Canto de liberdade

Quero ser livre como pássaro
Voar pelos vastos arvoredos
E pousar nas rústicas palmeiras
Bailar sobre as serras verdejantes
Cantar com os sabiás
O meu canto sorrateiro
Vou dançar nos campos floridos
Beber da água doce da fonte
No fim das tardes penumbras
Contar o segredo da vida
Quero deitar nos braços da noite
No colo da relva adormecer
O sol acariciando o meu rosto
Ao despertar do amanhecer
Despojarei do meu velho manto
Remexo todo meu ser
Deixo minha alma soluçar
Faço do poema o meu pranto
Sou como um barco à deriva
Deixo as ondas me levar
Quero ouvir o canto da sereia
Contemplar a lua cheia
Beijar o mar.

Poema de Maria da Conceição do Amparo Alves

Visita a Padova - Parte XIV




Concluída a visita de autocarro turístico na Piazza del Santo, lugar de início e final da viagem, encaminhámo-nos a pé para a Piazza Prato della Valle, onde estavam a acontecer os preparativos para o início das festas da cidade.Pelo caminho uma paragem para um lanche de pizzas quentinhas, a sair do forno, como não podia deixar de ser… A pizzaria situada na Via Beato Luca Belludi a poucos metros do Prato della Valle, era uma pequena loja antiga num dos bonitos e antigos prédios porticados, que oferecia uma pequena esplanada em local fresquinho e protegido do sol forte, por baixo de arcadas.


À frente da pizzaria e a partir de uma antiga ponte, observa-se a Riviera del Businello, onde corre o rio Bacchiglione, com lindas casas antigas de cores claras que bordejam o rio, com janelas e varandas floridas em ferro forjado, num cenário muitíssimo romântico, dando vontade de ali ficarmos a olhá-lo perpetuamente. Por baixo de galerias porticadas voltamos a caminhar para o Prato della Valle. Lá chegados, encontramos na periferia à sua volta, cafés, pizzarias e restaurantes cheios de turistas e habitantes locais, que tomavam seus aperitivos para o jantar.

Muitos ocupavam lugares nos jardins, bancos e muros que protegem o canal que acompanha o formato oval da enorme praça. Quatro pontes que coincidem com os pontos cardeais atravessam o canal dando acesso ao interior da praça, a “Isola Memmia”, em homenagem a Andrea Memmo, que a pensou e projetou. No centro, um lago com chafariz, uma área bastante frequentada por famílias, crianças e visitantes. A Festa da Anunciação, que é realizada todos os anos em Agosto, que já se preparava desde a manhã, começava a estar próxima do começo, com o concerto que se esperava para o início da noite. A música fazia-se ouvir bem alto e preparavam-se também os fogos-de-artifício que ali iriam decorrer. No Verão é comum verem-se muitos jovens a bronzear-se ao sol, deitados nos relvados ou grupos de adolescentes que ali se reúnem muitas vezes até ao amanhecer.


Fomos até à autocaravana que estava num parque automóvel muito bem guardado, com zona destinada a autocaravanas, perto do Prato della Valle e situada na Piazza Isaac Rabin, que possui uma imponente e bonita porta de entrada. A Piazza Isaac Rabin deve o seu nome a uma homenagem da cidade de Padova ao inesquecível general e político de Israel, que foi o quinto primeiro-ministro de seu país, entre 1974 e 1977, tendo regressando ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi assassinado. Passada a porta para o parque, estranhámos que estivesse vazio e sem carros e sem qualquer autocaravana. Depois à medida que caminhávamos para a nosso carro, ficámos um pouco assustados, pois ao lado dela encontrava-se um carro de polícia e um “casal” de polícias que observava atentamente a nossa autocaravana. Apressámos o passo e quando lá chegámos encontrámos os mesmos polícias a quem recorremos para a queixa do roubo das nossas bicicletas. Não estavam ali para nos dar nenhuma boa nem má notícia, mas esperavam-nos para dali tirarmos o carro, o mais depressa possível, por ser perigoso devido ao fogo-de-artifício que dali iria ser lançado.

Resolvemos a partir desse momento não assistir à festa e ao fogo-de-artifício, partindo para a cidade de Venezia (Veneza), que ficava a apenas a 26 Km de distância. Fonte: Wikipédia.org /http://viajantecronica.com/2011/03/16/prato-della-valle-em-padua/

Visita a Padova - Parte XIII



O autocarro turístico continua o seu percurso pala cidade de Padova. Deixa para trás o Castello Carrarese e a sua imponente Torre della Specola, onde se encontra o Observatório Astronómico da Universidade de Padova, encaminhando-se para Sul.A Torre della Specola fica situada numa ponta da margem esquerda do canal, num local onde dois canais se encontram, um com as águas do rio Brenta e o que atravessa a cidade, com as águas do rio Bacchiglione. Este encontro à séculos é testemunhado pala Torre do Observatório e observa-se um pouco antes da Ponte Paleocapa, que o autocarro atravessa para entrar na cidade antiga.

A cidade nasceu e desenvolveu-se na bacia formada pelos rios Brenta e Bacchiglione que têm ao longo do tempo afetado fortemente o seu tecido urbano. No passado, estas vias fluviais foram essenciais para a economia da cidade, principalmente para a manutenção do trabalho feito pelos muitos moinhos que nas suas margens existiam, e ainda pala óbvia função comercial que teve na cidade unindo-a a Veneza e a outras cidades da província.Além disso, os canais outrora desempenhavam um importante complemento para a defesa das fortificações medievais da cidade. Estes canais, onde correm os rios da cidade, são uma importante obra de engenharia, que foi sendo realizada ao longo dos séculos, especialmente sob o impulso da Sereníssima República de Veneza.

No séc. XIX, foram realizadas obras de conexão com a construção de açudes com comportas que fechavam os canais quando necessário, para permitir a navegabilidade, regularização dos leitos e fluxos de água, sem causar riscos de inundações para a cidade.
Seguindo pela Via Angelo Riello e depois pela Via Alberto Cavalletto, o autocarro prossegue a visita à cidade. Estas ruas com prédios de traça bem mais recente levam-nos rapidamente até à bela Piazza Prato della Valle, que se encontra já com muita gente, onde se processam os preparativos para os concertos do final da tarde e noite.

A Piazza Prato della Valle, a que os habitantes de Padova se referem simplesmente por “Il Prato”, foi concluída em 1775 e reflete os ideais de urbanização iluminista, é habitualmente cenário dos muitos e grandes eventos que a cidade oferece. Segundo reza a história, o primeiro grande acontecimento ocorrido nesta praça foi a decolagem do primeiro vôo italiano em balão, em Agosto de 1808.

Nos dias de hoje esta praça é um espaço monumental de grande impacto visual, de formato oval com uma ilha verde no centro, l'Isola Memmia, que é rodeada por um estreito canal delimitado por dois anéis de magníficas estátuas. É a segunda maior praça da Europa, ficando apenas atrás da Praça Vermelha em Moscou. O cenário oferecido por esta praça, além de bonito é ainda valorizado pelas várias edificações em seu redor, como a Basílica di Santa Giustina, a Loggia Amulea ou Cà Duodo e o Palazzo Zacco, entre outros.


A Loggia Amulea é um palácio de estilo neogótico que foi a sede do corpo de bombeiros de Padova de 1906 a 1989 e atualmente abriga alguns escritórios da edilidade. A fachada frontal rosada do edifício é caracterizada por um lindo e elegante pórtico. Numa das salas junto à varanda grande, são por vezes celebradas casamentos civis. Entre os arcos do belo pórtico observam-se as estátuas de Dante e Giotto (1820-1891).O Palazzo Zacco, mais conhecido como Palazzo dos Arménios, é um edifício de fachada clara, com um bonito pórtico de sete arcos suportados por pilares, que está situado do lado ocidental do Prato della Valle. Foi mandado construir em 1550, pelo "Grande Senhor" Marcus Zacco e desenhado por Andrea Moroni. Concluído em Janeiro de 1557, foi vendido em 1839 à "Congregação Arménia", que lá estabeleceu o "Colégio Moorat", criado pelo legado arménio Samuele Moorat e destinado a acomodar os jovens arménios matriculados na Universidade de Padova. Em 1861, o colégio mudou-se para Paris e o palácio tornou-se propriedade da cidade e, mais tarde, passou para a propriedade das Forças Armadas, abrigando o Clube dos Oficiais.


Naquele dia começava a Festa da Anunciação que se realiza em Padova todos os anos em Agosto, onde é habitual ocorrerem vários espectáculos musicais num grande palco montado na praça, bem como a realização de fogos de artifício, à noite. A música já se fazia ouvir, bem alto, através de altifalantes colocados em vários locais da enorme praça e por duas grandes colunas colocadas no palco, onde os jovens já se encontravam a ocupar os lugares da frente, bem perto do grande palco, numa negligente contribuição para uma possível surdez futura.Dali seguimos pela Via Beato Luca Belludi, que nos levou até à Piazza del Santo, mesmo junto à Basílica del Santo, onde terminava o nosso percurso turístico da cidade de Padova.


Fonte: http://padovacultura.padovanet.it / Wikipédia.org / Mapa da cidade de Padova

Educação e Limites, as grandes necessidades do séc XXI

Num momento em que cada vez mais a violência juvenil ou outra, está na ordem do dia, nas escolas, nas ruas das grandes cidades e um pouco por todo o mundo, pondo em risco constante bens particulares ou comuns ou mesmo a integridade física e moral de colegas, professores e de pessoas de todas as idades, raças ou credos, com muitos episódios de violência fácil e gratuita, cada vez mais comuns, cabe fazer uma reflexão relativamente à forma repetida como hoje muitos jovens, encaram a ideia de que só a força resolve conflitos ou até mesmo os seus problemas sociais.


Esta violência protagonizada por jovens adultos, adolescentes ou até mesmo crianças, é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e ter um cuidado maior com a educação, quer em casa, quer nas escolas, quer pelas autoridades e ainda nas leis e justiça, contra este fenómeno cada vez mais emergente.


Devido às exigências de uma sociedade moderna, onde todos os elementos adultos da família trabalham e onde alguns têm mais do que uma actividade por dia, as famílias cada vez mais se destituem da sua função educativa, delegando-a somente à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências muito questionáveis.


Neste episódio do excelente programa Café Filosófico, da TV Cultura do Brasil, o Psicanalista Joel Birman e o Psicoterapeuta Ivan Capelatto, pensam a Educação a partir do actual modelo de família e nos ajudam a compreender melhor o que é educar um filho no séc. XXI.

Também a não perder:




Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Visita a Padova - Parte XII




Através da Via Milano o autocarro turístico passa a ponte e a Porta Molino, para a margem direita do rio Brenta. Da Ponde Molino observa-se quer do lado direito, quer do lado esquerdo, a Riviera dei Mugnai com as suas casas em tons pastel que beijam o rio, alinhando-se equilibradamente nas duas margens do canal.A Ponte Molino é uma antiga ponte com cinco arcos de origem romana, que remonta a 30 ou 40 a.C., embora tenha sido várias vezes reconstruída com parte do seu material original. A Ponte Molino e a Pontecorvo são as únicas pontes de estrutura totalmente romana ainda em uso na cidade de Padova.


O autocarro vira à esquerda e segue a Riviera San Benedetto, que acompanha o rio no seu percurso a Oeste. No cruzamento com a Via Euganea e na ponte que liga à Via del San Martino, começa a Riviera Paleocapa, que segue a mesma direcção da Riviera anterior. As Rivieras em Padova, correspondem aos caminhos, estradas ou edifícios que margeiam os canais onde correm os rios da cidade.

No início da Riviera Paleocapa encontra-se a Ponte de S. João, que corresponde ao antigo porto onde os barqueiros ancoravam os navios, barcos ou botes, para o transporte de lã. A ponte tem três arcos de origem romana, mas em 1200 foi reconstruída várias vezes, mantendo no entanto o seu tamanho original.


Sobre a ponte, observa-se a Riviera Mussato, do lado esquerdo do rio Brenta, ao longo da qual podem ser encontradas algumas secções das antigas muralhas da cidade, até se chegar à Ponte de Tadi, que deve seu nome a uma família poderosa e antiga de Padova.

Já no final da Riviera Paleocapa, na margem esquerda do rio, observa-se o antigo Castelo de Torlonga Carrara, com e a sua bonita torre de menagem, uma imponente estrutura medieval defensiva. Esta torre que foi outrora prisão, tomou mais tarde o nome de Torre della Specula (Torre do Observatório), por ter sido usada como observatório astronómico.


A Torre della Specula, é um dos símbolos mais representativos da cidade. Originalmente fez parte de um castelo com duas torres do séc. XIII, dominado na época por Ezzelino III da Romano de 1237 a 1256, um cruel tirano que mantinha e torturava os seus prisioneiros nesta torre.
Sucessivos governantes de Padova usaram o castelo como residência e mais tarde os senhores de Carrara, governantes da República de Veneza, transformaram-no num enorme palácio fortaleza, construindo-o sobre as ruínas do velho castelo, sendo a torre transformada em Observatório Astronómico, quando em 21 de Maio de 1761, o Senado da República de Veneza emitiu um decreto que obrigava à existência de um observatório para a Universidade de Padova, para que fosse utilizado na formação de futuros astrónomos, o que só ocorreu em 1767.


No lado Oeste abre a terceira porta das antigas muralhas medievais, que dava acesso ao palácio acastelado do séc. XIX, que é ocupado agora pelo Departamento de Astronomia e esconde uma parte importante das antigas muralhas, que reaparecem, não muito longe e continuam para Norte, com várias interrupções acompanhando o todo o troço do canal. Fonte: http://www.padovamedievale.it / http://www.flickr.com / http://www.padovanet.it

Há pouco tempo, a minha filha comentava comigo as elações que tirava das relações de amizade/conhecimento entre os jovens da sua idade, dizendo que nos dias de hoje importa mais Parecer, do que Ser! Dizia ainda que o velho ditado, “mais vale cair em graça do que ser engraçado”, está cada vez mais em voga.

Será que cada vez mais interessa Parecer do que Ser?

Esta pergunta é uma daquelas que nos perseguem desde os primeiros momentos enquanto seres conscientes. A essência do que somos e a aparência que temos são inegavelmente dimensões importantes nas nossas relações sociais e até na nossa individualidade, mas afinal de contas fica a pergunta: Qual dos dois importa mais? Ser ou Parecer?

A resposta a esta pergunta não está nem no sexo da pessoa e nem na posição social que ela ocupa, mas sim na relação que esta cria entre si mesma e o mundo. Neste sentido cabe indicar que, aqueles que possuem uma vivência consciente da sua dimensão interior, de seus valores éticos, filosóficos e estéticos geralmente tendem a atribuir à sua essência maior importância. Já os que não possuem esta vivência de conhecimento interior e de reflexão profunda, geralmente tendem a atribuir um maior valor à aparência e à opinião que os outros têm deles, pois sem exercitar seus mecanismos de avaliação de si próprios confiam quase que exclusivamente no conceito que os demais têm deles.

Embora a meu ver os valores internos e a vivência constante do autoconhecimento devam ser encarados como prioridade sempre e sobretudo em tempos como os de hoje, o que me é dado observar é que cada vez mais, (pelo menos para a sociedade que me é mais próxima), é que os parâmetros de julgamento das aparências têm cada vez mais importância. Começa a ser moda falar-se com muita regularidade sobre o que se adquire, como roupa, carros, casas, esquecendo que muitas vezes essas compras sendo a crédito, não são deles, mas sim de quem lhes empresta o dinheiro para essas aquisições.

Será que com isso aumentam a sua auto-estima? Será que com isso serão melhor aceites pelos outros? Pelo menos parace que sim! A expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras” parece também estar aqui em sintonia com esta nova forma de vivências.

Sobre este assunto, cito a comparação que Jesus Cristo faz entre o homem prudente e o insensato, no sentido de dizer que o homem prudente edifica a sua casa sobre a rocha e o insensato sobre o pântano. Vem uma tromba de água e adivinhem qual é a casa que é levada pela enxurrada? Em meu entender, aquele que dá mais valor ao que é, em termos de virtudes, qualidades e valores, é como o homem que edifica a casa sobre a rocha, assim podem vir as mudanças que vierem que não abalarão a consciência do próprio valor. Assim sendo, sem sombra de dúvida a ideia de Ser é muito mais importante do que Parecer.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities / http://carlinhos5834.blogspot.com/2010/10/ser-ou-parecer-eis-questao.html

Visita a Padova - Parte XI






O percurso por Padova mostra-nos uma cidade cheia de história que merece ser desvendada passo a passo, a partir dos vestígios cronologicamente marcados em vários pontos desta cidade ancestral.
As velhas muralhas com as suas torres medievais, imponentes e belos casarões antigos de traça medieval, catedrais e igrejas, bem como outros lugares de culto cristão ou não, edifícios simbólicos do poder civil, e os templos da cultura, como o Palazzo del Bo e o Orto Botanico (Jardim Botânico), o mais antigo da Europa. Tudo isto faz com que o interesse por Padova vá crescendo naturalmente, empolgando com facilidade quem a visita, convidando à sua real descoberta.

Percorre-se todo o Corso Garibaldi a partir da Piazza Eremitani até à Piazza della Stazione, onde está situada a estação de comboios “Padova Central”, que serve a importante ferrovia electrificada Milano-Venezia.O autocarro dá a volta à rotunda e segue o seu percurso pelo Corso del Popolo, fazendo o caminho oposto ao anterior. No cruzamento com a Via Matteotti, vira à direita percorrendo a Via Giotto.

A meio do percurso do Corso del Popolo, passa-se a Ponte del Popolo sobre o rio Brenta e do lado direito destaca-se na paisagem, uma simbólica caixa vertical de vidro, construída sobre um espaço verde que confina com a margem esquerda do rio Brenta. Este monumento de expressão arquitectónica avant-garde, de Daniel Libeskind, não é mais do que um monumento em homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 2001, no inferno dantesco ocorrido com a queda do Word Trade Center, das Torres Gémeas de Nova Iorque e uma das maiores tragédias da nação americana. Na ponte, observa-se ao longe a Chiesa del Carmine, que se destaca na paisagem lacustre com sua grande cúpula azulada e a sua torre minarete.


O percurso continua até ao final da Via Giotto, que culmina na Piazza Mazzini, uma praça recatada cheia de antigos prédios com arcadas. Da Piazza Mazzini vira-se à esquerda e percorre-se a Via San Giovanni da Verdara, com coloridos prédios baixos de um e dois andares em tons pastel. No final da rua vira-se à esquerda e encontra-se a Piazza Petrarca.

No centro da Piazza Petrarca destaca-se a estátua de Petrarca, que dá nome à praça. Frencesco Petrarca (1304-1374), juntamente com Dante e Bocaccio, foi um dos três grandes escritores de lingua italiana do séc. XIV, que passou parte de sua vida em Padova, na corte Carrara.

Bem na frente desta estátua de Petrarca observa-se a Basílica di Santa Maria del Carmine, desenhada por Lorenzo da Bolonha a partir de uma antiga igreja do séc. XIV. O edifício foi reformado várias vezes ao longo dos séculos e a fachada actual foi concluída no séc. XVIII. Após deixarmos a Piazza Petrarca atravessa-se novamente para a margem esquerda do rio Brenta e toma-se a Via Dante, onde somos sempre acompanhados por prédios com antigos pórticos. Vira-se à direita e segue-se pelo Corso Milano e numa travessa observa-se a meia-lua formada pelo belo edifício cor-de-rosa do Teatro Verdi. O Teatro Verdi situado numa esquina da Via dei Livello, nº32, é o principal teatro de Padova. O edifício do teatro foi encomendado por uma sociedade de nobres da cidade e projectado pelo arquitecto Giovanni Reggio em 1751, sendo inaugurado como sala de ópera e chamado "Teatro Novo da Nobreza". Sofreu várias remodelações, sendo a actual de 1884.

Atravessa-se mais uma ponte sobre o rio Brenta, dominada Porta Molino, que dá o nome à ponte, Ponte Molino. A Porta Molino foi a principal porta a Norte das muralhas do séc. XIII, e deve o seu nome aos muitos moinhos que ali trabalhavam até o início do século XX.

A Ponte Molino é uma das 19 portas que coincidiam com os 19 portos comerciais que se encontravam nas várias entradas abertas na muralha da antiga cidade medieval, sendo também nos dias de hoje, uma das mais bem preservadas. Esta porta é dominada por uma torre, onde segundo reza a história, Galileu Galilei observou as luas de Júpiter, com um telescópio feito por ele, tal como como indica a placa com uma inscrição de Carlo Leoni (1812-1874).


Fonte: Wikipédia.org / http://members.virtualtourist.com / http://www.spritz.it / http://www.padovanet.it/

Visita a Padova - Parte X





Novamente no autocarro segue-se pelo Corso Garibaldi e após passar-se o rio Brenta para a outra margem, vira-se à direita pela Via Trieste. No cruzamento de estradas perto da Stazione Autocorriere (Estação de Autocarros), volta-se à direita pela Via Porciglia até encontrar e seguir pela Via Giambattista Morgagni que nos leva até à Piazzetta Ippolito Nievo.É na Via Giambattista Morgagni que se encontra a Faculdade de Medicina de Padova e o próprio nome desta rua corresponde ao fundador da Anatomia Patológica (uma das principais fundações da medicina moderna), que foi professor de Anatomia na Universidade de Padova durante 56 anos.
No final da Via Morgagni aparece o nó de vias da Piazzetta Nievo, onde é encontrada a Chiesa di Santa Sofia, situada no cruzamento com a Via Santa Sofia Altinate. Nestas vias que se desembocam na Piazzetta Ipolito Nievo, são encontrados a maioria dos hotéis da cidade.A Chiesa di Santa Sofia é a igreja mais antiga da cidade de Padova, sendo conhecida e famosa por sua estrutura original, que no último século foi objecto de estudos por muitos especialistas. A conversão para lugar de culto cristão, parece ser devido a San Prosdocimo, no início da era cristã.

O interior é composto por três naves, que apoiam em pilares irregulares, feitos de material heterogéneo de ruínas romanas e medievais. A parede interna do hemiciclo é atravessada por nichos semelhantes aos de fora, e num deles existe um belo fresco que representa a Virgem e o Menino, atribuído a Giovanni da Gaibana, enquanto o fresco na luneta acima do acesso à capela, retrata a “Madona in Trono” que é atribuído à escola de Giotto. O altar simples mas singelo é adornado com um retábulo de Andrea Mantegna, de 1448.Restos de fundações romanas são visíveis na cripta e a descoberta de uma pedra sacrificial sobre as ruínas testemunha a existência anterior naquele local de um templo pagão, provavelmente dedicado ao deus Mithras, um deus de origem persa, cujos vestígios datam de 1300 a.C.. A primeira grande renovação da igreja remonta ao séc. IX, durante o período carolíngio. O actual edifício, estilisticamente semelhante ao tipo comum na costa do Adriático, foi construído a partir da área da abside, entre 1106 e 1110, e concluída em 1127.


Seguindo pela Via Belzoni, onde se encontra o polo universitário de Ciências e Matemática, e depois pela Via Ognissanti aproximamo-nos das muralhas da cidade, junto da margem esquerda do rio Brenta.
O autocarro vira à esquerda e percorre primeiro a Via Gradenigo, depois a Via Leonardo Loredan, sempre acompanhado à esquerda pelo que resta das antigas muralhas da cidade e pela margem esquerda do rio Brenta.

No cruzamento da Via Gradenigo com a Via del Portello observa-se do lado direito a Ponte del Portello e a Porta Portello que dá passagem naquele ponto, para a outra margem do rio Brenta, sendo também outrora uma importante porta das muralhas da cidade.


As muralhas que ali observamos não são apenas uma obra de grande interesse arquitectónico, pois nelas trabalharam ao longo de 35 anos milhares de homens, mas também representam uma ferramenta valiosa para entender melhor a evolução desta parte das muralhas de Padova. As muralhas foram construídas durante a era romana e a Idade Média e o seu percurso corresponde a um meandro do rio Brenta (outrora o rio Medoacus), que circunda a cidade, no qual se desenvolveu o primeiro centro urbano da Padova medieval.

A Porta Portello e a sua ponte formavam outrora o ponto fulcral de um complexo portuário e monumental, que correspondia ao porto fluvial mais importante da cidade de Padova, durante a dominação veneziana. Situada entre o rio Brenta a norte e do rio Bacchiglione a sul, Padova já foi um marco do tráfego comercial por meio de sua rede de mais de 590 canais escavados nos tempos medievais. Em 1209 toda a rede de canais foi concluída, sendo a hidrovia principal de Padova constituída por 10 km de comprimento. Dentro da cidade velha os canais correm junto dos principais bairros da cidade, onde se juntam as águas do rio Brenta e do rio Bacchiglione que conectam directamente no Canal Brenta, seguindo depois para Veneza.

No final da rua deixa de haver vestígios de muralhas, e o autocarro encaminha-se novamente para a Via Porciglia, dando a volta pelo complexo da Piazza Eremitani, já anteriormente visitado, onde está situada a Chiesa degli Eremitani, o Museu Cívico, Museu Arqueológico e o Museu de Arte Medieval e Moderna, que estão alojados nos claustros do convento dos Frades Eremitas, bem como o Giardini dell’Arena, o Palazzo Zuckermann e a Capela Scrovegni. Fonte: Wikipédia.org / http://www.magicoveneto.it/ http://www2.regione.veneto.it/ http://www.laviadelbrenta.it

Visita a Padova - Parte IX




A partir da Piazza Garibaldi o autocarro turístico segue o seu percurso de visita à cidade pelo Corso Garibaldi. Rapidamente se chega ao Largo Europa, que se observa do lado esquerdo. O Largo Europa embora esteja situado na área da cidade velha possui muitos prédios de construção moderna. Do lado direito destaca-se a bela Piazza Eremitani, onde está situada a Chiesa degli Eremitani e o Museu Cívico sediado no Palazzo Zuckermann, e ainda a entrada para o parque verde pertencente ao Palazzo Zuckermann, onde está situada a Cappella degli Scrovegni e o Giardini dell Arena.

O Museu Civico é um complexo que abriga vários museus dentro das suas instalações. No primeiro andar fica o Museu d’Arte Moderna e Medieval, com ricas colecções de vidro, cerâmica e artes decorativas. Estas peças ilustram os vários tipos de artefactos feitos e usados em Padova, entre a Idade Média e segunda metade do séc. XIX. Ao lado encontra-se o Museu Bottacin, que tem colecções de moedas antigas da Europa. O terceiro andar abriga uma colecção de armas antigas, pinturas e medalhas do séc. XIX. Todo o complexo é um óptimo local onde se pode testemunhar a tradição e a cultura da Itália e do Imperio Romano.


Na Piazza Eremitani além do bonito e cuidado jardim, observa-se a Chiesa degli Eremitani com o Mosteiro ao lado. A Igreja foi reconstruída sob uma igreja completamente destruída por bombas dos aliados em 1944, a que alguns historiadores consideraram a maior perda de arte da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Embora tivesse sido notavelmente reconstruída no seu estilo românico original, os magníficos frescos de Andrea Mantegna (nascido em Padova e um dos alunos de Donatelo) jamais poderiam ser recuperados, excepto num canto da capela Ovetari, onde ainda se encontram fragmentos dos frescos que se salvaram dos escombros, pintados entre 1454 e 1457, o que resta da enorme perda de um dos grandes tesouros artísticos da Itália.

A Cappella degli Scrovegni é um dos monumentos mais importantes da cidade de Padova. Também conhecida como Capela Arena, por se encontrar num local ocupado por uma antiga arena romana, cujas ruínas ainda ali se encontram, é famosa pelos seus belos e extraordinários frescos de Giotto e considerada uma das mais importantes obras-primas da arte ocidental. Os 38 frescos pintados nas suas paredes interiores, representam a história de Maria, de Jesus e do Juízo Final, de particular interesse, pintados entre 1303 e 1305, que representam o nascimento da moderna pintura italiana.Esta capela foi dedicada a Santa Maria della Carità, em 1303. O ciclo de frescos de Giotto enfoca a vida da Virgem e celebra o seu papel na salvação humana. O rico banqueiro Enrico degli Scrovegni mandou construir esta capela particular, num local de acesso directo ao Palazzo Zuckermann da sua família, encomendando a Giotto a sua decoração interior. Acredita-se que Enrico degli Scrovegni construiu a capela como penitência por causa dos pecados de seu pai, um famoso e implacável usurário.

Fonte: http://toindoparaaitalia.blogspot.com / http://wcities.com/rest-of-italy/museums-galleries / http://www.turismopadova.it / http://www.brek.com