A caminho da Galiza - Parte II

Depois de todos acordarem foi a vez de subir à vila. Sobe-se a calçada empedrada que vai dar à rua Costa Pereira e escolhe-se o Café Recanto da Vila para se tomar o pequeno-almoço almoçarado.
Ali perto do café, numa parede branca de uma casa tradicional, observa-se um círculo que representa as várias etapas da Evolução do Homem, tendo ao centro os contornos de um mapa do concelho de Vila Nova de Cerveira. Este círculo está ali, para nos lembrar que por aquelas terras andaram muitos desses hominídeos e que estas testemunharam muitas dessas etapas evolutivas do Homem.

Ali estamos no Centro Histórico de Vila Nova de Cerveira. Ponto de passagem incontornável o Centro Histórico desenvolve-se em torno do antigo Castelo, mandado construir por D. Dinis, a partir de 1321, para defender a passagem rio a cima.

Este castelo contudo não é o primeiro que existiu nestas antigas terras onde se situa a vila de Vila Nova de Cerveira, que só começariam a ganhar expressão territorial aquando do processo de reconquista, após as invasões árabes, o que viria a ser enfatizado pela autonomização do Condado Portucalense, em 1096.

É neste período que o rio Minho assume definitivamente o seu papel de fronteira, forçando ao estabelecimento de pontos fortificados que balizassem e defendessem o curso do rio.
Surgiram assim as Terras de Cerveira, cujo castelo, era localizado no sítio onde hoje podemos encontrar o Miradouro com a escultura de um cervo (uma popular obra em ferro da autoria do escultor José Rodrigues, que é hoje o símbolo de Cerveira), que tinha por missão patrulhar e defender, fosse contra as investidas árabes ou normandas.

O miradouro está localizado numa colina denominada pelo Alto do Crasto, onde antigamente abundavam veados. Apesar de estar situado a apenas 300 metros de altitude, espanta pela vista de extrema beleza e imponência.
Foi ali que há muitos anos atrás, a minha filha, com apenas 4 anos me perguntou referindo-se aos muitos afloramentos rochosos e calhaus rolados que por ali abundam, “Ó mãe, quem é que pôs aqui estas pedras todas?” Eu, em vez de referir a Natureza, respondi: Foi Deus filha. Com ar incrédulo, olhou novamente para os pedregulhos e disse: “Estão um bocadinho mal arrumadas!…”

Todo o centro da vila é uma surpresa de traços diferentes. Ali, pode observar-se desde uma casa mais tradicional, à casa de traça "brasileira"; da igreja matriz ao Castelo, nos dias de hoje convertido em Pousada, aliás uma das mais bonitas de toda a rede da Enatur.
Da esplanada do Café Recanto da Vila, observa-se a Igreja Matriz e é para lá que se caminha após o pequeno-almoço tardio. A Igreja atual, dedicada a S. Cipriano, apresenta, planta de três naves, separadas por arcos formeiros assentes em grossas colunas toscanas, um arco triunfal de meio ponto, neoclássico, e uma capela-mor relativamente exígua para as proporções da igreja. Em contrapartida, exibe um retábulo barroco de grande beleza, bem como outros laterais da mesma época. A fachada é de feição barroca, bastante imponente e abraçada por duas torres sineiras.

Fonte: Wikipédia.org /http://www.cm-vncerveira.pt http://www.igogo.pt/miradouro-do-cervo/

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