A viagem rumo a Toledo continuou, com a entrada na região espanhola de Castilla la Macha, de que esta cidade é capital. É uma das regiões espanholas de minha preferência, não só pela sua beleza, mas sobretudo, porque a ela está ligada a figura de D. Quixote de la Mancha, imortalizada por Miguel de Cervantes (1547 – 1616).
Castilla la Mancha é um largo território situado no coração da Península Ibérica, e que se vai transformando ao longo das suas cinco províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca, Guadalajara e Toledo, que nos oferecem um vasto património cultural, com muitas áreas naturais de enorme beleza cénica e uma excelente gastronomia.
A primeira povoação encontrada na estrada, após entrarmos na região de Castilla la Mancha, é Oropesa, que se avista ao longe, já em zona planáltica.
Oropesa fica situada entre a Serra de Gredos e o rio Tajo, já perto da cidade de Talavera de la Reina. É uma vila medieval monumental, salpicada de conventos, igrejas e palácios.
Alvarez de Toledo lutou durante anos para converter o condado de Oropesa em capital, tendo para o conseguir, construído uma verdadeira e bela mansão/fortaleza. É este o seu poderoso Castelo, que lança a quem por ali passa um olhar desafiador, a que quase ninguém resiste. Ele é hoje um Parador Nacional de Espanha, onde já estivemos hospedados, quando ainda viajávamos sem autocaravana. É um Parador lindíssimo que respira história por todos os poros, servindo como um clímax majestoso, para um povo que preserva e exibe com orgulho a sua riqueza de monumentos e paisagens.
Oropesa possui além do castelo, outros imponentes edifícios, que são testemunhos da sua história, como a Igreja de San Bernardo, conhecida como A Empresa, a Igreja da Assunção e vários mosteiros que marcam a bela e pacata aldeia, bem como outras construções de caráter civil, que completam a povoação monumental, também rodeada por um ambiente natural de grande beleza.
A poucos quilómetros de distância de Oropesa e cercada por duas cadeias montanhosas (a norte, a Serra de San Vicente e a sul os Montes de Toledo), aparece do lado direito da estrada, Talavera de la Reina, que se estende pelas margens verdejantes do rio Tajo.
Situada nas planícies férteis dos rios Tajo e Alberche, a cidade foi famosa pela sua cerâmica durante séculos. Hoje é uma cidade conhecida essencialmente pela sua indústria de cerâmica fina e é um grande centro de produção agrícola.
Do ponto de vista histórico, foi palco da derrota dos franceses pelas forças britânicas e espanholas, em 1809, durante a Guerra Peninsular, onde Arthur Wellesley (futuro, Duque de Wellington) derrotou as forças comandadas por Joseph Bonaparte (rei José I de Espanha), irmão mais velho de Napoleão Bonaparte.
Mais à frente e a cerca de 30 quilómetros a norte de Toledo, do lado direito da A5, observa-se a povoação de Torrijos, situada numa depressão entre os rios Tajo e Alberche. Outrora chamada de "Torrijos das Oliveiras", é uma aldeia conhecida desde o século XIV pela abundância e qualidade da cultura da oliveira e das indústrias do azeite e sabão, que a tornaram famosa até ao final do séc. XIX.
Nesta aldeia viveram monarcas em momentos diferentes na história, sendo a residência de Pedro I de Castela, que ordenou a construção de um magnífico palácio, hoje o edifício da Câmara Municipal.
A partir dali a A5 segue o seu caminho, sem muito para contar, até que numa zona alta e após uma curva da estrada, se avista Toledo, que aos poucos se vai revelando entre colinas, na penumbra da distância.
Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com/ / http://www.spainisculture.com / http://www.thefreedictionary.com / Wikipédia.org
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