Na praia de Rimini





A chegada a Rimini já de noite, levou-nos de imediato para a área de serviço de autocaravanas, num parque no centro da cidade, situado a dois quarteirões de distância da praia, numa rua paralela à marginal. Essa noite foi de descanso e ficámos ao fresco no jardim ao lado da área de serviço. No dia seguinte pretendíamos fazer praia durante todo o dia e foi o que fizemos. Depois de acordarmos pegámos nas bicicletas e fomos até à praia.


Rimini, muitas vezes referida como a capital do turismo balnear italiano e vida noturna, é um dos resorts mais populares da Itália e um dos maiores da Europa. Na praia o areal é enorme, nivelado e limpo e tem quilómetros de extensão. A cidade é o ponto de partida para os 14,4 quilômetros de costa com praias públicas e privadas, bares, clubes e restaurantes.


A maioria do areal é concessionado, no entanto há muitas áreas destinadas a quem quiser estender uma toalha, que são livres. As áreas concessionadas pertencem a cafés ou restaurantes e alugam chapéus e espreguiçadeiras como nas zonas concessionadas do Algarve. A diferença está no espaçamento que é maior e como o número de áreas concessionadas é grande, nunca estão cheias, o que nos deixa em maior sossego. Adorei a experiência!…

Em Rimini, há 250 estabelecimentos de praia, todos bem equipados e regularmente renovados, onde os chapéus dão um colorido especial à praia. A filosofia é passar a vida na praia, dia e noite. Começam de madrugada, com o hábito de caminhar ao longo da borda da água e terminam bem de noite, já depois do jantar, com os pés descalços na areia.
Pode-se fazer qualquer coisa na praia, desde ter aulas de yoga, cursos de bordado, competições de castelos de areia ou fazer corrida ou caminhada. Durante o dia os estabelecimentos de praia organizam muitos tipos de eventos, para adultos e crianças. Para resumir, a ênfase está na diversão durante todo o Verão.

O melhor de tudo é que as actividades desportivas, em conjunto com várias instalações, chuveiros quentes, vestiários, jornais, jogos, entretenimento, parques infantis... na praia são todos gratuitos. Tudo está incluído no preço da diária do guarda-sol e espreguiçadeira, que é cerca de 20 a 30 euros por pessoa/dia. Uma vantagem para os turistas, é que não há taxa de entrada para o acesso à praia. No entanto, só se pode estender a toalha nas zonas destinadas para o efeito.
No nosso caso colocámos as bicicletas a guardar na área destinada ao Destacamento Aeroportuário, pois por sorte o senhor que tomava conta da área era um português casado com uma brasileira e que simpaticamente nos recomendou uma área bastante sossegada, como era nosso desejo.

É indispensável tomar um banho no mar de Rimini, no Adriático, onde a temperatura da água ronda os 20ºC, entre os meses de Junho e Setembro. É um mar muito salgado, onde boiar é fácil, nadar não cansa e onde apetece estar durante muito tempo, pois nunca esfriamos.
Fonte: http://goitaly.about.com/od/rimini/p/rimini.htm / http://www.visit-rimini.com

San Marino




San Marino é um pequeno país localizado num enclave no centro da península itálica. Está situado entre as regiões de Emília-Romana e Marcas e até à independência de Nauru (pequena república situada numa ilha da Oceânia) em 1968, San Marino era o menor estado republicano do mundo. O seu território é montanhoso e incrustado no Monte Titano, uma ramificação oriental dos Apeninos. Segundo a tradição, São Marinus deixou a ilha de Rab, na actual Croácia, então uma colónia romana e foi em 257, para a cidade de Rimini como pedreiro, quando o futuro Imperador Diocleciano, emitiu um decreto solicitando a reconstrução das muralhas da cidade de Rimini, que havia sido destruída por piratas libúrnianos.

Após a perseguição de Diocleciano aos sermões cristãos, San Marinus fugiu para o vizinho Monte Titano, onde construiu uma pequena igreja e fundou o que hoje é a cidade e o estado de San Marino. A data oficial de fundação da República é 3 de Setembro 301. A República de San Marino é a mais antiga república do mundo, regida também pela mais velha constituição. Teve desde sempre, em especial devido ao isolamento geográfico, conseguido manter-se independente, apesar da rivalidade das antigas cidades-estado italianas, das Guerras Napoleónicas, da Unificação da Itália, ou das duas Guerras Mundiais.

A pouca distância da Riviera Adriática, San Marino abrange 55 hectares, incluindo o Monte Titano no cimo do qual existe o centro histórico da cidade, que remonta à fundação da República como uma cidade-estado no séc. XIII. San Marino é uma república livre desde a Idade Média.A chegada a San Marino foi realizada no final da tarde e depois de deixarmos a autocaravana bem estacionada em local com vigilância, dirigimo-nos ao teleférico que nos lavaria até ao cento histórico, uma cidadela amuralhada situada no Pico de la Rocca (749 m), onde se encontra o ponto mais alto do país e que é um autêntico centro comercial ao ar livre.

Chegados ao cume do Monte Titano, a vista é deslumbrante estendendo-se em todas as direcções. A oeste podemos contemplar as montanhas até à fronteira com a Toscana, a este até à costa do Mar Adriático e a norte e sul até aos Apeninos.O antigo centro histórico ainda hoje habitado, tem preservando todas as suas funções institucionais, e graças à sua posição no topo do Monte Titano, a antiga cidade não foi afectada pelas transformações urbanas ocorridas a partir do advento da era industrial e assim se tem mantido até aos dias de hoje.

O centro da cidade inclui muralhas, torres de fortificação, portas e baluartes, uma basílica neoclássica, conventos e o Palazzo Publico do séc. XIX, bem como o Teatro Titano, do séc. XVIII. Nas ruas as lojas de todo o tipo fazem o encanto dos turistas e demais compradores.A pequena cidade antiga é um verdadeiro paraíso de compras, pois sendo uma zona franca, apresenta oportunidades que não podem ser perdidas para todos os "viciados em compras". Graças a uma carga mais leve de impostos, em muitos casos, é de facto mais conveniente fazer compras na República de San Marino do que no resto da Itália. As melhores "pechinchas" para aqueles que gostam de compras são: roupas, sapatos, perfumes e cosméticos, produtos homeopáticos, dispositivos electrónicos, instrumentos musicais (novos e usados) e gasolina.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.sanmarinosite.com

A caminho de San Marino e Rimini




Depois de sairmos da planície aos pés de Assisi, seguimos pela E45 a caminho de Rimini acompanhando o vale do Tevere Fiume. Em Sansepolcro, deixámos a E45 e seguimos pela P258 que nos levaria mais rapidamente até Rimini. No entanto antes de chegarmos a Rimini, queríamos fazer uma paragem no pequeno país independente de San Marino, que nos ficava no caminho. Pelo caminho acompanhou-nos durante alguns quilómetros a planície umbria. Em Sansepolcro, um antigo feudo da Ordem monástica do Camaldolesi, uma cidade interessante e agradável localizada nas planícies do vale do rio Tibre (Tevere) e na fronteira entre a Umbria e da região das Marcas, virámos em direcção Este.



A partir de Sansepolcro a paisagem é de montanha. Primeiro a estrada acompanha um profundo vale no sopé de altas montanhas. Depois começámos a subir até atingirmos os cumes das montanhas, que nos iam acompanhando pelo caminho. Lá em baixo o rio Tevere corre espraiando-se entre colinas, numa paisagem ondulada e cativante. Lá em cima o ar é puro, o silêncio impera e a paisagem deslumbra, obrigando por vezes a paragens obrigatórias, para melhor se desfrutar das vistas.
Esta região montanhosa encontrada no nosso caminho pertence à Reserva Natural dell’ Alpe di Luna. A Reserva Natural abrange uma grande área englobando a bacia dos Alpe della Luna, vale do rio Tibre e parte da região das Marcas. É constituída principalmente por uma floresta de grande porte onde em altitudes mais elevadas, a madeira de faia domina, enquanto em altitudes mais baixas existem bosques de carvalhos. No entanto, a grande singularidade dos Alpe della Luna (Alpes da Lua) está no seu grande isolamento, que mantem nesta área um estado quase selvagem.


Descemos os Alpe della Luna e novamente em planície chegámos a San Marino, um pequeno país localizado num enclave no centro da Itália. Este pequeno estado situado em território montanhoso, está incrustado no Monte Titano, uma ramificação oriental dos Apeninos e faz a divisão entre as regiões de Emília-Romana e das Marcas.

Mulheres

Neste episódio o psicanalista Jorge Forbes e a actriz Maitê Proença conversam sobre a mulher no programa Café Filosófico, apresentado na TV Cultura. Recomendo!


Quanto ao resto…Sem comentários!

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Parte VI

Visita a Assisi - Parte VIII





O dia seguinte era o de partida para Rimini, na costa do Adriático. No caminho ainda queríamos parar para uma visita a San Marino, cidade estado da República de San Marino, um pequeno país situado nas Montanhas dos Apeninos.

A saída do parque de campismo fez-se pelo meio-dia, sendo nossa intenção antes de deixarmos a região, procurarmos mais um dos lugares de Francesco de Assisi, a Porciúncula, situada já na planície de Assisi, que é um local de peregrinação máxima.

A Porciúncula (la Porziuncola) é uma pequena igreja fora de Assisi, na fracção comunal de Santa Maria degli Angeli, actualmente contida dentro de uma igreja muito maior, a Basílica de Santa Maria degli Anjeli, que foi construída para proteger e venerar a tradição da pequena igreja.


É o lugar mais sagrado da Ordem Franciscana, pois foi ali que morreu Francesco de Assisi. Foi ali também que o jovem Francesco compreendeu a sua vocação e renunciou ao mundo para viver na pobreza e entre os pobres, dando origem ao movimento franciscano. O local onde se encontra a Basílica, é hoje uma pequena cidade, muito diferente do local ermo onde Francesco de Assisi, se refugiava para rezar e acolher os doentes e pobres.



Na Igrejinha Porciúncula aconteceram vários eventos importantes que marcaram a vida de San Francesco:

- Foi ali que ele recebeu do Senhor a primeira mensagem para servir a Igreja.
- Foi ali que San Francesco fundou a Ordem dos Franciscanos e dali partiram os primeiros frades, enviados por Francesco para anunciar a paz.
- Foi ali que San Francesco num domingo do ano de 1211, consagrou Santa Chiara (Santa Clara) à Virgem Maria.
- Foi ali que San Francesco recebeu do Senhor a promessa extraordinária que todas as pessoas, através de todos os séculos, que fossem confessar-se na Porciúncula, receberiam a graça do Senhor. Esse evento é conhecido como "O Perdão de Assisi". De facto, uma grande parte da Basílica é destinada a confissões do pecado. E é muito interessante, porque ali todos se podem confessar em diversas línguas. Existem padres disponíveis para isso.
- E finalmente, foi ali, que San Francesco faleceu, no dia 3 de Outubro de 1226.



Quando chegámos à enorme Basílica, o lugar estava cheio de turistas, peregrinos e vários grupos de jovens escuteiros. Em redor da Basílica muitas eram as barracas de artigos religiosos, como é aliás hábito nos lugares de peregrinação.

Não se pode falar da Basílica sem contar a história da Capelinha ou “Chiezzeta Porziuncula”, pois de todos os lugares onde viveu San Francesco este é o mais ligado à memória do Santo, do seu apostolado e da sua vida. Segundo a tradição, a Porciúncula foi construída no século IV, por eremitas provenientes da Palestina. Em 576, foi assumida por São Bento e seus monges. A Porciúncula foi a terceira igreja restaurada por San Francesco, depois de ter tido um sonho no qual ouviu o chamado de Deus para "recuperar a sua Igreja".



Em 1200 a “Porziuncula” era uma igrejinha humilde e solitária, dedicada a Virgem Assunta e estava rodeada de mato num estado de completo abandono. Foi então que Francesco a restaurou com as suas próprias mãos, e onde segundo a lenda no dia 24 de Fevereiro de 1208, recebeu em sonho no interior da capelinha a palavra de Jesus: "Vai e anuncia a todos que o Reino dos Céus está próximo, não procureis nem ouro, nem prata. O que gratuitamente receber, gratuitamente deve doar aos outros".

Depois da morte de San Francesco em 1226, os frades construíram várias pequenas cabanas ao redor da Porciúncula. Em 1230 um refeitório e alguns edifícios adjacentes foram adicionados. No decorrer do tempo pórticos e acomodações para os frades foram adicionados também em redor da Porciúncula. Algumas fundações destas edificações foram descobertas durante escavações sob o piso da basílica entre 1967 e 1969.


Com o passar do tempo, grande número de peregrinos vinham reunir-se em Assisi para receber o "Perdão de Assisi" e o pequeno espaço da Porciúncula tornou-se completamente inadequado para abrigar todos esses peregrinos. Cresceu por isso a necessidade de construir uma igreja maior incorporando a Porciúncula.

Os edifícios em torno do santuário foram retirados por ordem do Papa Pio V, excepto a Porciúmcula e a Capela do Transito, a célula em que San Francesco viveu os últimos dias de sua vida. Tinha sido outrora uma pequena cabana que serviu como primitiva enfermaria para os doentes.



A construção da Basílica começou em 25 de Março de 1569. Esta igreja majestosa, a sétima maior igreja cristã, foi projectada em estilo barroco, por dois arquitectos famosos, Galeazzo Alessi e Viggnola.



O visitante peregrino que cruza o limiar da grande Basílica de Santa Maria degli Angeli, sente-se imediatamente atraído para a pequena igreja romanesca, que é também o coração espiritual do santuário inteiro. A Porciúncula é uma parte da alma que vem de longe, onde Francesco despertou para a nostalgia do paraíso e para a santidade, e nela uma força maior faz-nos ajoelhar e rezar.



Simone Weil, um filósofo judeu, sensível e fascinado por Cristo, visitou o lugar e escreveu sobre a Porciúncula: "Enquanto eu estava sozinho na pequena capela românica de Santa Maria degli Angeli, um lugar incomparável de pureza, em que Francesco rezou muitas vezes, algo mais forte do que eu, me obrigou, pela primeira vez na minha vida, a me ajoelhar”. (autobiografia espiritual)

O interior da Basílica é simples e elegante, com apenas algumas decorações, em contraste com a decoração das capelas laterais. As capelas laterais foram decoradas por grandes artistas de vários períodos e a nave e corredores foram reconstruídos em estilo dórico neoclássico por Luigi Poletti. Mantém na abside do coro preciosas esculturas em madeira, esculpidas por frades franciscanos, a partir de 1689, possuindo baixos-relevos de E. Manfrini no altar.



Para quem se ajoelha no limiar da Porciúncula, pode observar uma pequena frase escrita na porta, "locus sanctus hic est", que quer dizer, “este lugar é santo”. Se olharmos para cima da porta leste, então podem ler-se as palavras na parte superior da porta: "AHCE vitae aeternae", que quer dizer “para aqui entrar na vida eterna”. Palavras que segundo a crença devem ser levadas a sério, porque elas fazem alusão ao mistério contido neste lugar, imbuído da emoção de Francesco de Assisi.



Fonte: Wikipédia.org / http://www.noticiasdabota.com / http://www.porziuncola.eu/

Visita a Assisi - Parte VII




Depois de caminharmos o dia inteiro pela cidade de Assisi, retornamos a Piazza del Comune e resolvemos parar para tomar um gelado, a fim de relaxarmos um pouco, antes de iniciarmos a caminhada sempre a subir até ao parque de campismo. Ali estivemos à conversa até nos levantarmos para melhor observarmos a praça. Depois de deambularmos pela Piazza del Comune, parámos um pouco junto da fonte no centro da praça para fazermos mais alguns registos fotográficos, quando reparámos que ali perto, no rés-do-chão da Câmara Municipal, decorria uma exposição de obras de arte. Aproximamo-nos e na ampla sala separada do exterior por pesadas portas rendilhadas em ferro forjado, os quadros coloridos entre o cubismo e o neofigurativo de Luciano Busti sobressaíam. Lá dentro Luciano esbracejava indignado pela ousadia da minha câmara fotográfica, que não parava de lhe “roubar” a obra. Disse-lhe que descansa-se pois não era nem artista plástica, nem queria apossar-me de forma alguma da sua obra.

Luciano, após observar as fotos captadas, descansou e logo se desfez em sorrisos, em especial quando melhor observou a jovem ninfa ao meu lado, talvez por ambicionar até naquele gosto, seguir os passos de seu mestre inspirador Picasso.

O pintor e ceramista Luciano Busti, nascido em Assisi, completou seus estudos de arte em Perugia, sendo graduado em pintura pela Academia de Belas Artes "Pietro Vannucci".


Depois já no caminho de regresso pelas ruas estreitas e escuras, observam-se costumes antigos com os moradores sentados às portas de suas casas à conversa com seus vizinhos, para se refrescarem na noite quente que se fazia sentir. Os altos e incríveis edifícios medievais construídos em pedra e apinhados em ruas estreitas saúdavam-nos à nossa passagem. Um verdadeiro cenário de sonhos!... Ainda imbuídos da memória de São Francisco, percorrem-se os últimos metros que nos separam da Porta Cappuccini. Mesmo pequena, não nos podemos esquecer que esta cidade da Umbria é considerada a segunda mais importante cidade santa da Itália, ficando somente atrás de Roma.


A subida foi cansativa e o apetite já se fazia sentir. Lá em cima já no parque de campismo, fomos directos ao restaurante, onde degustamos como entradas (antipasti) as famosas bruschettas de tomate ou anchovas regadas com azeite, o Tagliatelle al ragu (pasta) e Alla griglia prime rib di manzo, grossas costeletas de vaca grelhadas na brasa (primo plato), seguidas do natural e fresco tiramisu.

A Existência como Doença

Uma altura, em conversa com uma pessoa, ela me dizia que a vida era um castigo. Fiquei admirada, pois sempre senti a vida como uma dádiva, devendo ser vivida em pleno, para com mais facilidade se poderem ultrapassar os momentos baixos, aproveitando ao máximo todos os momentos altos.

No entanto o ser humano sempre foi um ser sofrido, e actualmente isso parece estar a ser levado mais em conta, com os livros de auto-ajuda.

Será que a existência se torna uma doença?

Neste episódio do Café Filosófico, exibido no Brasil pela TV Cultura, "A Existência como Doença", faz um paralelo entre como o homem contemporâneo lida com suas angústias e o como o homem ao longo da história conviveu com sentimentos tão pessoais. Nele está em evidência a palestrante Márcia Tiburi, que é autora de três livros, professora e doutora em Filosofia pela UFRS.

A não perder!...

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Visita a Assisi - Parte VI




A saída da área da Basílica de San Francesco, já foi feita após o encerramento das portas da mesma. Aquela hora a paisagem ainda é mais bonita e vale realmente a pena observar-se do terraço em frente da Basílica Superior, o cenário único que dali se desfruta, com a encantadora vista da Basílica e do Convento Sagrado, emoldurado pela planície e colinas circundantes.

Vindos da Basílica de San Francesco, optámos por caminhar, no passeio de regresso, pela Via San Francesco, os 600 metros que nos separavam da Piazza del Comune. Imediatamente à esquerda fica a Loggia dei Maestri Comacini, a casa que no séc. XV, pertencia aos mestres construtores que se encontravam a trabalhar na área de Assis.

Um pouco mais à frente do mesmo lado da Loggia dei Maestri Comacini, destaca-se a fachada barroca do Palazzo Giacobetti, mandado construir por Giacomo Giorgetti, no séc. XVII. Com uma varanda central enorme, suportada por mísulas, este é hoje a sede da Pinacoteca Comunale (Biblioteca Municipal) e encerra os arquivos do Sacro Convento, os arquivos da cidade e os arquivos notariais.


Do mesmo lado da rua, uns metros à frente, a meio da Via San Francesco fica o Oratorio dei Pellegrini, uma pequena capela construída em 1432 pela Irmandade de San Giacomo e Sant'Antonio, que também funcionou como um hospital adjacente para os peregrinos que chegavam à cidade. O fresco já desbotado na fachada retrata Cristo Ressuscitado, um trabalho de Matteo da Gualdo (1468).

Esta capela está localizada num local onde é fácil não notar a sua presença, no entanto, o seu interior silencioso encerra magníficos frescos. A parede do altar é também pintada com um fresco de Matteo da Gualdo, enquanto as cenas retratando San Giacomo e Santo António são obra de Pier Antonio Mezzastris (1471). San Giacomo e Sant'Ansano na parede interior da fachada são atribuídos a Andrea d'Assis. Foi originalmente a igreja de um albergue que acolhia os peregrinos a caminho de Roma, que queriam prestar homenagem aos restos mortais de San Francesco.


Um pouco mais à frente do lado esquerdo, encontramos um antigo e bonito edifício com sete arcos, que formam o pórtico de Monte Frumentario, um hospital antigo e lugar de descanso para os peregrinos, construído em 1267.

Depois os 200 m até chegar ao Foro Romano à entrada da Piazza del Comune, são feitos através da Via A. Fortini e Via Pórtica. A meio da Via A. Fortini do lado direito, encontrámos no nº 1 da Piazzetta Verdi, o Teatro Metastasio, onde decorria um musical sobre a vida de Santa Chiara de Assisi, escrito e dirigido por Carlo Tedeschi, intitulado "Chiara di Dio". Pelo caminho até chegarmos à Piazza del Comune, observam-se lojas de artesanato e lojas gourmet com produtos da Úmbria, escadarias que pararam no tempo e varandas medievais tão bem preservadas, que a todo o momento esperamos que a elas assolem personagens vestidos com trajes da época.


A pouca luz própria do início da noite, ainda nos ajuda mais à criação de imagens e pensamentos ligados aqueles lugares cheios de histórias para contar, que nem a própria história guardou, por serem tantos os acontecimentos ali passados ao longo dos séculos. Fonte: http://www.assisionline.com / http://www.wikideep.it/cat/chiese-di-assisi

São Francisco de Assis (1182 - 1226)

"Uma luz que brilhou sobre o mundo"

Dante Alighieri

Assisi era uma pequena cidade integrada no território do Ducado de Spoleto, quando nasce Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como San Francesco de Assisi (Assisi, 5 de Julho de 1182 – 3 de Outubro de 1226).
Filho de Pedro de Bernardone, um abastado comerciante de tecidos que ia buscar a França e de Pica Bourlemont, de Florença (naquela altura pertença de França). Pedro de Bernardone além de rico comerciante era também dono de diversas propriedades rurais. Sua esposa dedicava-se aos seus afazeres domésticos ajudada pelas empregadas. Vibrava por nobres ideais, pela fé cristã, a beleza, a poesia, a natureza... Pedro Bernardone era um fanático pelo poder. Não trabalhava para viver, vivia para trabalhar.

Quando nasceu, seu pai, estava em França a negócios, quando o filho nasceu e quando voltou rebaptizou-o com o nome de Francesco, isto é, "francês". Francesco cresceu desfrutando de muito luxo. O futuro fundador da Ordem dos Frades Menores passou a infância na cidade natal e sua primeira juventude foi alegre e despreocupada. Cordial, expansivo e de uma vitalidade exuberante, destacava-se entre seus jovens companheiros e estudante ajudava o pai na loja que possuía.Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o “status” que a sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, até que partiu para lutar na guerra entre Assisi e Perúgia.

Decide ser guerreiro e tornar-se cavaleiro, no entanto cai enfermo a caminho de Spoleto, pelo que necessitou de longo repouso. É nesse momento que inicia a transformação de sua vida. Retorna a Assisi, afasta-se do luxo e de seus antigos companheiros e busca lugares para meditar e orar.

Francesco de Assisi abandonou tudo, riquezas, ambições, orgulho, e até a roupa que usava, para desposar a “Senhora Pobreza” e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra a sociedade burguesa da época.Já inteiramente mudado, passou um dia pela Igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Conta a lenda, que Francesco, levado pelo Espírito, entrou para rezar e ajoelhou-se devotamente diante do crucifixo. Ali terá sido tocado por uma sensação insólita, sentindo-se transformado. Pouco depois, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: “Francesco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruinas”.

Após a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francesco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III, renovando o catolicismo de seu tempo.

Santa Chiara (Santa Clara), sua dilecta amiga, fundou também a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida, nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Este capítulo da vida do Santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem.Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo estavam mais ligados aos mosteiros rurais e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Jesus Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo.

Sua atitude foi também original quando afirmou a Bondade e a Maravilha da Criação, quando se dedicou aos mais pobres dos pobres e quando amou todas as criaturas chamando-as de seus irmãos. Alguns estudiosos afirmam que sua visão positiva da natureza e do homem, que impregnou a imaginação de toda a sociedade de sua época, foi uma das primeiras forças que levaram à formação da filosofia da Renascença.

Em 1220, voltou a Assisi após ter-se aventurado numa viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a Segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, acabando por morrer em 1226, na sua terra natal. Foi canonizado pela Igreja Católica menos de dois anos após falecer (em 1228), e por seu apreço à natureza, é mundialmente conhecido como o santo patrono da ecologia, pois dedicou a sua vida à ideia de uma irmandade que integrasse todos os homens, a natureza e os animais. De qualquer forma, a sua posição como um dos grandes santos da Cristandade, firmou-se quando ainda era vivo e permanece até hoje inabalada.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.angelfire.com/