O Mito de Santiago

Segundo uma tradição muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago, Santiago como chamam os espanhóis a Jacob, o filho de Zebedeu e irmão de João o Evangelista, foi pregar as "boas novas" em regiões longínquas, passando algum tempo na Galiza, extremo oeste da Espanha, que os romanos chamaram "Finis Terrae", por ser o extremo mais ocidental do mundo até então conhecido.

Ao retornar à Palestina, no ano 44 d.C., foi torturado e decapitado por Herodes Agripa, e seu corpo jogado para fora das muralhas de Jerusalém. Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram os seus restos e levaram-nos para o ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, a capital da Galícia Romana na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente num bosque chamado Liberum Donum.

O lugar foi esquecido até que após oito séculos, um ermitão chamado Pelayo começou a observar um estranho fenómeno que ocorria neste mesmo lugar, onde uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto do bosque, emanando uma luminosidade intensa.

Com base neste acontecimento, chamou-se ao lugar "Campus Stellae" (Campo de Estrelas), de onde derivaria o actual nome de Compostela. Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local encontrando assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.

A notícia espalhou-se e pessoas começaram a deslocar-se ao local, aonde chegavam peregrinos, primeiro dos estados cristãos do norte peninsular, depois de toda a Europa, afim de conhecer o sepulcro, originando assim as peregrinações do Caminho de Santiago de Compostela.
Mas já muito antes da data apontada pela igreja para a descoberta da tumba do apóstolo, existia uma rota de peregrinação (romana e anteriormente celta), que ia do extremo Este ao Oeste de Espanha, até Finisterra. Este velho caminho de peregrinação, simbolizava a viagem do sol de Oriente para Ocidente, “afogando-se” no oceano para voltar a surgir no dia seguinte. O renascer do Sol estaria intimamente ligado com o renascer da vida. Fala-se também de uma possivel rota para o templo de Ara Solis em Finisterra, erigido para honrar o Sol.

Hoje em dia, são muitos os peregrinos que chegando a Santiago resolvem continuar o caminho até Finisterra, o que põe em causa a definição da rota apenas como uma peregrinação religiosa católica. No “Campus Stellae”, de onde se crê provir a palavra Compostela, foi erigida uma capela para proteger a tumba do apóstolo que se tornou um símbolo da resistência cristã aos ataques dos mouros.
A partir do ano 1000 as peregrinações a Santiago popularizam-se, tornando-se a cidade num dos principais centros de peregrinação cristã (a par de Roma e Jerusalém), e é também nesta altura que surgem os primeiros relatos de peregrinos que viajaram até Compostela.
O Caminho de Santiago, tal como relatado no Códice Calixtino, é em terra o desenho da Via Láctea, porque esta rota se situa directamente sob a Via Láctea que indica a direcção de Santiago, servindo assim, na Idade Média, de orientação durante a noite aos peregrinos. Esta associação deu ao Caminho o nome de Caminho das Estrelas e fez com que a chuva de estrelas seja um dos símbolos do culto Jacobeu, juntamente com a Vieira, a Cabaça e o Bordão.

Fonte: http://www.jrvarela.net/ / http://www.red2000.com

A Catedral de Santiago de Compostela


A Catedral de Santiago de Compostela em estilo românico, foi construída entre os anos de 1075 e 1128, durante a Reconquista Cristã, na época de Cruzadas, está situada no centro histórico da cidade. É um centro milenar de peregrinação cristã da Europa, ponto de encontro de várias rotas denominadas de Caminho de Santiago, dedicado a Santiago Maior, actual patrono e protector do Reino da Espanha.

A catedral situa-se na zona mais ocidental da cidade antiga, rodeada por quatro praças, a Praça do Obradoiro, a Praça da Acibecharia, a Praça das Pratarias e a Praça da Quintana.
Consta de uma planta basilical de cruz latina de três naves, também no transepto e tribuna, que está conectado directamente com o Paço do Arcebispo, o conhecido na actualidade como Paço de Gelmírez. Na cabeceira situa-se a capela-mor, rodeada por uma charola pela qual se acede a cinco capelas radiais menores. Esta estrutura segue os exemplos franceses dos templos de peregrinação, novas formas construtivas chegadas através do Caminho de Santiago.

A visita à catedral vale a viagem. Para se ter uma visão geral do interior, o melhor ponto de observação é a partir da parte posterior do altar-mor, onde se encontra uma imagem de Santiago. A tradição é abraçar o santo por trás, momento em que se vê a igreja do alto. Mesmo retirando o sentido religioso do ritual, a perspectiva do conjunto compensa a eventual espera na fila.

A Catedral de Santiago é importante pelo que mostra e pelo que esconde. O templo esconde uma outra realidade da história, a da sua origem. A construção românica foi erguida no mesmo local onde havia uma capela do século IX, destruída pelos exércitos mouros que tomaram a cidade. Essa igreja, cujo tamanho era equivalente ao do actual altar-mor, nasceu de uma lenda - a lenda do apóstolo Tiago.
Um dos momentos mais esperados pelos peregrinos, é a missa das 12h00, dedicada especialmente aos que chegam, depois de percorrerem o Caminho da Santiago. Na celebração, realiza-se o ritual do incensório, com a queima incessante de incenso, que é feita num turíbulo pendente que percorre a nave da catedral perfumando o ambiente.

O incensório, é o maior do mundo. Preso na cúpula, pesa mais de 50 quilos e precisa da força de oito homens para ser balançado sobre o altar principal, de uma ponta à outra das duas naves laterais. Hoje em dia, o turíbulo é usado só em ocasiões especiais, como em 25 de Julho, dia de Santiago, mas na Idade Média o incensório tinha utilização frequente.

Reza a lenda que este ritual foi criado na Idade Média, quando os peregrinos chegavam à catedral com poucas condições de higiene. O cheiro era insuportável, e sem uma grande quantidade de incenso, o ar na catedral tornava-se irrespirável devido à presença de centenas de peregrinos que lá chegavam depois de caminhadas de até dois anos sem se lavarem. Para os presentes na missa o ar devia ter quase o "odor do inferno". Então, a solução foi criar a tradição da queima do incenso peregrino, que amenizava o cheiro ambiente, algo como uma aroma terapia medieval...

Deixando-se a igreja pela frente, volta-se à Praça do Obradoiro, de onde se admira a catedral de perto. A insuficiência do espaço e as dimensões da catedral, porém, podem dificultar a apreensão do conjunto todo num só olhar, dando-nos uma sensação parecida com a de alguém que se senta na primeira fileira de um cinema com uma tela muito grande à sua frente. Por isso, o conjunto arquitectónico também deve ser observado de longe, para se ter uma noção mais completa.
A melhor vista é a do Parque Carvalheira de Santa Suzana, contíguo ao centro histórico. Afastando-nos da catedral, na direcção do Hotel Palacio del Carmen, que funciona num antigo convento. Daqui se tem uma excelente visão do conjunto arquitectónico da catedral, após uma caminhada de dez minutos.

Santiago de Compostela


Santiago de Compostela é uma das mais belas cidades da Europa. Mas o burgo de matriz urbana medieval está longe de ser um museu de pedra, é aliás, uma das cidades mais animadas da vizinha Espanha, a nível religioso, cultural e lúdico.

Santiago de Compostela, Cidade Património da Humanidade e capital da Galiza, conserva desde há séculos uma variada fisionomia, produto do passar do tempo nas suas igrejas e edifícios, nas suas ruas e praças e também nos seus hábitos de vida.
Antes do século IX, a cidade de Santiago não existia. Contudo, as escavações arqueológicas demonstraram que no lugar que hoje ocupa a cidade histórica, também se assentava na antiguidade uma vila romana que pôde atingir uma certa importância e que persistiu até o século VII.

Junto ao recinto amuralhado da civitas romana levantou-se, no século I, um mausoléu pagão que mais tarde daria origem à catedral. Não há dúvida de que nesse mesmo século e nesse mausoléu receberam sepultura três mártires cristãos, nem do prolongado culto em torno do sepulcro, tal como testemunha o cemitério cristão circundante que se utilizou até o século VII.
O nascimento de Santiago de Compostela, como se conhece agora, está ligada à descoberta (presumível) dos restos mortais do Apóstolo São Tiago, entre 820 e 835 d.C., à elevação do nível religioso, à sua Universidade e mais recentemente, à capitalidade da Galiza.

Nos primeiros anos do século IX o bispo de Iria, Teodomiro, descobre o sepulcro do apóstolo Santiago. Os reis Afonso II e Afonso III levantam igrejas e fundam os mosteiros de Antealtares e Pinario. A fundação da cidade data do ano 830.
O culto a Santiago impõe temor ao guerreiro muçulmano Almanzor que em 997, arrasa e incendeia Compostela levando para Córdoba os campanários das igrejas. Mais tarde a peregrinação chega ao seu auge e Afonso VI inicia a catedral românica em 1075. Poucos anos depois o conde D. Ramón de Borgoña e Diego Gelmírez impulsionam a sua construção e a de outras igrejas. A cidade cresce e seus habitantes chegam a levantar-se contra a rainha D. Urraca e Gelmírez em 1117.

Em 1211 o mestre de obras conhecido por Mestre Mateo termina a catedral. Caminha-se, nem sempre de maneira pacífica, até o final da Idade Média. O Renascentismo entra pela mão dos Reis Católicos e da construção do Hospital Real, hoje convertido em magnífico hotel. Por sua parte, os arcebispos da família Fonseca deixam indelével marca ao fundar a Universidade, concluir o esplêndido claustro da catedral e levantar o Colégio de Fonseca. O barroco renova a cidade histórica até adquirir quase o aspecto actual, e o mesmo ocorre com a catedral, igrejas e mosteiros.
Hoje, Santiago é uma cidade moderna, na qual a cidade velha ou zona monumental, se funde com a zona nova. É sede do Governo Galego e o pilar universitário da região, com seus mais de 35.000 estudantes. Grande recepcionista de congressos e convenções, Santiago conta com o Auditório de Galicia e o moderno Palácio de Congressos e Exposições, um recinto funcional e versátil com capacidade para 2.100 pessoas. Um moderno parque empresarial, o Polígono del Tambre, a 10 minutos do centro, acolhe suas principais indústrias e empresas.

Santiago converte-se no foco espiritual da Europa ocidental e na receptora de várias correntes de cultura, mas também de tesouros que enriquecem o santuário. Um feito histórico decisivo para a cidade de Santiago foi a constituição em 1981 da Comunidade Autónoma da Galiza e a sua designação como sede da Junta da Galiza e das instituições autonómicas, convertendo-se na capital política e administrativa da Galiza.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.santiagoturismo.com/

La Coruña


Na Primevera os dias já são maiores e foi já ao final da tarde que chegámos para visitar a bela cidade da La Coruña, que embora já visitada por nós várias vezes, é um daqueles locais onde sempre existe algo de novo para se ver ou para descobrir.

Importante porto histórico, situa-se mais precisamente na costa noroeste da Península Ibérica, nas Rías Altas da Galiza. O centro da cidade estende-se sobre uma península unida a terra firme por um estreito ístmo, pelo que apresenta duas fachadas marítimas distintas: a portuaria (junto à ría de la Coruña ou também designada Ría del Burgo, de águas tranquilas) e outra de mar aberto, junto à Enseada del Orzán, onde se encontram as principais praias urbanas (Riazor e Orzán).
La Coruña é uma cidade movimentada e atraente na ponta norte da Galiza. É um lugar perfeito para desfrutar de um suave passeio pelas ruas e avenidas, onde é possível descobrir desde arquitectura romana, até aos mais modernos edifícios com arquitectura bastante inovadora.

A atmosfera nas muitas praças da cidade é magnífica e cheia de alegria em especial num dia de Primevera ou Verão quente. Fora do centro da cidade, destacam-se as praias, a marina, o porto de pesca e o porto comercial que continuam a desempenhar um papel muito importante para o povo de A Coruña. O seu porto comercial é dos maiores da Europa. A primeira impressão da capital da província da Galiza é das melhores, pois ela é uma cidade bonita, facilmente visitável, por não ser demasiado grande, moderna e espaçosa. A Coruña abriga magníficas praças, um fantástico bairro medieval e uma incrível variedade de diferentes estilos arquitectónicos.

Situada no Noroeste da Península Ibérica, La Coruña, balcão do Atlântico é uma cidade milenária, atlântica e cosmopolita, onde o oceano foi sempre o principal protagonista dos seus mais de 2000 anos de história.
As rias de A Coruña, Betanzos e Ferrol que formam as Rias Altas da Galiza, estão situadas no chamado golfo Artabro, nome que provem dos primitivos habitantes da zona, a tribo dos ártabros, que eram senhores absolutos desta costa até à chegada dos romanos. Um povo, que segundo o grande escritor galego Otero Pedrayo, constituía "uma das mais puras linhagens celtas da Galiza".

Nesta zona os romanos criaram um grande porto, "Artabrorum Portus", junto à cidade de Brigantium. Os historiadores não sabem se essa localidade latina "Brigantium" corresponde à actual localidade de Betanzos, onde se inicia a ria do mesmo nome, ou se era a antiga povoação que deu origem a La Coruña, em cuja cidade velha encontraram indícios arqueológicos importantes que parecem fazer querer nesta segunda hipótese.
A Coruña com se deve dizer em galego, é uma cidade de mil possibilidades. Da mais tranquila paisagem marinha a ruas cosmopolitas e vitais, iluminadas pelo sol ou pelos neons, dos restaurantes de peixe e marisco até aos passeios pela Cidade Velha, não esquecendo o Passeio Marítimo e as suas praias de areias finas e brancas desenhadas pelo mar e pelo vento.

A cidade tem espaços naturais com belas vistas e paisagens espectaculares para quem visita a região com tempo. A arte e os museus, passando pelos restaurantes, tabernas típicas, pubs e bares, as discotecas, o casino e os recitais de música clássica, são algumas das ofertas da cidade.
O Passeio Marítimo que não pára de crescer e que nos leva por praias, enseadas e falésias, desde o Castelo de San Antón e seguindo a linha do porto, dando-nos a conhecer paisagens inesquecíveis como o Parque Escultórico da Torre de Hércules, um museu ao ar livre num contorno de lenda, continuando até às praias de Orzán e Riazor.

A Torre Hércules é o mais antigo farol do mundo em funcionamento, a sua construção data do século II é o mais emblemático monumento da cidade. A Plaza Maria Pita é ponto de encontro entre visitantes e é lá que se localiza o edifício que possui a maior colecção de relógios do mundo.
Muitos candeeiros de inspiração modernista ocupam parte do Passeio Marítimo, servindo de suporte a 1.200 pinturas da artista plástica Julia Ares, galardoada com vários prémios, entre eles, o "Chairman Award do Royal Museum de Ueno en Tokio".

Cada candeeiro está pintado duma intensa cor vermelha com quatro pinturas, com desenhos alusivos a momentos da história corunhesa, tendo em conta a zona em que estão situadas. Assim, as pinturas situadas na zona da Torre de Hércules estão relacionadas com distintos aspectos do farol romano. No contorno do Clube Hípico, os motivos artísticos são os cavalos; na zona situada perto da Lota ou como lá é designada a Casa dos Peixes, estes são os elementos destacados; nas que estão situadas na frente da Escola de Belas Artes, os desenhos alegóricos versam sobre Picasso, que foi aluno desta escola.

O bairro medieval contém a maior parte dos monumentos históricos construídos antes do século XIX, juntamente com muitos edifícios do período modernista. Afim de explorar o estilo de vida galego, nada melhor do que um passeio pelas ruas da capital da Galiza, o que nos dá muitas oportunidades para além de fazer turismo, como desfrutar a fantástica atmosfera que existe por toda a cidade.

O mar é sempre fascinante e observá-lo desta cidade é magnífico, pois está cheio de vida, uma vez que ainda desempenha um papel muito importante na vida quotidiana da cidade. Ele aqui é a casa de muitos barcos de pesca, bem como barcos de cruzeiro e iates, que a toda a hora entram e saem do porto.
A cidade também é conhecida pela sua excelente gastronomia, com muita qualidade das matérias-primas, onde se destacam os peixes e os mariscos. A Coruña é uma cidade onde o lazer e a cultura se fundem para dar como resultado apaixonantes percursos. Assim a sua gastronomia, os espaços, a arquitectura, os seus monumentos e o mar, fazem de A Coruña um verdadeiro prazer para os sentidos.
 
Fonte: Wikipédia.org /  http://www.coruna.es/

Cangas de Onís e o Santuário de Covadonga

A cidade de Cangas de Onís, capital do Concelho e primeira capital espanhola, é uma pequena cidade em pleno Parque Natural dos Picos da Europa, onde há todos os serviços, desde restaurantes, casas de cidra, bares, clubes, bancos e lojas de lembranças. Nesta pequena cidade pode fazer-se a prática de muitos desportos de aventura, tais como, cavalgadas, canoagem no rio Sella, visitas guiadas de natureza e vários itinerários culturais.
Depois de um belo lanche em Cangas de Onís e da compra de compotas e queijos da região, seguimos viagem e a apenas 15 km, encontramos Covadonga que é outro dos pontos de partida para um dos percursos mais concorridos do Parque Natural. Aqui encontrámos a Basílica de Santa Maria La Real, a estátua de Pelágio e a Santa Cova, antes de subir a montanha, até aos lagos de Enol e Ercina, que é talvez a zona mais conhecida e frequentada do parque.

A Basílica de Santa Maria La Real em Covadonga é um santuário constituído como qualquer lugar de culto por uma Basílica de adoração de Santa Maria La Real. Concluída a Basílica em 1901, o templo que foi desenhado por Roberto Frassinelli e construído entre 1877 e 1901 pelo arquitecto Frederick Aparici, em estilo Neo-românico e construído inteiramente em calcário rosa.

Antes desta Basílica existiu outrora um outro templo que em 1777, sofreu um incêndio que destruiu totalmente o antigo templo, sendo decidido levantar um novo santuário com o intuito de ser monumental, com a oposição dos habitantes, que queriam reconstruir o templo junto à Sagrada Gruta. O santuário foi desenhado inicialmente por Ventura Rodriguez, mas nunca foi realizado.

A grande construção só é iniciada um século mais tarde por iniciativa do rei Alfonso XII, que deu o impulso necessário há realização desta construção. A ideia original deste templo foi encomendada a um conhecido estudioso alemão de Corao, Roberto Frassinelli, que foi óptimo desenhador, mas não um bom arquitecto. Assim cedeu o seu lugar ao arquitecto Aparici que acompanhou a construção.

A basílica está disposta sobre uma grande esplanada e tem três naves. A sua fachada principal tem um alpendre com três arcos que dão forma à porta e a fachada é marcada por duas torres. O edifício destaca-se por ter um aspecto muito sólido. O tom rosáceo é devido à pedra calcária rosa que cobre toda a Basílica e que a destaca no meio da paisagem verde que a rodeia.

Junto da Basílica e ainda sobre a esplanada estão a "Campanona", campanário com um sino com três metros de altura e 4.000 kg, construído em 1900 em La Felguera, doado pelo conde italiano Sizzo Norica e Luis Gomez-Herrero. A estátua de bronze de Don Pelayo (Primum Pelágio das Astúrias, foi um nobre godo que iniciou a reconquista de Espanha aos muçulmanos e fundou o reino das Astúrias, sendo o seu primeiro rei), de 1964, do escultor Eduardo Zaragoza. O obelisco com a Victoria Cross, data de 1857 e foi mandado construir pelos Duques de Montpensier, onde a tradição diz que foi o lugar onde Don Pelayo foi coroado rei.
A Sagrada Gruta, local de culto mariano com o seu cruzeiro de três cruzes, que eu já tinha visto em sonho sem saber de onde era e que me espantou e maravilhou quando o avistei, pois estava ali aquilo que tinha visto em sonho, anos atrás, sem saber o que era ou o que significava. A cova ou gruta foi visitada pelo Papa João Paulo II, que rezou perante "a Santinha" em 21 de Agosto de 1989.

A Virgem de Covadonga é a Patrona das Astúrias, onde é conhecida popularmente como "la Santina" (a Santinha). O nome de covadonga, significa cova de água, mesmo que persista a ideia de que significa cova da Senhora. Parece que outrora era um lugar sagrado para os habitantes pagãos das antigas Astúrias, a quem admirava o brotar da fonte que ali existe.

No ano de 722, em Covadonga, no que é hoje o centro de devoção mariana e símbolo das Astúrias, aconteceu a lendária batalha de Covadonga contra a ocupação muçulmana, na qual Pelágio começou a reconquista de Espanha. A batalha foi ganha pelos cristãos de "Don Pelayo", que não hesitaram em atribuir a vitória à protecção da Virgem.

O rio Auseva aparece debaixo da cova, para desaparecer depois nas brechas rochosas de Orandi. Nos relatos da batalha de Covadonga, faz-se alusão a certos fenómenos que colaboraram para a vitória dos cristãos. Segundo os escritos da época, durante a batalha houve uma tormenta e com ela um desprendimento de rochas, que caíram sobre os muçulmanos em fuga.

Este fenómeno foi atribuído pelos cristãos à protecção da "Virgen de la Cueva" e ainda segundo a lenda, da cova vinha um canto infantil que dizia "que llueva, que llueva, la Virgen de la Cueva"... (que chuva, que chuva, a Virgem da Cova). Em todo caso, não parece pelos escritos antigos que conste uma aparição mariana, o que não diminui a importância do Santuário como lugar de culto.

Perto da gruta, há uma fonte com sete bicas que segundo a lenda popular afirma, confer um ano para que a pessoa que beba por todas as suas bicas case (algumas pessoas dizem que o resultado é garantido, se a deglutição da água for feita sem respirar até que se beba água de todas as bicas).

O Mosteiro de San Pedro, que se acredita que foi fundado por Alfonso I, é um edifício românico que conserva algumas de suas paredes originais. No século XVII, foi construido o novo edifício de plano rectangular com dois níveis. Em 1687 houve uma nova renovação do mosteiro barroco modificando-lhe a fachada e mais tarde outra reforma modificou a nave principal, colocando madeira no soalho.

O Santuário de Covadonga, um local de peregrinação para todos os cristãos é sem dúvida um local que não se deve deixar de visitar. A Nossa Senhora na caverna, a Basílica na colina Cueto, e a beleza da paisagem em torno do santuário, dentro do parque nacional, torna a visita a este local um momento único e uma experiência que nunca se esquece...

Fonte: Wikipédia.org / http://www.spain.info/


Os Picos da Europa

Após a saida de Luarca, dirigimo-nos aos Picos da Europa, uma magnífica região que nos permitiu conhecer uma das paisagens mais emblemáticas de Espanha. Nesta zona tivemos ainda a oportunidade de visitar o Santuário de Covadonga.
O Parque Nacional dos Picos da Europa, uma área de 64.660 hectares, entre as Astúrias, Léon e a Cantábria, constituindo a segunda maior zona protegida de Espanha e a terceira da Europa. O seu nome diz tudo e a imensidão da paisagem também. Estamos perante um dos maciços montanhosos mais importantes da Península Ibérica, com zonas de alta montanha de origem glaciar, gargantas apertadas, lagos espelhados, extensos vales e picos abruptos.

Este parque que por vezes se aproxima somente 3 Km do mar, faz com que se cruzem os ares do mar Cantábrico com os cumes altos das montanhas, as salamandras, os veados, os pastores de outros tempos e os lagos de origem glaciar. Este magnífico conjunto montanhoso dos Picos de Europa que constitui o principal maciço calcário da Europa Atlântica, começou a cimentar-se há 300 milhões de anos, no fundo de uma grande depressão marinha, daí que hoje se possam encontrar fósseis de vários organismos nos cumes, a mais de 2500 metros de altitude.

Os Picos da Europa têm três maciços bem diferenciados, entre os quais correm alguns dos principais rios da sua rede hidrográfica: Deva, Duje, Cares e Sella. Divide-se em três zonas distintas, separadas por vales e rios: o Maciço Ocidental, com o Rio Sella a oeste e Cares a este e a que se acede por Cangas de Onís; o Maciço Central, que vai da Garganta do Cares ao vale do Duje, com acesso desde Cabrales; e o Maciço Oriental, entre Duje e Deva e aonde que se chega pela estrada de Panes.

No Ocidental, é imprescindível visitar Cangas de Onís (convém chegar a um domingo para desfrutar do tradicional mercado, onde se vendem queijos artesanais da região), uma localidade com antigos pergaminhos que é também um bom ponto de partida para percorrer o interior, dominado pela majestosa silhueta dos Picos da Europa. Quando se visita a região no Verão, pode descer-se o rio Sella de canoa, o que é um dos maiores actractivos deste local.

A actual topografia dos Picos da Europa, com suas montanhas altas e pontiagudas e a sua inequívoca beleza que tem uma importância natural única, fazem desta vasta região protegida um local impar na Península Ibérica. Os Picos da Europa integram no maciço ocidental, o antigo Parque Nacional de Covadonga, criado pelo Rei D. Alfonso XIII em 1918, o primeiro de Espanha e um dos primeiros parques naturais do mundo.

Principais protagonistas destes "bosques encantados" nestas montanhas, as faias podem ser encontradas até perto dos dois mil metros de altitude. Com vestes outonais de cor viva, estas árvores pintam toda a paisagem de tons laranja, até se esconderem, já despidas, atrás dos primeiros nevões. Carvalhos, castanheiros, amieiros e muitas outras espécies de flora, completam este quadro típico de Outono, no Parque Natural de Somiedo, que está integrado nos Picos da Europa. É neste cenário que se esconde o urso-pardo, uma espécie ameaçada que encontra nesta reserva um dos seus últimos refúgios.

Estas grandes montanhas escondem no entanto outros segredos: pitorescas e históricas povoações, que marcam pela hospitalidade das suas gentes, herdeiras de uma longa tradição cultural, desde os tempos mais remotos. Esta é uma viagem a um mundo protegido que não se deve perder...


Luarca


Luarca, também conhecida como a "Veneza Asturiana" é uma bela e majestosa vila piscatória que desemboca no mar Cantábrico. Situada na foz do rio Negro, que se divide em dois, e que tem as suas origens como um importante enclave da frota baleeira espanhola. A beleza de Luarca está no seu charme, que reside essencialmente no rio que corre entre os meandros dos diferentes bairros desta vila piscatória, ligados entre si por seis pontes.

O seu belo porto pesqueiro é um dos que mais se destacam nas Astúrias, com inúmeros restaurantes vocacionados para o turismo e numerosos estabelecimentos comerciais que dão vida à vila e ao Concelho de Valdés. Os visitantes podem desfrutar da atmosfera marítima que se respirava no porto de pesca e em seguida, subir ao topo do promontório conhecido como a Sentinela.

A vila foi fortificada durante o séc. XVI e XVII para a defender dos piratas ingleses, no entanto destas muralhas já praticamente nada resta. Esta zona é hoje ocupada pela ermida da Virgem Blanca, o Farol e o cemitério com belos jazigos, num dos quais se encontram os restos mortais de seu filho mais ilustre, o Prémio Nobel da medicina Severo Ochoa, que aqui nasceu e viveu nos ultimos anos de sua vida. Daqui pode observar-se uma linda vista, não só do porto, mas também do anfiteatro formado pelo casario que desce até ao porto.


Um pouco mais abaixo está o pitoresco bairro de Cambaral. Neste bairro pode observar-se a Mesa dos Navegadores, onde se reuniam alguns dos navegadores espanhóis, antes de embarcarem rumo aos descobrimentos e os pescadores de Luarca, afim de planearem os rumos e as suas operações no mar. No muro em redor desta mesa estão uma série de painéis cerâmicos representando as origens da vila baleeira (desde 1232) e seus principais marcos históricos, como quando se tornou a capital do Principado em 1810 devido a uma insurreição contra o poder francês.

O bairro da Pescadería, vencedor em 1956 como "o mais limpo e cuidado, graças ao cuidado de seus vizinhos", é uma relíquia que preserva intacto as antigas casas do bairro de pescadores, que se encontra numa íngreme encosta e que alberga as típicas casas no meio de ruelas estreitas.

A Cidade Velha está situada junto ao porto, onde uma visita ao Mercado do Peixe para se observar o leilão do peixe resultante da pesca diária, é uma experiência interessante. Também junto ao porto se encontra a Igreja de Santa Eulália padroeira da vila, cuja construção foi concluída em 1879, onde se destaca o altar barroco e a capela onde se encontra a imagem de Cristo do Socorro.

A rua em redor da Igreja está a casa de Carmen e Severo Ochoa, e leva à Praça de Alfonso X, "O Sábio", onde se encontra a Câmara Municipal, que é um bonito edifício de 1912. Na praça, ao centro pode ver-se o Coreto da Música, e o monólito da jurisdição que representa o foral dado pelo rei Alfonso X, da passagem da povoação a vila no séc. IX.

A poucos metros, o Palácio dos Marqueses de Gamoneda, uma casa solarenga da construção urbana do séc. XVIII, com um vistoso brasão da família do mesmo nome. A partir daí começa a rua que reúne todos os acessos à cidade através das ruas Ramon Asenjo e Alvaro de Albornoz, onde se situa o Lyceum Circle, um belo edifício do século XIX e local de encontro de associações culturais e de académicos tertulianos.

Na rua de Escalerones, está o Palacio del Marquês de Ferrera e compreende dois edifícios ligados por um arco, o Arco-Bayon que voa sobre as escadas. Na parte inferior está o palácio primitivo (séc. XV-XVI) e a torre (provavelmente o século XII), que ao longo do tempo sofreu muitas reformas, perdendo o seu carácter defensivo. A ala direita data do séc. XVI onde se encontra a Casa da Cultura, que ao longo do ano realiza exposições de pintura e ainda alberga o Turismo.

Junto a Luarca existem três lindas praias, e uma pequena ilha, perto da qual fica o Clube Náutico. No entanto a zona oferece uma série de belas baías e enseadas onde o vento nos cheira a maresia. A leste fica a praia de Otura, que se situa a 6 km na direcção da Galiza e a praia de Baraya, que devido ao seu elevado valor ecológico foi declarada paisagem natural protegida, fazendo parte da Reserva Natural de Baraya. A praia de Portizuelo, perto do bairro de Villar, com substrato rochoso e a praia da Caverna, na foz do rio Caner, são outras opções, para quem visita a zona no Verão.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.revistaiberica.com/