Baiona - 1º Dia

O dia seguinte à chegada a Baiona decorreu chuvoso. Em férias um dia de chuva é quase tão bom e tão belo como um dia de sol. A manhã foi passada a caminhar na praia. E se caminhar na praia faz bem, caminhar com uma bela paisagem à nossa volta, é ainda melhor. Baiona é desde que a visitámos pela primeira vez, uma das minhas praias favoritas, só perdendo para a baia de Santander.
À tarde foi destinada por mim para compras e como a família estava preguiçosa, coube-me a caminhada até ao supermercado a fim de serem comprados os alimentos básicos, em poucas quantidades, uma vez que o frigorífico da autocaravana é pequeno. A volta para o parque de campismo foi mais demorada, pois o peso dos sacos fez com que fossem obrigatórias paragens, para descanso no caminho. Estas são daquelas tarefas que mesmo em férias são necessárias e que se fazem sempre de bom agrado.
Baiona respira mar, tradição e turismo. Em Baiona é imperdível, um passeio pela sua marginal ou pelo seu areal, observando as embarcações ao longo do passeio marítimo, bem como perdermo-nos pelas ruelas do seu «casco» histórico, onde nos podemos deslumbrar com o movimento dos turistas e a vida noturna. Ali tudo é muito rústico, com casas em pedra e muitas tasquinhas onde se podem provar as iguarias locais.
Foi nas lides do mar que a vila de Baiona se tornou nobre e leal. Foram os ataques e as invasões que a fortificaram e foram os privilégios comerciais com Portugal e com a América que a enriqueceram.
O passeio marítimo, com contínuas referências ao encontro entre os dois mundos (Europa e América), rodeia a antiga Fortaleza de Monterreal, situada a norte da cidade, no promontório com o mesmo nome. Esta com os seus três quilómetros de muralhas protegeu ao longo do tempo a população de constantes assédios. Destas muralhas observam-se panoramas impressionantes de grande beleza cénica, de toda a costa e da baia de Baiona.
Sem se sair da beira-mar, encontramos o Museo del Descubrimiento, situado numa embarcação, que é uma réplica da caravela Pinta. A caravela Pinta outrora equipada por Martín Alonso Pinzón e pilotada por Cristóbal García Sarmiento, natural de Pontevedra, aportou ali trazendo em primeira mão notícias da existência do Novo Mundo. A efeméride é ali comemorada a 1 de março, na Festa da Arribada.
O nascimento de Baiona, segundo reza a história, deveu-se a Diomedes da Etólia, filho do fundador de Tui. Quando os romanos invadiram a Península Ibérica no séc. XII a.C., tentaram igualmente conquistar Baiona, mas tal foi impossível devido à oposição de Viriato, o líder dos lusitanos. Um século depois ainda ali se organizou um exército, para expulsar os hermínios das Ilhas Cíes.
Foi em 1201, que Alfonso IX de Leão concedeu à antiga “Erizana”, o atual nome, Baiona e lhe deu privilégios para o comércio marítimo. Baiona abandonou o vínculo ao Mosteiro de Oia (situado perto de La Guardia) e tornou-se uma das vilas costeiras mais importantes da Galiza.
Pelo seu valor estratégico, foi atacada no séc. XIV por portugueses e ingleses, levando a cidade a uma perda da sua importância, até que em 1425, D. Juan II deu um novo impulso à cidade, declarando que esta, juntamente com La Corunha, seriam os 2 únicos portos marítimos com capacidade para importar e exportar mercadorias.
Naquela noite, após a minha chegada ao final da tarde ao parque de campismo, agarramos nas bicicletas e pedalando fomos até à zona antiga, para ali degustarmos algumas das suas maravilhosas entradas de mexilhões e polvo e saborearmos uma deliciosa paella.
Fonte: http://www.guiadacidade.pt / Wikipédia.org  / /http://www.baiona.org/http://www.turgalicia.es

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