O Verkehrshaus, o Museu dos Transportes de Lucerne

A tarde do segundo dia em Lucerne, foi destinada à visita ao Museu dos Transportes. O Verkehrshaus, o museu dos transportes de Lucerne é um dos principais atractivos de Lucerna e ficava mesmo ali perto do local onde estava estacionada a nossa AC.
O museu Verkehrshaus der Schweiz de Lucerne, abrange quase todos os tipos de veículos motorizados, desde a mais primitiva motoreta à última nave espacial. Carros antigos, com modelos de referência, que podem ser vistos numa espécie de silo para carros e se não se tiver pressa, podemos assistir ao desfilar de uma enorme variedade de modelos da 2ª Revolução Industrial (início do séc. XX), onde se pode observar o primeiro carro comercializado, com carroçaria Benz e motor Wagen, passando pelo Ford T (1º carro saido da produção em série, inventada por Henry Ford), até aos modelos comerciais e desportivos dos anos 60, 70 e 80.

Este vasto complexo é dedicado a habilidade da engenharia suíça, que o tem mantido com interesse ao longo do tempo. Para o visitar com alguma organização, é necessário pedir o plano geral do museu que pode ser obtido no balcão à entrada.
O museu é dividido em grandes e várias áreas, tendo uma sala para os Transportes Rodoviários, outra sala para os Transportes Ferroviários, outra para a Aviação e a Astronáutica, outra para os Teleféricos ligados ao Turismo, com as engenhosas vias-férrias de cremalheira, e assim por diante... Tudo se encontra explicado em alemão e Inglês e se este museu é interessante para qualquer adulto, para as crianças é o sétimo céu.

A área destinada à secção dos comboios, possui dezenas de enormes e antigas locomotivas, a vapor e outras e a sala tem aquele cheiro característico a óleo, evocativo do passado. Ali pode também ver-se uma excepcional e bem representada escavação do túnel de São Gotardo, dramatizada em slides com banda sonora.

A secção destinada aos transportes náuticos e aos aviões é enorme e possui além de vários modelos de pequenos aparelhos, também lá se podem ver grandes aeronaves, bem como simuladores de voo e uma torre de controlo de aeroporto.

A secção dedicada às descobertas espaciais inclui uma viagem virtual no Cosmorama, uma viagem interactiva, em que os mais arrojados entram numa cápsula que os leva em viagem ao cinturão de asteróides, no “espaço”.
Há também uma ampla secção dedicada à comunicação, um Planetário excelente e uma sala cinema IMAX. Situada num gigantesco edifício, faz a projecção de filmes muito interessantes em 3D.

Há vários filmes à escolha, que se pagam em separado e que são projectados num grande anfiteatro, nas paredes de uma sala circular. Também abriga em anexo, um museu dedicado ao aclamado artista do século de Lucerne, Hans Erni.
Há saída do museu, houve tempo de sobra para um descansado lanche na esplanada do Verkehrshaus, para depois seguirmos caminho para os lagos que servem a zona de Interlaken.

Lucerne a cidade maravilhosa

O lugar escolhido para as pernoitas e para o estacionamento da nossa AC em Lucerne, foi um recatado e silencioso parque de estacionamento perto da AS da cidade, que se encontrava superlotada e que se situava perto do Verkehrshaus, o famoso museu dos Transportes da cidade que fica na periferia da cidade.
As deslocações para a cidade foram feitas de bicicleta, o que nos proporcionou passeios de autêntico prazer pelas magníficas margens do lago dos Quatro Cantões. No entanto essas deslocações podem também ser feitas por barco, uma vez que a zona é servida por um ancoradouro com ponto de paragem para os elegantes barcos suíços que cruzam os lagos e que nos levam até à Cidade Velha de Lucerne.
Lucerna está idealmente situada no coração histórico e paisagístico do País e é inquestionavelmente uma das cidades mais encantadoras da Europa e quanto a mim, a mais bonita cidade Suíça.

Lucerna também tem o mérito adicional de estar no regaço de algumas das mais deslumbrantes montanhas suíças e a sua fama como estância turística é mantida de ano para ano, por uma escolha incrível de atracções e actividades.

A cidade está localizada nas pitorescas margens do Lago dos Quatro Cantões ou Lago de Lucerne e é cercada por uma paisagem alpina verdadeiramente idílica. Um agradável passeio pelas margens do lago, onde o vento se faz sentir ameno e a visita à encantadora Cidade Antiga, que atravessou séculos de história, são absolutamente imperdíveis.

Assim a cidade tem um lugar notável no extremo noroeste do lago de Lucerna, onde o rio Reuss retoma o seu curso. Gozando de uma revigorante vista para a montanha, cruzeiros no lago e a sua pitoresca zona antiga, Lucerne, Luzern ou Lucerna é uma das cidades turisticamente mais fortes da Europa.

Outrora uma simples vila de pescadores, esta encantadora cidade é atravessada pelo rio Reuss, na borda ocidental do Lago Lucerna e é hoje uma excelente base para muitas excursões na Suíça montanhosa.

A fundação da cidade de Lucerne perde-se na história. O nome da cidade provavelmente deriva da palavra celta “lozzeria”, que significa "uma solução em terreno pantanoso", que é como Lucerne se encontrava em meados do século oitavo, quando ali só existia um pequeno mosteiro beneditino, sob o controle da Abadia alsaciana de Murbach.
Quando a rainha Vitória chegou a Lucerne para umas férias em Agosto de 1868, a cidade já era sobejamente conhecida. O turismo é no entanto hoje, a principal fonte de rendimento da cidade, que mesmo assim tem conseguido manter todo o seu encanto.

Embora seja uma cidade relativamente pequena, para a conhecermos bem, é necessário pelo menos um par de dias, para se explorar a cidade e se poder visitar alguns dos seus museus de grande qualidade.

O museu Picasso e o Verkehrshaus, o seu impressionante Museu dos Transportes, são imperdíveis. Imperdível também, é o caminhar sobre as muralhas medievais ou mesmo explorar as ruas de paralelepípedos, com pátios e jardins escondidos, não esquecendo o refrescante, revigorante e saboroso passeio pelas margens do lago.

As margens do rio estão cheias de praças medievais, com igrejas e capelas, bem como casas seculares, decoradas exteriormente com lindos frescos com figuras e flores.

O centro de Lucerna é uma zona pedonal, com muitas ruas empedradas, cercada por casas, lojas e hotéis com fachadas pintados em estilo medieval ou simplesmente decorados com flores. Acima da cidade velha, estendem-se as muralhas da cidade original, de onde se pode admirar o esplendor e a variedade da paisagem.

A cidade possui uma vivacidade que desmente a sua idade e uma das suas principais atracções é sem dúvida a passagem para a outra margem, do rio Reuss pela famosa ponte medieval, a “Ponte da Capela” (Kapellbrücke), que constitui a trave mestra da paisagem urbana de Lucerne e é considerada, uma das mais antigas pontes de madeira cobertas na Europa, construída no século XIV.
Mas Lucerne não é uma peça de museu. A cidade possui muitos jovens, tem muitos cafés e nos finais de semana a sua avenida principal, a Pilatusstrasse, enche-se de jovens e de pessoas de todas as idades.

Um passeio bicicleta pelas margens do seu belo lago, a subida até ao monte Pilatus que se eleva acima da cidade, a sua fabulosa arquitectura medieval ou mesmo a actual arquitectura contemporânea, ou pela sua vida nocturna, a cidade tem o condão de deixar quem a visita absolutamente fascinado...

Fonte: Travel Guide/myswitzerland.com

O dia em Zurique

A manhã e o início da tarde foram passados junto do lago Zurique. Vale a pena caminhar na beira do lago que deu o nome à cidade. Lá almoçámos e nos espreguiçámos ao sol, que naquele dia estava bem quente. Depois pegámos na AC e dirigimo-nos para o Kunsthaus Zürich.

O Kunsthaus Zürich é um dos museus de arte mais importantes da Suíça e até da Europa, com colecções a partir da Idade Média até à arte contemporânea com ênfase na arte suíça.

A entrada no museu é gratuita aos dias feriados e domingos e todos os dias para pessoas de até aos 16 anos de idade. Pois é… Apesar de ser uma das cidades mais caras da Europa, também oferece passeios e atracções gratuitas para os seus visitantes.

Este museu de artes abriga sessões dedicadas ao escultor e pintor surrealista suíço Alberto Giacometti e uma grande colecção de arte do século XX produzida nos EUA, além de pintura flamenga e obras de Picasso, Anselm Kiefer, Cézanne, Van Gogh, Monet e Munch.

É o melhor museu de Zürich e na melhor tradução possível, é a casa da cultura da cidade. É um pouco complicado perceber a organização das colecções, pois tudo se mistura. É uma visão bem particular de arte, que coloca as obras de velhos mestres numa sala com um Ernesto Neto a poucos metros. Mas há guias áudio que ajudam bastante para quem tem muito tempo para a visita.

Possui a maior colecção de Munch que já vi em minha vida. Contei uma dúzia de obras numa sala dedicada só a este grande mestre da pintura universal. Há também um grupo significativo de obras de Claude Monet e Marc Chagall. Podemos também deleitar-nos com Dali, Rodin e outros. Possui dois painéis gigantescos do Monet, e para quem gosta de Monet é um verdadeiro prato cheio.
Entre as modernas tendências artísticas representada por Fischli/Weiss, Twombly, Beuys, Polke e Baselitz os visitantes podem descobrir uma grande variedade de obras PopArt.

As colecções relativas aos velhos mestres é bastante completa, contando com Veronese, Rembrandt, Van Dyck, Petter de Hooch... A parte relativa a arte contemporânea é muito interessante, com muitos e lindos Chagall, vários Lichtenstein, Margrite, Picasso, Cy Twombly e até um Ugo Rondinone.
Tenho visitado muitos museus, mas este é sem dúvida um dos meus favoritos. Estivemos dentro do museu bastante tempo, mais do que esperávamos, mas o tempo que lá estivemos foi de autentico prazer. A visita proporciona um verdadeiro tumulto dos sentidos, tantas são as surpresas lá encontradas…

Após esta visita demorada ao museu Kunsthaus Zürich, estivemos bastante tempo na esplanada do museu, já no exterior do museu, para sentirmos bem a ambiência da cidade. Depois fomos até mais a baixo para junto do rio, para a partir daí podermos com maior facilidade visitarmos a Cidade Velha, onde ficámos até ao final do dia, visitando a pé os pontos de maior interesse.

Há no entanto que referir que não se pode deixar de visitar a Bahnhofstrasse. Esta é a rua principal e a mais famosa de Zurique, também considerada uma das mais caras do mundo. Localiza-se em frente à saída principal da estação central de comboios da cidade e estende-se até o lago de Zurique.

Ali é possível encontrar lojas como Louis Vuitton e Channel, a famosa loja de brinquedos Franz Carl Weber, cafés e, é claro, muitos bancos. Não se deve perder uma paragem na Confeitaria Sprüngli, para fazer um lanchinho e experimentar o luxemburgerli (doce composto por dois pequenos biscoitos recheados com creme) e é claro comprar chocolates suíços.

Depois já noite serrada rumámos a Lucern, que quando chegámos nos esperava em sossego...
Fonte: Wikipédia

Zurique



Saímos de Berna já de noite e por isso decidimos ir até Zurique pela auto-estrada, porque de noite todos os gatos são pardos…

Surpreendeu-nos no caminho a quantidade de promiscuidade homossexual nas estações de serviço a caminho de Zurique e como já chegámos tarde à cidade, também nos surpreendeu a enorme quantidade de prostituição à entrada da cidade.

As cidades da Suíça junto aos lagos assemelham-se muito, em especial nas marginais junto dos lagos. À noite ainda mais se assemelham, em especial pela beleza da reflexão das cidades nos seus lagos.

A cidade é muito bonita à noite, apetecendo ficar e vaguear pela cidade iluminada. Junto ao rio, na rua que delimita o bairro antigo, também poderemos encontrar uma série de bons cafés e nos pequenos hotéis também se pode encontrar um bom piano bar. Este bairro é delimitado pelas traseiras da estação de comboio e pela margem do lago Zurique e estende-se pela encosta da montanha.

O lugar escolhido para a pernoita, foi um largo e sossegado parque de estacionamento junto do lago, onde a presença constante da policia se fazia sentir. Um local que na manhã seguinte se revelou muito concorrido pelos habitantes de Zurique para aí fazerem praia, nos pontões de embarque para barcos de recreio.

Zurique é a maior cidade da Suíça e que teve sempre um papel fundamental na sua história. A cidade situa-se no nordeste do país, no cantão alemão e é palco de um grande fervor cultural, com um ambiente cosmopolita e com muitas outras características das grandes cidades europeias.


Acredita-se que a origem do nome advém das línguas celtas, talvez da palavra Turus, até pelo facto dos Celtas terem colonizado aquela área pelo menos desde o ano 500 a.C. O nome atribuído à cidade pelos Romanos era Turicum.

A cidade foi destruída no século V pelos alamanos. Converteu-se em cidade imperial em 1218, entrando na Confederação Helvética em 1351 e obtendo grande importância, graças à aquisição de numerosos condados vizinhos e à grande prosperidade do seu artesanato têxtil.

Ulrico Zuínglio, introduziu a reforma protestante em Zurique a partir de 1519 e a cidade e o cantão foram governados pela rica burguesia protestante até à reforma liberal de 1830.

Zurique é o centro financeiro da Suíça e uma das bolsas de valores mais importantes da Europa. A alta finança e os grandes bancos suíços, tão importantes para a economia nacional, estão sediados em Zurique.

O caudaloso rio Limmat que se junta ao lago de Zurique, divide a cidade em duas metades. A parte oriental conhecida como Niederdorf, inclui a majestosa Catedral Grossmünster do século XIII, e tem muitos cafés e pequenas lojas.

A metade ocidental é a mais antiga da cidade e concentra-se à volta da Lindenhof, a plataforma que oferece uma excelente vista da cidade. Ali perto fica a igreja medieval, a Fraumünsterkirche com bonitos vitrais de Marc Chagall e a Städtische Verwaltung (Câmara Municipal).

Bahnhofstrasse é a ampla rua que vai dar à Estação Central e tem a fama de ser uma das ruas de comércio mais elegantes da Europa com várias joalharias e boutiques de grande classe.

Fonte: Wikipédia

A Negra Alma da Inveja


"Com a inveja e o ciúme, não há calma nem repouso para aquele que está atacado desse mal. Os objectos de sua cobiça, de seu ódio, de seu despeito, levantam-se diante dele como fantasmas que não lhe dão nenhuma trégua e o perseguem até no sono."

Allan Kardec


A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crónica na vida de uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem.

Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por consequência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia do depreciador: “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim, compenso meu complexo de inferioridade”.

O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detective da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.

Faz geralmente o género superior, quando na realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros o seu precário contacto com a felicidade.

A inveja sempre foi uma emoção subtilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.

A inveja, o despeito, o rancor e muitos outras formas de comportamento poderão quando utilizadas por pessoas de mau carácter ter efeitos desastrosos sobre os "espíritos fracos", e que se manifestam nos locais mais diversos, como o ambiente de trabalho, as grandes superfícies comerciais e até com muita frequência em reuniões sociais.

No entanto, deve referir-se que a maior das defesas é a nossa auto-confiança, a segurança nas nossas atitudes e comportamentos e muito especialmente e neste aspecto, convém ter bem presente que nunca devemos gabarmo-nos dos nossos êxitos, não falarmos mais do que o necessário e dentro do possível fazer uma selecção das pessoas com quem nos relacionamos.

Apesar de todos os cuidados, estamos rodeados de cargas negativas e contra elas temos de nos defender com tudo o que esteja ao nosso alcance, tendo bem presente que defendermo-nos não significa "atacar", e que se usarmos as mesmas armas a lei da "causa efeito" encarrega-se a seu tempo de nos castigar...

O passeio por Berna

Embora a noite tivesse decorrido sob trovoada e chuva forte, o dia amanheceu com um sol esplendoroso e a temperatura subiu bastante.

O acordar em Berna é como o acordar no campo, onde o silêncio se faz sentir, ouvindo-se passarinhos a cantar e o remexer da folhagem pelo vento. O rio corria mesmo ali ao lado, com um caudal impressionante.

O local escolhido para a pernoita, foi um simpático e sossegado parque de estacionamento, ensombrado por grandes plátanos, na Untertorbrücke, próximo da cidade antiga, onde as pessoas falando alemão, pareciam conhecer-se todas, pois cumprimentavam-se afavelmente quando se cruzavam.

Com muitas das suas ruas reservadas a peões e aos transportes públicos, a compacta Cidade Velha (Altstadt) de Berna, proporciona agradáveis passeios a pé ou de bicicleta, o nosso meio de transporte favorito, pois só assim poderemos apreciar as suas belas ruas medievais, com mais de 6 Km de arcadas, que albergam lojas e restaurantes de todo o tipo.


A Cidade Velha ficava ali próximo a cerca de 350 m, embora se tivesse que subir a colina para lá chegar. Percorremos todo o centro da cidade, sempre animado pelos transeuntes e turistas. Neste trajecto destaca-se a Gerechtigkeitsgasse, que se prolonga pela Kramgasse e depois pela Marktgasse.

Esta é a principal artéria da Cidade Velha. É uma rua comercial, que se estende de Este a Oeste, onde se encontram 5 das suas 11 fontes e as suas mais belas torres. A Zytologge, a torre do relógio, que era a porta Ocidental e a Kafigtum, a torre da prisão, que foi entre 1250 e 1350 a porta posterior. Esta artéria desemboca na Bundesplatz, uma praça ladeada por cafés, onde às terças e sábados se faz um mercado de frutas e flores.

Foi na Kramgrasse que almoçámos, debaixo de uma arcada no simpático restaurante “Zu Webern”, onde se degustaram óptimas saladas de polvo, tenro e delicioso.

Mesmo em frente, no nº 49, fica a Einsteinhaus, a casa-museu onde o grande físico e matemático alemão Albert Einstein viveu entre 1903 e 1905, tendo sido aqui que iniciou o desenvolvimento da teoria da relatividade.

A cidade de Berna foi construída com arenito local em estilo gótico, com cumeeiras, janelas de sacada e arcadas, conservando os seus seculares edifícios, mais do que qualquer cidade da Europa.

Uma casa, depois de um restaurante, depois da loja, após outra loja… Linhas inteiras de casas, fundem-se num todo integrado, onde todos os edifícios estão ligados por longos passeios cobertos, as arcadas. Faça chuva ou faça sol, é um puro prazer passear nesta avenida, uma das mais comerciais da Europa.


Depois do almoço pagámos nas bicicletas e subimos mais um pouco, até à Zytologge, a famosa torre do relógio que foi em tempos a porta ocidental da cidade, sendo depois utilizada como prisão para prostitutas.

Esta fantástica Torre do Relógio tem bonecos que aparecem um pouco antes da hora para fazer uma espécie de sátira. O seu elaborado carrilhão começa a tocar quatro minutos antes da hora.

No caminho ouviu-se o som espectacular de um saxofone e através desse som dirigimo-nos até ao local, onde um músico empoleirado no alpendre situado no cimo da escadaria da Rathaus (Câmara Municipal de Berna), tocava o seu saxofone.

Era um músico do grupo de jazz "bejazz", que ensaiava para o espectáculo de rua preparado para o final da tarde, a decorrer em cima de um palanque negro, mesmo ali no pequeno largo junto à Rathaus.

Também ali ao lado se encontra a St Peter e St Paul-Kirche, uma igreja construída em 1858, que também foi visitada por nós.

A partir do largo onde se encontra a Rathaus e para Oeste estende-se a Rathausgasse, uma rua paralela à Kramgasse. A outra paralela a esta rua é a Mustergasse, que nos leva à catedral da cidade, cujas arcadas se enchem às terças e sábados, com bancas de mercado.

Deixando a Zytologge e percorrendo a Kramgasse, que é a principal via do antigo traçado medieval de Berna, podemos observar as múltiplas fontes, com datas de construção a partir do século XVI.

Continuámos o nosso passeio pelo centro da cidade, passando pela Bundesplatz, local onde se encontra a Assembleia Federal (Bundeshaus).

A cúpula nobre da Casa do Parlamento, preside acima da cidade, a poucos metros da estação principal, e também do rio Aare, bem como a torre de menagem e todos os outros lugares de interesse em Berna. Na maioria dos dias, as portas da Casa do Parlamento, são abertas ao público e os visitantes autorizados a assistir ao processo de vida do parlamento.

Ali descemos por uma escadaria até a um belo miradouro situado no cimo de uma encosta do rio Aare e devido ao calor que nesse dia se fazia sentir, podemos observar lá em baixo uma enorme multidão de habitantes da cidade, que procuravam para se refrescarem, as águas certamente frescas das piscinas e do rio Aare.

Deixámos a margem alta do Aare e pedalámos até à Catedral de Berna, situada na Munsterplatz, que se encontrava em obras de restauro e que por isso tinha a sua cripta protegida.

Agora o cansaço deste longo passeio urbano já se começava a sentir, mas a satisfação do que estávamos a viver era mais forte... O avistar da catedral da cidade, o Münster St Vinzenz, em estilo gótico, construída no século XV, é verdadeiramente empolgante, uma vez que os seus 100m de altura não nos deixaram indiferentes.

No seu interior decorria um concerto de música clássica e por isso, não nos deixaram entrar, nem podemos comprar bilhetes para o concerto, uma vez que tinham esgotado. No entanto o seu elemento mais notável, estava ali à nossa frente, o seu magnífico portal central, repleto de pequenas figuras pintadas. O Münsterplatz, a praça em frente à Catedral, foi outrora um famoso local de encontros ao longo dos séculos.

Do lado direito da catedral, entra-se por um portão em ferro e encontramos uma zona de lazer, a Munsterplattform. É um fabuloso miradouro e dali avista-se a cidade nova e o seu rio de incrível caudal com as suas margens verdejantes, que só por si nos transmitiram uma sensação de frescura, naquele dia de tanto calor.

Também ali podemos descer até à margem Oeste do rio Aare, por um fantástico elevador que fica junto ao café-esplanada do miradouro onde estivemos sentados tanto tempo para refrescar e descansar. Depois pegámos nas bicicletas e fomos novamente até à Rathaus, para assistirmos ao concerto jazz que para ali estava previsto ao entardecer.

O concerto foi espectacular e após este, descemos para Norte, até ao rio Aare, onde estava situada a nossa AC, que ali nos esperava no recatado parque à sombra de frondosos plátanos.
Fonte: Wikipédia / Google Maps

A bela cidade de Berna

Enquadrada num pitoresco cenário nas margens do rio Aare, Berna possui um precioso centro histórico medieval, impecavelmente conservado.

Berna é uma cidade diversa e bela. De todas as cidades suíças, Berna é em meu entender, uma das mais encantadoras. É a capital da Suíça e está situada numa península estreita e íngreme, feita por uma curva do caudaloso rio Aare onde as colinas em seu redor, bem como as altas encostas do rio, são generosamente arborizadas.
O seu sossego relaxante, as suas ruas pavimentadas com paralelepípedos, as suas magníficas fontes e os seus edifícios imponentes com arcadas de arenito, têm mudado pouco ao longo de mais de quinhentos anos. Ao longo dos séculos, a paisagem urbana foi preservada praticamente intacta, sendo Berna um dos exemplos mais impressionantes da típica arquitectura da cidade medieval na Europa.

O plano de ruas medievais perfeitamente conservados, com as suas arcadas, fontes de rua e as várias torres convenceram a UNESCO a considerar Berna como Património Mundial. Vistos da Cidade Velha os telhados das casas e os Alpes majestosos no horizonte, são deslumbrantes.

Berna foi fundada em 1191 por Bertoldo V, duque de Zähringen. Segundo a tradição, o duque propôs que a cidade receberia o nome do primeiro animal que caçasse. Como foi um Bär (urso em alemão), a cidade passou a designar-se Bärn.

Berna é por este motivo também conhecida como a "cidade dos ursos" (o símbolo da cidade), dado que a palavra Berna (Bern) deriva do alemão "Bär" (urso). Deste modo, o urso é o animal que aparece no escudo bernense.

Em 1353, Berna tornou-se o oitavo cantão da então jovem Confederação Suíça. Após um incêndio em 1405, a cidade foi inteiramente reconstruída. Em 1848, a nova constituição federal faz de Berna a capital da Suíça.
Berna foi o local de trabalho de Albert Einstein, o físico de origem alemã que desenvolveu ali parte da sua Teoria da Relatividade e onde são feitas as famosas barras de chocolate Toblerone e onde o queijo emmental, conhecido como queijo suíço, estendeu a mão para o mundo.

O esplêndido rio Aare, verde e cintilante, torce e gira ao lado da Cidade Antiga e oferece inúmeros paraísos repousantes. O Aare é um rio sem poluição e que atrai pessoas de todas as idades, especialmente no Verão quando a sua água refrescante convida qualquer um a pular e refrescar-se no meio da cidade. No entanto os banhos de piscina também são outro dos melhores passatempos favoritos dos Berneses.

Fonte: Wikipédia