Visita a Padova - Parte X





Novamente no autocarro segue-se pelo Corso Garibaldi e após passar-se o rio Brenta para a outra margem, vira-se à direita pela Via Trieste. No cruzamento de estradas perto da Stazione Autocorriere (Estação de Autocarros), volta-se à direita pela Via Porciglia até encontrar e seguir pela Via Giambattista Morgagni que nos leva até à Piazzetta Ippolito Nievo.É na Via Giambattista Morgagni que se encontra a Faculdade de Medicina de Padova e o próprio nome desta rua corresponde ao fundador da Anatomia Patológica (uma das principais fundações da medicina moderna), que foi professor de Anatomia na Universidade de Padova durante 56 anos.
No final da Via Morgagni aparece o nó de vias da Piazzetta Nievo, onde é encontrada a Chiesa di Santa Sofia, situada no cruzamento com a Via Santa Sofia Altinate. Nestas vias que se desembocam na Piazzetta Ipolito Nievo, são encontrados a maioria dos hotéis da cidade.A Chiesa di Santa Sofia é a igreja mais antiga da cidade de Padova, sendo conhecida e famosa por sua estrutura original, que no último século foi objecto de estudos por muitos especialistas. A conversão para lugar de culto cristão, parece ser devido a San Prosdocimo, no início da era cristã.

O interior é composto por três naves, que apoiam em pilares irregulares, feitos de material heterogéneo de ruínas romanas e medievais. A parede interna do hemiciclo é atravessada por nichos semelhantes aos de fora, e num deles existe um belo fresco que representa a Virgem e o Menino, atribuído a Giovanni da Gaibana, enquanto o fresco na luneta acima do acesso à capela, retrata a “Madona in Trono” que é atribuído à escola de Giotto. O altar simples mas singelo é adornado com um retábulo de Andrea Mantegna, de 1448.Restos de fundações romanas são visíveis na cripta e a descoberta de uma pedra sacrificial sobre as ruínas testemunha a existência anterior naquele local de um templo pagão, provavelmente dedicado ao deus Mithras, um deus de origem persa, cujos vestígios datam de 1300 a.C.. A primeira grande renovação da igreja remonta ao séc. IX, durante o período carolíngio. O actual edifício, estilisticamente semelhante ao tipo comum na costa do Adriático, foi construído a partir da área da abside, entre 1106 e 1110, e concluída em 1127.


Seguindo pela Via Belzoni, onde se encontra o polo universitário de Ciências e Matemática, e depois pela Via Ognissanti aproximamo-nos das muralhas da cidade, junto da margem esquerda do rio Brenta.
O autocarro vira à esquerda e percorre primeiro a Via Gradenigo, depois a Via Leonardo Loredan, sempre acompanhado à esquerda pelo que resta das antigas muralhas da cidade e pela margem esquerda do rio Brenta.

No cruzamento da Via Gradenigo com a Via del Portello observa-se do lado direito a Ponte del Portello e a Porta Portello que dá passagem naquele ponto, para a outra margem do rio Brenta, sendo também outrora uma importante porta das muralhas da cidade.


As muralhas que ali observamos não são apenas uma obra de grande interesse arquitectónico, pois nelas trabalharam ao longo de 35 anos milhares de homens, mas também representam uma ferramenta valiosa para entender melhor a evolução desta parte das muralhas de Padova. As muralhas foram construídas durante a era romana e a Idade Média e o seu percurso corresponde a um meandro do rio Brenta (outrora o rio Medoacus), que circunda a cidade, no qual se desenvolveu o primeiro centro urbano da Padova medieval.

A Porta Portello e a sua ponte formavam outrora o ponto fulcral de um complexo portuário e monumental, que correspondia ao porto fluvial mais importante da cidade de Padova, durante a dominação veneziana. Situada entre o rio Brenta a norte e do rio Bacchiglione a sul, Padova já foi um marco do tráfego comercial por meio de sua rede de mais de 590 canais escavados nos tempos medievais. Em 1209 toda a rede de canais foi concluída, sendo a hidrovia principal de Padova constituída por 10 km de comprimento. Dentro da cidade velha os canais correm junto dos principais bairros da cidade, onde se juntam as águas do rio Brenta e do rio Bacchiglione que conectam directamente no Canal Brenta, seguindo depois para Veneza.

No final da rua deixa de haver vestígios de muralhas, e o autocarro encaminha-se novamente para a Via Porciglia, dando a volta pelo complexo da Piazza Eremitani, já anteriormente visitado, onde está situada a Chiesa degli Eremitani, o Museu Cívico, Museu Arqueológico e o Museu de Arte Medieval e Moderna, que estão alojados nos claustros do convento dos Frades Eremitas, bem como o Giardini dell’Arena, o Palazzo Zuckermann e a Capela Scrovegni. Fonte: Wikipédia.org / http://www.magicoveneto.it/ http://www2.regione.veneto.it/ http://www.laviadelbrenta.it

Visita a Padova - Parte IX




A partir da Piazza Garibaldi o autocarro turístico segue o seu percurso de visita à cidade pelo Corso Garibaldi. Rapidamente se chega ao Largo Europa, que se observa do lado esquerdo. O Largo Europa embora esteja situado na área da cidade velha possui muitos prédios de construção moderna. Do lado direito destaca-se a bela Piazza Eremitani, onde está situada a Chiesa degli Eremitani e o Museu Cívico sediado no Palazzo Zuckermann, e ainda a entrada para o parque verde pertencente ao Palazzo Zuckermann, onde está situada a Cappella degli Scrovegni e o Giardini dell Arena.

O Museu Civico é um complexo que abriga vários museus dentro das suas instalações. No primeiro andar fica o Museu d’Arte Moderna e Medieval, com ricas colecções de vidro, cerâmica e artes decorativas. Estas peças ilustram os vários tipos de artefactos feitos e usados em Padova, entre a Idade Média e segunda metade do séc. XIX. Ao lado encontra-se o Museu Bottacin, que tem colecções de moedas antigas da Europa. O terceiro andar abriga uma colecção de armas antigas, pinturas e medalhas do séc. XIX. Todo o complexo é um óptimo local onde se pode testemunhar a tradição e a cultura da Itália e do Imperio Romano.


Na Piazza Eremitani além do bonito e cuidado jardim, observa-se a Chiesa degli Eremitani com o Mosteiro ao lado. A Igreja foi reconstruída sob uma igreja completamente destruída por bombas dos aliados em 1944, a que alguns historiadores consideraram a maior perda de arte da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Embora tivesse sido notavelmente reconstruída no seu estilo românico original, os magníficos frescos de Andrea Mantegna (nascido em Padova e um dos alunos de Donatelo) jamais poderiam ser recuperados, excepto num canto da capela Ovetari, onde ainda se encontram fragmentos dos frescos que se salvaram dos escombros, pintados entre 1454 e 1457, o que resta da enorme perda de um dos grandes tesouros artísticos da Itália.

A Cappella degli Scrovegni é um dos monumentos mais importantes da cidade de Padova. Também conhecida como Capela Arena, por se encontrar num local ocupado por uma antiga arena romana, cujas ruínas ainda ali se encontram, é famosa pelos seus belos e extraordinários frescos de Giotto e considerada uma das mais importantes obras-primas da arte ocidental. Os 38 frescos pintados nas suas paredes interiores, representam a história de Maria, de Jesus e do Juízo Final, de particular interesse, pintados entre 1303 e 1305, que representam o nascimento da moderna pintura italiana.Esta capela foi dedicada a Santa Maria della Carità, em 1303. O ciclo de frescos de Giotto enfoca a vida da Virgem e celebra o seu papel na salvação humana. O rico banqueiro Enrico degli Scrovegni mandou construir esta capela particular, num local de acesso directo ao Palazzo Zuckermann da sua família, encomendando a Giotto a sua decoração interior. Acredita-se que Enrico degli Scrovegni construiu a capela como penitência por causa dos pecados de seu pai, um famoso e implacável usurário.

Fonte: http://toindoparaaitalia.blogspot.com / http://wcities.com/rest-of-italy/museums-galleries / http://www.turismopadova.it / http://www.brek.com


Visita a Padova - Parte VIII




A partir da Piazza dei Signori, pode passar-se sob o arco do relógio e alcança-se a Piazza Capitaniato. Esta praça corresponde essencialmente ao antigo pátio do palácio da família Carrara, que se transformou no período do domínio de Veneza, no Palazzo del Capitanio, devido a um dos dois governadores de Veneza, que governaram a cidade de Padova. A praça está alinhada com os escritórios da Faculdade de Educação e Humanidades situados no Palazzo del Liviano e nela pode também observar-se uma estátua do dramaturgo Angelo Beolco, de 1958. A parede do átrio é totalmente repleta de frescos, um trabalho de Campigli (1939-1940), que faz uma espécie de "propaganda" dos valores da civilização romana e a sua influência sobre a civilização moderna, através da exaltação dos símbolos de vida, trabalho e estudo. À direita destaca-se uma escultura de Arturo Martini Tito Lívio, que retrata um acto de leitura pensativa.


O autocarro depois de deixar a Piazza dei Signori, segue pela Via Dante e quando chega à Via Giuseppe Verdi vira à direita até ser encontrada a Piazza Garibaldi. Pelo caminho passa-se à Piazza Insurrezione, do lado esquerdo, uma grande praça rectangular, hoje utilizada para parque de estacionamento automóvel.
A Piazza Garibaldi foi um ponto central do tráfego da cidade até aos anos setenta, uma vez que se encontrava no cruzamento de duas estradas norte-sul (entre a estação ferroviária e o Prato della Valle) e oeste-leste (entre a Via del Falcone, agora Via Emanuele Filiberto, e o Porto Altinate). Mas com a expansão progressiva da cidade passou a ser uma área de tráfego limitado e perdeu a característica como encruzilhada, e hoje só é atravessada apenas por quem tem que atravessar a zona antiga da cidade.


Até 800 a praça era conhecida como Piazza Noli e era o nó principal da cidade. Com o advento dos transportes urbanos a praça foi modernizada e no seu centro foi erguido um monumento a Garibaldi e a Piazza Noli passou a ter o seu nome actual.
Mais tarde o monumento a Garibaldi foi transferido para uma outra praça nas proximidades, e em seu lugar no centro da praça está agora uma coluna em estilo romano, que suporta a imagem de Nossa Senhora de Noli, a Virgem de motoristas de táxi em Padova, atribuída ao escultor Fracesco Bonazza. A 8 Dezembro de cada ano é ali realizada uma cerimónia de homenagem à Virgem, feita pelos motoristas de táxi, colocando uma coroa de flores aos pés da imagem.


Ali perto encontra-se o Café Pedrocchi um café de fama internacional, no nº 15, da Via 8 de Fevereiro. Em estilo neoclássico com influência egípcia, este café é uma pequena jóia da história e da arte, além de ser um café aberto há quase dois séculos, que hospeda o Museu do Risorgimento.



Foi um café fundado em 1772 por Francesco Pedrocchi, num ponto estratégico de Padova, não muito longe da Universidade e da Câmara Municipal, perto dos mercados, teatro e praça de Noli (agora Piazza Garibaldi), de onde partiam as diligências e os Correios para as cidades vizinhas. Seu filho Antonio, herdou o negócio florescente de seu pai em 1800, e desde logo mostrou habilidades empreendedoras, decidindo investir os lucros na compra das instalações adjacentes ao seu negócio e, em cerca de 20 anos, encontrava-se já dono do bloco inteiro.


Em 16 de Agosto de 1826 Antonio Pedrocchi apresenta o projecto às autoridades municipais para a construção de uma instalação que inclui instalações para fabricação de cerveja, restaurante e armazém de bebidas. Pediu a Giuseppe Jappelli, engenheiro e arquitecto de fama europeia, para redesenhar todo o edifício dando-lhe uma aparência elegante e única.
Aberto dia e noite, até 1916 e, portanto, também conhecido como “Café sem Portas”, por mais de um século foi um local de encontro e prestígio, distinguido com a participação de estudantes, intelectuais, académicos e políticos. O significado histórico do local é também devido ao facto de no dia 8 de Fevereiro de 1848, ter sido ferido no seu interior, um estudante universitário, o que deu lugar a alguns dos movimentos que caracterizam o “Risorgimento” italiano (Ressurgimento foi um movimento da história italiana, que tentou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era na época um conjunto de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras), e que ainda são lembrados no hino oficial da universidade de Padova.


Fonte: http://www.unipd.it/unipdWAR / Wikipédia.org / Google Maps

Visita a Padova - Parte VII




O autocarro continua a visita à cidade de Padova. No final da Piazza della Frutta, vira à esquerda na Via San Clemente e cerca de 100 metros à frente observa-se a bela Piazza dei Signori, do lado direito. É uma praça quadrada no coração nobre de Padova e uma das áreas mais bonitas e vitais da cidade.

A Piazza dei Signori é uma das praças mais históricas da cidade e um símbolo do seu presente vivo e activo, sendo assim chamada porque ali se encontra o "Palazzo della Signoria", o Palácio de Carrara, dos senhores que no Renascimento dominavam Padova (1318-1405). Chegou a ser denominada Piazza della Unità d'Italia, mas voltou ao seu antigo nome.


No século XIX a praça era o coração da cidade e sob as arcadas, havia muitos cafés famosos, como o My, o Navio ou o Vitória. Nesta praça no coração do antigo centro da cidade, não devemos deixar que a pressa ou a distracção diminua o bom hábito da observação detalhada da arquitectura de casas ou dos prédios históricos que formam o pano de fundo desta praça. Ela é uma praça fechada ao longo dos dois lados com belas fachadas de casas com arcadas, elegantemente decoradas com terraços antigos e varandas em ferro forjado.


Ao fundo destaca-se a pequena Chiesa di San Clemente, que remonta a 1190 e que se encontra elegantemente incorporada em edifícios de uso residencial. Como parte do processo de reestruturação na Piazza dei Signori, procurado pela República de Veneza no final do século XVI, foi construída a fachada actual, marcada por pilastras, o elemento decorativo vertical que tem a aparência de uma coluna parcialmente embutida numa parede, que culmina com um frontão de grandes dimensões, com imagens de San Clemente, Santa Giustina e San Daniel.


Em frente à Chiesa di San Clemente, ocupa um lugar privilegiado nesta praça o Palazzo del Capitanio, assim chamado porque foi a sede de um dos dois capitães da cidade de Veneza. O antigo e belo Palácio de Carrara é dividido por uma torre central, alterada entre 1427 e 1430. Já em 1426 o edifício sofreu várias remodelações e em 1427 foi realizada a instalação do relógio, seguida da decoração pintada e o douramento da marcação do relógio. O relógio da Piazza dei Signori tem a capacidade de não só marcar as horas e minutos, mas também o mês, dia, as fases da lua e até mesmo o "lugar" astrológico. A construção e operacionalização do relógio foram baseadas no cálculo dos pesos que foram aplicados a um sistema de alavancas e articulações. Este magnífico exemplo ainda trabalha com o seu antigo sistema e as suas engrenagens podem ser visitadas e admiradas.


Na fachada da Torre do Relógio, a entrada foi redesenhada em forma de arco de triunfo, de acordo com o gosto e os cânones clássicos do século XVI. Por baixo da fachada da Torre do Relógio, entra-se num dos pátios do Palácio de Carrara, onde se encontra a sede da Cúria, o Registro e os quartos dos guardas, a partir dali desenvolvem-se os celeiros e estábulos, os jardins e outros pátios. À frente da Torre do Relógio observa-se um Leão de São Marcos encimando uma alta coluna em mármore, que domina a praça e que recorda a memória da República de Veneza, uma obra de Giorgio da Treviso. A Piazza dei Signori na parte da manhã é um verdadeiro ponto de encontro para aqueles que querem fazer compras nas muitas lojas dentro de arcadas ou nas barracas que enchem a praça em cada manhã, deambulando entre as várias mercadorias em exposição. Pela tarde, quando os vendedores ambulantes fecharam seus negócios retirando as barracas, a praça muda de vestido, adequirindo uma maior harmonia, deixando que se vislumbre as belas arcadas.


Os edifícios com vista para a praça, de várias idades, especialmente do século XIX, têm o privilégio de estar na primeira fila, tendo o privilégio de assistirem à festa de cada dia, quando a praça oferece a alternância das cores do mercado tradicional e a outra face com as lojas elegantes, a beleza dos monumentos que a rodeiam e que completam o cenário.A Piazza dei Signori ainda mantém um papel central na vida da cidade, sendo um canto de Padova onde são mantidas e onde se reúnem provas significativas da história, tradições e arte da cidade. No lado sul observa-se a elegante Loggia del Consiglio, ou Guarda Grande, um edifício do séc. XVI, onde esteve sediado o Conselho Maior da cidade, recentemente restaurada.


Fonte: http://www.padovanet.it / http://guide.travelitalia.com/it/guide/padova

E esta Hein!?...



Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.

Eça de Queirós, in 'Correspondência (1891)'

Visita a Padova - Parte VI




No final da Piazza Antenore virámos à esquerda, deixando a Riviera Tito Livio e avançando pela Via San Francesco. Logo no início observa-se do lado direito o Palazzo del Bo, o antigo e histórico edifício da Universidade de Padova.

O Palazzo del Bo em Padova é o lar da Universidade desde 1493, e deve seu nome a uma história bastante curiosa. A Universidade de Padova, fundada por professores e alunos de Bologna e publicamente reconhecida desde 1222, estava originalmente localizada em diferentes locais da cidade, que foram gradualmente reunidos num grupo de edifícios da Via 8 de Febbraio. Este grupo de prédios, em seguida, passou para a posse de um açougueiro, por doação de Francesco I da Carrara, senhor de Padova, em 1405, como agradecimento por este ter fornecido carne durante o cerco da cidade. O açougueiro tinha aberto nesses edifícios uma estalagem (o Hospitium Bovis) cujo simbolo era um crânio de um boi, o "Bo". A propriedade passou em seguida para a Universidade, e esta manteve o mesmo crânio de um bovino como emblema, dai o nome "Bo" até agora.
Actualmente, o Palazzo del Bo apenas alberga a casa do reitor, a Faculdade de Direito e as salas de aula das faculdades de representação. As cerimónias oficiais e de graduação ainda são realizadas numa das salas do edifício.


Logo a seguir chega-se à Piazza delle Erbe, uma das praças históricas da cidade de Padova. Foi construída em 1930 e nela podemos admirar o Palazzo della Ragione, hoje destinado ao recinto ferial.


O Palazzo della Ragione é um edifício com uma grande varanda com nove arcos, do arquitecto Camillo Boito (1873). Está hoje destinado às feiras temáticas e exposições temporárias e foi outrora a antiga sede do governo e dos tribunais da cidade de Padova. Foi construído a partir de 1218 e em 1306 tomou a forma actual, com um telhado em forma de um casco de um navio invertido.

O piso superior é ocupado pela maior sala do mundo, chamada de "Feira" (medindo 81 metros por 27 metros e uma altura de 27 metros) com tecto de madeira em forma de um casco de um navio. Possui frescos relacionados com a astrologia. Os frescos originais atribuídos a Giotto, foram destruídos por um incêndio em 1420.

O grande salão abriga um gigantesco cavalo de madeira, uma cópia da estátua equestre do monumento renascentista de Gattamelata, de Donatello e duas esfinges do Egipto. Recentemente, num canto da feira foi colocado um pêndulo de Foucault, para enfatizar a ligação inseparável entre Padova e a Ciência.


O Palácio de Exposições separa duas das mais emblemáticas Piazzas da cidade, a Piazza delle Erbe (a Praça das Flores) e Piazza della Frutta (a Praça da Fruta). As duas praças, como no passado, ainda são o lar de 2 dos mais pitorescos mercados ao ar livre de Padova, com barracas de "scariolanti" que cobrem a maior parte da superfície das Piazzas, além da linha de lojas no rés-do-chão do palácio ferial. Todas as manhãs em redor da fonte, que foi instalada em 1930, as barracas coloridas e o colorido das flores enfeitam a Piazza delle Erbe, e o colorido dos frutos e legumes, a Piazza della Frutta.
Existe uma passagem coberta entre as duas praças que é chamada de Volto della Corda. O nome deriva dos "tratos de corda" que, na Idade Média ali eram administrados aos comerciantes que tentavam enganar nas medidas. A pena consistia em levantar o réu pelos pulsos ligados atrás das costas até uma altura de 3 a 4 metros e depois deixá-lo cair.Frente à fachada Oeste do Salone surge o Palazzo delle Debite, que estava ligado ao próprio Salone por uma passagem elevada, através da qual eram trazidos ao Palazzo della Ragione os devedores condenados, uma vez que o Palazzo delle Debite era, precisamente, a prisão dos devedores insolventes.


Os mercados das flores e das frutas são realizados todos os dias (de segunda a sexta-feira das 7h30 às 13h30 e sábado 7,30-20,00). O Mercado das Frutas onde os agricultores vão vender uma enorme quantidade de vegetais e frutos, é composto por 70 barracas. A Piazza delle Erbe, é também um lugar de encontro para os jovens estudantes da Universidade de Padova, especialmente à quarta-feira à noite, que é a noite da universidade, quando a praça se enche de jovens para o “ritual de spritz”, a bebida de Padova. É quase impossível encontrar dois bares ou clubes que sirvam da mesma maneira um Spritz. Cada proprietário guarda a sua receita para o Spritz.
A receita para a preparação do Spritz di Padova é a seguinte: 02/01 Prosecco; 02/01 Água mineral com gás ou água seltzer; 1 golpe de Aperol, Gin, Campari ou Cynar…; 1 rodela de limão ou laranja.O autocarro turístico deixa a Piazza della Erbe e do outro lado do Palazzo della Ragione aparece a Piazza della Frutta, um pouco mais estreita que a anterior. Diante de nós aparece o outro lado do Palazzo della Ragione do lado direito, e uma esplanada ocupa parte da praça.

Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.villabettini.it/it/palazzo-bo

Visita a Padova - Parte V





Era nossa intenção conhecer a cidade de bicicleta, uma vez que Padova é uma cidade plana, à beira rios, sendo por isso muito aprazível pedalarmos por ela. Como as bicicletas já não estavam na nossa posse, resolvemos conhecer a cidade de autocarro turístico, uma solução prática, fácil e cómoda, não sendo contudo a da nossa preferência.Assim sendo, apanhámos o autocarro turístico na Piazza del Santo e fomos conhecer o resto da cidade de Padova. O autocarro encaminhou-se a partir da Piazza del Santo, para a zona ribeirinha ao rio Brenta, seguindo pela Riviera del Businello.


Padova possui dois rios, o Bacchiglione, que a atravessa e o rio Brenta, que a circunda. É importante falar dos rios da cidade pois era através deles que a população viajava até Veneza e vice-versa.Desde 1500, no verão, quando a cidade se tornava demasiadamente quente, as famílias ricas de Veneza deixavam os seus palácios no Grande Canal e navegavam com elegantes gôndolas, para as suas residências de verão situadas ao longo do Rio Brenta. Quando chegavam a Fusina, na zona de aluvião no lado continental da Laguna de Veneza, trocavam de embarcação usando a partir dai “o Burchiello”, um típico barco da Riviera do rio Brenta e subiam o rio em direcção a Padova. Como se navegava contra a corrente, os barcos eram puxados com velas e cavalos, na sua navegação ao longo do rio.


Chegando assim às suas casas de verão, construídas por arquitectos de renome da época, como Andrea Palladio e Scamozzi Vincenzo, passavam o verão no campo, como era costume na época. Além de acompanharem as colheitas e a preparação das terras para um novo cultivo, organizavam festas e danças, bem como peças teatrais, até chegar o Outono.Ao longo dos séculos muitos homens famosos como Goethe, Casanova, D’Annunzio, Lord Byron, músicos, pintores e cantores famosos daquele período, passavam as férias nestas casas, entretendo-se de festa em festa. Ainda hoje existem mais de duzentas moradias antigas com seus parques, que foram construídos entre os 1500 e 1800, sobre as margens do Canal do Brenta, de Padova até Fusina.


Deixando a margem esquerda do rio Brenta, o autocarro segue pela Riviera Tito Livio até à Piazza Antenore, do lado direito. À direita da praça fica o Palazzo della Prefettura di Padova e sede della Provincia (sede do tribunal), com sua fachada neo-renascentista. O edifício está localizado na área que era antes ocupada pela igreja e o mosteiro dos monges beneditinos de Santo Stefano (874) e, mais tarde incorporada pela Chiesa di San Lorenzo, suprimida em 1809 por vontade de Napoleão Bonaparte. Todos os objectos pertencentes a essa igreja foram vendidos a um particular com a obrigação, no entanto, de ser preservada a tumba de Antenor (um lendário herói troiano que, segundo Virgílio, fundara Padova em 1184 a.C.), que estava naquele tempo encostado a um muro. Após a demolição da igreja, o túmulo esteve em diferentes zonas de Padova, até voltar novamente a esta praça, onde se pode admirar hoje. No entanto a bela lenda das origens de Pádua foi posta em causa por testes recentes a um fragmento ósseo, que demonstraram que este pertencia a um guerreiro, provavelmente alemão ou húngaro, que viveu entre o terceiro e quarto século d.C., um período que exclui para sempre a lenda do príncipe de Tróia.
Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.capriuli.it

Visita a Padova - Parte IV





Após a visita à Basílica di Santo Antonio, dirigimo-nos para o Oratório de San Giorgio e Scuola del Santo. O Oratório de San Giorgio, no lado sul da praça ao lado da Basílica di Sant'Antonio é uma pequena capela, possuidora de bonitos frescos, que se encontra geralmente com poucos ou nenhuns turistas.

Os seus frescos foram feitos por dois alunos de Giotto, e embora não sejam tão magníficos como os da Capella degli Scrovegni (situada a norte do centro da cidade, com frescos que são a obra prima de Giotto), podemos estar sentados a olhar para eles sem se ser perturbado, o tempo que se quiser.

A Scuola del Santo ou Scoletta, é uma pequena casa histórica, destinada às reuniões no Salão do Priorado dos membros do Arco de Santo Antonio, situada ao lado do Oratorio di San Giorgio. A Scoletta, é uma sala espaçosa que foi erigida pela Irmandade em 1427, com um tecto em caixotões, segundo o costume da época, esculpido por G. Cavaleiros e pintado por D. Bottazzo, entre 1506 e 1510. As cenas pintadas nas paredes são divididas em painéis de madeira com molduras douradas, que foi decorada com um ciclo de frescos pintados, onde entre 1510 e 1511 trabalhou o jovem Ticiano. Do lado direito da Scuola del Santo, existe ainda uma pequena igreja.

Cá fora na Piazza del Santo são muitas as barraquinhas com artigos religiosos, onde a figura de Santo António está sempre presente. É caso para dizer que na cidade de Padova, respira-se a devoção por "il Santo".

Esta cidade construída em volta da basilica tem como ponto de referência, Santo António, que começou por ser de Lisboa e que os italianos, e muito bem adoptaram como "il Santo de Padova", o padroeiro de toda a Itália. Apesar da presença de muitos monumentos de grande importância, a cidade jamais assumiu um aspecto monumental e o seu desenho urbano é abundantemente irregular, alternando largas praças e pequenas ruazinhas porticadas e pitorescas, especialmente na zona velha central à volta da basílica, actualmente restaurada onde existem galerias de arte, lojas de antiguidades e cafés.


Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.basilicadelsanto.org / www.initalytoday.com