Genève

Genève (Genebra) é a segunda maior cidade da Suíça (após Zurique), situada na margem oeste do lago Léman (Lac de Genève, Lac Léman, Genfersee ou Genfer See), junto ao local onde o rio Ródano se desvia para França.

É uma cidade dividida pela água, a capital do cantão francófono e também a sua maior urbe. É a sede de mais de 200 organizações internacionais e o seu belo lago Léman, é o maior lago natural da Europa Ocidental.
Traços arqueológicos com 12.000 anos já atestavam a existência de uma população no local, onde hoje se situa Genève. Dirigida, durante a Idade Média, por um príncipe, acabou por ser englobada nos domínios da Casa de Sabóia, da qual se tornou independente em 1536.

A partir de 1536, a história da cidade de Genève passa a estar associada com a história da Reforma Protestante no espaço cultural francófono. Genève ganhou então o cognome de "Roma protestante" ou "a cidade de Calvin".
Em vez de se unir a Savóia, que permanece associada ao catolicismo, Genève vai acabar por optar por orientar-se pelas outras cidades da confederação, entre as quais Berna, hoje capital da Suiça.

O líder protestante francês Jean Calvin instalou-se em Genève pela primeira vez em 1536 e definitivamente em 1541. Pregou nesta cidade, tendo-a tornado um bastião da Reforma. Calvin faleceu em Genève em 1564 e a partir de 1536, Genebra passou a ser local de refúgio da maioria dos protestantes europeus.
A Roma Protestante, como passou a ser conhecida, atraiu refugiados reformistas oriundos de outros países europeus, muitos deles possuidores de fortunas que contribuíram para o seu rápido desenvolvimento.

No decorrer do século XVI, esta urbe transforma-se num importante centro comercial. Após ter sido, durante pouco tempo, sucessivamente uma república independente e até um território francês, aderiu, em 1815, à Confederação Helvética.
Genève, juntamente com Neuchâtel e Waadtland são as poucas cidades das regiões de língua francesa onde a Reforma Protestante teve assento, com reformadores como Guillaume Farel, Théodore de Bèze e sobretudo o próprio Calvin.

Terra de asilo internacional, Genève tem recebido, através dos séculos, sucessivas ondas de refugiados que têm contribuído também para o seu desenvolvimento.

Hoje é uma cidade internacional, com mais de 40% de residentes estrangeiros, uma espécie de grande caldeirão, aberto a todas as culturas, de todas as origens... Além disso, Genève, tem também um enorme poder de integração, onde rapidamente os estrangeiros se sentem em casa.

Genève é uma das principais cidades da Suiça, que por estar no centro da Europa, é muito usada para negociações internacionais e para a realização de conferências e congressos de todo o mundo. Estas trocas constantes de ideias e interesses, contribui para o seu dinamismo, a sua abertura ao mundo e o seu enorme sentido cosmopolita.

As praias do lago de Genève atraem invasores há milénios e nos dias de hoje, visitantes de todo o mundo. A cidade é perfeita para ser explorada a pé ou de bicicleta e com facilidade podemos aventurarmo-nos pela cidade.


A melhor parte de qualquer dos itinerários da cidade, deve ser a visita às margens do lago de Genebra (Léman), com o seu famoso géiser artificial, o seu belo relógio de flores no Jardim Inglês, a Catedral de São Pedro, o Muro dos Reformadores, a Place Neuve e o local da criação das Nações Unidas.


O apego às tradições e a renovação constante, são basicamente a força da cidade. A cordial e bela cidade de Genève estende-se pela margem oeste do lago, emoldurada por altos montes cobertos de neve, criando um cenário espectacular por toda parte, para onde o olhar vaguear.


Fonte: Wikimedia.org

A caminho da Suiça



Saímos de Avignon ao final da tarde e tomámos o rumo determinado de Genève, na Suíça. Já chegámos tarde, pelas 2h30 da madrugada e mesmo assim fomos fazer o reconhecimento habitual da cidade.

Escolhemos para lugar de pernoita o paredão, na margem sul do lago Léman, com a autocaravana voltada para a cidade. Era nossa intenção deixar-mos a visita á cidade, não para o dia seguinte, mas sim para uma segunda estadia na cidade, programada para o final da nossa viagem à Suíça.

Assim encontrámos Genève com calor tropical, na "altura em que a flores dão lugar á neve, patos e gaivinhas acompanham a comida que lhes damos entre rochedos, e que Deus lhes deve. Através do géiser ao longe percorre-se a marginal e chegados à sua beira ficamos com simples sandes de preço que mesmo em francos se leva a mal." (in CoaBreca)

Por isso, esta primeira passagem pela cidade não foi muito demorada, não passando de uma boa e segura pernoita, um acordar demorado e relaxante e um caro e vulgar almoço numa esplanada na margem do lago Léman, a ver bem de perto o géiser, símbolo da cidade.

Após o almoço e depois de uma sessão de fotos, algumas delas feitas à nossa família, por dois jovens executivos portugueses que ali estavam a negócios, seguimos viagem.

"Antes disto, dois portugueses de fato direito e expressão lisa capturam-nos num flash com cisnes à vista. Na marginal acordamos e através dela continuámos travados por um stop do lado direito em que um relógio de ajardinado diferente mês a mês conta também trazer gente.” (in CoaBreca)

A cidade preparava a grande Feira de Genève, que todos os anos tem início no primeiro de Agosto, dia nacional da Suíça e que nós pretendíamos visitar na volta.

A visita ao Palácio Papal de Avignon


Depois de acordarmos junto ao rio Ródano, fomos almoçar ao restaurante do parque de campismo ali perto, a ver do outro lado do rio, o Palais des Papes, que nesse dia queríamos visitar.

Após o almoço, pegámos nas bicicletas e lá fomos nós para a cidade de Avignon, que como em todos os dias do Festival, se encontrava com um trânsito infernal e repleta de uma amalgama de visitantes, misturados com actores de rua, ou cada grupo por seu lado, actuando ou assistindo aos espectáculos, por toda a cidade.

Dirigimo-nos então para o o Palais des Papes, que nesses dias tem menos gente que o habitual. A visita ao palácio começou com a passagem pela porta do palácio de Champeaux, a entrada principal do pontificado de Clemente VI.

Após o cruzar a sala da guarda (actual bilheteira) e do pequeno "Hall da Audiência", onde funcionava o tribunal e onde nos dias de hoje são entregues os guias turísticos de áudio, chega-se à sala do Tribunal de Honra, que se abre por três portas, a porta de Champeaux, de Peyrolerie e de Notre Dame.

As alas Leste e Norte mostram a simplicidade do antigo palácio de Bento XII, enquanto as do Oeste e Sul, são amplamente abertas ao exterior, com janelas decoradas com esculturas esculpidas em baixo relevo e molduras que reflectem o gosto de Clemente VI e de seu mestre de obras, Jean de Louvre.

Para Leste do pátio, uma porta dá acesso à “Fazenda Grande” do Velho Palácio, onde eram realizados os serviços financeiros e que abrigam hoje parte do Museu de Avignon. O Tesouro estava ao lado, na ala Sul e em seus cofres subterrâneos, abrigou outrora, moedas, objectos de ouro, etc.

Ao tomar a escada dentro da sala da “Fazenda Grande”, entra-se na sala de Jesus, uma espécie de antecâmara, onde os cardeais estavam à espera do Papa, antes deste entrar no consistório. Em seguida, mais ao sul, encontra-se a ala de Chamberlain e ali se encontra a sala do colaborador mais próximo de Bento XII, cujo apartamento revela uma estratigrafia e complexa decoração de paredes pintadas.

Depois é a vez da sala Pontifícia, que serviu ao Papa para vestir os seus ornamentos antes da sua entrada para o Consistório. A sala seguinte encontra-se no piso térreo da ala oriental e era destinada à vida oficial da Cúria (corte do Papa). Neste local, recebiam-se reis, embaixadores e pessoas importantes e hoje abriga o arquivo de frescos do pórtico de Notre-Dame des Doms. Ela dá acesso a Leste, à capela pintada por Matteo Giovannetti.

Depois chega-se ao claustro, que é o coração do antigo palácio. Ao Norte, fica a Capela Grande de Bento XII e na ala Sul encontra-se a sala do Conclave (uma sala de recepção), com espaços fechados para os visitantes.

Na escada do claustro, chega-se ao Tinel, também uma sala de recepção, onde se realizavam as festas papais e onde também se realizavam os conclaves. Esta sala faz fronteira a Norte com a cozinha. A leste, uma porta dá acesso à capela de Saint-Martial, onde Matteo Giovannetti pintou nas paredes e no tecto, imagens da vida deste santo evangelista da região francesa de Limousin.

Ao Sul, encontra-se a sala de estar, antecâmara com espaços públicos e quartos privados. Esta sala era usada para plateias pequenas, onde oficiais de justiça estavam permanentemente montado guarda, à porta do quarto do pontífice.

Uma porta de vidro permite descobrir o quarto de recolhimento de Bento XII, o único espaço que preserva a arquitectura original do século XIV. Em seguida, este quarto dá acesso ao coração do apartamento papal e à sala do Conselho de Bento XII e de Clemente VI, localizada acima dos jardins, com um notável tecto pintado em 1343.

Em seguida, deve passar-se a “passagem de Peyrolerie”, que com as várias obras realizadas ou longo do tempo, perdeu a sua disposição original e seus muitos vãos de escadas para chegar à sacristia da Capela Clementine. Ela revela uma colecção de peças que evocam memórias do tempo das várias personalidades papais que estiveram em Avignon.

Cruzando a porta do Papa, entra-se na nave enorme e única da Capela Clementine. No outro extremo da capela, a partir de uma porta do séc. XVII, pode penetrar-se directamente na ala dos dignitários, começando com a Casa de Chamberlain e do Notariado. Ali uma escadaria contemporânea em metal, leva até o terraço, oferecendo um panorama extraordinário da cidade e seus arredores.
Depois da bela vista observada durante longo tempo, chegou a hora de se começar a descer e embora estivesse calor a descida oferecia um vento fresquinho que nos deliciou. Depois da maravilhosa vista observada por longo tempo passamos a porta da capela-mor, para uma galeria aberta, atravessando a zona da "Bênção de Indulgência", onde o Papa apaziguava a multidão de fiéis reunidos no pátio.

O pátio do palácio é bastante grande e quando o visitámos estava ocupado com uma estrutura em anfiteatro, onde são realizados os espectáculos de teatro do Festival d’Avignon, durante a noite, uma vez que o dia está destinado aos espectáculos de rua.
Depois de se passar pelo pátio amplo e luminoso, que dá acesso à sala mais solene do palácio, a sala da "Audiência Grande", que abrigava o Tribunal Apostólico e que nos oferece um belo fresco dos profetas, pintado numa abóbada alta a leste do salão.

No final da visita pode atravessar-se a sala da Escola de Artilharia e de Teologia que está hoje ocupada por uma loja de iguarias da região de Avignon e uma loja de recordações.

Nesta visita o Palais des Papes só nos revela 40% da sua área. O resto do palácio abriga hoje, o Museu de Avignon, os arquivos do departamento de Vaucluse e o Centro Internacional de Convenções.

O Palais des Papes

A principal atracção de Avignon é sem dúvida nenhuma o Palais des Papes (Palácio dos Papas), um castelo de grande e significativa importância histórica, religiosa e arquitectónica, sendo um dos maiores e mais importantes edifícios góticos medievais da Europa.

O Palais des Papes é o símbolo da influência da Igreja do Ocidente cristão, no século XIV. Construído em 1335, em menos de vinte anos e é principalmente o resultado do trabalho de dois papas construtores, Bento XII e seu sucessor Clemente VI.

Avignon foi o lar dos papas a partir de 1309, que fugiam do caos violento de Roma. O Palácio foi construído entre 1335 e 1364 num afloramento rochoso natural, no extremo norte de Avignon, com vista sobre o rio Ródano. O local foi anteriormente ocupado pelo antigo palácio episcopal dos bispos de Avignon.

O Palais des Papes foi construído em duas fases principais, com dois segmentos distintos, conhecido como o Vieux Palais (Palácio Velho) e Neuf Palais (Novo Palácio). Na época da sua conclusão, ocupou uma área de 2,6 hectares. O edifício foi para a época, extremamente caro, consumindo muito do rendimento do papado durante a sua construção.

O Vieux Palais foi construído pelo arquitecto Pierre Poisson de Mirepoix a pedido do Papa Benedicto XII. O austero Papa tinha mandado arrasar o antigo palácio episcopal e substituí-lo por um edifício fortificado, muito mais centrado numa estrutura contra agressores.

Sob os mandatos dos Papas Clemente VI, Inocêncio VI e Urbano V, o palácio foi ampliado para formar o que é hoje é conhecido como Neuf Palais. Jean de Louvre foi o arquitecto escolhido por Clemente VI, para construir uma nova torre e os edifícios adjacentes, incluindo uma grande capela de 52m de comprimento, para servir como local de culto papal.


Mais duas torres foram construídas sob as ordens de Inocêncio VI e Urbano V, que completaram o pátio principal (conhecido como o Tribunal d'Honneur) com outros edifícios. O interior do edifício foi sumptuosamente decorado com frescos, tapeçarias, pinturas, esculturas e tectos em madeira.

Os papas de Avignon partiram voltando a Roma em 1377, mas isso levou ao Cisma Papal, durante o qual os anti-papas Clemente VII e Bento XIII, fizeram de Avignon a sua casa até 1408. O último ficou preso no Palais, durante dez anos, após ter sido cercado em 1398. O edifício permaneceu nas mãos das forças anti-papais mais alguns anos, mas foi devolvido às autoridade papais, em 1433.


Embora o Palais permanece-se sob controlo papal por mais de 350 anos, foi-se deteriorando gradualmente, apesar de uma primeira restauração em 1516. Quando a Revolução Francesa eclodiu em 1789, já estava em muito mau estado, quando foi ocupado e saqueado por forças revolucionárias. Em 1791, tornou-se o cenário de um massacre de contra-revolucionários, cujos corpos foram atirados da Torre des Latrinas no Vieux Palais.

O Palácio foi posteriormente adquirido pelo Estado francês na época de Napoleão, para uso como quartel militar e prisão. Embora fosse muito danificado pela ocupação militar, quando os frescos foram cobertos e em grande parte destruídos, ironicamente esta ocupação garantiu a sobrevivência física do edifício. Ele só foi desocupado em 1906, quando se tornou um museu nacional.

A maior parte do Palais, está agora aberto ao público, que também abriga um grande centro de convenções. Apresenta-se ao visitante com mais de vinte salas visitáveis, incluindo os aposentos privados do Papa e maravilhosos tectos, com frescos executados pelo artista italiano Matteo Giovannetti.

O monumento também oferece aos visitantes eventos culturais regulares, que ali são realizadas durante todo o ano, como exposições temáticas e visitas educacionais temáticas.

Durante o Verão, uma grande exposição de arte ocupa a capela-mor, enquanto os espectáculos de teatro, dança e outras performances do Festival de Avignon, criado por Jean Vilar em 1947, que acontece durante três semanas em Julho, ocupam o pátio do palácio, onde é montado um grande anfiteatro.

Fonte: sacred-destinations.com

O Assédio Moral no Trabalho

Depois de muitos anos de carreira, cheguei a algumas conclusões em relação a certos colegas de trabalho. Não entendam “meus colegas de trabalho” e sim todos os que trabalham em grupo em qualquer instituição, seja pública ou privada.

Conhecido como bajulador, galanteador ou sabe tudo, tem geralmente um perfil cultural sofrível, para não dizer ridículo, tem muita dificuldade para as tarefas que necessitam de habilidades mínimas e básicas, mas apresenta-se a todos como um entendido em todas as áreas de conhecimento. Está sempre de plantão no meio das fofocas, não perde nenhuma notícia e nenhum detalhe.

Participa sem ser chamado em conversas sobre decisões, ouve escondido ou indaga como quem não quer nada e imediatamente corre às chefias para contar o sucedido.

Jamais se deve subestimar ou menosprezar a capacidade de um adulador, pois ele está sempre pronto a infernizar a vida de um colega de trabalho. O que desencadeia a sua agressividade e sua conduta é geralmente o receio pelos êxitos e méritos dos demais.
Entre o adulador e os seus superiores, existe uma falsa relação de amizade, aparentemente amigável, duradoura, que por vezes chega até a causar alguma inveja a alguns dos seus colegas mais ingénuos, que inocentemente lhe confidenciam tudo, com medo de perder essa tão importante amizade.

Depois de muitos anos descobri que o adulador tem características de serpente expulsa do paraíso nos tempos de Adão e Eva, a considerar pela condenação de rastejar eternamente aos pés do chefe e a procurar perscrutando a própria identidade perdida.

O adulador é como um tumor maligno, causa sofrimento e desalento prematuro nas pessoas mais susceptíveis e é difícil de exterminar. A cada dia aparecem mais e mais, como uma praga e pelo que tudo indica e leva a crer, sobreviverá ao próprio “fim do mundo”.

Consegue-se acabar com os ratos, ratazanas, baratas e outras pragas nocivas à saúde de todos nós, mas de nada adianta tentarmos acabar com os aduladores, eles sobrevivem a tudo. Acaba-se com um, há outros dez esperando para tomar o lugar do outro.

São verdadeiras víboras, serpentes peçonhentas, bactérias patogénicas em constante processo de infecção dos espaços de trabalho.

Por vezes o adulador consegue até pequenos cargos de chefia, mas nunca galgará posições de verdadeiro comando. Mas quando por cunha ou pagamento de serviços o consegue, vive cheio de dúvidas e disfarçadamente, às escondidas, pergunta tudo e depois assume a autoria dos resultados obtidos e ainda diz que não precisa de ninguém.

Teóricos e estudiosos do tema, alertam para que sejamos prudentes com esse tipo asqueroso que vive arquitectando armadilhas para tentar destruir os colegas de trabalho com quem, sem razão aparente, não simpatizem ou invejem.

O adulador não tem carácter, vive de sala em sala, de grupo em grupo, metendo-se em tudo, sempre perdido na selva do trabalho, capaz de descontrolar a própria bússola. Não vive a vida dele, mas tem como intuito tentar meter-se na vida dos outros e quando se dedica a algum projecto, com certeza, será para aprimorar os métodos de bajulação.

Observadores do comportamento humano e relações no trabalho descobriram nestes anos passados que o sofrimento causado pela humilhação e injustiça cometida a inúmeros funcionários e trabalhadores honestos, competentes e inteligentes, tem como causa o conhecido Assédio Moral.


Fonte: J. Notariano

Ver: http://www.sinasefe.org.br/Cartilha_AssedioMoral.pdf

Avignon

“É um erro crasso julgar que Avinhão se reduz a Picasso. Nas suas viscerais muralhas se confirma as senhoras de Avinhão na sua Zone Rouge sem coração.

Pelas entranhas da cidade se exibem cartazes que se julgam enfeites em dias fugazes de agitação e festa devido a festival sobre tudo o que se achem capazes. Como pecado seria usar cola em paredes cuidadas faz-se da publicidade literatura de cordel fazendo da anarquia ponte para a poesia.

Depostos os papas ficam as imperiosas recordações das artes que trazem gentes curiosas detodas as partes, com enfado de salas vazias em que vozes em desordem num phone nos lembram que a mesa mais pequena não é só para o rei, e tudo acaba com um sorriso desenhado num livro de visitas que mostra que por ali passei.” (Coabreca)

Avinhão (Avignon) é uma cidade do Sul de França que durante vários anos foi a residência dos Papas da Igreja Católica. Está situada na margem esquerda do rio Ródano. a 80 km a noroeste de Marselha.

Avignon, a capital económica, administrativa e cultural da Provença é uma das cidades mais activas e bonitas de França. Graças ao seu património arquitectónico e artístico, esta antiga cidade é um dos conjuntos góticos mais importantes da Europa.
Habitada desde o tempo dos Celtas, é famosa por se ter convertido na residência dos Papas em 1309, quando se encontrava sob governo dos reis da Sicília pertencentes à casa de Anjou.

Em 1348, o Papa Clemente VI, conseguiu o domínio da cidade por dádiva da rainha Joana I da Sicília e permaneceu como propriedade papal até 1791, quando foi incorporada ao resto de França durante a Revolução Francesa.

A partir dai a cidade ficou conhecida como a “Cidade dos Papas”. A cidade murada de Avignon foi a casa de sete papas ao longo do século XIV, que protegiam seu território papal através da construção de fortificações.

A cidade encanta os visitantes com suas ruas antigas, as muralhas medievais e a sua arquitectura monumental. O centro da cidade é cercado por um longo muro medieval de 4 quilómetros. As muralhas da cidade, em bom estado de conservação, foram construídas pelos Papas imediatamente a seguir da mudança de residência para este lugar.

O palácio papal, o Palais des Papes, é um enorme edifício gótico com muros de 5 a 5,5 m de espessura, que foi construído no séc. XIV, entre 1335 e 1364 e fez da cidade de Avignon a capital do mundo cristão.

Depois de regressar a Roma a corte papal, o palácio foi utilizado como quartel e actualmente é um museu rico e muito visitado.

A cidade dos Papas revela-se a Picasso em 1914. A sua história e os seus numerosos museus embalam-na artisticamente. Uma suave história de Picasso com a Provença é iniciada em 1912, sob o charme estival de Sorgues (cidade vizinha de Avignon), na companhia do seu amigo Braque, que com ele criou o cubismo.

Outro ponto de interesse em Avinhão é a ponte sobre o rio Ródano, da qual só restam quatro arcos dos 22 que inicialmente tinha. A ponte, famosa por uma canção infantil francesa ("Sur le pont d'Avignon") foi construída entre 1171 e 1185, com sucessivas reconstruções. Finalmente, depois de uma forte cheia do Ródano em 1660, a ponte ficou nas condições que apresenta actualmente.

A cidade de Avignon é também sinónimo de festival de arte, que ocorre todos os anos nas últimas três semanas de Julho. A cidade é nestas semanas, palco anual de um importante festival de teatro, realizado desde 1947.

Este “Festival de Verão” mundialmente famoso, trás à cidade inúmeros grupos de teatro amador e profissional e é por si só um acontecimento extraordinário, sendo considerado como um dos mais importantes festivais de teatro do mundo. O festival atrai centenas de milhares de visitantes todos os anos, que vêm desfrutar de teatro, dança, cinema e várias performances de rua.

O seu imenso Palácio gótico e o seu festival anual, fazem desta cidade, uma cidade verdadeiramente inesquecível.

A nossa visita à cidade, coincidiu com os dias em que decorria o já celebre Festival d'Avignon, que é caracterizado por demonstrar a vitalidade das artes do espectáculo ao vivo. Este ano apresentou 42 shows, dos quais três quartos foram estreias, tendo o público aderido a 94% da capacidade total das salas de espectáculo.

Nestes dias na cidade encontra-se cheia de visitantes, cheia de panfletos publicitários relativos aos grupos de teatro presentes no festival, os estacionamentos e o tráfego de Avinhão ficam saturados, a cidade fica muito movimentada e conduzir em Avinhão nesta altura, é uma experiência caótica.
Durante os festivais de arte é impossível conseguir um quarto sem reservar com meses de antecedência, no entanto a visita á cidade nesta época é sem qualquer dúvida muito enriquecedora.

Fonte: Wikipédia