O centro
histórico inclui a designada "Vila Velha" (freguesia de S. Martinho),
um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra e que é delimitado
a Norte pela Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas
da Pendoa e Rua Fresca; a Este pelas Escadinhas do Hospital e Rua Visconde de
Monserrate; a Sul pela encosta da Serra; e a Oeste pela Quinta dos Pisões.
Sintra começou a ser edificada na época
medieval numa zona de maior declive, no sopé do Monte da Lua. Esta "Vila
Velha" desenvolve-se entre o Palácio Nacional de Sintra,
o antigo Paço Real, e a própria
Serra de Sintra (Monte da Lua), adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos
declives e à constituição morfológica dos terrenos.
Seguimos após o almoço até ao Paço Real, que queríamos
visitar ao início da tarde. Uma vasta praça pública está adjacente ao Palácio
(Largo Rainha Dª Amélia) e organiza o próprio tecido urbano, pois é aqui que converge a principal estrutura
viária da "Vila Velha". À sua volta podemos observar a presença de
pequenas praças, cujo traçado é irregular e espontâneo.
O núcleo mais antigo do centro histórico, de
assentamento medieval, conserva um traçado relativamente homogéneo e sem
grandes alterações ao longo dos anos. Constituído por um parcelamento pequeno e
irregular, é densamente ocupado.
Já no Largo Rainha D. Amélia, como que num palco
observa-se a "Vila Velha" que se desenvolve à sua volta. Dali se vê
que a vila é um lugar único, que apresenta uma surpreendente coerência arquitetónica,
apesar da diversidade formal dos edifícios que a integram. Esta coerência é conferida
pelo ritmo das fachadas e dos vãos, pela contenção volumétrica e pela
homogeneidade dos revestimentos.
No entanto, em especial neste núcleo mais antigo, a nível
dos pisos térreos, é uma pena que a leitura se torne difícil e, por vezes até incoerente, dada a
quantidade de elementos modernos usados (toldos, publicidade e acessórios),
inadaptados ao local e à linguagem arquitetónica dos edifícios.
Dirigimo-nos ao
palácio que se ergue em posição dominante, a meio da própria vila. O Palácio
Nacional de Sintra é um conjunto que não foi concebido de uma só vez, mas sim
um harmonioso somatório de partes distintas, pouco a pouco acrescentadas a
outras já antes existentes.
Estamos, pois,
perante um característico exemplar de arquitetura orgânica, isto é, perante uma
verdadeira “obra aberta” que o foi, com inteira propriedade, ao longo de meio
milénio. A irregularidade e o alcantilado do próprio terreno em que se ergue o
Palácio, condicionaram-lhe o jogo de volumes, não permitindo soluções de
simetria, nem regularidades de implantação. Assim, resultou um vasto conjunto
de corpos aparentemente individuais e com personalidade própria, fundidos num
grande todo e articulados através de um labirinto de escadarias, corredores,
galerias e pátios interiores.
Fonte: http://www.cm-sintra.pt/ http://www.ocaoquefuma.com/ http://www.cm-sintra.pt/
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