Um passeio por Lausanne - Vieille Ville (Parte III)

O segundo dia em Lausanne e o último para visitar a cidade, foi destinado à visita da Vieille Ville (Cidade Velha). Como a Cidade Velha está situada lá em cima na colina, resolvemos fazer o desnível de cerca de 500 m, de autocaravana.

Assim deixámos o parque de campismo um pouco antes da hora do almoço, rumo à Cidade Antiga. Era domingo e a cidade parecia adormecida, com pouco movimento automóvel e poucos transportes públicos em funcionamento.

Subimos o desnivel que separa Vidy da Cidade Antiga e depois de fazermos a Avenue Jules Gonin estacionámos a autocaravana numa pequena praça situada na junção desta avenida com a Avenue Montbenon, junto ao parque do mesmo nome. Depois fomos a pé visitar a cidade, tomando o caminho da Catedral através da Rue du Grand Chêne que nos levou até à Place de St-François.

As ruas que partem da Place St-François são as mais elegantes da cidade. A Cidade Antiga não fica em nenhum planalto, sendo mais do estilo sobre-e-desce. Subimos então pela rue du Rôtillon até encontrar-mos uma boa esplanada à sombra, onde gostosamente almoçámos.

Depois de subirmos mais um pouco, foi a pausa para o café, já bem perto da Pont Bessières, numa esplanada a ver a Catedral. A travessia da ponte fez-se demoradamente, uma vez que dela se desfruta uma belíssima vista sobre toda a cidade, o lago Lèman e os Alpes.

Depois visitámos a belíssima “Cathédrale de Lausanne”, de construção gótica imponente, que foi iniciada em 1175 e consagrada em 1275 pelo Papa Gregório X. Nunca foi totalmente concluída, pois ainda hoje permanece inacabada.

A catedral domina a “Vieille Ville”, a verdadeira Cidade Antiga. Durante a Idade Média, os peregrinos reuniam-se na catedral para orar diante da "Virgem de Ouro", uma imagem milagrosa da Virgem Maria, a quem a catedral foi dedicada.

Em 1536, as forças combinadas da Reforma e do exército Bernês, despojaram a Catedral de Lausanne de praticamente todos os seus elementos decorativos, incluindo os altares, imagens e pinturas. A sua outrora bem amada “Virgem de Ouro”, foi derretida para dela se fazerem moedas.
O seu principal tesouro, uma colecção única de paramentos litúrgicos e tapeçarias, foi levada para Berna, onde está agora preservada em museu.

Ao sairmos da Catedral de Lausanne deparámo-nos com o belíssimo terraço panorâmico da Catedral, onde se podem fazer excelentes fotos da cidade e seus arredores e que dá acesso às “Escalieres du Marche”, uma inolvidável escadaria coberta em madeira que desce até à Place de la Palud.

A Place de la Palud é a praça do mercado da cidade e nela está situado o “Hotel de Ville”, a Câmara Municipal. No centro da praça, ergue-se a Fontaine de la Justice, uma fonte com uma figura alegórica da justiça.

Depois começámos a descer, atravessando mais uma vez a Pont Bessières, que também oferece boas vistas do Bairro Bel Air, dominado pelo grande edifício Bel Air (o primeiro arranha-céus da Suiça), que fica para Ocidente.

Descemos então pela rue de Bourg, a rua de maior comércio da cidade, ladeada de casas antigas e que abriga as mais sofisticadas galerias de arte, joalharias e lojas de moda locais, bem como excelentes bares e clubes de jazz, só abertos à noite.

A rue de Bourg foi descida até à Place St-François, situada em pleno coração da cidade, onde podémos visitar a simples mas bela igreja de St-François, construida nos séc. XIII a XIV, com uma porta com sensor, do tipo “abre-te sésamo”.

Depois de visitarmos a Igreja de St-François, estivémos parados durante algum tempo nos belos jardins suspensos da Avenue du Théàtre para descançar e fazer as fotos da práche.

A caminho da autocaravana, parámos no cruzamento da Place St-François com a Av. de la Grand Pont e fomos espreitar a Grand Pont, que faz a passagem entre a Cidade Nova e a Cidade Antiga.

Por baixo da ponte passa o rio Flon que forma um desfiladeiro que atravessa o centro da cidade, seguindo em geral o curso da Rue Centrale, com várias pontes de passagem da depressão para ligar os bairros adjacentes.

No fim da visita a Lausanne, tivemos como sempre a certeza que haveria muito mais para ver e por descobrir, mas o entardecer acontecia, muito mais rapidamente do que o esperado e a partida da cidade impunha-se, na certeza que na próxima cidade de Neuchâtel, uma nova e constante descoberta aconteceria…

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