Visita a Torino - Parte III - Palazzo Reale

A partir da porta do Palazzo Madama, a Piazza Castello mostra-nos toda a sua dimensão. Esta ampla praça é a praça principal de Torino e o coração do centro histórico da cidade. Nela se fundem quatro das principais avenidas de Torino, a Via Garibaldi (pedestre), a Via Pó, a Via Roma e a Via Pietro Micca.
Sobre a Piazza Castello observamos ainda o Teatro Regio, com uma fachada de 1700, mas com um moderno interior, resultado de uma remodelação profunda realizada em 1973.
Da Piazza Castello passa-se à contigua Piazza Reale, dominada em toda a sua extensão oeste, pelo enorme Palazzo Reale ou Nuovo.

A construção do Palazzo Reale foi ordenada pela regente do reino, Maria Cristina, que queria para o Tribunal uma nova residência digna e sumptuosa. O local escolhido foi o local onde ficava o Palácio Episcopal, que oferecia uma posição aberta e ensolarada, com a vantagem de estar conectado com os outros edifícios que eram sede da corte. O Palácio do Bispo, depois de alguma controvérsia, foi finalmente demolido e substituído pela construção do atual Palazzo Nuovo. O novo edifício de planta quadrada, foi residência dos reis da Sardenha até 1859, e de Vittorio Emanuele II, rei da Itália, até 1865.

Subindo a escadaria monumental desenhada por Augusto Ferri (1864-1865), decorada por pinturas e estátuas do séc. XVIII, com a única exceção do monumento a Vittorio Amedeo I, chega-se ao primeiro andar, onde estão os apartamentos do primeiro andar, onde a visita começa.
A decoração e mobiliário interior testemunham a passagem pelo palácio de vários artistas que  lá trabalharam desde o séc. XVII ao séc. XIX. A lista de pessoas que cuidaram da decoração é longa, e inclui alguns nomes de grande prestígio.

Após o Salone grande, existem outras dependências que se sucedem uma após outra, todas decorados por tapeçarias francesas e do Piemonte. As tapeçarias com temas mitológicos são da região do Piemonte, onde se encontra a cidade, enquanto que o mobiliário foi encomendado artesãos e escultores da época.


Um dos salões mais sumptuosos do palácio é a Sala del Trono. Em 1848, Carlo Alberto saiu desta sala para chegar à Loggia, nas proximidades da Galeria de Armas, de onde anunciou o início da primeira Guerra de Independência.
O Salão do Conselho de Ministros possui uma mesa sobre a qual, segundo a tradição, Carlo Alberto assinou um tratado. Outro salão se segue, a maravilhosa sala de estudo chinesa, desenhada por Francesco Juvarra, com frescos de Claudio Beaumont.
A sucessão de magníficas salas só é interrompida pela simplicidade do quarto de Carlo Alberto.  Depois a sumptuosidade está de volta com a Sala de Jantar à qual se sucede a Galleria del Daniele, que tomou o nome da sua decoradora, Daniele Seyter, que pintou a abóbada em 1690.
A encantadora sala de estudo, no quarto da rainha Maria Teresa, é provavelmente a sala mais valiosa do palácio. O quarto é decorado com muito bom gosto com  pinturas de Beaumont, possuindo também um jogo precioso de molduras douradas e espelhos antigos. O quarto reflete perfeitamente a elegância refinada e culta dos seus habitantes.
Mais adiante fica o Escritório das Miniaturas, que abriga uma coleção iconográfica do séc. XIX da família de Sabóia. Outras salas interessantes são a "Alcova", o quarto de Carlo Emanuele II, e o Salão de Dança, onde outrora tinham lugar as festas e banquetes, e que hoje abriga a coleção de porcelanas chinesas.
A sucessão de quartos grandes termina com a uma enorme sala de dança, com suas colunas de mármore, provavelmente o melhor trabalho de Palagi, que ali trabalhou livre das obrigações impostas às decorações das outras salas.
O Palazzo Reale de Torino tem preservado intacto desde há muito tempo a sua estrutura e mobiliário, oferecendo uma documentação completa e antológica das artes decorativas do Piemonte, em torno da segunda metade do séc. XVII até ao séc. XIX. Como tal, o palácio é um museu maravilhoso, rico de elementos sugestivos.

 Fonte: Wikipédia.org / http://www.visitatorino.com/ / http://www.pianetatorino.it

Visita a Torino - Parte II - Palazzo Madama

Ao chegarmos ao centro da cidade, deixámos a autocaravana num estacionamento do Corso Regina Margherita, um pouco antes da Piazza della Repubblica e seguimos a pé até à central Piazza Castello, onde ficam situados os alguns dos principais ícones da cidade.
O Corso Regina Margherita (conhecido simplesmente como o Corso Regina) é uma das principais avenidas da cidade de Torino, que a atravessa de leste a oeste, delimitando a área norte do centro histórico da cidade. Maria Teresa Giovanna di Savoia, a primeira rainha da Itália, esposa do rei Umberto I de Itália, o segundo soberano da Itália unificada. A avenida foi traçada no séc. XIX, quando a cidade ultrapassou o perímetro das muralhas da cidade antiga, quando começou a tornar-se uma cidade industrial.

A partir da praça octogonal, agora chamada Piazza della Repubblica, seguimos a partir da Contrada di Porta Palazzo, pela Via Milano, até à Via Garibaldi. Este primeiro trecho por onde se caminha, mantém a uniformidade arquitetónica nas fachadas dos edifícios situados na praça, embora sem pórticos.

A partir da Via Garibaldi, segue-se a Via Milano debaixo dos porticos de belos edifícios. Entre pórticos e ao aproximarmo-nos da Piazza Castello, observa-se a fachada do Palazzo Madama, do séc. XVII. O seu curioso nome deve-se ao fato de ter sido a morada da “Madama Reale” Maria Cristina, regente de Carlo Emanuele II di Savoia.

O Palazzo Madama é um dos edifícios mais representativos da história milenar de Torino. Este belo palácio possui uma fachada barroca de 1721, feita por Filippo Juvarra, que infelizmente se encontrava com obras de limpeza.

Hoje o Palazzo Madama, é a sede do Museu de Arte Antiga da cidade, que abriu as portas do palácio após um fechamento de 18 anos.
Uma visita ao seu interior, proporciona admirar a maravilhosa escada desenhada por Juvarra, fazendo um itinerário que nos mostra as escavações arqueológicas do Tribunal Medieval, os apartamentos barrocos de duas das reais senhoras, Cristina de França e Maria Giovanna Battista de Sabóia, o Salão do Senado, que sediou as Câmaras do Parlamento, após a unificação italiana, e as três grandes salas no segundo andar, que abrigam a coleção de artes decorativas do museu.

Visita a Torino – Parte I

Antes da partida de Milano no dia seguinte, e após a saida do parque de campismo, ainda fomos até ao centro da cidade para a compra de novas bicicletas (que já nos faziam falta), no Decatlon da cidade, situado no Largo Cairoli no final da Via Dante e perto do Castelo Sforzesco.

A chegada a Torino (Turin, em piemontês), foi realizada ao princípio da noite. Como a cidade não possui parques de campismo proximos da cidade, nem áreas de serviço para autocaravanas, colocámos o GPS à procura de um bom local para a pernoita, que fosse utilizado por autocaravanistas. Essa zona estava situada na periferia de Torino, a este da cidade, onde se encontrava um descampado, situado perto de uma feira de diversões e onde se encontravam já alguns caravanistas.
A noite decorreu calma e sem qualquer sobressalto e no dia seguinte fomos até ao centro da cidade e ali iniciámos a visita aos locais mais emblemáticos da cidade.
A cidade de Torino fica na extremidade ocidental da planicie do rio Pó e localizada no noroeste da Itália. É cercada a oeste pelos Alpes e a leste pelos morros de Monferrato.
É a capital e maior cidade da região do Piemonte, tendo sido a capital de Itália, entre 1861 e 1864. Foi sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006.
Três grandes rios passam pela cidade: o e dois de seus afluentes, o Dora Riparia (do celta duria, água, mais tarde alterado para "Duria Minor" pelos romanos) e o Stura di Lanzo e Sangone. Na riva oriental, o tem como afluentes riachos que nascem nos morros Monferrato.
Torino é uma das cidades industriais mais importantes da Itália, sendo considerada a capital do automóvel. Nasceu como uma antiga colónia romana com o nome de Augusta Taurinorum, e tornou-se importante a partir do séc. XII, graças ao poder dos Savoia que a engrandeceram até transformá-la em capital do reino no séc. XVI.
A transformação da cidade teve depois outras fases importantes: em 1500, em 1600 com a presença do arquiteto Guarino Guarini e após em 1700 com o arquiteto Iuvarra. O momento histórico mais importante de Torino foi o situado entre os anos 1861 a 1865, quando a cidade foi a capital da Itália unificada.
O seu meio urbano é muito diferente das outras cidades italianas, uma vez que por vontade dos Savoia a cidade ficou organizada como as cidades francesas, apresentando um aspeto francês severo, com largas ruas de paralelepípedos, que se encontram em ângulos retos, sendo cortadas por inúmeras linhas de elétrico, que fazem o seu piso muito desconfortável, para quem se desloca pela cidade de carro ou autocarro.
A mais importante das suas ruas centrais é a famosa Via Roma que se encontra situada entre praças espaçosas, caracterizadas por uma geometria regular, entre as quais se encontra a muito central Piazza Castello, onde se encontra a histórica estação ferroviária Porta Nuova, incluindo no seu caminho a Piazza CLN e terminando na Piazza Carlo Felice.

Visita a Milano - 2º Dia - Igreja e o Convento de Santa Maria delle Grazie

Antes da partida de Milano queríamos ainda visitar a Chiesa di Santa Maria delle Grazie, situada na Piazza Santa Maria delle Grazie, nº 2 do Corso Magenta.
Após a chegada ao local, deixámos a autocaravana na Via Fratelli Ruffini, uma sossegada rua próxima, e a pé percorremos os poucos metros que nos separavam da igreja e convento de Santa Maria delle Grazie, ambos declarados Patrimônio da Humanidade, em 1980.

Este é um lugar a visitar por quem verdadeiramente quer descobrir e aprender sobre as maravilhas renascentistas da cidade, da qual faz parte a sua esplêndida Igreja de Santa Maria delle Grazie, um testemunho rico do verdadeiro Renascimento Milanês. Neste período histórico a cidade conheceu uma explosão da arte e de cultura sem iguais, graças ao governo de Visconti Sforza e Ludovico il Moro.
O Convento de Santa Maria delle Grazie e a sua igreja formam uma importante obra gótica do séc. XV. Desenhados pelos arquitetos Solari e Bramante, abrigam no seu interior frescos de Butionone e Gerrari, além de ostentarem uma impressionante arquitetura.

No interior, na zona mais antiga da igreja em estilo gótico, nas capelas laterais, podem ser observados os frescos denominados, “Storie della Passione”, por Gaudenzio Ferrari, além de um monumento erguido para Ludovico il Moro, encimado por uma representação da fachada antiga do Duomo de Milano.

A Igreja e o Convento de Santa Maria delle Grazie, hoje pertença da ordem dominicana, foram mandados construir pelo Duque Lodovico Sforza, a partir de 1463, sendo reformulados no final do séc. XV, por Bramante, para entre outros objetivos, o de servir de panteão à família Sforza.

Mas a razão pela qual a igreja e o convento são realmente famosos, está presente no refeitório do convento. É lá que se encontra a Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, um dos frescos mais conhecidos do mundo, que foi encomendada por Lodovico Sforza ao célebre pintor, para decorar as paredes do refeitório do convento.

Esta obra-prima inigualável, encontra-se na parede norte do já referido refeitório e foi realizada entre 1495 e 1497. As visitas são limitadas, já que Da Vinci usou um tipo de pintura que resiste mal à humidade.

Na época em que foi pintada, a última Ceia de Cristo, era uma tradição para os refeitórios dos mosteiros, mas a interpretação de Leonardo da Vinci deu um maior realismo e profundidade ao lugar.

O pintor passou grande parte dos três anos que demorou a pintá-la, dando atenção integral e fidelidade ao Evangelho segundo São João, que descreve o momento dramático, quando Jesus diz aos apóstolos: “Um de vós me trairá”.

O fresco sofreu algumas agressões ao longo do tempo, desde a abertura de uma porta, realizada pelos padres dominicanos do convento, até ao bombardeio aéreo na Segunda Guerra Mundial, conseguindo chegar até aos nossos dias, para que afortunadamente pudesse-mos vê-lo.

Dentro da igreja há também de referir a "Crucificação" de Donato Montorfano (1495), que se encontra numa das capelas laterais. Na primeira capela do lado esquerdo de quem entra, podem ser vistos os túmulos de um dos casais mais influentes da história da cidade de Milano e da Itália. Ettore Conti e Gianna Conti, que além de terem tido uma vida longa, tiveram também o proveito de uma vida extremamente frutuosa, do ponto de vista social e financeiro, além de terem sido os promotores da última reconstrução da igreja, após a 2ª Guerra Mundial.
Fonte: http://dreamguides.edreams.pt / Wikipédia.org / http://www.tourism.milan.it/

Visita a Milano – 1º Dia – Parte III

Voltámos novamente à Piazza del Duomo e dali, seguimos em direção à chamada Piazzetta Reale, que se encontra à direita da fachada do Duomo, em posição oposta à Galeria Vittorio Emanuele II.
Ali se encontra a fachada principal do Palazzo Reale, que segue a linha de um antigo pátio demolido, formando uma entrada à Piazza del Duomo.
Este palácio foi sede do governo da cidade desde a baixa Idade Média, quando era designado por Palazzo del Broletto Vecchio e também como Palazzo dell'Arengo. O velho palácio viu o seu papel de centro político ser reforçado após a ocupação pelas famílias, della Torre (ou Torriani), Visconti e Sforza.
A partir de então, tornou-se cenário do pomposo cotidiano da corte, testemunhando nomeações e receções solenes. Mais tarde sob domínio da Áustria, o Palazzo Reale foi então revestido com ornamentos e decorações inspiradas no barroco tardio, antes de ser submetido a uma grande remodelação neoclássica no fim deste século, idealizada por Giuseppe Piermarini, tornando-se a partir daí na residência oficial dos regentes.
Caminha-se pela Piazza del Duomo em direção à Via Mercanti. A Via Mercanti é uma rua só aberta a peões, que liga a Piazza del Duomo à Piazza Cordusio.
O início da Via Mercanti, fica a Piazza dei Mercanti escondida a noroeste, em frente ao Duomo. A Piazza dei Mercanti era o centro das atividades oficiais durante a era medieval e ali existem, em seu redor, alguns antigos e belos edifícios. É limitada nos quatro lados por esses edifícios e suas entradas são estreitas. Este é um local cheio de história, uma vez que é um lugar remanescente da Milano medieval, e vale a pena um olhar atento, por essa mesma razão.
Ao longo de suas laterais os palácios são uma presença que se nota e outrora abrigavam lojas antigas, pertença dos artesãos, daqueles tempos e em tempos medievais este era o centro comercial de Milano. Até ao início do séc. XX, a bolsa de valores esteve ali alojada desde o séc. XVI, no Palazzo dei Giureconsulti, também situado na Via Mercanti.
O edifício mais atraente da Via Mercanti é o Palazzo della Ragione. No primeiro andar, o “Broletto”, funcionava a Câmara Municipal medieval e por baixo dela, um espaço aberto por baixo de pórticos, era usado para os mercados. Um baixo-relevo por cima das arcadas, representa Oldrado di Tressano, o prefeito milanês, que organizou a construção do palácio em 1228.
A seguir a Via Mercanti, desemboca na Piazza Cordusio, principal centro de transportes elétricos da cidade. A Piazza Cordusio está situada no centro de Milano, entre a Via Mercanti e a Via Dante e no centro de um cruzamento de outras ruas que ali se cruzam.
Na Piazza Cordusio, ficámos um bocado de tempo, vendo um artesão chinês de meia-idade, possivelmente um artista cozinheiro, que habilidosamente fazia maravilhas cortando legumes.
Toma-se de novo a caminhada pela Via Dante, uma comprida e charmosa rua localizado entre a Piazza Cordusio e o Largo Cairoli, que nos leva até ao Castelo de Milano, o famoso Castello Sforzesco. Esta é uma rua sempre cheia de turistas, que em todas as épocas visitam Milano e onde se pode desfrutar de um bom almoço ou jantar, bem como de um lanche ou cappuccino, num dos muitos restaurantes e cafés localizados ao longo do seu calçadão. E foi precisamente o que nós fizemos...
Passa-se o Largo Cairoli, que possui ao centro um grande e imponente monumento dedicado a Garibaldi, uma das mais notáveis figuras da unificação italiana. Dali tem-se uma visão magnífica do Castelo Sforzesco, que se destaca dominando o topo da Via Dante.
O Castello Sforzesco é um antigo castelo medieval de Milano, construído no séc. XV por Francesco Sforza, que se tornou pouco depois Duque de Milano, sobre restos duma fortificação anterior datada do século XIV. Atualmente acolhe várias coleções dos museus e galerias de arte da cidade.

Fonte: http://www.virtualtourist.com / Wikipédia.org

A Alcateia do Ódio

O ódio liga mais os indivíduos que a amizade. O ódio, a inveja e o desejo de vingança ligam muitas vezes mais dois indivíduos um ao outro do que o podem fazer o amor e a amizade. Pois está em causa a comunidade de interesses interiores ou exteriores e a alegria que se sente nessa comunidade - onde é muitas vezes determinada a essência das relações positivas entre os indivíduos: o amor e a amizade são sempre relativas e não são em nenhum caso, um estado de alma permanente; mas as relações negativas, essas são, a maior parte das vezes, absolutas e constantes. O ódio, a inveja e o desejo de vingança têm, poder-se-ia dizer, um sono mais ligeiro do que o amor. O menor sopro os desperta, enquanto que o amor e a amizade continuam tranquilamente a dormir, mesmo sob o trovão e os relâmpagos.


Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão'

Visita a Milano – 1º Dia – Parte II

A cidade de Milano é de origem celta e foi durante a época romana, uma das maiores cidades do Império, pelo que Diocleciano nomeou-a capital ocidental. Depois de uma curta invasão bárbara, a cidade foi conquistada pelos Francos e o seu rei, Carlos Magno, proclamou-se rei dos lombardos, em 774.
No séc. XII a cidade passou a fazer parte da "Liga Lombarda", tornando-se independente. Um século mais tarde, umas das famílias mais poderosas de seu tempo, os Visconti, tomaram o poder na região. Era sua intensão o controlo de todo o Norte da Itália, mas a aliança Florença-Veneza, tê-los-á impedido. Foi nessa época que se deu o início da construção do "Duomo".
Após a dominação dos Visconti, outra famosa família governou os destinos da cidade, a família Sforza, e o seu membro mais notável foi Ludovico Sforza, o Mouro (1452-1508), que fez de Milano um dos principais centros da Renascença, com a ajuda de artistas como Leonardo da Vinci, Bramante e outros.
A visita ao centro histórico da cidade continuou após a nossa saída do Duomo, para a enorme Piazza del Duomo, onde muitos pombos coabitam com as gentes que a visitam. Naquela tarde a praça encontrava-se cheia de gente, muitos deles turistas e entre eles, um casal de noivos de origem asiática, pousava para as fotografias da praxe.
A Piazza del Duomo está rodeada por construções do séc. XIX e de todas elas, a mais notável e famosa é a Galleria Vittorio Emmanuelle II. Na realidade a enorme galeria é uma rua coberta. Tem uma planta em cruz latina e está ligada com a Piazza del Duomo e com a Piazza della Scala. Um grande arco triunfal acolhe-nos quando entramos na galeria a partir da Piazza del Duomo.
Esta galeria foi construída no final do séc. XIX e o seu autor foi, Giuseppe Mengono, que copiou a ideia das galerias parisienses e londrinas, onde estas galerias estavam na moda.
Dentro da galeria encontram-se muitas lojas e cafés, bem como casas de chá famosas, como a belíssima pastelaria e restaurante “Savini”, que é considerado um dos melhores restaurantes de Milano, servindo segundo os entendidos, o melhor Ossobuco do mundo! Em frente ao Savini, encontra-se o vulgar McDonald's, com uma bonita decoração interior.
No centro da galeria, no bonito mosaico do pavimento, existe a figura de um touro, que segundo a lenda, pisar os seus testículos traz boa sorte e todos os turistas não querendo perder essa oportunidade, pisam-nos sem piedade pelas dores do "animal".
Sai-se pela outra porta que se abre à bela Piazza della Scala e nela observa-se no centro, o monumento a Leonardo da Vinci, que como se sabe foi um dos maiores génios e a própria personificação do Renascimento, como artista, inventor, científico e escritor. Leonardo viveu parte da sua vida em Milano, contratado pela família Sforza, mecenas das artes e cultura.
Mas o que nos trouxe até ali não foi propriamente este monumento, mas o Teatro della Scala, ou simplesmente “La Scala”. Este é provavelmente o mais famoso teatro de ópera do mundo.
O La Scala foi construído sobre o antigo lugar da Igreja de Santa Maria della Scala, tomando o seu nome. Giuseppe Piermarini projetou o teatro, em 1776-1778, onde cabem até 2.000 espectadores, sendo o maior palco de Itália.
Esta casa de ópera oferece ainda uma opção conveniente para os menos abastados: a liggione, que em temporada de ópera normalmente se encontra lotada.
No Teatro della Scala podemos assistir às óperas imortais e ouvir alguns dos mais famosos sopranos e tenores do mundo, não nos podendo esquecer que ali cantou várias vezes Maria Callas.
Muitos grandes compusitores italianos provaram o seu talento no La Scala, entre eles Giuseppe Verdi, Gioachino Rossini, Giacomo Puccini, Vincenzo Bellini, Gaetano Donizetti, Arturo Toscanini, entre outros.
Ao lado do La Scala, fica o "Teatrale Museo della Scala", com uma interessante coleção exclusiva de pinturas, estátuas, figurinos, rascunhos e outros documentos sobre a história do La Scala e a ópera em geral.
Fonte: http://www.vamosparaitalia.com.br / http://www.europe-cities.com / Wikipédia.org

"O silêncio é um amigo que nunca trai." Confúncio


Dou os meus passos com frequência por Lisboa. Caminho naquela confusão citadina que todos conhecem ou de que ouviram falar. E sucedeu que uma vez – no meio da agitação da gente apressada – pousei os olhos numa frase diferente, pintada na chapa de um autocarro. Era de Almada Negreiros. Dizia ele, ali no amarelo do autocarro, que se alimentava do silêncio…
Veio-me logo à cabeça o contraste, pois estava no ambiente ideal para isso. Nós hoje já não nos alimentamos do silêncio.
A verdade é que – muito pelo contrário – fugimos dele.
Ligamos a televisão quando estamos sozinhos em casa, mesmo que não olhemos para ela; levamos música quando prevemos uma viagem ou um espaço vazio no dia; vamos descansar do trabalho para uma discoteca.
É saudável, sem dúvida, o desejo de companhia, o gosto por estarmos ocupados; a música e, até, o bulício. Somos gente do mundo e este é o nosso lugar, do qual tanto gostamos. Precisamos do trabalho, do ruído, da agitação para nos sentirmos vivos.
Porém, faz também parte da nossa natureza o recolhimento. Somos seres racionais: os nossos gestos deviam ser pensados; os nossos sentimentos e as nossas intenções deviam ser analisados; devíamos avaliar o significado dos acontecimentos; era preciso que forjássemos uma opinião acerca de muitas coisas, novas e velhas. Devíamos construir os nossos princípios a partir de dentro, e não com base em meia dúzia de anúncios publicitários, no que ouvimos no café, na novela ou no noticiário, ou no que lemos num livro que uma grande campanha publicitária colocou na moda.
O silêncio permite-nos ter uma vida por dentro, qualquer coisa que flutua por cima da pressa, da confusão das sensações, das notícias de jornal. Qualquer coisa que – para dizer de outra forma – permanece em sossego, como o fundo do mar, muito longe do reboliço superficial das ondas e do vento.
É pelo silêncio que se entra nesse lugar. E era importante que lá entrássemos, porque só assim nos aproximaremos da nossa dimensão humana. Todos devíamos ter um pouco de pastor ou de marinheiro, os clássicos vizinhos dos grandes horizontes e das estrelas.
É dentro de nós que nos podemos conhecer a nós mesmos e conhecer verdadeiramente o que são as coisas e as pessoas e os acontecimentos. Dentro de nós é que havemos de encontrar as sementes do ideal, do sonho nobre, da força para resistir e avançar. E se houver Deus é dentro de nós que O podemos conhecer bem.
Por que fugimos, então, de estarmos a sós connosco mesmos? Por trás de uma série de razões superficiais – não totalmente verdadeiras – como a falta de tempo, de gosto, de hábito ou de paciência, existe um único motivo real: temos muito medo da verdade; receamos pensar naquilo que nos pode complicar a vida.

Paulo Geraldo, in "A Aldeia" (http://aaldeia.net)

Visita a Milano - 1º Dia - Parte I


Deixámos o Lago di Como já de noite, e a chegada a Milano foi tardia. Fomos de imediato para o parque de campismo Village Città di Milano, onde ainda conseguimos entrar antes da meia-noite.
O parque é densamente arborizado e a zona destinada às autocaravanas está bem localizada à entrada do parque, junto do restaurante e de um bom balneário e com pavimento de gelhas de cimento e relva, bem nivelados.
No dia seguinte fomos de autocarro até à cidade e depois de metro ao centro da cidade, para conhecermos algumas das suas principais atrações turísticas. Milano é famosa pela sua riqueza em locais históricos e modernos, como o Duomo, uma das maiores e mais grandiosas catedrais góticas do mundo; La Scala, uma das melhores casas de ópera do mundo; a Galleria Vittorio Emanuele II, uma antiga e glamourosa galeria com arcadas; a galeria de arte Brera, com alguns dos melhores trabalhos artísticos na Europa; a Torre de Pirelli, um exemplo majestoso de 1960, com arquitetura modernista italiana; o San Siro, um enorme e famoso estádio de futebol, ou o Castello Sforzesco, um grande castelo medieval. Além disto tudo, ainda contém uma das pinturas mais famosas do mundo, de Leonardo da Vinci, A Última Ceia, que se encontra no Convento de Santa Maria delle Grazie.
Milano é o centro cultural, industrial e financeira da Itália. É também a capital da Lombardia (norte da Itália) e um dos principais centros de moda mundial e a segunda maior cidade da Itália. 
Embora na época do Império Romano, esta cidade era a capital romana da metade ocidental do Império, não há muitas lembranças deste período na Milano dos nossos dias. Esta é hoje uma metrópole moderna de passada rápida e uma das cidades mais industrial e comerciais da Europa. Mas definitivamente o que tornou esta cidade famosa, foi sem dúvida, a sua indústria de Design.
Começámos a nossa visita á cidade, na Piazza del Duomo, à frente da Catedral da cidade, um dos maiores templos religiosos do mundo. A construção da catedral começou no séc. XIV, quando Gian Galeazzo Visconti governou a cidade e é hoje uma bela amostra do maravilhoso Gótico Flamejante.
A Catedral está localizada em plena Piazza del Duomo, o centro nevrálgico de Milano. Esta catedral mostra-nos a preferência dos lombardos para a decoração profusa. O Duomo tem mais de 2.000 esculturas e inúmeras torres e capiteis. Do alto do telhado da igreja, pode admirar-se uma vista maravilhosa da cidade.
A sua fachada é uma mistura feliz dos seguintes estilos: barroco, neogótico e neoclássico. As portas são de bronze do séc. XIX. Os mais bonitos são os portões centrais, projetados em 1906, por Lodovico Pogliaghi, em estilo neoclássico com influências Art Nouveau.
No pórtico com cinco baixos-relevos estão 1.629 desenhos Giambattista Crespi. O resto da decoração da fachada principal, foi realizada a partir do início do séc. XIX. A parte mais antiga da catedral é a abside, com três janelas rosa maravilhosas, desenhadas por Filippino de Modena.
A construção desta catedral durou vários séculos. A torre central foi concluída em 1769, e a fachada foi concluída após uma ordem de Napoleão. As obras foram concluídas no séc. XIX, mas após a II Guerra Mundial, o templo teve que ser reconstruído porque sofreu alguns danos.
O interior desta catedral é tão impressionante como o seu exterior. Ali podem ser encontrados alguns monumentos interessantes. Um dos mais interessantes é o túmulo do arcebispo Ariberto de 1045, com um crucifixo de ouro do séc. XI. Dignos de reparo são também os monumentos tumulares de Ottone e Giovanni Visconti, o de Gian Goiacomo Medici (1560), o de San Bartolome e Marco Carelli (1394), na nave direita.
Alguns outros trabalhos interessantes na catedral são: o monumento do Papa Martinho V (1424), por Tradate; o Cardeal Mario Caracciolo (1538), por Bambaia; o altar-mor no presbitério do séc. XVI; o conjunto de cadeiras, do séc. XVI e na nave o Candelabro de Trivulzio.
Fonte: http://www.virtourist.com / Wikipédia.org / http://wikitravel.org/