Sintra - 3º Dia - Palácio Nacional - Parte III

Chegados ao centro histórico de Sintra, foi hora de um leve almoço, em esplanada de uma pastelaria/geladaria que servia mini refeições, situada no entroncamento da Volta do Duche, com a Rua Visconde de Monserrate, junto das Escadinhas do Hospital.
O centro histórico inclui a designada "Vila Velha" (freguesia de S. Martinho), um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra e que é delimitado a Norte pela Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas da Pendoa e Rua Fresca; a Este pelas Escadinhas do Hospital e Rua Visconde de Monserrate; a Sul pela encosta da Serra; e a Oeste pela Quinta dos Pisões.

Sintra começou a ser edificada na época medieval numa zona de maior declive, no sopé do Monte da Lua. Esta "Vila Velha" desenvolve-se entre o Palácio Nacional de Sintra, o antigo Paço Real, e a própria Serra de Sintra (Monte da Lua), adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos declives e à constituição morfológica dos terrenos.
Seguimos após o almoço até ao Paço Real, que queríamos visitar ao início da tarde. Uma vasta praça pública está adjacente ao Palácio (Largo Rainha Dª Amélia) e organiza o próprio tecido urbano, pois é aqui que converge a principal estrutura viária da "Vila Velha". À sua volta podemos observar a presença de pequenas praças, cujo traçado é irregular e espontâneo.

O núcleo mais antigo do centro histórico, de assentamento medieval, conserva um traçado relativamente homogéneo e sem grandes alterações ao longo dos anos. Constituído por um parcelamento pequeno e irregular, é densamente ocupado.
Já no Largo Rainha D. Amélia, como que num palco observa-se a "Vila Velha" que se desenvolve à sua volta. Dali se vê que a vila é um lugar único, que apresenta uma surpreendente coerência arquitetónica, apesar da diversidade formal dos edifícios que a integram. Esta coerência é conferida pelo ritmo das fachadas e dos vãos, pela contenção volumétrica e pela homogeneidade dos revestimentos.

No entanto, em especial neste núcleo mais antigo, a nível dos pisos térreos, é uma pena que a leitura se torne difícil e, por vezes até incoerente, dada a quantidade de elementos modernos usados (toldos, publicidade e acessórios), inadaptados ao local e à linguagem arquitetónica dos edifícios.
Dirigimo-nos ao palácio que se ergue em posição dominante, a meio da própria vila. O Palácio Nacional de Sintra é um conjunto que não foi concebido de uma só vez, mas sim um harmonioso somatório de partes distintas, pouco a pouco acrescentadas a outras já antes existentes.

Estamos, pois, perante um característico exemplar de arquitetura orgânica, isto é, perante uma verdadeira “obra aberta” que o foi, com inteira propriedade, ao longo de meio milénio. A irregularidade e o alcantilado do próprio terreno em que se ergue o Palácio, condicionaram-lhe o jogo de volumes, não permitindo soluções de simetria, nem regularidades de implantação. Assim, resultou um vasto conjunto de corpos aparentemente individuais e com personalidade própria, fundidos num grande todo e articulados através de um labirinto de escadarias, corredores, galerias e pátios interiores.

Fonte: http://www.cm-sintra.pt/ http://www.ocaoquefuma.com/ http://www.cm-sintra.pt/

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