Com as montanhas do Jura, a Ocidente este é um caminho com paisagens magníficas, de encostas soalheiras cobertas de vinhas e searas a perder de vista.
É uma zona onde a exposição dos terrenos a sul, oferece condições de luz ideais para o cultivo de uvas e onde as calmas aldeias e vilas iam aparecendo no nosso caminho com alguma insistência, pois é densamente povoada.Depois de se passarem alguns pequenos povoados sem nome aparente, encontra-se a aldeia de Bavois, rodeada de pastos e searas, onde se destaca o seu belo castelo e depois a seguinte aldeia de Chavornay, situada na margem direita da estrada e que contém vestígios arqueológicos romanos.
Chavornay foi outrora propriedade dos reis da Borgonha, do Duque de Sabóia e até dos bispos de Lausanne ao longo da sua história.Na rua principal encontra-se a "Berner House" (Casa de Berna), que data do séc. XVI. É uma casa que deve seu nome ao estilo arquitectónico típico de Berna, mas só tem esse nome desde 1911 e é actualmente propriedade do pintor de vitrais e mosaicos, Bernard Viglino.
Mais uns quilómetros e encontram-se as termas de Yverdon-les-Bains, que combinam as características benéficas das suas águas de enxofre e de magnésio, com modernas instalações termais, totalmente remodeladas e agregadas a um hotel de quatro estrelas. Yverdon tem uma longa história como termas e centro de medicina tradicional, que remontam a tempos romanos.
Em seguida aparece-nos Grandson, uma grande vila na margem do lago Neuchâtel, a cerca de 4 km ao norte de Yverdon, dominada por um imponente castelo medieval.Apesar de uma das suas torres ter sido construída por Adalberto de Neto, em 1050, os principais edifícios datam de 1281, quando Otto I de Grandson, retornado da Oitava Cruzada suficientemente rico para construir um novo castelo, um convento franciscano na então aldeia e ainda um mosteiro junto ao lago. O túmulo de Otto I encontra-se, como já foi referido, em lugar de destaque dentro da Catedral de Lausanne.
A vila e o seu castelo estão intimamente ligados à história da Suíça. A sua história ressoa na mente de cada aluno suíço, como o local de uma das três maiores vitórias do exército da Confederação Suíça.Assim, esta vila está associada a um acontecimento crucial na história da Confederação Helvética, a derrota do "Temerário", Duque da Borgonha, na Batalha de Grandson, em 2 de Março de 1476.
Em Fevereiro de 1476, o exército do Duque da Borgonha, cercou Grandson e o seu castelo. A guarnição do castelo foi forçada a render-se, sendo depois chacinada.Porém a Confederação Helvética, reuniu um exército de 18000 homens, que marcharam sobre a vila infringindo uma pesada derrota ao Duque da Borgonha e ao seu exército, que fugindo em pânico, abandonaram armas, cavalos, bem como o tesouro ducal, que se encontra hoje no "Historisches Museum" em Berna.
O Château de Grandson que foi sofrendo ampliações desde séc. XI a XIV, eleva-se orgulhosamente majestoso na margem do lago Neuchâtel e contém no seu interior, uma maqueta do campo de batalha e um diaporama ilustrando a história da vila.Na sua cave, existe um museu do automóvel, com modelos como um Rolls-Royce branco que pertenceu a Greta Garbo e um Austin Cambridge de Winston Churchill.

A igreja tem um atraente exterior e é uma presença marcante e serena no meio da zona comercial e de grande tráfego da Place Saint-François. 

Os portais e a fachada principal da catedral são ricamente ornamentados com esculturas esculpidas e baixos-relevos. A entrada é feita por meio do portal oeste, chamado de Portal Montfalcon, do século XVI. O pórtico monumental está decorado com esculturas de figuras bíblicas, santos, bispos...
Embora a catedral seja principalmente feita em pedra, as construções da cidade eram principalmente de madeira e sofreram incêndios várias vezes. Toda noite, guardas estacionados na muralha que circundava a cidade vigiavam estando sempre em contacto uns com os outros, garantindo assim que não houvesse incêndios ou que nenhum inimigo se aproximava.
Na galeria a Sul, há ainda alguma pintura medieval desbotada adornando os pilares. O coral é elevado acima da nave central e contém um altar de pedra simples e o túmulo de Otto de Neto, um cavaleiro e herói medieval.
A catedral domina a “Vieille Ville”, a verdadeira Cidade Antiga. Durante a Idade Média, os peregrinos reuniam-se na catedral para orar diante da "Virgem de Ouro", uma imagem milagrosa da Virgem Maria, a quem a catedral foi dedicada.
O seu principal tesouro, uma colecção única de paramentos litúrgicos e tapeçarias, foi levada para Berna, onde está agora preservada em museu.
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Ali, quando entramos através do parque, tropeçamos em restos e ruínas da cidade romana de Lousonna, um conjunto de paredes de baixa altura feitas de pedra, com uma placa explicativa nas proximidades.
Um pouco mais adiante encontramos Ouchy, uma zona popular da cidade de Lausanne situada na ponta sul junto ao lago Lèman (Lago Genebra).
As incríveis vistas para o lago com os Alpes ao fundo, e o ar fresco no Verão fizeram de Ouchy um lugar muito apetecível, especialmente nos meses de Verão, onde há um grande aglomerado de hotéis e restaurantes em redor do porto.
Em 18 de Outubro de 1912, o primeiro “Tratado de Lausanne” foi assinado aqui em Ouchy, entre a Itália e do Império Otomano, concluindo assim a Guerra ítalo-turca.
Um século mais tarde, foi reconstruído e transformado numa residência fortificada para os bispos da cidade, em particular para o bispo Guillaume de Varax, mas também foi utilizado como prisão.
O novo proprietário transformou radicalmente o castelo, demolindo o edifício e reduzindo-o a ruínas e deixando apenas a sua torre. O castelo foi então reconstruído no estilo neo-gótico entre 1889 e 1893, afim de se fazer dele um hotel.
Inaugurado em 1994, é um espaço muito grande, com jardins e fontes. A exposição tem uma mostra baseada nas Olimpíadas da Grécia antiga e na restauração dos jogos nos tempos modernos.
Podem ver-se também alguns dos objectos de atletas do passado, como discos, bicicletas e velhos sapatos de corrida.
A partir de passeios sombreados e floridos por trás da marginal junto ao lago, dirigimo-nos novamente para a zona de Vidy. Como o dia estava a acabar e a família queria ainda dar um mergulho no lago, pedalámos apressadamente até á praia de Vidy, para que os nossos desejos se concretizassem.
Depois do banho no lago, foi a vez de um banho de água bem quente nos balneários. A música jazz que vinha do restaurante do parque de campismo, o "Berges de Vidy" à beira do lago, levou-nos até lá.