Com
fundação árabe, o Palácio de Sintra
torna-se, a partir do séc. XII e por cerca de oito séculos, a residência da
Família Real Portuguesa. Único sobrevivente dos Paços Reais medievais, a sua
configuração atual não se alterou substancialmente desde meados do séc. XVI,
resultando de campanhas de obras sucessivas de D. Dinis, D. João I e D. Manuel I. Reunindo vários estilos
arquitetónicos - gótico, mudéjar e manuelino - foi muito utilizado na Idade
Média como refúgio da Corte durante os meses de verão e para a prática da caça.
Mundialmente
reconhecido pelo perfil das duas monumentais chaminés cónicas das suas
cozinhas, exibe no seu interior um acervo único de azulejaria hispano-mourisca
e coleções de artes decorativas do séc. XVI ao séc. XVIII.
Após a subida de escadas para o primeiro piso, dirigindo-nos para oeste e penetramos na imponente Sala dos
Cisnes, a
maior sala do Palácio, tendo também sido outrora designada por Sala Grande no reinado de D.
João I, e Sala dos Infantes a
partir do reinado de D. Manuel I.
O
seu nome atual de Sala dos Cisnes
deve-se à decoração do seu teto, ao gosto da Renascença italiana, datado de
finais do séc. XVI. Este teto, é formado por 27 caixotões octogonais (exceptuando os quatro de canto), emoldurados por talha predominantemente dourada. Dentro de cada caixotão está pintado um cisne com a sua gargantilha de ouro com campainhas, variando as suas formas e atitudes de painel para painel, sem que se encontrem dois idênticos. O teto desta sala foi referido por Luís
Pereira Brandão, em cerca de 1570, em versos de louvor às maravilhas do Paço de Sintra.
Ali
tinham lugar os acontecimentos mais relevantes, tais como receções a várias
embaixadas, banquetes e celebrações e, no tempo de D. Manuel I, e de acordo com o seu cronista Damião de Góis, ali eram realizados saraus de música e dança todos os
domingos e dias feriados. Nestes participava frequentemente o monarca
acompanhado pelos seus músicos mouros, enquanto a corte dançava e assistia a
representações que incluíam os autos de Gil
Vicente, com a presença do próprio autor, considerado o pai do teatro
português.
Na
sequência dos danos causados pelo terramoto de 1755, o Palácio foi restaurado
“à maneira antiga” por ordem do rei D.
José I, sendo restauradas as pinturas do teto e os revestimentos de
azulejos do séc. XVI, tendo sido recolocados outros já do séc. XVIII. Sobre as
molduras das portas e janelas foram também aplicados azulejos do séc. XVI, esgrafitados, representando pequenas fortalezas e o brasão
real de D. José I.
Atualmente
nesta sala têm lugar receções e banquetes oficiais - como os realizados por
ocasião de visitas oficiais de chefes de estado estrangeiros e concertos de que
se destacam os do prestigiado Festival
de Música de Sintra e colóquios, assim como outros eventos no âmbito da
cedência de espaços.
Fonte: http://pnsintra.imc-ip.pt/ http://www.cm-sintra.pt/
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