Baiona - 2º Dia

O segundo dia em Baiona acordou inundado de sol. A vida ensina-nos permanentemente, e mais uma vez após um dia de chuva menos gostoso, surge a recompensa, num dia cheio de sol. O acordar fez-se por isso mais cedo e foi hora de mais uma caminhada pela praia, olhando a bela paisagem para depois apetecer ainda mais um banho de mar.


Baiona possui distintas praias mas todas possuem um fator comum: a beleza! Baiona fica num Golfo e possui uma bela baía de águas calmas e temperadas, sendo as suas praias muito convidativas aos banhos de mar.
A partir de lado inverso à nossa localização (praia do parque de campismo), e junto à Fortaleza de Monterreal, temos a Praia da Ribeira que é a mais bonita pois, além de possuir um mar deslumbrante, é nela que se têm as melhores vistas da Fortaleza, da cidade e da Marina. Está situada a norte da muralha e voltada para o interior da baía, possuindo águas muito calmas.
Depois da Praia da Ribeira, a praia mais frequentada de Baiona é a Praia da Barbeira, que e é bastante similar à anterior, situando-se em frente da Marina e da réplica da Caravela Pinta que ali se encontra.
Depois destas 2 praias, ainda temos a Praia da Concheira, que fica situada a sul da muralha, na direção de La Guardia e por ela protegida dos ventos. É distinta da Praia da Ribeira, pois a faixa de areia é bem pequena e situada ente a muralha e uma grande extensão de rochas à beira mar, perpendiculares ao mar.
A Praia dos Frades que é a menor de todas e a mais escondida, possuindo um estilo parecido com a Praia da Concheira pois sua paisagem é tomada por pedras. É uma praia de rochas, idêntica às praias algarvias e tal como o nome indica, as rochas formam uma espécie de concha à volta da areia, só abrindo ao mar.
Depois ainda temos a Praia de St. Marta, situada perto da ponte, na zona nova de Baiona e situada ainda na primeira baía. A Praia América em forma de concha é a maior de todas e situada já na "segunda baía" e a Bayona Praia, a praia do parque de campismo.
Além destas ainda podemos escolher todas as praias de areias finas e brancas das Ilhas Ciés, as ilhas paradisíacas da Galiza, um refúgio de uma natureza dominada por gaivotas. As Ilhas Cíes ou Ilhas dos Deuses, como eram chamadas na antiguidade, encontram-se na entrada da Ria de Vigo, são um parque nacional desde o ano 2000 e um marco incomparável de Natureza, nas quais podemos encontrar uma fauna e flora riquíssimas, tanto terrestre como marinha, com muitas espécies interessantes. No entanto há dias em que a bruma as invade e não deixam que os seus encantos sejam apreciados.
Naquele dia na Bayona Praia, o azul do mar e o sol radioso convidavam a fazer praia, a ler e a desfrutar do sossego que aquela belíssima praia nos oferecia. Como é uma praia com um número de visitantes limitado por se restringir aos utentes do parque de campismo, é um lugar de paz, e apesar de se situar em pleno Oceano Atlântico, o Golfo de Baiona faz com que ali a água seja calma, como se de um lago se tratasse.
Aquele dia de praia no sossego da Bayona Playa, ficou para sempre gravado na memória. O banho em águas temperadas foi uma delícia, sentados na areia a leitura correu solta e atenta, e deitados na areia quente, veio a meditação e o sono, que nos embalou até à hora do almoço, no restaurante do parque, com a repetição de muitos destes momentos durante a tarde.
No dia seguinte a partida com rumo a Vigo, Sanxenxo e Grove, a caminho dos últimos dias de férias.
Fonte: http://www.minube.pt / http://www.viveraviagem.com/

Baiona - 1º Dia

O dia seguinte à chegada a Baiona decorreu chuvoso. Em férias um dia de chuva é quase tão bom e tão belo como um dia de sol. A manhã foi passada a caminhar na praia. E se caminhar na praia faz bem, caminhar com uma bela paisagem à nossa volta, é ainda melhor. Baiona é desde que a visitámos pela primeira vez, uma das minhas praias favoritas, só perdendo para a baia de Santander.
À tarde foi destinada por mim para compras e como a família estava preguiçosa, coube-me a caminhada até ao supermercado a fim de serem comprados os alimentos básicos, em poucas quantidades, uma vez que o frigorífico da autocaravana é pequeno. A volta para o parque de campismo foi mais demorada, pois o peso dos sacos fez com que fossem obrigatórias paragens, para descanso no caminho. Estas são daquelas tarefas que mesmo em férias são necessárias e que se fazem sempre de bom agrado.
Baiona respira mar, tradição e turismo. Em Baiona é imperdível, um passeio pela sua marginal ou pelo seu areal, observando as embarcações ao longo do passeio marítimo, bem como perdermo-nos pelas ruelas do seu «casco» histórico, onde nos podemos deslumbrar com o movimento dos turistas e a vida noturna. Ali tudo é muito rústico, com casas em pedra e muitas tasquinhas onde se podem provar as iguarias locais.
Foi nas lides do mar que a vila de Baiona se tornou nobre e leal. Foram os ataques e as invasões que a fortificaram e foram os privilégios comerciais com Portugal e com a América que a enriqueceram.
O passeio marítimo, com contínuas referências ao encontro entre os dois mundos (Europa e América), rodeia a antiga Fortaleza de Monterreal, situada a norte da cidade, no promontório com o mesmo nome. Esta com os seus três quilómetros de muralhas protegeu ao longo do tempo a população de constantes assédios. Destas muralhas observam-se panoramas impressionantes de grande beleza cénica, de toda a costa e da baia de Baiona.
Sem se sair da beira-mar, encontramos o Museo del Descubrimiento, situado numa embarcação, que é uma réplica da caravela Pinta. A caravela Pinta outrora equipada por Martín Alonso Pinzón e pilotada por Cristóbal García Sarmiento, natural de Pontevedra, aportou ali trazendo em primeira mão notícias da existência do Novo Mundo. A efeméride é ali comemorada a 1 de março, na Festa da Arribada.
O nascimento de Baiona, segundo reza a história, deveu-se a Diomedes da Etólia, filho do fundador de Tui. Quando os romanos invadiram a Península Ibérica no séc. XII a.C., tentaram igualmente conquistar Baiona, mas tal foi impossível devido à oposição de Viriato, o líder dos lusitanos. Um século depois ainda ali se organizou um exército, para expulsar os hermínios das Ilhas Cíes.
Foi em 1201, que Alfonso IX de Leão concedeu à antiga “Erizana”, o atual nome, Baiona e lhe deu privilégios para o comércio marítimo. Baiona abandonou o vínculo ao Mosteiro de Oia (situado perto de La Guardia) e tornou-se uma das vilas costeiras mais importantes da Galiza.
Pelo seu valor estratégico, foi atacada no séc. XIV por portugueses e ingleses, levando a cidade a uma perda da sua importância, até que em 1425, D. Juan II deu um novo impulso à cidade, declarando que esta, juntamente com La Corunha, seriam os 2 únicos portos marítimos com capacidade para importar e exportar mercadorias.
Naquela noite, após a minha chegada ao final da tarde ao parque de campismo, agarramos nas bicicletas e pedalando fomos até à zona antiga, para ali degustarmos algumas das suas maravilhosas entradas de mexilhões e polvo e saborearmos uma deliciosa paella.
Fonte: http://www.guiadacidade.pt / Wikipédia.org  / /http://www.baiona.org/http://www.turgalicia.es

Galiza - Monte de Santa Tecla e La Guardia

La Guardia está localizada na ponta sudoeste da Galiza, com o rio Minho que a separa de Portugal e situada no sopé da Serra Argallo.
É uma povoação cheia de história, como confirmam os assentamentos celtas para a localização atual da cidade, que segundo os entendidos remonta ao séc. I d.C., como comprova a Citânia de Santa Tecla ou Santa Trega (340 mts), que localizada no monte do mesmo nome, oferece vistas espetaculares da foz do rio Minho e da sua entrada no Atlântico.

No Monte Santa Tecla, encontramos testemunhos do paleolítico e neolítico, entrelaçados com a cultura "castreja", com suas cabanas circulares e todo um conjunto de muralhas de proteção ao povoado. Esta povoação foi construída na idade do ferro e ocupa uma grande extensão, em diferentes locais do monte. No cume do monte também se pode visitar a Eremida de Santa Tecla.
 Right, the promenade at A GuaLa Guardia é uma das povoações piscatórias mais típicas de Galiza, com uma costa abrupta, em cujo rendilhado podemos encontrar muitas praias sossegadas, como a de Area Grande, Fedorento e Aldramán, além de uma linda praia fluvial situada na foz do rio Minho, conhecida como Camposancos, um lugar magnífico.

Hoje La Guardia é um importante porto de pesca, onde os restaurantes abundam e onde se servem mariscos e peixes frescos o ano inteiro, sendo por essa razão que queríamos ali jantar. Já varias vezes visitada por nós, La Guardia nunca nos dececionou e antes de seguirmos viagem para Baiona, queríamos ali degustar mais uma vez, uma das suas famosas lagostas, pois nunca mais nos tínhamos esquecido de uma “Lagosta Suada” que ali tínhamos degustado há uns 4 anos atrás.
O restaurante da anterior mariscada estava fechado e o novo restaurante encontrado junto do porto de pesca, em frente do monumento aos pescadores, não foi das melhores escolhas, pois embora o marisco fosse bastante fresco, a confeção não era das melhores, deixando-nos desiludidos em comparação com as experiências anteriores.

Depois do jantar a partida, percorrendo a estrada que serpenteia a costa até Baiona. A estrada sempre junto ao Atlântico mostra-nos uma paisagem linda e agreste, com várias praias de cascalho, onde o mar bate por vezes irado.
Chegámos a Baiona ao anoitecer. Logo à entrada  desta localidade de mar, podemos observar a Fortaleza de Monte Real, com as suas imponentes muralhas, atualmente convertida em Parador Nacional (Pousada).


Baiona foi o primeiro porto da Europa a receber a notícia da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Em 01 de março de 1493, a caravela La Pinta, comandada por Martin Alonso Pinzon, desembarcou nesta localidade, trazendo a célebre notícia.
Percorremos a marginal em direção ao parque de campismo Bayona Playa, onde chegámos já de noite. O Camping Bayona Playa situado numa restinga, em zona sossegada, está inserido numa das regiões mais extraordinárias da costa galega, possuindo uma maravilhosa praia “privativa” de areias brancas e águas temperadas. O parque de campismo é quase na sua totalidade rodeado por praia - mar e rio - oferecendo a possibilidade de praticar todo o tipo de desportos aquáticos, possuindo também uma escola de canoagem.

Fonte: http://www.spanisharts.com/ http://www.campingbayona.com / http://www.baiona.orgà

A Cultura da Disciplina e da Ética na Escola

Ainda não é conhecida, por enquanto, a versão final e integral do Estatuto do Aluno. Mas foram já adiantadas a suas grandes linhas orientadoras, e é sobre estas que me proponho refletir.

Comecemos por sublinhar que uma “cultura da disciplina” não se cria ou estabelece simplesmente por decreto, mas sim quando a disciplina se tiver tornado – e for sentida como – “normal” nas escolas, e no limite ideal, quando já nem se der por ela.

Uma “cultura da disciplina” na escola institui-se quando a disciplina não for vista apenas pelo seu lado excecional e negativo, por aquilo que proíbe e interdita – aspeto necessário, há que dizê-lo sem ambiguidades, mas que é apenas instrumental, e nessa medida insuficiente -, mas preferencialmente por aquilo que possibilita fazer, pela melhor liberdade que consente a todos (alunos e também professores) para poderem expressar as suas potencialidades.

Ou seja, teremos uma “cultura da disciplina”, não apenas de direito mas de facto, quando a disciplina for compreendida e utilizada estrategicamente como um recurso positivo, como um fator produtivo, que permite melhorar as condições de ensino, abrir outras possibilidades para as aprendizagens e formar melhores cidadãos.

Esta “cultura de disciplina” prende-se com uma “ética de escola”, entendida como um compromisso fundamental entre todos os membros da comunidade educativa para a educação dos alunos.

Esta “ética de escola” assume, assim, a forma de uma ética de responsabilidade, que pretende tornar toda a comunidade escolar corresponsável pelo ensino e formação dos alunos.

Porém, a orientação que tem vigorado neste domínio – como de resto em quase todos os da educação – tem sido a da responsabilização quase integral de uma das partes, a dos docentes, sobre os ombros da qual têm sido endossado o grosso das responsabilidades, exigindo-lhe as contas pelo estado a que chegou a nossa escola.

Mais ainda, sobre os professores impende um princípio generalizado de desconfiança, senão mesmo de suspeita –incentivado pela própria tutela, em que pontifica o consulado de MLR -, que se traduz no facto de a sua capacidade de intervenção no domínio da disciplina estar sujeita a uma série de peias burocráticas, de entraves administrativos, desequilíbrio que se acentua pelo peso e pelo preceito garantístico conferido aos direitos do aluno e à sua defesa, considerado sempre à partida um inocente que deve ser defendido perante o “sistema”, personalizado pela figura “opressora” e “punitiva” do professor.

A participação dos EE, nessa perspetiva, é também percebida e incentivada, não como um fator equilibrador – pelo papel primordial que deveria assumir nas tarefas educativas -, mas como uma intervenção em “contrapeso” para reforçar o lado dos “direitos e garantias” dos educandos.

Com tudo isto, ainda nos poderemos admirar pelo clima de generalizada desresponsabilização e de laxismo que impera nas nossas escolas?…

Ora, aquela ideia de coresponsabilização – que articula os conceitos de “cultura de disciplina” e de “ética de escola” –, levada até ao fim, deverá significar que a responsabilidade pelos atos concretos de indisciplina não seja simplesmente diluída, e que a imputação correlativa não seja indeferida, mas o efetivo envolvimento de todos pelo arco da responsabilidade, subjetiva e objetiva, que a todos – segundo o seu estatuto e funções – incumbe nessa tarefa fundamental que é educar e ensinar.

O aluno deve ser chamado, em primeira linha, a responder individualmente pelos seus atos – ou jamais se tornará um ser moral e um cidadão consciente – e, conforme a natureza e gravidade disciplinar dos mesmos, também o respetivo EE, que não tem apenas uma vaga “responsabilidade formal”…

Acontece com frequência, ainda, os professores sentirem na pele este fenómeno paradoxal: por um lado, são os mesmos pais que não lograram ou não quiseram impor educação e disciplina aos seus filhos que exigem aos professores que consigam fazer o que eles não fizeram; mas por outro, muitos desses pais vêm, depois, reclamar (e por vezes violentamente) com os professores contra as imposições disciplinares ou regras de educação que estes sentem necessidade de aplicar aos alunos.

(Fenómeno que talvez se fique a dever a um gesto reativo e compensatório para tentar aliviar a consciência do sentimento de um dever incumprido…).

A direção da escola e o professor – este mormente em contexto de sala de aula – também deverão ser inquiridos, em segunda linha, acerca do modo como interpretam e exercem o seu poder disciplinar. Porque a indisciplina primeiro estranha-se, depois entranha-se…

De facto, a disciplina nas nossas escolas reveste predominantemente uma modalidade paternalística, e/ou assistencial/terapêutica, que mais não faz do que favorecer e prolongar a imaturidade e a dependência do indivíduo.

O aluno é visto e protegido como um “caso”, o que lhe reforça a ideia de que apenas lhe assistem “direitos”, de que não tem limites. Impregnado pela ideologia protetora e confortável das “escolhas reflexivas”, de relativizar as suas responsabilidades (“não sou eu o culpado” ou “ a culpa não é só minha”) e poder negociar tudo (“o que é que eu tenho a ganhar se fizer isto?”, “se eu obedecer, o que é que ganho em troca?”), a autoridade e o dever são ressentidos por ele como coisas estranhas, pertencentes a um mundo axiológico distante da escola e da educação.

A indisciplina que domina as nossas escolas, a ponto de parecer já “naturalizada”, como alguma esquerda refém dos seus preconceitos ideológicos – em que o mais comum é confundir autoridade com autoritarismo e disciplina com repressão castradora – ainda não compreendeu, é uma forma perversa de retirar à escola – pela mediocridade estupidificante que objetivamente promove – o seu papel fundamental de formação humana e promoção social e cultural.
Farpas

A caminho da Galiza - Parte IV

À saída da exposição patente no Museu, caminha-se para a porta de saída das muralhas do castelo. Pelo caminho observam-se as várias instalações da Bienal, sendo a minha preferida a "Escada para o Céu" do escultor Paulo Neves.
Depois tropeçamos no Pelourinho localizado dentro do castelo, situado em frente aos antigos Paços do Concelho e datado de 1547. O Pelourinho de Cerveira é um símbolo de jurisdição municipal e está assente sobre quatro degraus quadrangulares, erguendo-se num fuste oitavado, encimado pelo capitel paralelepipédico de bom efeito decorativo e ornamentado com quatro escudetes, em granito de Sopo. Os escudetes têm as quinas, um emblema heráldico dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira.

Ali em frente, ainda dentro de muralhas, no recinto do Castelo, também se encontra a antiga cadeia, um edifício todo em granito e ao seu lado a Igreja da Misericórdia, que infelizmente se encontrava fechada. É uma pequena igreja de planta transversal e de nave única. Foi remodelada em estilo neoclássico, no séc. XIX e no seu interior possui bonitos retábulos em talha branca e dourada.
É de referir também a Pousada de Portugal, uma pousada histórica que se encontra situada no seio do Castelo ou burgo fortificado do séc. XIII. Esta Pousada é resultante de uma intervenção do arquiteto Alcino Soutinho, que resultou uma unidade hoteleira. A sua receção fica situada extramuros e a zona de serviço nos antigos paços do concelho. Os seus quartos ficam dispersos por recantos das muralhas e em casinhas medievais.


Novamente na Praça da Liberdade observam-se outros importantes edifícios, como a Casa Verde, do outro lado da praça. Esta é uma imponente construção apalaçada, de finais do séc. XIX, de estilo brasileiro, que se desdobra em rés-do-chão, primeiro andar e águas furtadas. A fachada exterior está coberta por azulejos de tonalidade esverdeada e a platibanda recortada é coroada de crateras em granito, com um guerreiro romano em faiança branca, a ocupar a parte central.
Encaminhamo-nos para a autocaravana, novamente pela rua Costa Pereira e numa descida transversal observamos o recente edifício do Auditório Municipal de Vila Nova de Cerveira.

Desce-se pela calçada novamente para a zona piscatória e na Avenida dos Pescadores alcançamos a autocaravana e partimos a caminho da nova ponte sobre o rio Minho, a Ponte da Amizade entre Vila Nova de Cerveira e Goián, no concelho galego de Tominho, que nos leva à estrada marginal ao rio até La Guardia, onde queríamos ir jantar.
Fonte: http://www.cm-vncerveira.pt / http://www.bienaldecerveira.pt/

A caminho da Galiza - Parte III

Depois da visita à Igreja Matriz, foi a vez de estar algum tempo a observar o ambiente da Praça do Terreiro ou da Liberdade, como é hoje conhecida. É ali que se encontram quase todos os edifícios importantes da vila.
À esquerda de quem sai da Igreja Matriz, encontra-se o Centro de Exposições e biblioteca de Vila Nova de Cerveira, onde decorriam atividades previstas para o período da bienal.

Ao centro da Praça do Terreiro, a imponente Fonte da Vila, que era o local onde, até ao aparecimento da água canalizada, a população se vinha abastecer, sendo outrora um espaço de encontro e de divulgação de notícias, entre a população. No espelho da fonte, encontra-se um escudo com as armas reais, encimado por uma coroa. Pelo tipo de escudo e frontão, a sua cronologia aponta para meados do séc. XVII. Nela sobressaem ainda três bicas em forma de carranca.
Encaminhámo-nos em seguida para a oficina de turismo, a fim de nos informarmos do programa e locais onde poderíamos visitar as exposições da 16ª Bienal de Cerveira.

Seguimos para o Castelo, sendo no seu interior que se encontravam a maioria das obras de arte expostas nesta bienal. Pelo caminho veem-se algumas das estações da Via Sacra, que nos foram acompanhando desde que entrámos na rua Costa Pereira, até ao Castelo, com 7 nichos da Paixão de Cristo.



Trata-se de um conjunto de sete oratórios, com os Passos da Via Sacra, em estilo barroco, construídos no século XVIII. Distribuem-se pelo aro histórico da vila e, na Semana Santa, são palco de manifestações de fé.

Dentro do Castelo, no pátio que circunda o edifício das exposições, encontrámos a maioria das Instalações e no envidraçado edifício de exposições encontrámos as obras de menor envergadura.
A 16ª Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, que decorria de 16 de Julho a 17 de Setembro, apresentava naquele ano (2011) seis linhas curatoriais: de Carlos Casteleira (“Ecúmeno”), Fátima Lambert (“Arqueologia do Detalhe”), João Mourão e Luís Silva ("Como proteger-se do tigre”), Orlando Britto Jinorio ("Construyendo Redes"), Lourenço Egreja e Paulo Reis ("Quatro apontamentos e um não lugar") e Solange Farkas ("Tempos em suspensão").


Quanto ao restante programa de eventos, havia a registar ainda espaço para outros projetos, da responsabilidade de José Alberto Ferreira, Pedro Oliver, Daniel Rangel, Silvestre Pestana, bem como a exposição do Concurso Internacional e artistas convidados, uma homenagem ao escultor da terra, José Rodrigues, além de workshops, ateliês infantis e residências artísticas, conferências, debates, concertos e filme.

Do 1º andar do edifício das exposições, têm-se belos panoramas da vila, do rio, e das terras galegas, do outro lado do rio Minho.

Fonte: http://www.cm-vncerveira.pt / Panfleto com o programa da Bienal de Cerveira (CMVNC)

A caminho da Galiza - Parte II

Depois de todos acordarem foi a vez de subir à vila. Sobe-se a calçada empedrada que vai dar à rua Costa Pereira e escolhe-se o Café Recanto da Vila para se tomar o pequeno-almoço almoçarado.
Ali perto do café, numa parede branca de uma casa tradicional, observa-se um círculo que representa as várias etapas da Evolução do Homem, tendo ao centro os contornos de um mapa do concelho de Vila Nova de Cerveira. Este círculo está ali, para nos lembrar que por aquelas terras andaram muitos desses hominídeos e que estas testemunharam muitas dessas etapas evolutivas do Homem.

Ali estamos no Centro Histórico de Vila Nova de Cerveira. Ponto de passagem incontornável o Centro Histórico desenvolve-se em torno do antigo Castelo, mandado construir por D. Dinis, a partir de 1321, para defender a passagem rio a cima.

Este castelo contudo não é o primeiro que existiu nestas antigas terras onde se situa a vila de Vila Nova de Cerveira, que só começariam a ganhar expressão territorial aquando do processo de reconquista, após as invasões árabes, o que viria a ser enfatizado pela autonomização do Condado Portucalense, em 1096.

É neste período que o rio Minho assume definitivamente o seu papel de fronteira, forçando ao estabelecimento de pontos fortificados que balizassem e defendessem o curso do rio.
Surgiram assim as Terras de Cerveira, cujo castelo, era localizado no sítio onde hoje podemos encontrar o Miradouro com a escultura de um cervo (uma popular obra em ferro da autoria do escultor José Rodrigues, que é hoje o símbolo de Cerveira), que tinha por missão patrulhar e defender, fosse contra as investidas árabes ou normandas.

O miradouro está localizado numa colina denominada pelo Alto do Crasto, onde antigamente abundavam veados. Apesar de estar situado a apenas 300 metros de altitude, espanta pela vista de extrema beleza e imponência.
Foi ali que há muitos anos atrás, a minha filha, com apenas 4 anos me perguntou referindo-se aos muitos afloramentos rochosos e calhaus rolados que por ali abundam, “Ó mãe, quem é que pôs aqui estas pedras todas?” Eu, em vez de referir a Natureza, respondi: Foi Deus filha. Com ar incrédulo, olhou novamente para os pedregulhos e disse: “Estão um bocadinho mal arrumadas!…”

Todo o centro da vila é uma surpresa de traços diferentes. Ali, pode observar-se desde uma casa mais tradicional, à casa de traça "brasileira"; da igreja matriz ao Castelo, nos dias de hoje convertido em Pousada, aliás uma das mais bonitas de toda a rede da Enatur.
Da esplanada do Café Recanto da Vila, observa-se a Igreja Matriz e é para lá que se caminha após o pequeno-almoço tardio. A Igreja atual, dedicada a S. Cipriano, apresenta, planta de três naves, separadas por arcos formeiros assentes em grossas colunas toscanas, um arco triunfal de meio ponto, neoclássico, e uma capela-mor relativamente exígua para as proporções da igreja. Em contrapartida, exibe um retábulo barroco de grande beleza, bem como outros laterais da mesma época. A fachada é de feição barroca, bastante imponente e abraçada por duas torres sineiras.

Fonte: Wikipédia.org /http://www.cm-vncerveira.pt http://www.igogo.pt/miradouro-do-cervo/

MONUMENTA 2012, Daniel Buren

Os amantes da arte que estiverem de passagem por Paris até 21 de junho não podem perder a nova instalação da série Monumenta. Este ano nas mãos do artista Daniel Buren, o telhado do Grand Palais veio ao chão.

A cada ano, o projeto convida um artista renomado à criar uma instalação no Palais - um dos mais monumentais prédios da capital francesa.

Nesta quinta edição da série, o minimalista Buren não se intimidou diante da magnitude do espaço: o salão do Grand Palais tem 13.500 metros quadrados e cerca de 45 metros de altura.

A obra de Buren é composta de uma miríade de círculos translúcidos em vermelho, azul, verde e amarelo , instalados na horizontal, como um telhado, que flutua a cerca de 2,5 metros de altura do chão.

A parte logo abaixo da nave central foi preenchida com nove espelhos circulares que brilham no chão

Daniel Buren, MONUMENTA 2012 fica aberta entre 10 maio e 21 de junho, no Grand Palais, em Paris.

A caminho da Galiza - Parte I


O primeiro dia de viagem a caminho da Galiza foi iniciado pelo meio da tarde, e realizado pela autoestrada, para rapidamente se fazerem os quilómetros necessários até Caminha, onde queríamos ir jantar.
Caminha é uma vila onde sempre gostámos de estar, sendo há já alguns anos atrás, quando a nossa filha ainda era pequena, um local várias vezes escolhido, para ali passarmos alguns dias de férias, no Hotel Porta do Sol. Situado à entrada de Caminha, junto à foz, de frente para o rio Minho, entre as montanhas e os campos salgados pela brisa atlântica, este hotel sempre nos proporcionava ótimos dias de sossego e descanso.

Por bem conhecermos Caminha, foi ali que quisemos parar para degustar mais uma vez o seu famoso Bacalhau à Moda de Caminha, (estufado em cebolada e rodelas de batata) e os seus Rojões à Moda do Minho, no Restaurante Primavera.
Após o jantar, uma caminhada levou-nos até ao centro da cidade, onde se encontra a sua bonita praça circular e onde sempre gostámos de estar, descansando nas suas refrescantes esplanadas.

A Praça Central da vila de Caminha possui uma fonte do século XVI, ao centro, e em volta podemos ainda observar a sua antiga e iluminada Torre do Relógio, os Paços do Concelho e os restos da muralha do século XIV, bem como a Igreja da Misericórdia.
Depois mais uma caminhada pela rua direita, que nos leva para junto da autocaravana, a fim de realizarmos a última etapa daquele dia, até Vila Nova de Cerveira, onde queríamos pernoitar, à beira rio, junto do porto de pesca tradicional, para no dia seguinte irmos ver a 16ª Bienal de Cerveira, que naquele ano decorria e cuja fama já ultrapassou as nossas fronteiras.

Vila Nova de Cerveira é uma bonita vila, localizada no noroeste português, na margem esquerda do rio Minho, que lhe dá uma beleza mística, dando a quem a visita a vontade de querer sempre lá voltar.
Esta é também uma vila do nosso passado, onde passámos alguns verões, no excelente Edifício do Inatel, pois sempre gostámos de lugares sossegados para passar as nossas férias. Nunca me vou esquecer dos passeios que dava à beira rio, na sossega da manhã, visitando entusiasmada o lugar das escavações arqueológicas de Vila Nova de Cerveira.

A noite em Vila Nova de Cerveira decorreu como era esperado sem qualquer sobressalto e o acordar foi magnífico, a olhar a deslumbrante paisagem, com o rio e o intenso verde da vegetação ribeirinha, com os pequenos barcos de pesca tradicional, a ondularem ao sabor da brisa e da corrente.
A tranquilidade ao início da manhã era só interrompida pela passagem de um ou outro veículo motorizado, ou pelos gritos das gaivotas que sobrevoavam o cais. Ali perto um pescador remendava as suas redes, outro tentava fazer melhorias no seu barco, e a brisa da manhã, espalhava um forte cheiro a "maresia".

A zona ribeirinha de Vila Nova de Cerveira além do porto de pesca tradicional e do porto de recreio possui uma série de infraestruturas, como o Museu das Pescas, um Aquário e um Aquamuseu, que proporciona aos visitantes uma viagem desde a nascente até ao estuário do rio Minho, durante a qual se podem conhecer as espécies piscícolas mais representativas daquele curso de água.
Ali também coexiste o Parque do Castelinho, um excelente espaço de lazer voltado para o rio e onde não faltam infraestruturas de divertimento e de descanso para crianças e adultos.

Fonte: http://www.cm-vncerveira.pt/ http://www.anossaterra.pt/