Saindo da Sala dos Cisnes e seguindo para norte, encontramos o chamado Pátio dos Cisnes, também designado por Pátio Central, para o qual se desce
através de uma elegante galeria. A sul, um vasto tanque, exteriormente forrado
por largos painéis de azulejos mudéjares. Ao centro, sobre o pavimento de
lajes, ergue-se uma curiosa coluna em estilo manuelino. O seu remate é
constituído por uma série de figuras humanas de cariz exótico, eventual
alegoria ao domínio que Portugal exercia então nos quatro cantos do Mundo.
Voltando à Sala dos Cisnes e continuando para noroeste, entramos na Sala das Pegas. A designação de Sala das Pegas,
remonta ao séc. XV e manteve-se ao longo dos séculos, devendo-se o seu nome à
pintura do teto, onde as 136 pegas representadas segurando no bico uma serpenteante
banda sobre a qual se pode ler a divisa de D. João I, “Por Bem”, e nas patas agarram uma rosa,
que poderá ser uma alusão à Casa de
Lancastre, à qual pertencia a Rainha
D. Filipa de Lencastre, mãe da Ínclita
Geração.
No
manuscrito Medições
das Casas de Sintra, inserido no Livro da Cartuxa, o rei D. Duarte referiu-se a esta Sala como Câmara do Paramento (do francês “se parer”, que significa “mostrar-se”) onde eram recebidos
os notáveis do reino e embaixadores estrangeiros. Neste seu apontamento o rei
fez também uma descrição detalhada de várias dependências do Paço, onde incluiu dimensões e
funções de alguns espaços.
Relativamente a esta sala, existe uma lenda do Palácio Nacional de Sintra, com várias versões
existentes, que atribui a todas elas o facto – ou o suposto facto – de D. João I ter sido ali uma vez apanhado
a dar um (talvez inocente) beijo a uma dama da rainha. Este facto foi motivo de
imediato de grande coscuvilhice palaciana, por parte das outras damas da corte.
Segundo a nossa guia, as
damas da corte com inveja de não terem também sido escolhidas e beijadas pelo rei D. João I, deram origem a grande e
mordaz falatório na corte. Foi devido a todo este alarido palaciano que a
situação provocou, que o rei mandou gravar a mensagem “Por Bem”, (como quem diz: “envergonhe-se quem nisso vê malícia”) que
ficou inscrita nos bicos das pegas, que ali ficaram a representar "as coscuvilheiras". As pegas são aves, como se
sabe, que devido ao seu piar (ou não fossem elas da família dos corvos,
considerados barulhentos e de mau agoiro), fazem-se com facilidade ecoar de forma frenética pela
floresta ou qualquer lugar onde estejam...
Nesta
sala também se observam belos azulejos hispano-árabes que decoram as paredes,
com motivos estrelados de grande impacto, que datam de inícios do séc. XVI. Do
mesmo período, embora alguns fossem colocados posteriormente, são os que
emolduram as portas e enquadram a lareira de mármore de Carrara, oferta do Papa Leão
X ao rei D. Manuel I.
Em
1885, o rei D. Luís I ofereceu nesta
sala um banquete em honra dos exploradores do continente africano Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens. Aqui decorreu também em
1905 o jantar oferecido ao Kaiser
Guilherme II da Alemanha.
Fonte: http://www.cm-sintra.pt/
http://pnsintra.imc-ip.pt/ http://palacio-de-sintra.blogspot.pt/
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