À direita observa-se primeiro a ligação do estreito canal do rio Malpaga, que passa por baixo de quatro pontes de uma só arcada, com estreitos passeios que por vezes aparecem de um só dos lados do canal ao longo do seu percurso, antes de desaguar no Grande Canal.
Exatamente à frente desta ligação da margem direita, observa-se uma outra ligação na margem esquerda do canal do rio del Duca com o Grande Canal.
A zona de San Vidal está situada na margem esquerda do Grande Canal, do outro lado da Ponte dell’Accademia, que liga à margem esquerda onde se encontra o complexo das Galerias dell’Accademia, um enorme museu de arte especializada em arte pré-séc. XIX de Venezia, situado na margem sul do Grande Canal.
 A Ponte dell'Accademia, na sua frente, deve o seu nome à sua proximidade com o grande edifício da Accademia di Belle Arti di Venezia, é outra das quatro pontes que atravessam o Grande Canal. É uma ponte em arco, que originalmente foi em ferro, inaugurada em 20 de Novembro de 1854.
Aquando da edificação da Accademia di Belle Arti foi aberto um concurso para edificar uma ponte de pedra, que a servisse. O projeto vencedor (de Torres e Briazza) não foi todavia realizado, optando-se por se construir uma ponte em madeira, um projeto do engenheiro Eugenio Miozzi (1889-1979). Depois de construída uma ponte direita sobre o Grande Canal, à qual se chamou Ponte della Carita, que foi inaugurada em 15 de Janeiro de 1933. No entanto esta ponte de madeira necessitava de manutenção constante, o que se tornava muito caro. Em 1985, outro concurso foi realizado para um projeto de nova ponte, mas novamente, nenhuma das opções foram aceites. Acabou por ser realizada uma ponte ao lado da anterior, que só foi demolida após a nova ponte ser construída e desta vez a ponte foi construída com uma estrutura metálica de apoio.
A Ponte dell’Accademia uma obra do arquiteto português Eduardo Souto Moura, atravessa o Grande Canal ligando o Campo della Carita, que ainda conserva o nome da antiga ponte de madeira, que fica situado à frente do edifício da Accademia e o Campo di San Vidal, do outro lado da ponte. 
O Campo di San Vidal recebe na margem Norte do Grande Canal as gentes que atravessam a Ponte dell’Accademia de passagem para o Campo di San Stefano, uma grande praça de Venezia. O Campo di San Stefano é amplo e ensolarado e orientado ao longo de um eixo norte-sul, que se estende por quase um terço do comprimento do Sestiere San Marco. Do lado Oeste desta praça observa-se a Chiesa di San Stefano, é ricamente decorada por dentro, e construída como um navio ao contrário, com uma estrutura do telhado em quilha, possuindo uma bela fachada em mármore branco, lindamente ornamentada.
Construída como um monumento às glórias de Deus, por ordem de dois dos Doges venezianos, esta igreja imponente é mais conhecida por nela estar a obra-prima de Vittore Carpaccio, que se encontra atrás do altar principal, “St Vitale a cavalo e Oito Santos”, um trabalho estranhamente livre para a época, com um belo trabalho miniaturista relativamente aos detalhes. 
Hoje esta igreja deixou de ser uma igreja com funcionamento religioso, sendo usada muitas vezes como uma sala de concertos para “Interpreti Veneziani” (intérpretes de Venezia), em especial concertos de Vivaldi.
No meio do Campo di San Stefano destaca-se a estátua de Nicolò Tommaseo carinhosamente chamada pelos venezianos por "el cagalibri". Foi um linguista, escritor e patriota italiano, que juntamente com Daniele Manin levou os insurgentes Venezianos contra o governo austríaco em 1848. O Campo di San Stefano é mais um dos óptimos lugares para um bom descanso enquanto se conhecem os bairros da cidade e um lugar que quase todos os turistas e venezianos visitam, mais que não seja para se ir à conhecida Gelateria Paolin. Era a praça da cidade onde há alguns anos atrás se fazia a "aldeia alpina" na época de Natal, que no entanto deixou ali de se realizar. 
A Gelateria Paolin é um lugar excelente não só para repousar, mas também para se degustar os seus excelentes "gelattos", ao Sol relaxante desta bela praça. O suco de laranja é bom, e em vez de um café simples pode e deve-se optar pelo delicioso bicerin, uma especialidade de Turim, uma mistura café e chocolate, com uma cobertura de creme espesso. 
Fonte: http://www.lonelyplanet.com/ / Wikipédia.org / http://www.accademiavenezia.it /http://www.aloverofvenice.com 
Giacomo Girolamo Casanova (Venezia, 2 de Abril de 1725 – Dux, Boémia, 4 de Junho de 1798) foi um escritor e aventureiro italiano, filho de uma atriz de 17 anos de idade, Farussi Zanetta que na época estava a começar uma carreira brilhante como atriz de teatro e do ator Gaetano Giuseppe Giacomo, seu marido.
Casanova teve uma vida apaixonante, tendo sido inicialmente orientado na sua educação para a vida eclesiástica. No entanto cedo interrompeu as duas carreiras profissionais para que estava destinado e que chegou a iniciar, a militar e a eclesiástica, para levar a partir daí uma vida bastante acidentada.
Em Venezia foi preso na madrugada de 26 de Julho de 1755, sob a acusação de levar uma vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda anti-religiosa. Esperavam-no cinco anos de cativeiro. 
Na madrugada do dia 1 de Novembro de 1756, escapa com o seu colega por um buraco que conseguiu escavar no teto da cela e trepa para os telhados do Palazzo Ducale de onde não consegue descer. Esgotado pela procura de uma escada ou de cordas que lhe permitiriam sair dos telhados que percorre durante toda a noite, Casanova adormece por um par de horas nas águas-furtadas, uma espécie de forro interior dos telhados do Palazzo Ducale, mas os sinos da Basílica di San Marco acordam-no providencialmente e forçam-no a procurar novamente uma outra saída.
Cá fora, Casanova atravessa a Piazzeta numa corrida desesperada por baixo das arcadas ao longo do pórtico do Palazzo Ducale e no cais junto do Grande Canal, atira-se para dentro de uma gôndola, escondendo-se da curiosidade dos transeuntes sob uma antiga protecção que muitas destas embarcações possuíam outrora, uma cabina chamada "felze" que foi proibida mais tarde, devido aos encontros amorosos que aquele “esconderijo” facilitava.
Em 1772, é recebido novamente no palácio dos Grimani, uma família patrícia de Venezia com a qual pensa estar aparentado, mas por causa das dívidas de jogo envolve-se num confronto com um desses aristocratas de onde sai humilhado, com toda a gente a troçar da sua situação.Vinga-se ao escrever uma brochura intitulada "Nem Amor, Nem Mulheres ou o Limpador dos Estábulos", que todos reconhecem como um retrato do nobre Grimani.
Irrequieto e agitado por uma inquietação que nunca o abandonou em 73 anos de vida, este sedutor em movimento perpétuo passa grande parte da sua vida em viagens por Avignon, Marselha, Florença, Roma, Praga, San Petersburgo, Istambul e Viena.
No entanto deve referir-se que se Casanova não tivesse sido reconhecido na sua época como um erudito de relevo, talvez jamais se ouvisse falar do seu nome nos nossos dias, até porque as suas memórias não teriam sido escritas. Por outro lado não duvidemos que o relevo dado à sua aura de grande conquistador, deve-se muito provavelmente a uma forma simples de ocultar pelos seus contemporâneos, a sua relevante cultura e inteligência, pois na época isso era só apanágio de nobres, eclesiásticos ou filhos da alta burguesia. 
Em 1785, já velho e cansado da vida errante que tinha levado até então, Casanova aceitou o convite do conde de Waldstein-Wartenberg, seu último protetor, para cuidar da biblioteca de seu castelo em Dux. Dedicou os últimos anos da sua vida à escrita de um romance, Isocameron, e especialmente, à redação das suas memórias, Historie de ma vie, a sua autobiografia que relata uma vida emocionante e que é uma das melhores crónicas dos costumes europeus do séc. XVIII. 
O palácio foi construído também na época bizantina, no entanto os vários proprietários foram fazendo modificações, de acordo com as suas próprias necessidades e gostos, transformando-o num edifício que reúne numa grande variedade de estilos arquitetónicos.
Sabe-se também que na Paróquia de São Samuel, devido à construção de dois teatros (o San Samuele e o San Angelo), que decorreu entre 1656 e 1676, ambos muito frequentados e bem-sucedidos, modificou naquela época o tecido urbano do bairro e este começou a ser habitado por muitos daqueles que gravitavam em torno do teatro, como atores, escritores e produtores, o que teve a sua influência sobre Palazzo Malipiero.
Neste palácio Casanova teve a oportunidade para conhecer muita gente importante e tecer uma série de relacionamentos com pessoas influentes e com um bom número de senhoras da sociedade veneziana. No entanto Casanova através destes relacionamentos conseguiu ficar muito íntimo de Teresa Imer, uma jovem aristocrata por quem o ancião Alvise Malipero II se tinha apaixonado. Parece que este relacionamento próximo, fez com que Casanova caísse em desgraça aos olhos de Malpiero, sendo o jovem Giacomo expulso do palácio. Apesar deste infortúnio, Casanova deixou-nos na sua “Historie de ma vie”, um retrato vívido de Alvise Malipiero II, e descrições significativas sobre os trajes usados na época de 700, numa óptima contribuição para a história do traje veneziano. (para saber mais sobre a vida apaixonante de Giacomo Casanova, vale a pena ver o filme de Federico Fellini, "Il Casanova").
O palácio simboliza a concretização da ascensão social da família Rezzonico. O pináculo do poder dos Rezzonico e a grandeza do palácio chegaram ao mesmo tempo, em 1758, dois anos após a sua conclusão. Nesse ano, Carlo Rezzonico, irmão de Giambattista, foi eleito Papa com o nome de Clemente XIII e Ludovico Rezzonico casou-se, em Venezia, com Faustina Savorgnan. Desta forma, duas das mais influentes famílias da cidade ficaram unidas pelos laços do matrimónio. No entanto, essa união, ao contrário do que era habitual na época, também era um casamento por amor, o que seria celebrado nos frescos do palácio, que permanecem actualmente entre os melhores preservados de Venezia. O feliz casal desfrutou duma vida alegre e despreocupada no seu belo palácio, na cúpula da sociedade veneziana. Mais tarde, Ludovico tornou-se procurador da Basílica de São Marcos. Em 1810, a família havia-se extinguido por falta de descendentes, deixando apenas o seu estupendo palácio para preservar o nome Rezzonico.
O cais de San Samuele, situado do lado esquerdo do Grande Canal é o local de paragem dos vaporetti que se encontra junto do Campo com o mesmo nome, onde se encontra a pequena Chiesa di San Samuele, já no Sestieri di San Marco. A igreja original foi construída no séc. XI, em torno do ano 1000 pela família Boldù. No início do séc. XII foi destruída pelo fogo duas vezes e reparada após os incêndios de 1105 e 1170 lentamente pela família Soranzo, durante os dois séculos seguintes. O edifício actual data de uma reconstrução de 1685, e na fachada principal por cima da estátua da Virgem na porta principal, pode ver-se uma lápide com a data de reconstrução.
É uma igreja dedicada à figura bíblica de São Samuel, porque segundo a tradição no seu interior estão as relíquias deste Santo. No seu interior, no altar destaca-se um crucifixo do séc. XIV atribuído a Paolo Veneziano. A completar o complexo destaca-se o seu campanário, um dos mais antigos de Venezia, que data do período bizantino veneziano (séc. XII).
Casanova, era filho de uma atriz de 17 anos de idade e provavelmente do nobre Michele Grimani, proprietário do Teatro de San Samuele, onde sua mãe passou a actuar. Casanova teve uma vida apaixonante, tendo a sua educação sido inicialmente orientada para a vida eclesiástica. Tocou na orquestra do Teatro San Samuele (agora uma escola) e os seus pais casaram na Chiesa di San Samuele, em 17 de Fevereiro 1724, sendo também ele ali batizado. Em 1740, com a idade de 15 anos, deu também ali os seus primeiros dois sermões. O primeiro foi um grande sucesso e o seu bolso ficou cheio de dinheiro do ofertório, misturando-se com algumas cartas de amor, pois era na realidade um Dom Juan convicto. Mas da segunda vez o seu sermão foi um desastre, pois tinha comido e bebido demais, esquecendo-se de o preparar corretamente, e ao invés de fazer “Brutta Figura”, ele fingiu desmaiar, o que marcou o fim da sua carreira eclesiástica.
A República de Venezia tendo o seu poder económico fundado a partir do comércio marítimo durante séculos, fez com que habitualmente muitos nobres venezianos tenham usado frequentemente para expressar o seu status e suas ambições, na zona mais prestigiada de Venezia, o Grande Canal, para ali construírem as suas casas de luxo, a zona mais visível da cidade.
François Pinault foi um grande amante da arte moderna, e um dos maiores colecionadores de arte contemporânea do mundo, que decidiu compartilhar a sua paixão com o maior número possível de pessoas, colocando ali uma parte da sua enorme coleção.
Ali perto encontra-se o pequeno Campo di San Tomà, além das praças designadas por Campo dei Frari, onde se encontra a bela Chiesa di Santa Maria Gloriosa dei Frari e por trás desta o Campo di San Rocco, com a pequena Chiesa di San Rocco e a Scuola di San Rocco do seu lado direito.
As duas praças contiguas referidas, são locais de grande calma e onde podemos desfrutar de momentos de descanso enquanto nos dedicamos ao deambular pela Venezia profunda. Ali além do belo e estreito canal onde corre o rio dei Frari, com as suas edílicas pontes e varandins em ferro forjado que protegem os caminhantes nos passeios junto ao canal, encontram-se pequenos cais servidos por escadarias, onde os barcos podem facilmente atracar. 
No contiguo Campo dei San Rocco, um grande largo é dominado pela branca fachada da Chiesa dei San Rocco, e ali podem ser encontradas geladarias e lojas de mascaras artesanais e ouvir e observar vários artistas de rua.
O vaporetto sai do cais flutuante de San Tomà, na margem direita do Grande Canal e começa a fazer a curva mais apertada do Canal. À direita observa-se a ligação do canal onde corre o rio di Ca’ Foscari e junto ao seu derrame no Grande Canal do lado esquerdo, destaca-se o Palazzo Ca’ Foscari na margem direita.
O edifício original era um palácio Bizantino, conhecido como a "La casa con due torri" (A casa com as duas torres), que foi comprado mais tarde pela República de Venezia em 1429 para se tornar a residência do vice-capitão da República, Gianfrancesco Gonzaga. Contudo Gonzaga nunca lá viveu e o palácio foi usado para dar hospitalidade aos ilustres convidados da República, incluindo reis e diplomatas. Em 1439 a "Casa das duas torres" foi dado a outro capitão, Francesco Sforza. O palácio foi sempre considerado como a sede da República de Venezia, devido à sua posição central na margem do Grande Canal.
Mais à frente do mesmo lado do Ca’ Foscari, observa-se o Ca’ Rezzónico, na margem esquerda, um edifício do séc. XVIII que é atualmente um museu de Venezia. Foi construído a partir de 1649 para a nobre família Bon e projetado pelo arquiteto do barroco, Longhena.
O palácio pertenceu à família Rezzonico durante 50 anos, mas a poderosa família chegou ao fim, em 1810. Despido de móveis que foram divididos entre os herdeiros, foi vendido no séc. XIX e passou de proprietário para proprietário, sendo por fim comprado pelo pintor inglês Robert Barrett Browning, sendo escolhido como residência por seu pai, o escritor Robert Browning, que ali morreu. Mais tarde foi comprado pelo conde Lionel Hirschell Minerbi, membro do Parlamento italiano, que a vendeu em 1935, após uma negociação longa e complexa à cidade de Venezia.
Logo que o vaporetto larga do cais flutuante de San Silvestro, observa-se do lado esquerdo e quase em frente do Palazzo Barzizza o Palazzi Grimani, que pertenceu a Giovanni Grimani um homem educado e um apaixonado colecionador de arte clássica. Neste palácio Giovanni Grimani guardava a sua importante coleção arqueológica e uma das melhores da sua época, que era exibida na sua residência, surpreendentemente nas prateleiras, lareiras, junto aos rodapés e em ambientes como a “tribuna”, especialmente concebidos para a sua colecção e ainda no pátio da residência.
 
Um pouco mais à frente e também na margem esquerda e por isso do mesmo lado do Ca’ Garzoni, observa-se o Palazzo Mocenigo. É um palácio que outrora pertenceu à família Mocenigo de San Stae, graças a um legado do último membro da dinastia, Nicolò Alvise.
Hoje este belo palácio é o Museo Civici (Museu Cívico), tornando-se a sede do Museo del Tessuto e del Costume (Museu dos Têxteis e do Traje), estando ali alojadas as colecções de têxteis e de ricos trajes antigos. No Palazzo Mocenigo possui também uma biblioteca completa e especializada da história do tecido, do traje e da moda, numa coleção de mais de 13.000 livros do séc. XVIII ao séc. XX.