Após o almoço, pegámos nas bicicletas e lá fomos nós para a cidade de Avignon, que como em todos os dias do Festival, se encontrava com um trânsito infernal e repleta de uma amalgama de visitantes, misturados com actores de rua, ou cada grupo por seu lado, actuando ou assistindo aos espectáculos, por toda a cidade.
Dirigimo-nos então para o o Palais des Papes, que nesses dias tem menos gente que o habitual. A visita ao palácio começou com a passagem pela porta do palácio de Champeaux, a entrada principal do pontificado de Clemente VI.
Após o cruzar a sala da guarda (actual bilheteira) e do pequeno "Hall da Audiência", onde funcionava o tribunal e onde nos dias de hoje são entregues os guias turísticos de áudio, chega-se à sala do Tribunal de Honra, que se abre por três portas, a porta de Champeaux, de Peyrolerie e de Notre Dame.

As alas Leste e Norte mostram a simplicidade do antigo palácio de
Bento XII, enquanto as do Oeste e Sul, são amplamente abertas ao exterior, com janelas decoradas com esculturas esculpidas em baixo relevo e molduras que reflectem o gosto de
Clemente VI e de seu mestre de obras,
Jean de Louvre.
Para Leste do pátio, uma porta dá acesso à “Fazenda Grande” do Velho Palácio, onde eram realizados os serviços financeiros e que abrigam hoje parte do Museu de Avignon. O Tesouro estava ao lado, na ala Sul e em seus cofres subterrâneos, abrigou outrora, moedas, objectos de ouro, etc.

Ao tomar a escada dentro da sala da
“Fazenda Grande”, entra-se na sala de
Jesus, uma espécie de antecâmara, onde os cardeais estavam à espera do
Papa, antes deste entrar no consistório. Em seguida, mais ao sul, encontra-se a ala de
Chamberlain e ali se encontra a sala do colaborador mais próximo de
Bento XII, cujo apartamento revela uma estratigrafia e complexa decoração de paredes pintadas.
Depois é a vez da sala
Pontifícia, que serviu ao
Papa para vestir os seus ornamentos antes da sua entrada para o Consistório. A sala seguinte encontra-se no piso térreo da ala oriental e era destinada à vida oficial da
Cúria (corte do Papa). Neste local, recebiam-se reis, embaixadores e pessoas importantes e hoje abriga o arquivo de frescos do pórtico de
Notre-Dame des Doms. Ela dá acesso a Leste, à capela pintada por
Matteo Giovannetti. 
Depois chega-se ao claustro, que é o coração do antigo palácio. Ao Norte, fica a Capela Grande de
Bento XII e na ala Sul encontra-se a
sala do Conclave (uma sala de recepção), com espaços fechados para os visitantes.
Na escada do claustro, chega-se ao Tinel, também uma sala de recepção, onde se realizavam as festas papais e onde também se realizavam os conclaves. Esta sala faz fronteira a Norte com a cozinha. A leste, uma porta dá acesso à capela de Saint-Martial, onde Matteo Giovannetti pintou nas paredes e no tecto, imagens da vida deste santo evangelista da região francesa de Limousin.

Ao Sul, encontra-se a sala de estar, antecâmara com espaços públicos e quartos privados. Esta sala era usada para plateias pequenas, onde oficiais de justiça estavam permanentemente montado guarda, à porta do quarto do pontífice.
Uma porta de vidro permite descobrir o quarto de recolhimento de Bento XII, o único espaço que preserva a arquitectura original do século XIV. Em seguida, este quarto dá acesso ao coração do apartamento papal e à sala do Conselho de Bento XII e de Clemente VI, localizada acima dos jardins, com um notável tecto pintado em 1343.

Em seguida, deve passar-se a
“passagem de Peyrolerie”, que com as várias obras realizadas ou longo do tempo, perdeu a sua disposição original e seus muitos vãos de escadas para chegar à sacristia da C
apela Clementine. Ela revela uma colecção de peças que evocam memórias do tempo das várias personalidades papais que estiveram em
Avignon.
Cruzando a porta do Papa, entra-se na nave enorme e única da Capela Clementine. No outro extremo da capela, a partir de uma porta do séc. XVII, pode penetrar-se directamente na ala dos dignitários, começando com a Casa de Chamberlain e do Notariado. Ali uma escadaria contemporânea em metal, leva até o terraço, oferecendo um panorama extraordinário da cidade e seus arredores.

Depois da bela vista observada durante longo tempo, chegou a hora de se começar a descer e embora estivesse calor a descida oferecia um vento fresquinho que nos deliciou. Depois da maravilhosa vista observada por longo tempo passamos a porta da capela-mor, para uma galeria aberta, atravessando a zona da
"Bênção de Indulgência", onde o
Papa apaziguava a multidão de fiéis reunidos no pátio.
O pátio do palácio é bastante grande e quando o visitámos estava ocupado com uma estrutura em anfiteatro, onde são realizados os espectáculos de teatro do Festival d’Avignon, durante a noite, uma vez que o dia está destinado aos espectáculos de rua.

Depois de se passar pelo pátio amplo e luminoso, que dá acesso à sala mais solene do palácio, a sala da
"Audiência Grande", que abrigava o
Tribunal Apostólico e que nos oferece um belo fresco dos profetas, pintado numa abóbada alta a leste do salão.
No final da visita pode atravessar-se a sala da Escola de Artilharia e de Teologia que está hoje ocupada por uma loja de iguarias da região de Avignon e uma loja de recordações.

Nesta visita o
Palais des Papes só nos revela 40% da sua área. O resto do palácio abriga hoje, o
Museu de Avignon, os arquivos do departamento de
Vaucluse e o
Centro Internacional de Convenções.
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