A Torre della Specola fica situada numa ponta da margem esquerda do canal, num local onde dois canais se encontram, um com as águas do rio Brenta e o que atravessa a cidade, com as águas do rio Bacchiglione. Este encontro à séculos é testemunhado pala Torre do Observatório e observa-se um pouco antes da Ponte Paleocapa, que o autocarro atravessa para entrar na cidade antiga.
Além disso, os canais outrora desempenhavam um importante complemento para a defesa das fortificações medievais da cidade. Estes canais, onde correm os rios da cidade, são uma importante obra de engenharia, que foi sendo realizada ao longo dos séculos, especialmente sob o impulso da Sereníssima República de Veneza.
Seguindo pela Via Angelo Riello e depois pela Via Alberto Cavalletto, o autocarro prossegue a visita à cidade. Estas ruas com prédios de traça bem mais recente levam-nos rapidamente até à bela Piazza Prato della Valle, que se encontra já com muita gente, onde se processam os preparativos para os concertos do final da tarde e noite.
Nos dias de hoje esta praça é um espaço monumental de grande impacto visual, de formato oval com uma ilha verde no centro, l'Isola Memmia, que é rodeada por um estreito canal delimitado por dois anéis de magníficas estátuas. É a segunda maior praça da Europa, ficando apenas atrás da Praça Vermelha em Moscou. O cenário oferecido por esta praça, além de bonito é ainda valorizado pelas várias edificações em seu redor, como a Basílica di Santa Giustina, a Loggia Amulea ou Cà Duodo e o Palazzo Zacco, entre outros.
A Loggia Amulea é um palácio de estilo neogótico que foi a sede do corpo de bombeiros de Padova de 1906 a 1989 e atualmente abriga alguns escritórios da edilidade. A fachada frontal rosada do edifício é caracterizada por um lindo e elegante pórtico. Numa das salas junto à varanda grande, são por vezes celebradas casamentos civis. Entre os arcos do belo pórtico observam-se as estátuas de Dante e Giotto (1820-1891).
O Palazzo Zacco, mais conhecido como Palazzo dos Arménios, é um edifício de fachada clara, com um bonito pórtico de sete arcos suportados por pilares, que está situado do lado ocidental do Prato della Valle. Foi mandado construir em 1550, pelo "Grande Senhor" Marcus Zacco e desenhado por Andrea Moroni. Concluído em Janeiro de 1557, foi vendido em 1839 à "Congregação Arménia", que lá estabeleceu o "Colégio Moorat", criado pelo legado arménio Samuele Moorat e destinado a acomodar os jovens arménios matriculados na Universidade de Padova. Em 1861, o colégio mudou-se para Paris e o palácio tornou-se propriedade da cidade e, mais tarde, passou para a propriedade das Forças Armadas, abrigando o Clube dos Oficiais.
Naquele dia começava a Festa da Anunciação que se realiza em Padova todos os anos em Agosto, onde é habitual ocorrerem vários espectáculos musicais num grande palco montado na praça, bem como a realização de fogos de artifício, à noite. A música já se fazia ouvir, bem alto, através de altifalantes colocados em vários locais da enorme praça e por duas grandes colunas colocadas no palco, onde os jovens já se encontravam a ocupar os lugares da frente, bem perto do grande palco, numa negligente contribuição para uma possível surdez futura.
Dali seguimos pela Via Beato Luca Belludi, que nos levou até à Piazza del Santo, mesmo junto à Basílica del Santo, onde terminava o nosso percurso turístico da cidade de Padova.
Fonte: http://padovacultura.padovanet.it / Wikipédia.org / Mapa da cidade de Padova

A Ponte Molino é uma antiga ponte com cinco arcos de origem romana, que remonta a 30 ou 40 a.C., embora tenha sido várias vezes reconstruída com parte do seu material original. A Ponte Molino e a Pontecorvo são as únicas pontes de estrutura totalmente romana ainda em uso na cidade de Padova.





As velhas muralhas com as suas torres medievais, imponentes e belos casarões antigos de traça medieval, catedrais e igrejas, bem como outros lugares de culto cristão ou não, edifícios simbólicos do poder civil, e os templos da cultura, como o Palazzo del Bo e o Orto Botanico (Jardim Botânico), o mais antigo da Europa. Tudo isto faz com que o interesse por Padova vá crescendo naturalmente, empolgando com facilidade quem a visita, convidando à sua real descoberta.
O autocarro dá a volta à rotunda e segue o seu percurso pelo Corso del Popolo, fazendo o caminho oposto ao anterior. No cruzamento com a Via Matteotti, vira à direita percorrendo a Via Giotto.
Na ponte, observa-se ao longe a Chiesa del Carmine, que se destaca na paisagem lacustre com sua grande cúpula azulada e a sua torre minarete.
No centro da Piazza Petrarca destaca-se a estátua de Petrarca, que dá nome à praça. Frencesco Petrarca (1304-1374), juntamente com Dante e Bocaccio, foi um dos três grandes escritores de lingua italiana do séc. XIV, que passou parte de sua vida em Padova, na corte Carrara.
Após deixarmos a Piazza Petrarca atravessa-se novamente para a margem esquerda do rio Brenta e toma-se a Via Dante, onde somos sempre acompanhados por prédios com antigos pórticos. Vira-se à direita e segue-se pelo Corso Milano e numa travessa observa-se a meia-lua formada pelo belo edifício cor-de-rosa do Teatro Verdi. O Teatro Verdi situado numa esquina da Via dei Livello, nº32, é o principal teatro de Padova. O edifício do teatro foi encomendado por uma sociedade de nobres da cidade e projectado pelo arquitecto Giovanni Reggio em 1751, sendo inaugurado como sala de ópera e chamado "Teatro Novo da Nobreza". Sofreu várias remodelações, sendo a actual de 1884.

É na Via Giambattista Morgagni que se encontra a Faculdade de Medicina de Padova e o próprio nome desta rua corresponde ao fundador da Anatomia Patológica (uma das principais fundações da medicina moderna), que foi professor de Anatomia na Universidade de Padova durante 56 anos.
A Chiesa di Santa Sofia é a igreja mais antiga da cidade de Padova, sendo conhecida e famosa por sua estrutura original, que no último século foi objecto de estudos por muitos especialistas. A conversão para lugar de culto cristão, parece ser devido a San Prosdocimo, no início da era cristã.
Restos de fundações romanas são visíveis na cripta e a descoberta de uma pedra sacrificial sobre as ruínas testemunha a existência anterior naquele local de um templo pagão, provavelmente dedicado ao deus Mithras, um deus de origem persa, cujos vestígios datam de 1300 a.C.. A primeira grande renovação da igreja remonta ao séc. IX, durante o período carolíngio. O actual edifício, estilisticamente semelhante ao tipo comum na costa do Adriático, foi construído a partir da área da abside, entre 1106 e 1110, e concluída em 1127.
O autocarro vira à esquerda e percorre primeiro a Via Gradenigo, depois a Via Leonardo Loredan, sempre acompanhado à esquerda pelo que resta das antigas muralhas da cidade e pela margem esquerda do rio Brenta.
As muralhas que ali observamos não são apenas uma obra de grande interesse arquitectónico, pois nelas trabalharam ao longo de 35 anos milhares de homens, mas também representam uma ferramenta valiosa para entender melhor a evolução desta parte das muralhas de Padova. As muralhas foram construídas durante a era romana e a Idade Média e o seu percurso corresponde a um meandro do rio Brenta (outrora o rio Medoacus), que circunda a cidade, no qual se desenvolveu o primeiro centro urbano da Padova medieval.
Situada entre o rio Brenta a norte e do rio Bacchiglione a sul, Padova já foi um marco do tráfego comercial por meio de sua rede de mais de 590 canais escavados nos tempos medievais. Em 1209 toda a rede de canais foi concluída, sendo a hidrovia principal de Padova constituída por 10 km de comprimento. Dentro da cidade velha os canais correm junto dos principais bairros da cidade, onde se juntam as águas do rio Brenta e do rio Bacchiglione que conectam directamente no Canal Brenta, seguindo depois para Veneza.

Do lado direito destaca-se a bela Piazza Eremitani, onde está situada a Chiesa degli Eremitani e o Museu Cívico sediado no Palazzo Zuckermann, e ainda a entrada para o parque verde pertencente ao Palazzo Zuckermann, onde está situada a Cappella degli Scrovegni e o Giardini dell Arena.
Esta capela foi dedicada a Santa Maria della Carità, em 1303. O ciclo de frescos de Giotto enfoca a vida da Virgem e celebra o seu papel na salvação humana. O rico banqueiro Enrico degli Scrovegni mandou construir esta capela particular, num local de acesso directo ao Palazzo Zuckermann da sua família, encomendando a Giotto a sua decoração interior. Acredita-se que Enrico degli Scrovegni construiu a capela como penitência por causa dos pecados de seu pai, um famoso e implacável usurário.
A praça está alinhada com os escritórios da Faculdade de Educação e Humanidades situados no Palazzo del Liviano e nela pode também observar-se uma estátua do dramaturgo Angelo Beolco, de 1958. A parede do átrio é totalmente repleta de frescos, um trabalho de Campigli (1939-1940), que faz uma espécie de "propaganda" dos valores da civilização romana e a sua influência sobre a civilização moderna, através da exaltação dos símbolos de vida, trabalho e estudo. À direita destaca-se uma escultura de Arturo Martini Tito Lívio, que retrata um acto de leitura pensativa.
A Piazza Garibaldi foi um ponto central do tráfego da cidade até aos anos setenta, uma vez que se encontrava no cruzamento de duas estradas norte-sul (entre a estação ferroviária e o Prato della Valle) e oeste-leste (entre a Via del Falcone, agora Via Emanuele Filiberto, e o Porto Altinate). Mas com a expansão progressiva da cidade passou a ser uma área de tráfego limitado e perdeu a característica como encruzilhada, e hoje só é atravessada apenas por quem tem que atravessar a zona antiga da cidade.
Aberto dia e noite, até 1916 e, portanto, também conhecido como “Café sem Portas”, por mais de um século foi um local de encontro e prestígio, distinguido com a participação de estudantes, intelectuais, académicos e políticos. O significado histórico do local é também devido ao facto de no dia 8 de Fevereiro de 1848, ter sido ferido no seu interior, um estudante universitário, o que deu lugar a alguns dos movimentos que caracterizam o “Risorgimento” italiano (Ressurgimento foi um movimento da história italiana, que tentou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era na época um conjunto de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras), e que ainda são lembrados no hino oficial da universidade de Padova.