Visita a Venezia - 1º Dia - Parte XI






Do lado esquerdo do Campo di San Samuele, encontra-se o Palazzo Capello Malipiero, em frente do Palazzo Ca’ Rezzonico, do outro lado do Grande Canal.
O palácio foi construído também na época bizantina, no entanto os vários proprietários foram fazendo modificações, de acordo com as suas próprias necessidades e gostos, transformando-o num edifício que reúne numa grande variedade de estilos arquitetónicos.

O Palazzo Capello Malipiero foi construído provavelmente entre o séc. X e XI pela família Soranzo, uma família de comerciantes muito ativos de Venezia. Em torno de 1590, a família Malipiero tornou-se inquilina do palácio e alguns anos mais tarde Caterino Malipiero comprou o edifício. Por volta de 1725, Malipiero deu início a uma impressionante restauração e ampliação que o transformaram no é atualmente, e mais tarde em 1951, o edifício foi adquirido pela família Barnabó.

Sabe-se também que na Paróquia de São Samuel, devido à construção de dois teatros (o San Samuele e o San Angelo), que decorreu entre 1656 e 1676, ambos muito frequentados e bem-sucedidos, modificou naquela época o tecido urbano do bairro e este começou a ser habitado por muitos daqueles que gravitavam em torno do teatro, como atores, escritores e produtores, o que teve a sua influência sobre Palazzo Malipiero.


O Palazzo Malipiero também com a sua principal fachada voltada para o Grande Canal e perto do Palazzo Grassi, fica também ao lado da casa onde nasceu Giacomo Casanova, situado na antiga rua Comedi (agora renomeada rua Malipiero), num prédio ao lado do Palazzo Malipiero, constando que na época tanto Casanova tinha grande familiaridade com o senador Malipiero, sendo provavelmente convidado habitual do senador Alvise.
Neste palácio Casanova teve a oportunidade para conhecer muita gente importante e tecer uma série de relacionamentos com pessoas influentes e com um bom número de senhoras da sociedade veneziana. No entanto Casanova através destes relacionamentos conseguiu ficar muito íntimo de Teresa Imer, uma jovem aristocrata por quem o ancião Alvise Malipero II se tinha apaixonado. Parece que este relacionamento próximo, fez com que Casanova caísse em desgraça aos olhos de Malpiero, sendo o jovem Giacomo expulso do palácio. Apesar deste infortúnio, Casanova deixou-nos na sua “Historie de ma vie”, um retrato vívido de Alvise Malipiero II, e descrições significativas sobre os trajes usados na época de 700, numa óptima contribuição para a história do traje veneziano. (para saber mais sobre a vida apaixonante de Giacomo Casanova, vale a pena ver o filme de Federico Fellini, "Il Casanova").


Há sua frente destaca-se o Ca' Rezzonico, um dos mais famosos palácios de Venezia, também com a fachada principal voltada para o Grande Canal, no ponto onde se lhe junta o rio di San Barnaba.
O palácio simboliza a concretização da ascensão social da família Rezzonico. O pináculo do poder dos Rezzonico e a grandeza do palácio chegaram ao mesmo tempo, em 1758, dois anos após a sua conclusão. Nesse ano, Carlo Rezzonico, irmão de Giambattista, foi eleito Papa com o nome de Clemente XIII e Ludovico Rezzonico casou-se, em Venezia, com Faustina Savorgnan. Desta forma, duas das mais influentes famílias da cidade ficaram unidas pelos laços do matrimónio. No entanto, essa união, ao contrário do que era habitual na época, também era um casamento por amor, o que seria celebrado nos frescos do palácio, que permanecem actualmente entre os melhores preservados de Venezia. O feliz casal desfrutou duma vida alegre e despreocupada no seu belo palácio, na cúpula da sociedade veneziana. Mais tarde, Ludovico tornou-se procurador da Basílica de São Marcos. Em 1810, a família havia-se extinguido por falta de descendentes, deixando apenas o seu estupendo palácio para preservar o nome Rezzonico.

Situado no Sestiere Dorsoduro, acolhe actualmente o Museo del Settecento Veneziano, um museu público dedicado ao século XVIII veneziano. O Ca’ Rezzonico é servido pelo cais flutuante de Vaporetti, com o mesmo nome. Fonte: Wikipédia.org / http://www.tickitaly.com

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte X




O vaporetto em plena curva do Grande Canal pára do lado esquerdo no cais flutuante de San Samuele. Deste cais flutuante observa-se na perfeição o belo Palazzo Ca’ Rezzonico, do lado direito do Grande Canal, que é servido pelo cais flutuante com o mesmo nome.O cais de San Samuele, situado do lado esquerdo do Grande Canal é o local de paragem dos vaporetti que se encontra junto do Campo com o mesmo nome, onde se encontra a pequena Chiesa di San Samuele, já no Sestieri di San Marco. A igreja original foi construída no séc. XI, em torno do ano 1000 pela família Boldù. No início do séc. XII foi destruída pelo fogo duas vezes e reparada após os incêndios de 1105 e 1170 lentamente pela família Soranzo, durante os dois séculos seguintes. O edifício actual data de uma reconstrução de 1685, e na fachada principal por cima da estátua da Virgem na porta principal, pode ver-se uma lápide com a data de reconstrução.

A igreja tem vista para o Campo di San Samuele que é um dos poucos que têm uma tomada direta no Grande Canal. Quando se observa esta igreja do lado do Grande Canal, vê-se uma varanda fechada com dez janelas em cima e três janelas gradeadas ao nível da porta, que pertencem a uma estrutura que pertence à igreja e que foi transformada em loja, em 1952. É uma igreja dedicada à figura bíblica de São Samuel, porque segundo a tradição no seu interior estão as relíquias deste Santo. No seu interior, no altar destaca-se um crucifixo do séc. XIV atribuído a Paolo Veneziano. A completar o complexo destaca-se o seu campanário, um dos mais antigos de Venezia, que data do período bizantino veneziano (séc. XII).

Ali perto à direita da igreja, encontra-se a rua Malpiero, onde se encontra a antiga casa em que nasceu Giacomo Casanova. Toda esta área é conhecida em Venezia como a vila de Casanova. Casanova, era filho de uma atriz de 17 anos de idade e provavelmente do nobre Michele Grimani, proprietário do Teatro de San Samuele, onde sua mãe passou a actuar. Casanova teve uma vida apaixonante, tendo a sua educação sido inicialmente orientada para a vida eclesiástica. Tocou na orquestra do Teatro San Samuele (agora uma escola) e os seus pais casaram na Chiesa di San Samuele, em 17 de Fevereiro 1724, sendo também ele ali batizado. Em 1740, com a idade de 15 anos, deu também ali os seus primeiros dois sermões. O primeiro foi um grande sucesso e o seu bolso ficou cheio de dinheiro do ofertório, misturando-se com algumas cartas de amor, pois era na realidade um Dom Juan convicto. Mas da segunda vez o seu sermão foi um desastre, pois tinha comido e bebido demais, esquecendo-se de o preparar corretamente, e ao invés de fazer “Brutta Figura”, ele fingiu desmaiar, o que marcou o fim da sua carreira eclesiástica.


Do lado direito do Campo di San Samuele encontra-se o Palazzo Grassi e do lado esquerdo o Palazzo Capello Malipiero. A República de Venezia tendo o seu poder económico fundado a partir do comércio marítimo durante séculos, fez com que habitualmente muitos nobres venezianos tenham usado frequentemente para expressar o seu status e suas ambições, na zona mais prestigiada de Venezia, o Grande Canal, para ali construírem as suas casas de luxo, a zona mais visível da cidade.

Assim, a família Grassi, originalmente de Chioggia, encomendou a Giorgio Massari (1687-1766) um palácio em mármore, um edifício monumental, numa maravilhosa localização no canal. Provavelmente iniciada em 1748, a construção do prédio foi concluída só no final do século. O Palazzo Grassi tem um maior valor histórico por ser o último edifício construído na cidade antes da queda da Sereníssima República de Venezia, sitiada pelas tropas napoleónicas em 1797.

Em 2005 o Palazzo Grassi foi comprado pelo empresário François-Henri Pinault, que encomendou ao renomado arquiteto japonês Tadao Ando, a reabilitação e renovação do palácio, conseguindo este um diálogo entre a arquitetura neoclássica e as soluções renovação moderna, sendo elogiada a harmonia conseguida por conhecedores dos estilos arquitectónicos contemporâneos.


O Palazzo Grassi também localizado no Campo San Samuele e com a sua fachada principal voltada para o Grande Canal, é hoje um local de exposições de prestígio de âmbito internacional. Além de apresentar importantes exposições temporárias, possui como acervo permanente, com parte da Coleção François-Henri Pinault.
François Pinault foi um grande amante da arte moderna, e um dos maiores colecionadores de arte contemporânea do mundo, que decidiu compartilhar a sua paixão com o maior número possível de pessoas, colocando ali uma parte da sua enorme coleção.



Aquando da nossa visita a Venezia, decorria a Bienal de Arte, uma exposição internacional de arte que desde 1895 se realiza a cada dois anos na cidade. Por esse motivo em alguns pontos da cidade podiam ser vistas muitas manifestações artísticas e o Campo di San Samuele não foi excepção. Em frente do Palazzo Grassi e em plena margem do Grande Canal, observava-se ali, numa pequena plataforma encostada ao cais, uma magnífica escultura, que em combinação com o palácio, juntava simbolicamente o antigo ao moderno. No Campo di San Samuele, observava-se ainda uma Instalação realizada com um velho Cadillac, pintado com uma pintura contemporânea, que juntava mais uma vez o antigo ao moderno.

Fonte: http://www.churchesofvenice.co.uk / Wikipédia.org / http://www.palazzograssi.it / http://www.leggievai.it/palazzo-grassi

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte IX




Olhando-se para a margem direita a partir do Palazzo Mocenigo observa-se na sua frente não só o duplo cais flutuante de San Tomà, mas também o lugar de encontro do rio dei Frari, que depois de sofrer um desvio primeiro à direita e depois à esquerda, ali desagua no Grande Canal, depois de passar à frente do Campo dei Frari e passar por quatro idílicas pontes. Ali perto encontra-se o pequeno Campo di San Tomà, além das praças designadas por Campo dei Frari, onde se encontra a bela Chiesa di Santa Maria Gloriosa dei Frari e por trás desta o Campo di San Rocco, com a pequena Chiesa di San Rocco e a Scuola di San Rocco do seu lado direito.

A Scuola Grande di San Rocco foi inaugurada em 1478, quando a República Serenissima de Venezia, por meio do "Consiglio dei Dieci", delegou poderes para reconhecer e regularizar as confrarias da cidade de Venezia, consentindo assim a sua instituição na cidade. A Scuola di San Rocco foi inicialmente sediada na Chiesa di San Giuliano e mais tarde transferida para a Chiesa di San Silvestro, até obter o assento definitivo, na actual Scuola di San Grande Rocco. No seu interior podem ser encontradas muitas obras de arte quase todas de Tintoretto, onde se encontram muitas das suas melhores obras-primas, ganhando com elas o status de um dos maiores artistas de Venezia e todo o Mundo.As duas praças contiguas referidas, são locais de grande calma e onde podemos desfrutar de momentos de descanso enquanto nos dedicamos ao deambular pela Venezia profunda. Ali além do belo e estreito canal onde corre o rio dei Frari, com as suas edílicas pontes e varandins em ferro forjado que protegem os caminhantes nos passeios junto ao canal, encontram-se pequenos cais servidos por escadarias, onde os barcos podem facilmente atracar.

Também ali podemos encontrar duas das mais interessantes igrejas de Venezia. No Campo dei Frari e virada para o romântico canal onde corre o rio dei Frari, observamos a Chiesa Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma igreja em tijolo simples mas ao mesmo tempo exuberante, de fachada gótica e enorme beleza interior, onde se encontra o túmulo de Claudio Giovanni Antonio Monteverdi um compositor, maestro e cantor italiano, que em tempos assumiu a direção musical da Basílica de São Marcos de Venezia. No contiguo Campo dei San Rocco, um grande largo é dominado pela branca fachada da Chiesa dei San Rocco, e ali podem ser encontradas geladarias e lojas de mascaras artesanais e ouvir e observar vários artistas de rua.

No Campo di San Tomà ali perto, observa-se a chiesa di San Tomà, que como o seu nome indica é dedicada a São Tomé, um dos apóstolos de Jesus Cristo. A igreja foi fundada em 917 com o dinheiro da família Miani, e restaurada em 1395. Foi ampliada em 1508, sofrendo novas remodelações em 1652. A fachada atual resultou da reconstrução de 1652, por Giuseppe Sardi, provavelmente um projeto de Longhena, sendo substituído por Francesco Bognolo, para a realização das restantes obras em 1742-55. O vaporetto sai do cais flutuante de San Tomà, na margem direita do Grande Canal e começa a fazer a curva mais apertada do Canal. À direita observa-se a ligação do canal onde corre o rio di Ca’ Foscari e junto ao seu derrame no Grande Canal do lado esquerdo, destaca-se o Palazzo Ca’ Foscari na margem direita.

O Ca 'Foscari é um exemplo típico de uma residência dos comerciantes nobres venezianos e que foi em tempos o palácio da família Foscari. O palácio é uma bonita e imponente construção gótica e um projecto do arquiteto Bartolomeo Bon. Mandado construir pelo Doge Francesco Foscari em 1453, é agora a sede principal da Universidade de Venezia. O edifício original era um palácio Bizantino, conhecido como a "La casa con due torri" (A casa com as duas torres), que foi comprado mais tarde pela República de Venezia em 1429 para se tornar a residência do vice-capitão da República, Gianfrancesco Gonzaga. Contudo Gonzaga nunca lá viveu e o palácio foi usado para dar hospitalidade aos ilustres convidados da República, incluindo reis e diplomatas. Em 1439 a "Casa das duas torres" foi dado a outro capitão, Francesco Sforza. O palácio foi sempre considerado como a sede da República de Venezia, devido à sua posição central na margem do Grande Canal.

Em 1453 foi ocupado pelo Doge Francesco Foscari, que o mandou reconstruir em estilo gótico, condizente com a arquitetura do seu tempo. O Doge Foscari comprou para si o edifício e continuou a sua reconstrução do palácio, o que significa que naquela época o Doge, tinha uma grande importância representando a continuidade dos sucessos militares desse período, que durou 30 anos. O imenso palácio novo, dificilmente pode ser concluído, pois caiu em Foscari desgraça em 1457, retirando-se para a sua nova casa onde terminou os seus dias. Mais à frente do mesmo lado do Ca’ Foscari, observa-se o Ca’ Rezzónico, na margem esquerda, um edifício do séc. XVIII que é atualmente um museu de Venezia. Foi construído a partir de 1649 para a nobre família Bon e projetado pelo arquiteto do barroco, Longhena.

Devido à morte do patriarca da família, em 1682, e também devido às dificuldades económicas da família Bon, os trabalhos de construção foram suspensos, deixando o edifício inacabado. Enquanto isso, a família Rezzonico original da Lombardia, mudou-se para Venezia em 1687 e adquiriu um título nobre. Giambattista Rezzonico era um comerciante e banqueiro importante, que comprou o edifício em 1751 e encomendou a sua conclusão a Giorgio Massari, um dos arquitetos mais consagrados e eclécticos de meados do séc. XVIII. O trabalho avançou rapidamente e em 1756 o edifício foi concluído.O palácio pertenceu à família Rezzonico durante 50 anos, mas a poderosa família chegou ao fim, em 1810. Despido de móveis que foram divididos entre os herdeiros, foi vendido no séc. XIX e passou de proprietário para proprietário, sendo por fim comprado pelo pintor inglês Robert Barrett Browning, sendo escolhido como residência por seu pai, o escritor Robert Browning, que ali morreu. Mais tarde foi comprado pelo conde Lionel Hirschell Minerbi, membro do Parlamento italiano, que a vendeu em 1935, após uma negociação longa e complexa à cidade de Venezia.


Fonte: http://www.museiciviciveneziani.it / http://www.globopix.net / Wikipédia.org

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte VIII






O vaporetto deixa a plataforma flutuante de San Silvestro, na margem direita do Grande Canal e após passar pelo Palazzo Barzizza, segue o seu caminho até uma nova paragem, no cais flutuante de Sant’Angelo, na margem esquerda. Logo que o vaporetto larga do cais flutuante de San Silvestro, observa-se do lado esquerdo e quase em frente do Palazzo Barzizza o Palazzi Grimani, que pertenceu a Giovanni Grimani um homem educado e um apaixonado colecionador de arte clássica. Neste palácio Giovanni Grimani guardava a sua importante coleção arqueológica e uma das melhores da sua época, que era exibida na sua residência, surpreendentemente nas prateleiras, lareiras, junto aos rodapés e em ambientes como a “tribuna”, especialmente concebidos para a sua colecção e ainda no pátio da residência.

Hoje é um museu, que além de albergar esta importante colecção, acresce a sua bela decoração interior de alta qualidade, quer nos quartos, quer nas salas, com trabalhos excelentes em estuque e com belos frescos reflectindo o gosto nada convencional dos Grimanis, que foram executados por artistas maneiristas, como Giovanni da Udine, Salviati Francesco, Mantovano Camillo, Menzocchi Francesco e Federico Zuccari. Tudo isso faz do Palazzo Grimani único na história da arquitetura de Venezia, sendo considerado um tesouro fascinante de grande riqueza cultural, artística e histórica, sendo nos dias de hoje um museu com um acervo onde se destacam as colecções da família acumuladas desde 1500.


O vaporetto atraca um pouco mais à frente, no cais flutuante de Sant’ Angelo e na sua frente destaca-se do lado direito o desembocar do largo canal que serve de leito ao rio di San Polo e que ali se liga ao Grande Canal. É ali que se encontra o Sestieri di San Polo, que se estende à volta deste canal. O Sestieri di San Polo é o maior bairro de Venezia, depois do Sestieri di San Marco, onde se encontra a Piazza di San Marco e a Basílica homónima, para onde nos dirigíamos.

No grande bairro San Polo, estão situadas algumas das melhores atracções de Venezia e alguns dos mais emblemáticos monumentos da cidade. Ali podem ser encontradas, a Chiesa di San Giacomo di Rialto, a igreja mais antiga de Venezia, a Chiesa di San Cassiano, a Chiesa di San Giovanni Evangelista, a Chiesa di San Polo, uma Igreja dedicada ao Apostolo São Paulo (San Polo) e situada no Campo di San Paolo e ainda a Chiesa di San Rocco, a Scuola di San Rocco e a Chiesa di Santa Maria Gloriosa dei Frari, os três situados no Campo di San Polo.


Do lado esquerdo do encontro do rio di San Polo com o Grande Canal fica o Palazzo Ca’ Centanni, que encerra o Museo Goldoni, a antiga casa do famoso dramaturgo Carlo Goldoni, que foi construída em 1400 e que é um exemplo claro e vivo da arquitetura gótica em voga no século XV.

Na margem esquerda do Grande Canal e quase em frente do Ca’ Centanni (Museo Goldoni) observa-se o Ca’ Garzoni ou Palazzo di San Luca, também em estilo gótico e que hoje pertence à Universidade de Venezia, onde está sediada a faculdade de línguas.


Um pouco mais à frente e também na margem esquerda e por isso do mesmo lado do Ca’ Garzoni, observa-se o Palazzo Mocenigo. É um palácio que outrora pertenceu à família Mocenigo de San Stae, graças a um legado do último membro da dinastia, Nicolò Alvise.


É um grande edifício de origem gótica, que foi profundamente restaurado no início do século XVII, quando a configuração atual foi finalmente alcançada. A decoração e o mobiliário são, pelo contrário, tipicamente do séc. XVIII, com muitas peças esculpidas e douradas, com belíssimas pinturas e belos lustres de Murano. Os magníficos frescos do palácio também datam do séc. XVIII.Hoje este belo palácio é o Museo Civici (Museu Cívico), tornando-se a sede do Museo del Tessuto e del Costume (Museu dos Têxteis e do Traje), estando ali alojadas as colecções de têxteis e de ricos trajes antigos. No Palazzo Mocenigo possui também uma biblioteca completa e especializada da história do tecido, do traje e da moda, numa coleção de mais de 13.000 livros do séc. XVIII ao séc. XX.


Fonte: http://www.europe-cities.com / http://www.viaggero.it/italia / http://www.palazzogrimani.org/

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte VII




Depois da Ponte Rialto o Grande Canal faz uma curva conhecida por La Volta, sendo ali que podem ser observados a maioria dos grandes palácios de Venezia. Embora as suas belas fachadas tenham sido ao longo do tempo desbotadas pelas marés, e as suas fundações sendo corroídas, o Grande Canal continua a ser a mais bela “avenida” do mundo.O vaporetto continua a sua viagem a partir do cais flutuante no Riva del Ferro. No final do Riva del Ferro observa-se uma pequena ponte que marca o local de ligação do rio di San Salvador com o Grande Canal.


Logo a seguir e do mesmo lado fica o antigo cais Riva del Carbon, um espaço animado onde encontramos muitos quiosques de recordações e onde nos misturamos quase que invariavelmente com uma multidão de turistas.
O Riva del Carbon está localizado na margem direita do Grande Canal e em frente ao Riva del Vin, o antigo cais onde outrora se desembarcava o vinho, na margem esquerda. Como se pode facilmente adivinhar, o Riva del Carbon deve seu nome ao facto de ser aqui comercializado o carvão e onde paravam as jangadas carregadas com este material. A partir do Riva del Carbon e seguindo para o interior chega-se ao Campo San Luca.

Assente sobre o Riva del Carbon ali se pode observar o Ca'Farsetti, que também é conhecido por Palazzo Dandolo Farsetti. Foi construído em 1400, com apenas dois andares por um dos membros da família Dandolo, talvez o próprio Doge da cidade de Venezia, Enrico Dandolo. Mais tarde foi ampliado para o tamanho em altura atual. Mais tarde o palácio passou da família Dandolo para a família Gritti, em 1536, por venda. Após os Dandolos e os Grittis, as famílias Mocenigo e Bernardo tornaram-se seus proprietários através de casamento. Mais tarde foi transformado num importante centro artístico, o "Academy Doubleday”, pela família do mesmo nome, que o adquiriu no início do séc. XVIII.

No ano de 1805 o seu segundo andar foi vendido, pela nobre Helen Michiel, viúva de Alvise Bernardo, a Dal Niel. Mais tarde, Dal Niel deixou esse segundo piso para sua filha Alfonsina Muzzarelli, que em 1840 conseguiu comprar o primeiro andar do edifício ao nobre Filippo Nani, o herdeiro dos Mocenigos. Assim, todo o edifício passou para ela e mais tarde para a sua filha Giuseppina, que o transformou nos primeiros anos do séc. XIX, no Royal Hotel Danieli. Em 1826 foi adquirido pela cidade de Venezia, para se tornar na actual Câmara Municipal, sendo o Ca’ Farsetti até hoje, o local onde se encontra o gabinete do presidente da cidade. O andar térreo tem um pórtico central com cinco arcos, apoiados por quatro colunas coríntias, que é estruturalmente semelhante à do lado Ca’ Loredan, ao qual Ca’ Farsetti está conectado, do lado esquerdo, através de uma "ponte". Na fachada o primeiro andar é caracterizado por um varandim com um longo corrimão, com arcadas estreitas que marcam bem os dois níveis.

Do seu lado direito fica o Palazzo Loredan dell'Ambasciatore, também um palácio gótico do séc. XV, que pertenceu à nobre família Loredan. Localizado no Sestiere Dorsoduro, foi chamado de "dell'ambasciatore" porque era a casa dos embaixadores do Império Austríaco na República de Venezia. Antonio Loredan, um antepassado da família, que foi o administrador da Ilha de Corfu, na Grécia que derrotou os turcos em 1716, juntamente com o conde Johann Matthias von der Schulenburg, um general saxão. Após a batalha, o conde Schulenburg abrigou-se no interior do Palazzo Loredan, junto com 25 membros da sua comitiva e quatro gondoleiros. O palácio era conhecido por seus sumptuosos jantares e a sua admirável colecção de arte. Em 1752, outro antepassado da família, Francesco Loredan, que mais tarde também foi um dos Doges de Venezia, ofereceu o palácio para residência do embaixador do Sacro Império Romano, em troca de 29 anos de restaurações em Venezia. O primeiro embaixador imperial que lá viveu foi o conde Philip José Orsini –Rosenberg, que após a sua chegada a Venezia, se casou com Giustiniana Wynne, uma amiga próxima do célebre Giacomo Casanova (um libertino aventureiro e escritor italiano). O casal residiu no Palazzo Loredan dell'Ambasciatore durante os primeiros anos de seu casamento.

Logo à frente o vaporetto para na plataforma flutuante de San Silvestro, que serve uma pequena praça, o Campo San Silvestro, onde está situada a igreja do mesmo nome, situada no Sestiere de San Polo. A Chiesa di San Silvestro, observa-se do lado direito no Campo San Silvestro e embora seja originalmente do séc. XII, a sua fachada é moderna, sendo concluída em 1909, por Giuseppe Sicher. O vaporetto continua a sua viagem e um pouco mais à frente, do mesmo lado do Campo San Silvestro observa-se o Palazzo Barzizza. Também pertencente ao Sestiere de San Polo este é um palácio ao lado do Palazzo Giustiniani Businello e na frente do Ca' Doubleday (Palazzo Dandolo Farsetti).


O Palazzo Barzizza reconstruído no séc. XVII deve seu nome aos proprietários, que o adquiriram no séc. XVIII. Os seus antigos donos eram nobres da cidade de Bergamo, que reconstruiu o lado esquerdo do edifício original. Atualmente este antigo palácio ainda é uma casa particular. Fonte: http://www.gondolavenezia.it / Wikipédia.org

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte VI




Olha-se a margem direita a partir do vaporetto e antes de atravessar a Ponte Rialto, mesmo junto à ponte do lado direito observa-se o Palazzo Camerlenghi, um palácio renascentista localizado no Sestieri di San Polo, com a fachada principal voltada para o Grande Canal. O Palazzo Camerlenghi foi construído entre 1525 e 1528 e inspirado nos trabalhos dos arquitetos Pietro Lombardo e Mauro Codussi. Foi construído para albergar a sede dos magistrados financeiras, incluindo a família Camerlenghi, mercadores judeus denominados Cônsules do Merchant. Dada a importante da sua função económica, o piso térreo do edifício foi utilizado como prisão para os devedores, que eram expostos junto à Ponte Rialto, como aviso sério para aqueles que ali passavam. Por esse motivo as suas janelas diferem das dos pisos superiores, apresentando-se rectangulares e gradeadas.


Depois da queda da República de Venezia, o edifício abrigou o Tribunal de Justiça e os Cartórios do Património do Estado ao longo dos anos. Hoje é novamente usado para hospedar os magistrados financeiros, como a sede da secção regional do Tribunal de Contas.

O edifício desenvolve-se de forma pentagonal num plano para seguir a curva do Grande Canal em três andares. Possui janelas altas encimadas por arcadas, e separadas entre si por pilastras coroadas com interessantes ornamentos. Como um edifício do "Tesouro do Estado" foi enriquecido externamente com uma fachada principal em mármore policromado.

Quanto ao interior, era tradição sempre que um magistrado de Venezia terminasse o seu mandato, ali deixasse uma pintura religiosa e um retrato seu com o seu brasão de armas. Na época do mandato Camerlenghi, o edifício foi enriquecido com muitas obras de arte e dai ter adoptado o seu nome. No entanto antes de passar para o Reino da Itália, muitos dos ex-cônsules fugiram para a Europa, mas felizmente muitos deles voltaram para Venezia.


O vaporetto faz a passagem por baixo da Ponte Rialto, que como sempre se encontrava apinhada de turistas que ali procuram os melhores ângulos para fotografarem o Grande Canal, quer à esquerda, quer à direita, uma vez que se está no verdadeiro coração histórico e comercial de Venezia.


À esquerda observa-se a Riva del Ferro, um antigo e importante cais, onde ainda atracam os vários barcos com produtos para o abastecimento da margem esquerda do Grande Canal. Ali também se encontra localizado um antigo palácio carmesim em estilo veneziano, Por trás do qual se observa a o campanário da Chiesa di san Bartolomeo. Hoje este palácio carmesim está transformado em hotel, o Hotel Rialto, que se destaca devido à sua posição única e invejável, mesmo em frente a Ponte Rialto.A Riva del Ferro serve o Campo San Bartolomeo, a área por trás deste cais da cidade de Veneza e a poucos passos de Rialto. É uma zona da cidade muito ativa e ocupada, por causa da sua localização estratégica, sendo o lar de grandes negócios e de vários edifícios bancários. No centro do Campo San Bartolomeo há o famoso monumento em memória de Carlo Goldoni.


A estátua do célebre dramaturgo veneziano Carlo Goldoni perscruta as multidões que cruzam esta praça/encruzilhada, que se dirigem para a Ponte Rialto ou simplesmente visitam as suas redondezas. Estrategicamente colocada na zona de Rialto, esta Piazza del Campo San Bartolomeo, possui uma grande variedade de bares convidativos que enchem os cativantes becos que dele irradiam, sendo um local de moda para os jovens da cidade ou de fora dela.O extremo norte do Campo di San Bartolomeo é ocupado pela estação principal de correios e pelo edifício Fondaco dos alemães, a casa da comunidade alemã de Venezia. Em direcção à Ponte Rialto você pode ver, escondida, a fachada da Chiesa di São Bartolomeu (séc. XII).


A paragem do vaporetto é realizada logo a seguir, nas plataformas flutuantes que servem a zona do Rialto. Dali temos uma boa perspectiva da bela Ponte Rialto e das margens circundantes.Em frente da plataforma flutuante Rialto de vaporetti, na margem direita, observa-se o Riva del Vin do Grande Canal, outro cais que outrora servia a zona do Rialto, que se encontra cheio de esplanadas de restaurantes, que servem peixe e marisco fresco.


Fonte: http://www.jewishencyclopedia.com / http://whereiveben.blogspot.com / Wikipédia.org