Visita a Padova - Parte V





Era nossa intenção conhecer a cidade de bicicleta, uma vez que Padova é uma cidade plana, à beira rios, sendo por isso muito aprazível pedalarmos por ela. Como as bicicletas já não estavam na nossa posse, resolvemos conhecer a cidade de autocarro turístico, uma solução prática, fácil e cómoda, não sendo contudo a da nossa preferência.Assim sendo, apanhámos o autocarro turístico na Piazza del Santo e fomos conhecer o resto da cidade de Padova. O autocarro encaminhou-se a partir da Piazza del Santo, para a zona ribeirinha ao rio Brenta, seguindo pela Riviera del Businello.


Padova possui dois rios, o Bacchiglione, que a atravessa e o rio Brenta, que a circunda. É importante falar dos rios da cidade pois era através deles que a população viajava até Veneza e vice-versa.Desde 1500, no verão, quando a cidade se tornava demasiadamente quente, as famílias ricas de Veneza deixavam os seus palácios no Grande Canal e navegavam com elegantes gôndolas, para as suas residências de verão situadas ao longo do Rio Brenta. Quando chegavam a Fusina, na zona de aluvião no lado continental da Laguna de Veneza, trocavam de embarcação usando a partir dai “o Burchiello”, um típico barco da Riviera do rio Brenta e subiam o rio em direcção a Padova. Como se navegava contra a corrente, os barcos eram puxados com velas e cavalos, na sua navegação ao longo do rio.


Chegando assim às suas casas de verão, construídas por arquitectos de renome da época, como Andrea Palladio e Scamozzi Vincenzo, passavam o verão no campo, como era costume na época. Além de acompanharem as colheitas e a preparação das terras para um novo cultivo, organizavam festas e danças, bem como peças teatrais, até chegar o Outono.Ao longo dos séculos muitos homens famosos como Goethe, Casanova, D’Annunzio, Lord Byron, músicos, pintores e cantores famosos daquele período, passavam as férias nestas casas, entretendo-se de festa em festa. Ainda hoje existem mais de duzentas moradias antigas com seus parques, que foram construídos entre os 1500 e 1800, sobre as margens do Canal do Brenta, de Padova até Fusina.


Deixando a margem esquerda do rio Brenta, o autocarro segue pela Riviera Tito Livio até à Piazza Antenore, do lado direito. À direita da praça fica o Palazzo della Prefettura di Padova e sede della Provincia (sede do tribunal), com sua fachada neo-renascentista. O edifício está localizado na área que era antes ocupada pela igreja e o mosteiro dos monges beneditinos de Santo Stefano (874) e, mais tarde incorporada pela Chiesa di San Lorenzo, suprimida em 1809 por vontade de Napoleão Bonaparte. Todos os objectos pertencentes a essa igreja foram vendidos a um particular com a obrigação, no entanto, de ser preservada a tumba de Antenor (um lendário herói troiano que, segundo Virgílio, fundara Padova em 1184 a.C.), que estava naquele tempo encostado a um muro. Após a demolição da igreja, o túmulo esteve em diferentes zonas de Padova, até voltar novamente a esta praça, onde se pode admirar hoje. No entanto a bela lenda das origens de Pádua foi posta em causa por testes recentes a um fragmento ósseo, que demonstraram que este pertencia a um guerreiro, provavelmente alemão ou húngaro, que viveu entre o terceiro e quarto século d.C., um período que exclui para sempre a lenda do príncipe de Tróia.
Fonte: http://www.padovanet.it / Wikipédia.org / http://www.capriuli.it

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