Museu de Arte de Montserrat

Na esquina da Praça de la Creu antes de se chegar à basílica, na praça principal do mosteiro, pode ser encontrada a nova entrada para o Museu de Arte de Montserrat, aberta desde o Verão de 2004. Quando nele entramos, ficamos como que imersos na arte de vários séculos!

Montserrat perdeu a maior parte de seu património durante as guerras napoleónicas. No entanto, desde que o Mosteiro foi restaurado em 1844, o museu foi adquirindo uma valiosa colecção de obras artísticas.
O Museu de Montserrat possui seis colecções muito diferentes. O seu espólio com mais de 1.300 peças, abrange um período cronológico muito amplo.

O Museu de Montserrat expõe várias colecções, desde 1996, que se encontram localizados no mesmo edifício. O museu ocupa um espaço que é interessante por si só e que foi desenhado por Josep Puig i Cadafalch em 1929, integrado num projecto geral de reforma das praças do mosteiro.
O Museu conta com doações privadas e dos próprios artistas lá representados, bem como aquisições do mosteiro, o que mostra a grande sensibilidade dos monges no que respeita a arte, tornando possível a qualquer visitante encontrar ali um conjunto de obras de enorme valor, comparável a qualquer grande museu do mundo!

Este museu é surpreendente! Possui uma grande colecção de mestres espanhóis, mas ali pode encontrar-se de tudo um pouco.

O Museu está dividido em diferentes secções organizadas de forma instrutiva, no entanto os visitantes são impedidos de registar a visita e as suas pinturas favoritas em fotografia, que embora se entenda o motivo, não é uma prática de grande virtude.

Depois desce-se, e lá em baixo, podem encontrar-se obras de Dalí, Sisquella, Daura, Pasqual, Joaquim Mir, Urgell. De Dalí, encontrei lá uma belíssima pintura, do início do surrealismo, que me fez recordar Almada Negreiros.

A Pintura dos séculos XIX e XX, uma das melhores colecções de pintura catalã, com nomes relevantes, como pinturas de Picasso, Metzinger, Juan Gris, Renoir e impressionistas espanhóis, como Isidre Nonell, Dario Regoyos, Joan Llimona, Roma Ribeira, Santiago Rusiñol e Ramon Casas.

Se não tivermos conhecimento da pintura relacionada com o impressionismo espanhol, ali ficamos com uma ideia bastante concreta do que se fez em Espanha, no início do século XX.

Há também uma representação do impressionismo francês, incluindo obras de Monet, Sisley, Degas, Pissarro e exemplos de trabalhos gráficos de pintores famosos como Chagall, Braque, Le Corbusier, Rouault, Miró, Dalí, Tapies, etc.

Como se pode perceber, ali pode ver-se a influência dos impressionistas franceses sobre os seus homólogos espanhóis, comparar os estilos de diferentes pintores e decidir quem é o impressionista espanhol da nossa preferência, uma vez que este Museu está recheado de pintura desta época.

Várias descobertas arqueológicas da Mesopotâmia, Egipto, Chipre. Há também uma sala com as várias imagens da Virgem de Montserrat, e também vários quadros com pinturas da Virgem, alguns deles pintados para um comerciante italiano.

A peça mais antiga é um sarcófago egípcio do século XXII a.C. e a mais recente, uma escultura de Josep M. Subirachs de de 2001. Esta escultura é uma interpretação da Virgem de Montserrat, dedicada à iconografia de Santa Maria de Montserrat, presente numa sala onde se pode acompanhar a evolução que ocorreu relativamente à representação da Virgem de Montserrat ao longo do tempo.

Desde 2006, o Museu tem, com uma nova secção, cujo colecção de 160 pinturas bizantinas e eslavas, intitulada “luz alegre”, onde as obras brilham numa atmosfera de igreja oriental, onde a luz que entra na sala tem um papel decisivo.

As outras colecções são compostas por jóias, uma colecção de objectos litúrgicos dos séculos XV ao XX, pinturas do século XIII ao XVIII, incluindo obras de Berruguete, El Greco, Caravaggio, Luca Giordano, Tiepolo, etc.

Fonte: www.montserratvisita.com

A lenda de Nossa Senhora de Montserrat

A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na escuridão dos tempos. Uma piedosa tradição refere que a santa imagem foi levada para Barcelona pelo apóstolo São Pedro.

O que se pode afirmar com certeza, é ter sido venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar, invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas imagens mais veneradas, esconderam-nas em baixo da terra ou em antros mais inacessíveis das montanhas, sendo a de Montserrat uma das que oferecia grandes recursos.

Assim a imagem foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. Segundo a lenda, a imagem da Virgem de Montserrat foi encontrada mais tarde por alguns pastorinhos que no mês de Abril do ano de 880, apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat.

As crianças depois de verem uma luz que apareceu de repente sobre a montanha, dirigiram-se para lá e simultaneamente começaram a ouvir um coro de vozes angélicas que os deixou extasiados. Naquele local encontraram a imagem da Virgem Maria numa caverna.


Ao ouvir a notícia, o Bispo tentou transferir a imagem para a cidade de Manresa, para que ali fosse venerada. Ao chegarem ao lugar onde hoje se ergue o célebre santuário, a imagem da Virgem, que até então se deixara levar, ficou irremovível, isto é, não houve quem pudesse removê-la do lugar em que parara. O Bispo interpretou isto como um desejo da Virgem de permanecer no lugar onde tinha sido encontrada e ordenou a construção da Capela de Santa Maria, que deu origem ao actual Mosteiro de Montserrat.

A imagem que se encontra em Montserrat e que hoje é venerada, é uma imagem românica do século XII, feita de madeira de choupo. Ela representa a Virgem e o Menino sentado no seu colo e mede aproximadamente 95 centímetros de altura. A Virgem Negra, tem sua mão direita uma esfera que simboliza o universo e na esquerda o Menino, que tem a mão direita levantada para abençoar, enquanto a mão esquerda segura um abacaxi.

A Virgem, porém, é negra, facto que deu o nome popular à Virgem, La Moreneta (a morena). Pertence ao grupo das chamadas virgens negras, que varreram a Europa românica e cujo significado tem levado a numerosos estudos. Embora neste caso, a cor aparece como resultado da transformação do verniz no rosto e as mãos por causa do tempo.

Em 11 de Setembro de 1844, o Papa Leão XIII, declarou oficialmente a Virgem de Montserrat, padroeira da Catalunha e a sua festa é realizada a 27 de Abril.

Fonte: www.novomilenio.inf.br

Visita ao Mosteiro de Montserrat

O dia seguinte acordou sob chuva torrencial, que só acalmou pela hora do almoço. Como é nosso costume, só saimos por volta dessa hora, para a visita ao Mosteiro, embora tenhamos parado para o almoço, no excelênte self-service, antes do viaduto/ponte.

Embora o Mosteiro de Montserrat fique no topo de uma montanha fantasticamente recortada, numa altitude de cerca de mil metros acima do nível do mar, pode ainda ser observado mais acima, numa das montanhas vizinhas, sendo necessário subir pelo funicular.

Montserrat é um local sagrado para o povo catalão. Fica a uns 50 km de Barcelona numa região bastante montanhosa.
Este mosteiro beneditino ainda é habitado, podendo-se visitar, no entanto, a sua basílica famosa pelo seu Coro, composto por rapazes que entoam cânticos gregorianos e pela venerada imagem de Nossa Senhora, visitada por peregrinos do mundo inteiro.

Desde o restaurante até ao mosteiro, ainda são 500 metros de pernada, passando por um viaduto/ponte de vistas magníficas, por onde se chega à povoação de Montserrat. Segue-se a subida por enormes escadarias até à porta da basílica.

A basílica de arquitectura fantástica, com pinturas no tecto e nas paredes tornam mais rica a visita. Por cima do altar-mor, vislumbra-se a milagrosa Virgem Negra, “La Moreneta”. Para a vermos de perto, temos que enfrentar uma enorme fila de peregrinos e após uma escadaria, seguida de corredores estreitos e escuros, chegamos até à famosa Virgem Negra.

Pouco tempo é o suficiente e o obrigatório para a admirarmos, pois os visitantes exigem rapidez, depois de um longo e lento percurso até à “La Moreneta”. Lá de cima, observa-se melhor a grandiosidade da basílica. Tudo é grandioso! Portas grandiosas, altar gigantesco...

Após um bom momento de recolhimento para pedir pela família, saímos para a visita à zona urbana de Montserrat e ao Museu de Arte do Mosteiro, para depois seguirmos viagem rumo a Cuenca.

A caminho do Mosteiro de Santa Maria de Montserrat

Ao deixar-se a Auto-Estrada do Mediterrâneo e seguindo pela Auto-Estrada de Montserrat, encontramos a cerca de 40 quilómetros, a cidade de Terrassa, de onde se vislumbra ao longe todo o imponente maciço de Montserrat, que faz parte do Parque Natural da Montanha de Montserrat.

É a partir dali que se muda de direcção, deixando a auto-estrada a caminho do sopé da montanha sagrada. Quando se chega ao sopé da magnífica Montanha de Montserrat, encontramos a povoação de Ministrol de Montserrat.

É nesta bonita povoação que param os comboios vindos de Barcelona, cheios de turistas que vêm visitar o Mosteiro e La Moreneta, a padroeira da Catalunha.

É ali também que se encontram as estações de funicular e teleférico, para se ascender ao cimo da montanha. Ainda se pode optar por subir a estrada, que se contorce nas vertentes desta imponente montanha.

Esta estrada para o mosteiro é deslumbrante, embora muito sinuosa e íngreme e por vezes muito estreita, em especial já numa zona de bastante altitude, fazendo com que a maioria das pessoas que visitam o mosteiro, por medo de a enfrentar, façam a viagem até lá acima de teleférico ou de funicular.

A maioria das vezes está coberta por nevoeiro, o que impede o visitante de observar o belíssimo panorama que dela se vislumbra, mas nós tivemos a sorte de a fazermos ao final da tarde, quando o crepúsculo faz a natureza ainda mais deslumbrante e sem qualquer nevoeiro. A subida é uma experiência magnífica e empolgante!...

Para quem sofre de vertigens, como por exemplo, o nosso resistente e “heróico” condutor, a subida é um autêntico suplício, mas quando se chega lá acima, ninguém é capaz de dizer que não mereceu a pena a aventura, pois a paisagem é de uma beleza de tirar o fôlego.

O lugar de pernoita foi logo encontrado, num parque de estacionamento, junto aos primeiros restaurantes, antes da ponte, com uma vista soberba, de onde se vislumbrava toda a Catalunha.

Após o jantar, fomos a pé ver o mosteiro com a sua iluminação nocturna, o que é imperdível! O nome oficial do lugar é Monasterio de Santa Maria de Montserrat.

Foi criado pelos frades beneditinos por volta do ano 1.000 d.C. Depois de diversas trocas de ordem religiosa ao longo do tempo, que foi administrando o local e de uma destruição quase completa pelas tropas de Napoleão, em 1811, o lugar foi recuperado em boa parte no século XX, por arquitectos catalães.

Até hoje é lugar de peregrinação de fiéis que procuram milagres através da adoração da Virgem de Montserrat, "La Moreneta".

Quando chegámos à porta do mosteiro que se encontrava fechada, encontrámos um casal de bondosos sevilhanos, que falavam carinhosamente a uma pequena pomba que jazia, quase sem vida à porta do depósito de velas.
Rezavam em uníssono às duas virgens de sua devoção, a Virgem de La Macarena, de Sevilha e à Virgem La Moreneta, da Catalunha. Quando nos viram, logo nos contaram o que tinha sucedido. A pequena e jovem pomba, ainda com fracas asas, teria caído lá de cima, da torre e como ainda não conseguia voar ali estava caída, sem amparo. Espero que durante a noite, tal Fénix Renascida, a pomba tenha voado novamente para o seu ninho e para os cuidados de sua mãe…

O Santuário não se confina às principais dependências do mosteiro, mas a todo o conjunto, inclusive os vários caminhos a seguir, na parte acima de Montserrat, que nos levam a outros pequenos e antigos ermitérios, encravados nas rochas.

Alguns têm subidas bem fortes, outros vão serpenteando pelas encostas dos morros. Nada que demande equipamento ou calçados especiais, pois tudo são estradinhas bem definidas, inclusive com escadarias nos pontos mais íngremes e guardas de protecção nas partes mais perigosas.

Conforme o ponto em que se está, vale sempre a pena andar mais um pouquinho além do que as placas permitem, para que se tenha uma visão ainda melhor do Mosteiro Montserrat, lá de cima.
E a noite? Com vistas magníficas, longa, repousante e sem dúvida abençoada!...

A Montanha Sagrada de Montserrat

Saímos de Port Lligat por volta das 17h00 da tarde, com rumo mais uma vez a Barcelona, para depois apanharmos a estrada para Montserrat, onde queríamos ir pernoitar, para no dia seguinte visitarmos o Mosteiro de Montserrat.

A viagem decorreu sempre em auto-estrada, o que fez com que chegássemos ainda de dia ao cimo da montanha de Montserrat.

Esta montanha pode ser vista de muito longe, e a sua silhueta é diferente das montanhas que a circundam, o que dá desde logo um tom de mistério ao lugar.
Quem se desloca de Barcelona em direcção ao noroeste e após cerca de quarenta quilómetros, começa a vislumbrar a bela montanha de Montserrat.

É uma montanha que se expõe ao longo de cerca de dez quilómetros de extensão, apresentando inúmeras "agulhas" de rocha conglomerada. O seu pico mais alto chega a 1.238 metros e tem desníveis de quase oitocentos metros.

Numa tradução livre do catalão, o seu nome significa “monte serrado” e o seu aspecto é esse mesmo, pois o que se observa é um maciço serrado. Trata-se, sem dúvida alguma, da paisagem natural mais impressionante da Catalunha.

Montserrat é segundo a tradição, a montanha mais importante e misteriosa da Catalunha. Situada entre as comarcas do Bages, o Anoia e o Baix Llobregat, esta montanha possui também o místico Mosteiro de Montserrat, que se localiza no cimo da montanha.

Assim, na encosta leste encontramos o Mosteiro Beneditino de Montserrat, construído no ano de 1.065. Um local de grande peregrinação por ter em seu interior "La Moreneta", a Virgem Negra, patrona da Catalunha.

É um local deslumbrante, diferente de tudo o que já vimos. É um lugar sem dúvida fantástico, quer pela beleza das paisagens, que do cimo do monte se vislumbram, quer pela áurea quase etérea que se respira no lugar, quer ainda pela presença da sua Virgem Negra, e ainda pela sua história milenar… Por tudo isto, é um lugar sagrado!

Na abertura do libreto de sua última obra, o compositor Richard Wagner, escreveu as seguintes instruções: “A acção da Ópera Parsifa passa-se no território dos guardiões do Graal, o Castelo de Monsalvat, situado nas montanhas ao norte da Espanha Gótica”.

Como se pode observar, esta frase indica que o grande compositor Richard Wagner, foi buscar inspiração na história da Abadia de Montserrat, para criar o fictício Castelo de Monsalvat, último território dos guardiões do Santo Graal.

A localização geográfica escolhida por Wagner não foi fruto da fantasia do autor. A sua decisão foi tomada após uma série de pesquisas baseadas em factos históricos. Como se sabe a ordem militar dos cavaleiros templários foi fundada na época das cruzadas, para defender o Santo Sepulcro. Sua primeira sede foi a Mesquita Al-Aqsa, situada no Monte do Templo, em Jerusalém.

Com o passar dos anos, a ordem transformou-se no mais poderoso braço militar dos cruzados, espalhando-se por toda a Europa. Dezenas de castelos dos templários foram construídas na Inglaterra, França, Alemanha, Portugal e Espanha, além de todos aqueles que ficaram espalhados pelo oriente médio.

No século XIV, o Papa Clemente V e o rei da França, Felipe o Belo, aliaram-se para destruir os templários e se apossarem de todas as suas imensas riquezas.

Acusados de heresia, os templários foram detidos, torturados e tiveram suas propriedades e bens confiscados. Seu líder máximo, Jacques de Molay, foi queimado vivo.

Antes de sua execução, protestando inocência perante os membros da inquisição, Molay implorou a Deus para que no prazo de um ano, o Papa e o rei fossem chamados aos céus para se submeterem ao julgamento divino.

A prece de Molay foi atendida. Em menos de um ano tanto Clemente V, como Filipe IV morreram. Após a execução do Grão-Mestre dos Templarios, a Inquisição intensificou a perseguição dos membros remanescentes da ordem.

Os últimos sobreviventes foram os Templários da Catalunha, que receberam a protecção dos monges beneditinos, refugiando-se no Mosteiro de Montserrat. Diz a lenda, que o Santo Graal foi levado para este refúgio e escondido numa das grutas desta montanha.

Fonte: Wikipédia / www.lebizarre.com

Port Lligat

Quando chegámos a Cadaqués, era nossa intenção visitar a casa de Salvador Dalí, cuja decoração, móveis e objectos pessoais do casal Dalí, ali levam centenas de visitantes durante todos os meses do ano.

No dia da nossa chegada telefonámos logo para a Casa-Museu Dalí, para reservarmos entradas, mas como já suspeitávamos, estavam com todas as séries diárias para visitas, completas. Segundo nos disseram, durante o Verão é quase impossível fazer a visita, uma vez que as reservas se fazem com meses de antecedência.
Após o almoço, tentámos ir até Port Lligat, mas as estradas estavam vedadas ao trânsito e o caminho tinha que ser feito a pé.

A Casa-Museu Dalí, pode no entanto ser visitada por fora, mas o que realmente encanta no lugar é a baía de calmas águas azuis. Esta pequena aldeia de pescadores, situada na península do Cabo Creus, vizinha da maior baía de Cadaqués, é realmente deslumbrante.


Na baía existe uma ilha, a Ilha de Port Lligat, que está situada logo à entrada da baía e separada do continente por um estreito de 30 metros de largura.

Esta baía e a ilha, foram representadas em várias pinturas de Salvador Dalí, como “A Madona de Port Lligat”, “Crucificação (Corpus Hypercubus)”, e o “Sacramento da Última Ceia”.


A Casa-Museu Salvador Dali é uma casa de arquitectura tipicamente mediterrânica, que confina a Sul com o Mar Mediterrânico, onde o lendário pintor surrealista passou grande parte da sua vida.

Depois de comprar uma casa de pescadores, em 1932, que transformou na sua casa de praia, Dalí foi alargando progressivamente a casa, à medida que foi comprando outras quatro casas adjacentes, completando assim a casa como a encontramos hoje, bem como os estúdios, em 1971.

Segundo li, esta casa transpira a personalidade de Dalí, que está carimbada em cada quarto, em cada sala, em cada recanto, dando ao visitante a impressão da sua constante presença.
Fonte: Wikipédia

Cadaqués


A chegada a Cadaqués ao crepúsculo é inesquecível, sendo esta uma hora que nos proporciona um espectaculo ímpar, do panorama da vila, do mar e dos barcos ondulantes ali fundeados. Esta pequena vila branca à beira mar, na província de Girona, na Catalunha, é uma vila de pescadores situada a norte da estância turística de Roses, na Costa Brava e encontra-se aconchegada numa baia, perto da península do Cabo Creus, no mar Mediterrâneo.

Atingir Cadaqués é algo difícil, uma vez que esta pequena baia da Costa Brava, se encontra isolada da restante orla continental, por uma cadeia montanhosa que se estende paralela à costa mediterrânica.
Encontra-se a curta distância de Barcelona, (a apenas 2h30) o que a torna muito acessível e atraindo não só turistas, mas também muitos espanhóis que têm ali as suas segundas casas para férias ou fins-de-semana.

A vila é muito famosa não só pela sua beleza, mas também por ser o lar do lendário pintor Salvador Dalí na vizinha praia de Lligat. Salvador Dalí visitou na sua infância várias vezes esta vila e mais tarde comprou a uma família de pescadores, uma casa em Port Lligat, que transformou e que viria a ser a sua casa de praia, numa bela e sossegada baia, perto de Cadaqués.

Outros notáveis artistas, tais como Pablo Picasso, Joan Miró, Marcel Duchamp, Antoni Pitxot, Henri-François Rey, Melina Mercouri e Maurice Boitel também moraram ou veranearam ali, por certo atraídos pelas belezas naturais de cadaqués.

Cadaqués estende-se desde o mar sobre uma colina, na qual se destaca uma impressionante e branca igreja barroca, a Igreja de Santa Maria. Ali perto foi feita a pernoita, no parque de estacionamento da vila, numa zona destinada a ACs, um lugar calmo, que nos proporcionou uma boa estadia.

Dentro da vila podem ser encontradas várias lojas de venda de artesanato e lembranças turísticas. Existem também vários bares e restaurantes que servem principalmente os frutos do Mediterrâneo.

Cadaqués também tem uma praia muito agradável de calmas águas cristalinas, para se desfrutar de dia e de noite, pois as águas são quentes a qualquer hora.
Tudo somado, Cadaqués é um lugar que faz do tempo lá passado, um tempo ideal e inesquecível, pois não podemos esquecer que ali estamos numa das estâncias turísticas mais cativantes da Costa Brava espanhola.

A caminho de Cadaqués



Depois do almoço e de mais uma caminhada por Collioure, partimos rumo a Espanha, fazendo a estrada junto ao mar Mediterrâneo, para se ficar a conhecer aquele pedaço de costa francesa, que nunca tínhamos tido oportunidade de fazer.

Era nossa intenção parar ao anoitecer, para pernoitarmos em Cadaqués, uma linda povoação à beira mar, que foi escolhida por Salvador Dali, para ali perto fazer a sua casa de praia, tendo passando lá grande parte da sua preenchida vida.

No sul da França, a zona situada à beira do Mediterrâneo, já bem perto de Espanha, está repleta de pequenos e bonitos povoados piscatórios e praias de areia e cascalho, resguardados por uma cordilheira de montanhas que se elevam junto ao mar, deixando só algumas réstias de terra e línguas de areia e cascalho, confinantes com o mar.
Uma dessas povoações à beira do Mediterrâneo e no sopé da montanha Albères, Port-Vendres, é a vila piscatória vizinha de Collioure, que logo nos aparece ao virar uma curva da estrada. Às portas de Espanha e perto de locais turísticos, Port-Vendres é a base ideal para fazer férias no Sul da França.

Porto natural de águas profundas Port-Vendres oferece um colorido tipicamente mediterrâneo, onde não se pode perder o espectáculo diário proporcionado pela chegada dos navios de pesca e o desembarque do pescado para o leilão.

O interior de Port-Vendres é muito bonito, com os Pirinéus a cairem no mar Mediterrâneo, oferecendo belíssimas paisagens, além da própria povoação que convida a um caminhar pelas suas ruas, o explorar a cidade e até conhecer a sua história... ´
O seu nome provém do grego, "Portus Veneris” (Porto de Vênus), pois era um abrigo natural onde a actividade marítima nunca deixou de existir.

Esta zona possui muitas praias, onde os veraneantes procuram além da calma e do sol, uma série de desportos como natação, jogos aquáticos, vela, pesca desportiva e submarina, mergulho, cruzeiros, ténis...

A povoação seguinte é Banylus-sur-Mer, O nome Banyuls indica a presença de uma lagoa. Na verdade, existia uma lagoa em Banyuls-sur-Mer, a “Vallauria”, até ter sido drenada em 1872, para se ganharem terras. O termo “sur Mer”, em francês, apenas indica a proximidade da costa.

Outrora, ao contrário de que seria de esperar, não era a actividade piscatória que era a mais praticada, mas sim o contrabando de mercadorias de e para Espanha, que terá sido uma actividade importante em Banyuls-sur-Mer e só uma pequena parte dos seus habitantes viviam da pesca e da viticultura.

A partir de Banyuls, no sopé dos Pirineus, os “Albères Monts”, como são chamadas estas montanhas à beira mar, fazem com que se tenha de subir quase sem parar, criando uma linha de falésia, que por vezes se deixa trabalhar em socalcos, preenchidos por vinha, que dão origem a vinhos doces naturais excelentes.

A estrada contorce-se nas vertentes e as vistas são deslumbrantes tendo com fundo, a permanente moldura do Mediterrâneo. Depois entra-se em Espanha sem se dar por ela.

Mais uma pequena enseada! É Port de la Selva. De todas as aldeias em redor do Cabo Creus, Port de la Selva é talvez a mais típica vila de pescadores, digna de reparo a partir de uma certa altura.

Constituída por um pequeno casario branco, que se aninha sobre si próprio, como que a procurar abrigo das escarpas aguçadas que a separam do continente e em especial, dos ventos da “Tramontana”.

A baía de Port de la Selva forma uma bacia natural, que abriga um porto protegido pelas montanhas que o cercam a partir do norte. No entanto esta costa é lugar onde ventos severos sopram. Ali mora a famosa “Tramontana”, um vento que vem do Norte e alcança uma força incrível, chegando por vezes aos 200 Km/h.

A praia que prevalece é bastante grande e oferece até mesmo na estação principal, espaço suficiente para muita gente.

Naturalmente, muitos dos seus habitantes têm no turismo, o principal meio de subsistência, mas a sua principal fonte de renda ainda é a pesca e seu porto de pesca está classificado entre os mais importantes desta província.

Os arredores da aldeia com os seus inúmeros passeios convidam ao encontro com a natureza intocada e com numerosos locais históricos que remontam à época megalítica e a tempos medievais.

É uma zona de praias selvagens e desertas… Continuando a caminho do Cabo Creus, a praia que se segue é a de Cala Tamariu que pode ser alcançada por carro. Outras pequenas baías existem nesta zona, mas só podem ser visitadas a pé.

Após o “boom” do turismo nos anos 60, o turismo nacional desenvolveu-se ali, com a classe média alta de Barcelona, que procurava habitualmente esta pitoresca zona.

Até ao Cabo Creus, as praias de areia e pedra com fundos rochosos, as montanhas com escarpas e vinhedos que chegam à boda de água, são a paisagem característica.

Depois de se voltar a subir novamente até bem alto, onde a serra é árida e os ventos sopram sem parar. Lá no alto é estrada e mais estrada, curva e contra-curva e ao cair da noite, começámos a descer a serra, para a chegada ao crepúsculo a Cadaqués

Fonte: cbrava.com