Cangas de Onís e o Santuário de Covadonga

A cidade de Cangas de Onís, capital do Concelho e primeira capital espanhola, é uma pequena cidade em pleno Parque Natural dos Picos da Europa, onde há todos os serviços, desde restaurantes, casas de cidra, bares, clubes, bancos e lojas de lembranças. Nesta pequena cidade pode fazer-se a prática de muitos desportos de aventura, tais como, cavalgadas, canoagem no rio Sella, visitas guiadas de natureza e vários itinerários culturais.
Depois de um belo lanche em Cangas de Onís e da compra de compotas e queijos da região, seguimos viagem e a apenas 15 km, encontramos Covadonga que é outro dos pontos de partida para um dos percursos mais concorridos do Parque Natural. Aqui encontrámos a Basílica de Santa Maria La Real, a estátua de Pelágio e a Santa Cova, antes de subir a montanha, até aos lagos de Enol e Ercina, que é talvez a zona mais conhecida e frequentada do parque.

A Basílica de Santa Maria La Real em Covadonga é um santuário constituído como qualquer lugar de culto por uma Basílica de adoração de Santa Maria La Real. Concluída a Basílica em 1901, o templo que foi desenhado por Roberto Frassinelli e construído entre 1877 e 1901 pelo arquitecto Frederick Aparici, em estilo Neo-românico e construído inteiramente em calcário rosa.

Antes desta Basílica existiu outrora um outro templo que em 1777, sofreu um incêndio que destruiu totalmente o antigo templo, sendo decidido levantar um novo santuário com o intuito de ser monumental, com a oposição dos habitantes, que queriam reconstruir o templo junto à Sagrada Gruta. O santuário foi desenhado inicialmente por Ventura Rodriguez, mas nunca foi realizado.

A grande construção só é iniciada um século mais tarde por iniciativa do rei Alfonso XII, que deu o impulso necessário há realização desta construção. A ideia original deste templo foi encomendada a um conhecido estudioso alemão de Corao, Roberto Frassinelli, que foi óptimo desenhador, mas não um bom arquitecto. Assim cedeu o seu lugar ao arquitecto Aparici que acompanhou a construção.

A basílica está disposta sobre uma grande esplanada e tem três naves. A sua fachada principal tem um alpendre com três arcos que dão forma à porta e a fachada é marcada por duas torres. O edifício destaca-se por ter um aspecto muito sólido. O tom rosáceo é devido à pedra calcária rosa que cobre toda a Basílica e que a destaca no meio da paisagem verde que a rodeia.

Junto da Basílica e ainda sobre a esplanada estão a "Campanona", campanário com um sino com três metros de altura e 4.000 kg, construído em 1900 em La Felguera, doado pelo conde italiano Sizzo Norica e Luis Gomez-Herrero. A estátua de bronze de Don Pelayo (Primum Pelágio das Astúrias, foi um nobre godo que iniciou a reconquista de Espanha aos muçulmanos e fundou o reino das Astúrias, sendo o seu primeiro rei), de 1964, do escultor Eduardo Zaragoza. O obelisco com a Victoria Cross, data de 1857 e foi mandado construir pelos Duques de Montpensier, onde a tradição diz que foi o lugar onde Don Pelayo foi coroado rei.
A Sagrada Gruta, local de culto mariano com o seu cruzeiro de três cruzes, que eu já tinha visto em sonho sem saber de onde era e que me espantou e maravilhou quando o avistei, pois estava ali aquilo que tinha visto em sonho, anos atrás, sem saber o que era ou o que significava. A cova ou gruta foi visitada pelo Papa João Paulo II, que rezou perante "a Santinha" em 21 de Agosto de 1989.

A Virgem de Covadonga é a Patrona das Astúrias, onde é conhecida popularmente como "la Santina" (a Santinha). O nome de covadonga, significa cova de água, mesmo que persista a ideia de que significa cova da Senhora. Parece que outrora era um lugar sagrado para os habitantes pagãos das antigas Astúrias, a quem admirava o brotar da fonte que ali existe.

No ano de 722, em Covadonga, no que é hoje o centro de devoção mariana e símbolo das Astúrias, aconteceu a lendária batalha de Covadonga contra a ocupação muçulmana, na qual Pelágio começou a reconquista de Espanha. A batalha foi ganha pelos cristãos de "Don Pelayo", que não hesitaram em atribuir a vitória à protecção da Virgem.

O rio Auseva aparece debaixo da cova, para desaparecer depois nas brechas rochosas de Orandi. Nos relatos da batalha de Covadonga, faz-se alusão a certos fenómenos que colaboraram para a vitória dos cristãos. Segundo os escritos da época, durante a batalha houve uma tormenta e com ela um desprendimento de rochas, que caíram sobre os muçulmanos em fuga.

Este fenómeno foi atribuído pelos cristãos à protecção da "Virgen de la Cueva" e ainda segundo a lenda, da cova vinha um canto infantil que dizia "que llueva, que llueva, la Virgen de la Cueva"... (que chuva, que chuva, a Virgem da Cova). Em todo caso, não parece pelos escritos antigos que conste uma aparição mariana, o que não diminui a importância do Santuário como lugar de culto.

Perto da gruta, há uma fonte com sete bicas que segundo a lenda popular afirma, confer um ano para que a pessoa que beba por todas as suas bicas case (algumas pessoas dizem que o resultado é garantido, se a deglutição da água for feita sem respirar até que se beba água de todas as bicas).

O Mosteiro de San Pedro, que se acredita que foi fundado por Alfonso I, é um edifício românico que conserva algumas de suas paredes originais. No século XVII, foi construido o novo edifício de plano rectangular com dois níveis. Em 1687 houve uma nova renovação do mosteiro barroco modificando-lhe a fachada e mais tarde outra reforma modificou a nave principal, colocando madeira no soalho.

O Santuário de Covadonga, um local de peregrinação para todos os cristãos é sem dúvida um local que não se deve deixar de visitar. A Nossa Senhora na caverna, a Basílica na colina Cueto, e a beleza da paisagem em torno do santuário, dentro do parque nacional, torna a visita a este local um momento único e uma experiência que nunca se esquece...

Fonte: Wikipédia.org / http://www.spain.info/


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