A visita ao
Palácio Nacional de Sintra continuou. Caminhando para oeste a partir da Sala dos Brasões, encontramos, uma pequena sala à esquerda, cuja tradição a identifica como
o Quarto/Prisão de D. Afonso VI, que
ali viveu fechado nove anos em seus aposentos (ele havia
sido rei e foi levado a abdicar, e quando quis tentar voltar ao poder foi
tomado como traidor, e seu irmão, futuro D.
Pedro II, mandou-o prender neste
Palácio,
quando D. Afonso IV regressou do seu desterro na Ilha
Terceira) e onde viria a falecer em 1683.
Mais do que esta ocasional hipótese, interessa-nos aqui observar o carater simples deste reduzido espaço, com a sua pequena porta ogivada e o seu pavimento de velhas tijoleiras, pontilhado, aqui e ali, por azulejos mudéjares. A propósito deste quarto o embaixador de Carlos II (rei de Inglaterra e cunhado de D. Afonso VI) em Portugal, comentou que este quarto parecia ter sido escolhido “…mais para enterro do que para habitação.” No entanto deve referir-se que este quarto mesmo que simples para um rei, seria considerado luxuoso, quer para o povo da sua época, quer para muitos de nós na época atual.
Mais do que esta ocasional hipótese, interessa-nos aqui observar o carater simples deste reduzido espaço, com a sua pequena porta ogivada e o seu pavimento de velhas tijoleiras, pontilhado, aqui e ali, por azulejos mudéjares. A propósito deste quarto o embaixador de Carlos II (rei de Inglaterra e cunhado de D. Afonso VI) em Portugal, comentou que este quarto parecia ter sido escolhido “…mais para enterro do que para habitação.” No entanto deve referir-se que este quarto mesmo que simples para um rei, seria considerado luxuoso, quer para o povo da sua época, quer para muitos de nós na época atual.
Passa-se em seguida para a Sala
Chinesa. Fazendo ainda parte do antigo Paço da época de D. Dinis, esta sala foi utilizada como
quarto de dormir de D. João I, antes
da grande campanha de obras promovidas por este monarca, nos inícios do séc.
XV. Deve o seu nome atual ao lindo pagode chinês em marfim do séc. XVIII, que
ali se encontra.
Deixamos
a Sala Chinesa e ultrapassado
mais um pátio, entra-se na rica Capela Palatina, consagrada ao Divino Espírito Santo. Remontando à primeira campanha de
construções, esta capela foi edificada no reinado de D. Dinis, no início de século XIV, sofrendo ao longo do século XV
várias alterações. Um retábulo maneirista que substituiu o
original é da autoria de Diogo Teixeira.
Antes do altar-mor
desenvolve-se, sobre o pavimento, um longo tapete policromo de azulejos
alicatados, que alguns autores dizem ser do domínio muçulmano, mas que será
mais legítimo colocar nos inícios do século XV. As paredes da capela estão
inteiramente pintadas e preenchidas por um sem número de cartelas quadradas
inclinadas, dentro das quais nos surge representada, sobre fundo vermelho e em
variadas posições a pomba branca do Espírito
Santo, segurando no bico o símbolo pacifista e religioso do ramo de
oliveira.
Segundo a guia que nos acompanhou, obras recentes puseram a descoberto, ao fundo do altar-mor desta capela, raros vestígios de pinturas góticas, que terão precedido ao retábulo original.
Segue-se a Câmara (Quarto de Dormir) do rei D. João I, agora chamado de Sala
Árabe. A atual decoração foi feita no reinado de D. Manuel I, inclui silhares revestidos de azulejos geométricos
dispostos de modo a criarem uma ilusão ótica rematados por frisos de azulejos
relevados, com maçarocas inseridas em flores-de-lis.
Esta
sala apresenta também uma fonte colocada no centro da divisão, e aqui reina
totalmente o mudejarismo, que segundo a nossa guia refletem a forte impressão
causada pelas visitas efetuadas por D.
Manuel e pela sua primeira mulher, D.
Isabel, filha dos Reis Católicos,
às cidades de Granada, Guadalupe, Toledo, Guadalajara e Saragoça, durante a sua viagem por
várias regiões de Espanha em 1498.
O pavimento da Sala Árabe é constituído por um
entrançado de tijoleiras retangulares. A meio, surge uma fonte em mármore
branco, de planta circular, inscrita num quadrado de azulejos. Ao centro desta
singela fonte ergue-se caprichosa uma escultura, de sabor vincadamente exótico,
que alguns autores classificam como um trabalho provavelmente indiano, ali mandado
colocar por D. Manuel I.
Fonte: http://www.cm-sintra.pt/
http://pnsintra.imc-ip.pt/ http://palaciodesintra.paginas.sapo.pt/Visita.htm