do edifício observa-se uma bela perspectiva sobre o mar e um conjunto de belas praias.
Também de grande importância é um edifício neo-gótico, residência do 2.º Marquês de Comillas, o Palácio Sobrellano, projectado por Juan Martorell em 1878 e 1890.
Um cunhado deste, um homem de negócios, Máximo Díaz de Quijano, querendo construir uma residência de verão de tipo oriental, encomendou o projecto a Gaudí e mandou construir o edifício, inspirado no estilo mudéjar, com um minarete coberto de azulejos amarelos e verdes.
É o famoso “Capricho de Gaudi” ou “Villa Quijano”, construído em 1883. Eusébio Guell, genro de Antonio López y López, como se sabe, foi o grande mecenas de Antóni Gaudi. El Capricho, agora restaurado e em uso como um restaurante elegante, é apenas uma das grandes e antigas residências, que vale a pena visitar.A praia longa de areias finas e brancas, proporciona esplêndidas vistas ao longo da costa, onde o vento sopra ameno trazendo o bom cheirinho a maresia, enquanto o porto mesmo ali ao lado, com as idas e vindas dos navios de pesca, são um fascínio extra.
Site: comillas.es
San Vicente de la Barquera encontra-se em pleno coração do Parque Natural de Oyambre, um espaço natural protegido, de grande valor ecológico constituido por rias, escarpas, praias, dunas, pradarias e bosques que albergam uma fauna e flora de grande importância.





A estrada (N-621), apanha-se em Panes e leva-nos até ao vale de Liébana. Esta estrada parte da costa ocidental sempre colada ao rio Deva, onde a partir de Panes descreve um percurso através de uma garganta estreita de paredes abruptas e verticais, ao longo de 27 km e a uma profundidade de cerca de 600 metros. Trata-se do espectacular desfiladeiro de La Hermida, um vale sinuoso que sobe lentamente para Sul, sobrevoado por águias e abutres e que merece a pena conhecer para se poder desfrutar das suas formosas características naturais.
A pequena localidade de La Hermida, encravada em pleno desfiladeiro, é a mais importante de Peñarrubia. Cruzamento de caminhos, é ponto de passagem da estrada N-621, que permite o acesso da costa ocidental com Potes. Também é desde aqui, que parte a estrada que segue o antigo caminho que no séc. XIX, conduzia ao vale de Liébana e que hoje vai até ao vale de Lamasón e que nos conduz à comarca de Saja-Nansa. Por último, desde a povoação de La Hermida, parte ainda a única estrada que leva à aldeia de Bejes, no município de Cillorigo.
Potes à noite, resulta num encanto para todos os amantes da tranquilidade e gosto pelo silêncio. No entanto e ao entrarmos a fundo na cidade, por atalhos em becos surpreendentes carregados de história, descobre-se a noite animada de Potes, com pequenos bares em todas as esquinas e ruelas empedradas, que nos mostram um ambiente cheio de detalhes próprio de uma cidade antiga.
Passámos o Santuário de Covadonga, subindo sempre para os lagos, uma vez que optámos por os visitar primeiro. A estrada sinuosa contorce-se nas vertentes e as paisagens magníficas deixam-nos muitas vezes quase sem fôlego, devido à beleza quase indescritível daquele lugar.
Continuando a subir, a próxima etapa leva-nos até aos famosos lagos de Covadonga, vencendo um desnível de mais de mil metros. Pelo caminho passamos pelo Mirador de la Reina, um fantástico mirante virado a norte.
Fizemos uma primeira paragem junto ao primeiro lago, para o fotografar e para um descanso e lanche num pequeno bar típico asturiano, com vistas para o lago. Aqui foram provadas algumas das famosas iguarias das Astúrias, como o seu famoso presunto asturiano e o queijo cabrales de aspecto similar ao queijo roquefort, mas de sabor muito diferente e igual modo saboroso. 
Junto da Basílica de Covadonga existe uma gruta que é centro de peregrinação religiosa desde o séc. VIII, onde se encontra a Virgem de Covadonga. Há que notar que em dias de festa ou fins-de-semana, pode ser um verdadeiro suplício percorrer o serpenteante caminho de acesso ao santuário desde Cangas de Onís, ou até mesmo a sua sequência para o coração do parque. Por isso e para quem o quiser visitar, o ideal será escolher épocas não festivas ou dias de semana, como foi o nosso caso, quando a pressão turística diminui bastante.

O tempo estava de chuviscos e com tendência a neblinas fáceis, o que fez com que a viagem tivesse que se fazer mais devagar. Após a entrada em Espanha parámos para jantar o leitão, com batata frita e pão, que tínhamos levado da zona da Bairrada.
A partir de Oviedo e continuando em direcção a leste, chegámos a Cangas de Onís. Desde a entrada em Espanha até Cangas de Onís ainda é um esticão, mas os quilómetros parecem menos, talvez porque neste recanto da Península reina, enfim, uma espécie de irmandade geográfica que parece propiciar e facilitar a vida ao viajante, (ahah).