Após a saida de Luarca, dirigimo-nos aos Picos da Europa, uma magnífica região que nos permitiu conhecer uma das paisagens mais emblemáticas de Espanha. Nesta zona tivemos ainda a oportunidade de visitar o Santuário de Covadonga.
O Parque Nacional dos Picos da Europa, uma área de 64.660 hectares, entre as Astúrias, Léon e a Cantábria, constituindo a segunda maior zona protegida de Espanha e a terceira da Europa. O seu nome diz tudo e a imensidão da paisagem também. Estamos perante um dos maciços montanhosos mais importantes da Península Ibérica, com zonas de alta montanha de origem glaciar, gargantas apertadas, lagos espelhados, extensos vales e picos abruptos.
Este parque que por vezes se aproxima somente 3 Km do mar, faz com que se cruzem os ares do mar Cantábrico com os cumes altos das montanhas, as salamandras, os veados, os pastores de outros tempos e os lagos de origem glaciar. Este magnífico conjunto montanhoso dos Picos de Europa que constitui o principal maciço calcário da Europa Atlântica, começou a cimentar-se há 300 milhões de anos, no fundo de uma grande depressão marinha, daí que hoje se possam encontrar fósseis de vários organismos nos cumes, a mais de 2500 metros de altitude.
Os Picos da Europa têm três maciços bem diferenciados, entre os quais correm alguns dos principais rios da sua rede hidrográfica: Deva, Duje, Cares e Sella. Divide-se em três zonas distintas, separadas por vales e rios: o Maciço Ocidental, com o Rio Sella a oeste e Cares a este e a que se acede por Cangas de Onís; o Maciço Central, que vai da Garganta do Cares ao vale do Duje, com acesso desde Cabrales; e o Maciço Oriental, entre Duje e Deva e aonde que se chega pela estrada de Panes.
No Ocidental, é imprescindível visitar Cangas de Onís (convém chegar a um domingo para desfrutar do tradicional mercado, onde se vendem queijos artesanais da região), uma localidade com antigos pergaminhos que é também um bom ponto de partida para percorrer o interior, dominado pela majestosa silhueta dos Picos da Europa. Quando se visita a região no Verão, pode descer-se o rio Sella de canoa, o que é um dos maiores actractivos deste local.
A actual topografia dos Picos da Europa, com suas montanhas altas e pontiagudas e a sua inequívoca beleza que tem uma importância natural única, fazem desta vasta região protegida um local impar na Península Ibérica. Os Picos da Europa integram no maciço ocidental, o antigo Parque Nacional de Covadonga, criado pelo Rei D. Alfonso XIII em 1918, o primeiro de Espanha e um dos primeiros parques naturais do mundo.
Principais protagonistas destes "bosques encantados" nestas montanhas, as faias podem ser encontradas até perto dos dois mil metros de altitude. Com vestes outonais de cor viva, estas árvores pintam toda a paisagem de tons laranja, até se esconderem, já despidas, atrás dos primeiros nevões. Carvalhos, castanheiros, amieiros e muitas outras espécies de flora, completam este quadro típico de Outono, no Parque Natural de Somiedo, que está integrado nos Picos da Europa. É neste cenário que se esconde o urso-pardo, uma espécie ameaçada que encontra nesta reserva um dos seus últimos refúgios.
Estas grandes montanhas escondem no entanto outros segredos: pitorescas e históricas povoações, que marcam pela hospitalidade das suas gentes, herdeiras de uma longa tradição cultural, desde os tempos mais remotos. Esta é uma viagem a um mundo protegido que não se deve perder...
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