A noite decorreu chuvosa e na manhã seguinte, choveu e trovejou muito. No entanto, após o almoço o tempo melhorou, e fomos no autocarro urbano 68, para a cidade de Bologna.Bologna é uma cidade conhecida internacionalmente por possuir a mais antiga universidade do mundo ainda em funcionamento, e nela estudaram alguns dos poetas italianos mais famosos, como Dante e Petrarca. É por isso uma cidade cheia de prestígio e de cultura. A Alma Mater Studiorum, a sua Universidade, foi fundada em 1088.
Queríamos fazer o percurso recomendado pelo Guia American Express, para a visita ao centro histórico da cidade, e ao deixarmos o autocarro 68, já bem perto do centro, foi para lá que caminhámos. Pelo caminho a “Piazzola”, uma feira popular ao longo da estrada, cativou por vezes a nossa atenção, mas os belos edifícios de tijolo de traça medieval encantaram-nos. Do lado esquerdo, apareceu-nos no caminho a Cattedrale di San Pietro e entrámos para a visitar. A igreja primitiva já existia em 1028, sendo construída em torno de 910, foi destruída por um incêndio em 1141. A segunda igreja, construída no lugar da primeira, foi consagrada pelo Papa Lúcio III em 1184 e mais tarde foi severamente danificada pelo terramoto de 1222. Foi mais tarde reconstruída e modificada ao longo do tempo, apresentando hoje um interior barroco, que lhe confere uma grandeza majestosa.
Entre as obras de arte que lá se encontram, podem ver-se a “Anunciação”, por Ludovico Carracci, pintado na luneta central do Presbitério, uma crucificação romana de madeira de cedro e um grupo de esculturas em terracota, “Lamentação sobre Cristo Morto”, por Afonso Lombardi, uma obra do século XVI.
Já no centro, fizemos uma paragem para um refrescante “gelatto”, para depois iniciarmos a visita à cidade. O melhor lugar para começar a visitar a cidade é sem dúvida o centro propriamente dito, com as suas duas praças centrais, a Piazza Maggiore e a Piazza del Nettuno de Bologna.
Entrámos pela Piazza del Nettuno, e logo do lado direito se observa a "Parede da Memória", com as fotos de muitos homens e mulheres, naquele que é designado por "Sacrario dei caduti della Resistenza", vítimas do fascismo, que foi considerado o 1º massacre de Bolonha, 1944-1945. Ao lado também se encontra uma lápide em acrilíco, que faz alusão ao 2º massacre de Bologna, a 2 de Agosto de 1980, provocado por uma bomba e que fez 85 mortes e mais de 200 feridos. Foi reivindicado por uma organização de extrema-direita intitulada Núcleos Armados Revolucionários e ignoram-se até hoje, quem foram os autores morais deste morticínio.
A Piazza del Nettuno possui no centro a Fontana del Nettuno, do séc. XVI, de Giambologna (Jean de Boulogne) e seus assistentes, com bela estatuaria em bronze e nus um pouco eróticos por certo, para a época da sua construção, representando figuras da mitologia romana, cuja figura principal é Neptuno, o deus da água e do mar. Diz a lenda que antes de um exame importante, o aluno que quer ter a sorte do seu lado, deve caminhar em torno da fonte, duas vezes no sentido dos ponteiros do relógio.
A Piazza Maggiore e a adjacente Piazza del Nettuno, constituem o coração de Bologna e são o centro de sua vida civil e religiosa. A aparência actual das duas praças é o resultado da história da cidade, com edifícios nobres de diferentes épocas. A Piazza Marggiori é uma das mais bonitas praças italianas, emoldurada por magníficos palácios medievais.
É dominada a partir do topo de uma escadaria pela imponente Basílica de San Petronio, construída entre 1390 e 1659, que é a quinta maior igreja da Europa, depois de Saint Peter e Saint Paul, em Londres, da Catedral de Sevilha, do Duomo de Milão e do Duomo de Florença. De grande tamanho, estende-se por 132 metros de comprimento e 60 de largura, enquanto no interior atinge 45 metros de altura e 51 metros a fachada. A frente da fachada principal permanece inacabada até hoje.
Elisa Bonaparte, irmã de Napoleão Bonaparte está ali enterrada. A Igreja possui também um relógio de sol, "La Meridiana del Tempio di S. Petronio", que forma de uma linha do meridiano, embutido no pavimento da basílica do corredor à esquerda. A luz do sol entra por um buraco no tecto, marcando a hora certa. Data de 1655, e foi calculado e desenhado pelo famoso astrónomo Giovanni Domenico Cassini, que ensinava astronomia na Universidade de Bologna. Tem 66,8 metros e é o maior relógio de sol em todo o mundo, cujas medidas foram para o tempo excepcionalmente precisas.
Nela também há a destacar um fresco pintado por Giovanni da Modena, que representa uma cena do “Inferno” de Dante Alighieri, que retrata Maomé no inferno sendo devorado por demónios. Por causa deste fresco em 2002, cinco homens foram presos, por estarem ligados à Al-Qaeda e a planear, fazer explodir a basílica. Novamente em 2006, os planos de terroristas muçulmanos, para destruir a basílica, foram frustrados pela polícia italiana.
Fonte: Wikipédia.org / http://www.pt.webtourist.net/it/bologna / http://www.comune.bologna.it / http://guide.travelitalia.com/it/guide/bologna
Já mencionada por Dante na "Divina Comédia", esta cidade tem uma longa tradição marítima, ligada às actividades de pesca e aos seus estaleiros.
Na zona histórica o charme do antigo Mercado do Peixe, combina a história com as novas tendências: adegas, bares e restaurantes à luz de velas, animam as praças e as ruas medievais do romântico centro histórico, transformando-a assim no “Montmartre” de Rimini. Ali se pode jantar sob as estrelas ou tomar uma bebida conversando. Tudo isto se passa no antigo Mercado do Peixe, com a sua antiga bancada em mármore do século XVIII. Este mercado tornou-se moda imediatamente, depois de alguns dos polos universitários da Universidade de Bolonha serem estabelecidos em Rimini, trazendo para a cidade cerca de 6000 estudantes de toda a Itália.
Rimini tornou-se rapidamente num resort, onde aos cuidados de saúde dos banhos de mar, se juntou entretenimento. Em vez de dunas de areia e zonas pantanosas, surgiu uma nova cidade, elegante, com muitas “villas” em estilo Liberty e muitas zonas verdes. Desde então as pessoas continuaram a chegar a Rimini não só por motivos de saúde, mas acima de tudo para relaxar e se divertirem.
A Marina é um lugar de meditação, cercado de água por todos os lados. Em cada época do ano é possível encontrar habitantes locais caminhando por ela, para um momento de relaxe, sozinhos ou acompanhados. E foi justamente ali, na noite, que Federico Fellini, natural de Rimini, imaginou a aparência do famoso transatlântico Rex, para o seu filme “Amarcord” (que significa "Eu me lembro", em dialecto local), de todos o mais autobiográfico deste cineasta. No entanto há muito sobre Rimini em quase todos os filmes de Fellini, embora as cenas tenham sido sempre reconstruídas nos estúdios da Cinecittà ou em algum outro lugar.
Essa noite foi de descanso e ficámos ao fresco no jardim ao lado da área de serviço. No dia seguinte pretendíamos fazer praia durante todo o dia e foi o que fizemos. Depois de acordarmos pegámos nas bicicletas e fomos até à praia.
A maioria do areal é concessionado, no entanto há muitas áreas destinadas a quem quiser estender uma toalha, que são livres. As áreas concessionadas pertencem a cafés ou restaurantes e alugam chapéus e espreguiçadeiras como nas zonas concessionadas do Algarve. A diferença está no espaçamento que é maior e como o número de áreas concessionadas é grande, nunca estão cheias, o que nos deixa em maior sossego. Adorei a experiência!…
Pode-se fazer qualquer coisa na praia, desde ter aulas de yoga, cursos de bordado, competições de castelos de areia ou fazer corrida ou caminhada. Durante o dia os estabelecimentos de praia organizam muitos tipos de eventos, para adultos e crianças. Para resumir, a ênfase está na diversão durante todo o Verão.
No nosso caso colocámos as bicicletas a guardar na área destinada ao Destacamento Aeroportuário, pois por sorte o senhor que tomava conta da área era um português casado com uma brasileira e que simpaticamente nos recomendou uma área bastante sossegada, como era nosso desejo.
Segundo a tradição, São Marinus deixou a ilha de Rab, na actual Croácia, então uma colónia romana e foi em 257, para a cidade de Rimini como pedreiro, quando o futuro Imperador Diocleciano, emitiu um decreto solicitando a reconstrução das muralhas da cidade de Rimini, que havia sido destruída por piratas libúrnianos.
A República de San Marino é a mais antiga república do mundo, regida também pela mais velha constituição. Teve desde sempre, em especial devido ao isolamento geográfico, conseguido manter-se independente, apesar da rivalidade das antigas cidades-estado italianas, das Guerras Napoleónicas, da Unificação da Itália, ou das duas Guerras Mundiais.
A chegada a San Marino foi realizada no final da tarde e depois de deixarmos a autocaravana bem estacionada em local com vigilância, dirigimo-nos ao teleférico que nos lavaria até ao cento histórico, uma cidadela amuralhada situada no Pico de la Rocca (749 m), onde se encontra o ponto mais alto do país e que é um autêntico centro comercial ao ar livre.
O antigo centro histórico ainda hoje habitado, tem preservando todas as suas funções institucionais, e graças à sua posição no topo do Monte Titano, a antiga cidade não foi afectada pelas transformações urbanas ocorridas a partir do advento da era industrial e assim se tem mantido até aos dias de hoje.
A pequena cidade antiga é um verdadeiro paraíso de compras, pois sendo uma zona franca, apresenta oportunidades que não podem ser perdidas para todos os "viciados em compras". Graças a uma carga mais leve de impostos, em muitos casos, é de facto mais conveniente fazer compras na República de San Marino do que no resto da Itália. As melhores "pechinchas" para aqueles que gostam de compras são: roupas, sapatos, perfumes e cosméticos, produtos homeopáticos, dispositivos electrónicos, instrumentos musicais (novos e usados) e gasolina.
Pelo caminho acompanhou-nos durante alguns quilómetros a planície umbria. Em Sansepolcro, um antigo feudo da Ordem monástica do Camaldolesi, uma cidade interessante e agradável localizada nas planícies do vale do rio Tibre (Tevere) e na fronteira entre a Umbria e da região das Marcas, virámos em direcção Este.
Esta região montanhosa encontrada no nosso caminho pertence à Reserva Natural dell’ Alpe di Luna. A Reserva Natural abrange uma grande área englobando a bacia dos Alpe della Luna, vale do rio Tibre e parte da região das Marcas. É constituída principalmente por uma floresta de grande porte onde em altitudes mais elevadas, a madeira de faia domina, enquanto em altitudes mais baixas existem bosques de carvalhos. No entanto, a grande singularidade dos Alpe della Luna (Alpes da Lua) está no seu grande isolamento, que mantem nesta área um estado quase selvagem.






Depois de deambularmos pela Piazza del Comune, parámos um pouco junto da fonte no centro da praça para fazermos mais alguns registos fotográficos, quando reparámos que ali perto, no rés-do-chão da Câmara Municipal, decorria uma exposição de obras de arte. Aproximamo-nos e na ampla sala separada do exterior por pesadas portas rendilhadas em ferro forjado, os quadros coloridos entre o cubismo e o neofigurativo de Luciano Busti sobressaíam. Lá dentro Luciano esbracejava indignado pela ousadia da minha câmara fotográfica, que não parava de lhe “roubar” a obra. Disse-lhe que descansa-se pois não era nem artista plástica, nem queria apossar-me de forma alguma da sua obra.
Ainda imbuídos da memória de São Francisco, percorrem-se os últimos metros que nos separam da Porta Cappuccini. Mesmo pequena, não nos podemos esquecer que esta cidade da Umbria é considerada a segunda mais importante cidade santa da Itália, ficando somente atrás de Roma.