A tarde do dia seguinte ao da nossa chegada à cidade, começou com uma visita ao Museu Guggenhein que, dez anos após a sua inauguração, permanece, ainda, no topo da lista de obras de vanguarda, não apenas pelo seu desenho de curvas sinuosas e assimétricas, envolvidas por placas de titânio, como pela tecnologia utilizada na sua construção.

Seu projecto foi parte de um esforço para revitalizar Bilbao e, hoje, recebe visitantes de todo o mundo. Externamente, o museu é coberto por superfícies de titânio curvadas em vários pontos, que lembram escamas de um peixe, mostrando a influência das formas orgânicas presentes em muitos trabalhos de Gehry.

Visto do rio, o edifício parece ter a forma de um barco, homenageando a cidade portuária de Bilbao, e na realidade os seus admiradores comparam-no a um barco com as velas ao vento, sem dúvida também uma homenagem à antiga vocação de construção de navios de Bilbao. Outros ainda comparam-no a uma nave espacial, destacando a aparência futurista do museu, o que é apropriado para suas colecções de arte contemporânea.

A sua construção foi iniciada em 1992, sendo concluído cinco anos mais tarde. Duas equipas, uma em Bilbao e outra em Los Angeles, trabalharam conjuntamente na elaboração do projecto. A densa sobreposição e intersecção de formas com contornos curvos é acentuada pelo revestimento com um material reluzente e raro, bastante utilizado na indústria aeronáutica, o titânio.

Esta pele em escamas alterna com placagem de pedra que se prolonga para os espaços interiores. O corpo central onde convergem todos os volumes, inicialmente em forma de flor, transformou-se numa torre de luz e de distribuição espacial que, pela sua verticalidade se opunha à grande sala de exposição que continha longos lanternins para entrada de luz zenital. Para além das longas salas de exposição do piso térreo, o museu possui um núcleo de galerias de exposição em solução clássica. Para além dos espaços expositivos, contém um auditório, biblioteca, oficinas, livraria e loja, restaurante e cafetaria.
Poucos são os visitantes que ficam indiferentes depois de ter visitado o átrio de 46 metros de altura do museu, de onde elevadores de vidro e passagens de metal levam a 19 salas de exibição, incluindo a maior galeria do mundo, com 130 metros de comprimento e 30 metros de largura. As galerias do andar térreo abrigam trabalhos artesanais e instalações de larga escala e algumas peças foram feitas especialmente para caber em suas salas de exibição, entre elas "a Serpente", de Richard Serra.

Quanto às obras expostas, no momento da nossa visita, além das colecções fixas do museu, e das quais se fizeram algumas fotografias tiradas antes de nos terem enfiado as câmaras de filmar e fotografar num saco de plástico hermeticamente fechado, ainda se encontravam no museu uma belíssima colecção de obras de arte asteca, que se encontrava em digressão pelo mundo, e já tinha estado em Nova York e Paris, e uma boa colecção no rés-do-chão do edifício, de trabalhos de arte contemporânea de Yves Klein (28 de Abril de 1928 a 6 de Junho de 1962), pintor e escultor francês.

Os trabalhos de arte exibidos em "El Guggy", como é carinhosamente chamado pelas gentes de Bilbao, vêm do Museu Solomon R. Guggenheim de Nova York. As peças variam do abstracto, expressionista ao cubista e geométrico, e incluem muitos nomes famosos da arte do século XX, como, Kandinsky, Picasso, Pollock, De Kooning...
Mesmo assim, o museu em si continua a ser a atracção principal da cidade. Os visitantes observam com espanto através das enormes janelas o exterior do edifício de vários ângulos, correndo os seus olhos pelas suas ondas de titânio, pois é raro ver-se algo assim!...
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