As únicas crónicas confiáveis do ocorrido, foram escritas por Plínio, o Jovem, numa carta enviada ao historiador Tácito. Plínio observou desde a sua vila em Miseno (a 30 Km do Vesúvio) um estranho fenómeno: Uma grande nuvem escura com forma de pinheiro saindo do cume do monte. Ao fim de algum tempo, a nuvem desceu pelas bordas do Vesúvio e cobriu todo pelos arredores, incluindo o mar.
A erupção começou pela manhã, quando muitos habitantes estavam fora de casa. Os mais sensatos apresaram-se a fugir, a maioria em carroças puxadas por animais, mas nem todos puderam escapar, alguns acharam que era mais seguro esperar dentro de casa até que tudo terminasse, mas a chuva de cinzas e pedras continuou. Os telhados desabaram e os gases venenosos foram asfixiando toda a população, tanto dentro das casas como fora delas. As pessoas que se amontoavam nas esquinas, cobrindo o rosto para se protegerem das cinzas, ali morriam: mães e filhos, jovens que se abraçavam uns aos outros, homens adultos, todos eles sucumbiram.
A cidade morreu de repente. As pessoas morreram nos lugares que normalmente ocupavam e as casas, até hoje, estão cheias de objectos que estavam ali naquele momento, Pompeia faz da sua violenta morte a razão essencial da sua beleza e do fascínio de sua ressurreição. Muitas cidades foram exaltadas pelo mundo antigo; muitas metrópoles a superaram com sua grandiosidade e com suas belíssimas construções; mas nenhuma teve sua vida e seu quotidiano, aprisionados, formando uma imensa sepultura que só a natureza pode compor, proteger e vigiar.
Esta cidade ao ser resgatada das cinzas que a encobriam, mostrou aos olhos do mundo actual uma cidade romana, com seus monumentos, casas, lojas, oficinas, bares, termas, espaços de lazer e desportos, prostíbulos, etc, suficientemente intacta para que se deduzissem, não só o aspecto de uma urbe romana, mas também a vida e os costumes dos seus habitantes.
Para essa importantíssima colaboração foram decisivas as inscrições feitas pelas pessoas nas paredes, actividade pela qual os romanos eram muito aficionados. Como podemos ver, não é novo o costume dos homens – especialmente dos latinos – de comunicar-se através de inscrições nas paredes. Nos “graffiti” de Pompeia, com efeito, se recolhem, como hoje em dia, retalhos de todas as actividades, paixões, sentimentos e misérias imagináveis. Até os próprios habitantes de Pompeia, reconheciam a excessiva quantidade dessas inscrições, já que uma delas diz: “Surpreende-me, parede, que não tenhas caído, tendo de aguentar tal quantidade de fastidiosos escritores”.
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