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O Rio Sena e as suas Pontes

Mapa das pontes - Rio Sena


1 - Pont d'Austerlitz; 2 - Pont Henri; 3 - Pont de la Tournelle; 4 - Pont Saint Louis; 5 - Pont de l'Archevéché; 6 - Pont au Double; 7 _ Petit Pont; 8 - Pont St Michel; 9 - Pont Neuf; 10 - Passerelle des Arts; 11- Pont du Carroussel; 12 - Pont Royal; 13 - Pont de la Concorde; 14- Pont Alexandre III; 15 - Pont des Invalides: 16 - Pont de l'Alma; 17 - Petit Pont; 18 - Pont d'Iéna; 19 - Pont de Bir-Hakeim; 20 - Pont de Grenelle.

Quai d'Orsay



Quai d'Orsay é o nome de um cais na margem esquerda (rive gauche) do rio Sena em Paris, que se estende entre o Torre Eiffel e o Palácio Bourbon, onde fica a assembleia nacional francesa. Quai d'Orsay é também uma designação que muitos franceses associam ao ministério das relações exteriores, que ali fica situado, junto ao Palácio Bourbon.

O Quai d'Orsay, onde embarcámos a bordo de um antigo barco do Sena (bateau mouche ou batobus), recuperado por um "capitão" parisiense, para um jantar inesquecível, enquanto se percorria todo o centro de Paris, observado do rio Sena.

Neste cruzeiro nocturno no Sena, passando por monumentos iluminados que mais pareciam saídos de um conto de fadas; a sobriedade escura e fria da Catedral de Notre Dame, quebrada de ora em quando por salpicos de luz e cor; os velhos alfarrabistas da Rive Gauche... estes são apenas alguns dos aspectos que caracterizam esta maravilhosa zona da cidade. Uma noite absolutamente fabulosa, acompanhada com comida francesa de excelente qualidade.

Avenida dos Champs-Élysées




Les Champs-Élysées (Campos Elísios) é uma larga avenida em Paris. Com os seus cinemas, cafés, e lojas de artigos de luxo, a Champs-Élysées é uma das ruas mais famosas no mundo. O seu nome refere-se aos Campos Elísios, o "reino dos mortos" na mitologia grega, e tem 71 metros de largura por 1,9 km de comprimento.

A Avenida inicia-se na Place de la Concorde, junto ao Museu do Louvre e Jardins das Tulherias, segue a orientação Sudeste-Noroeste e termina na praça Charles de Gaulle, onde está o Arco do Triunfo. O prolongamento para Noroeste, na direcção do Grande Arco de la Défense, é efectuado pela Avenida de la Grande Armée.

Os primeiros projectos de construção de uma grande Avenida em linha recta, no que é hoje o Champs-Élysées, datam de 1667, pelo arquitecto Le Nôtre. A Avenida foi sendo prolongada ao longo do século XVIII. É actualmente o local dos grandes desfiles militares e patrióticos franceses, como o da comemoração do armistício da Primeira Guerra Mundial.

O ideal para se ver bem esta avenida, é percorre-la a pé, partindo do Arco do Triunfo (metro Charles de Gaulle-Etoíle), descendo todo o Champs-Elysées, o boulevar mais chique e caro de Paris. No final do ano, época em que lá estivemos, o visual é espectacular, com as luzes de Natal, em todas as árvores que ladeiam a Avenida.

Chegando até a Place de la Concorde, onde o rei Luis XVI e sua mulher, Maria Antonieta, foram guilhotinados e enquanto se atravessa a praça, pode observar-se, à esquerda, a belíssima Igreja da Madeleine ao fundo, que também vale a pena visitar.

Da Place de la Concorde, pede seguir-se pelo Jardim des Tulheries, onde já existiu um imponente palácio, derrubado durante a Revolução Francesa.

No verão, as Tulheries abriga um parque de diversões e converte-se numa badalada área de lazer. Uma volta na roda-gigante da Place de la Concorde, para se observar os telhados de Paris, é programa a não perder. No fim das Tulheries, já se vê a Pirâmide do Museu do Louvre.

A moderna pirâmide de vidro faz um contraste gritante com o antigo Palais do Louvre, sede da corte francesa desde o século XII. A obra motiva até hoje polémica inflamada entre os franceses, e debates teóricos entre arquitectos de diferentes correntes. Mas quem gosta de contrastes, como eu, achará de perfeito bom gosto.

A não perder, (uma visita): 1. Lojas de Luxo: Louis Vuitton, impressionante megastore (nº 101), a bela loja Sephora (nº 70), Charles Jourdan (nº 86), Guerlain (nº 68), Yves Rocher (nº 92) entre muitos outros.

2. Lojas especializadas: a muito animada Virgin Megastore (nº 52) a FNAC (nº 74), a Disney Store (nº 44) e o Lido Musique, casa de espectáculos (nº 68).

3. Car show-rooms: Citroën (nº 42), Mercedes (nº 118), Peugeot (nº 136), Renault no nº 53.

4. Cinemas: Os Champs-Elysées são o reino da UGC (nº 65, 92, 116, 146) e Gaumont (nº 27, 50, 66, 129), os dois grandes distribuidores de filmes franceses, sempre com uma grande variedade de filmes franceses, americanos e ainda filmes internacionais.

5. Cafés e restaurantes: A Champs-Elysées tem muitos restaurantes de três estrelas, e os melhores restaurantes de fast food, como o Planet Hollywood ou o Hard Rock Café. Além destes e ainda nesta avenida, está incluido o famoso Fouquet's (nº 99), o Ladurée, sala de chá (nº 75), o Häagen-Dazs geladaria (nº 49 e 144), o Nordic Restaurante Copenhague (nº 142), a Brasserie Löwenbrau (nº 84), o Chez Clément (nº 123 ), Batifol (nº 76) e Bistro de la Gare (nº 73), todos restaurantes franceses famosos.

Um cheirinho de Louvre II

Um cheirinho de Louvre I

Os Aposentos de Napoleão III








Napoleão III de França, nascido Carlos Luís Napoleão Bonaparte (Paris, 20 de Abril de 1808, Chislehurst, Kent, Inglaterra, 9 de Janeiro de 1873), sobrinho do grande Napoleão Bonaparte, foi presidente e posteriormente imperador da França (1852-1870). Era o terceiro filho de Luís Bonaparte (1778-1846), rei da Holanda, e Hortênsia de Beauharnais, respectivamente, irmão e enteada de Napoleão Bonaparte. Casado com Eugénia de Montijo, de seu nome completo, Maria Eugénia Ignacia Augutina Polafox y Kirck Patrick De Guzman (Granada, 05/05/1826 - Madrid, 11/07/1920), foi a 19ª Condessa De teba.

Os seus aposentos no Louvre (ala Richelieu) são verdadeiramente sumptuosos, e embora tenha sido uma das últimas partes do museu a serem visitadas por nós, foi também uma das mais apreciadas.

No final da visita ao museu do Louvre, mais uma vez se pôde sentir que a fuga que os museus propiciam, leva a lugares onde o tempo redunda irrelevante, onde o sublime e o reverente se conciliam, onde mistérios, delírios e paixões se realizam. Os sentidos aguçam, as memórias avivam, ideias rebentam, o inconsciente revolve e transforma-se. Melhor que terapia.

Louvre - Antiguidades Sumérias, Gregas e Romanas

O Departamento de Antiguidades Orientais, é subejamente conhecido pelas suas colecções de Arte Mesopotâmica (Suméria) e Islâmica (não visitada por nós). Outros departamentos, incluem as antiguidades Gregas, Romanas e Etruscas.
O Departamento de antiguidades gregas, romanas e etruscas, contém uma vasta colecção de fragmentos, com algumas peças excepcionais. Há uma cabeça geométrica das Cíclades (2700 a.C.) e uma tigela elegante com um pescoço de cisne, martelada em folha de ouro (2500 a.C.).

As duas estátuas gregas mais famosas são a Vitória da Samotrácia e a Vênus de Milo, ambas do período helenístico (fim do século XXX e XX a.C.), época em que se produziram formas humanas mais naturais. A estrela indiscutível da colecção etrusca é um sarcófago em terracota de um casal que parece estar presente num eterno banquete, enquanto o destaque da secção romana é a cabeça de bronze do Imperador romano Adriano, do século XX, a.C..

Reunindo pela primeira vez a partir de objectos recolhidos de várias partes do mundo, a exposição "Babylonia" pretende conciliar a história e a lenda.

Os principais períodos da civilização da Babilónia estão representados em várias estelas, de destacar a obelisco negro com o Código de Hammurabi, (data da primeira dinastia Babilónica, mede 2,5 metros e nele encontramos as primeiras leis escritas pelo homem, e que até hoje ultrapassam as leis do mundo ocidental - foto em cima). estátuas e figuras em baixo relevo, documentos e textos em escrita cuneiform, papiro e outros manuscritos. A evolução da representação simbólica da mítica e lendária tradição da Babilónia também é abordada através de uma série de material impresso, desenhos, pinturas e miniaturas.

A exposição é iniciada como "um dia na história da Babilónia", e remonta aos verdadeiros factos que deram origem à cidade. Aqui pode ter-se uma ideia do património cultural da Babilónia, e constatar-se o seu justo lugar nas raízes da cultura ocidental. Nesta exposição podemos observar vários desenhos, textos e livros que testemunham as fases principais da redescoberta da Babilónia, desde o século XVII até hoje.



Louvre - Antiguidades Egípcias

O Departamento das Antiguidades Egípcias, foi criado em 1826, com a finalidade de estudar e expôr objectos trazidos por Napoleão nas suas campanhas naquele País africano.

Em 1993 foi inaugurada pelo Presidente Miterrand, a ala Richelieu, inicialmente ocupada pelo Ministério das Finanças, que depois de desocupada foi transformada em zona de exposição. Esta fase concluiu um projecto iniciado em 1981 que incluiu a construção da Pirâmide de Vidro, um auditório, galerias para exibições temporárias, exposições sobre a história do Louvre, escavações para expor as muralhas Medievais do Louvre, restaurantes e a loja.

Desde Abril de 2000 está aberto o Pavillon des Sessions. Trata-se de salas do Louvre que estão destinadas à arte africana, asiática, da oceânia e do continente americano. Cerca de 120 esculturas seleccionadas de Jacques Kerchache. Estas servem de estímulo para o museu das artes primitivas de Quai Branly, inaugurado no ano desta viagem (2006).

Quando visitamos a área relativa às antiguidades egípcias verificamos que as obras estão classificadas de duas formas. Por ordem cronológica seguindo de dinastia em dinastia e numa classificação mais funcional, as obras estão agrupadas de acordo com sua finalidade: utensílios e artefactos de várias épocas são colocados lado a lado, possibilitando uma melhor compreensão de como viviam os egípcios e de como suas técnicas mudaram muito pouco através dos séculos.

Os visitantes podem conhecer os artefactos realizados pelos povos do Egipto na época das pirâmides, e a importância dos artistas que criavam as tumbas mortuárias. Podem-se também localizar as regiões das grandes construções nos mapas e admirar-se as enormes esfinges.

Nesta visita foi possível descobrir, por exemplo, que o enorme obelisco que existe na Place de la Concorde, foi um presente do Egipto à França, e veio acompanhado de fragmentos da base do outro obelisco que ficou no Egipto, e que acabou por não ser exposto ao público.

Uma das manifestações artísticas mais publicitadas de 1997 foi a abertura da exposição de antiguidades egípcias, num circuito temático seguido de um circuito cronológico, ocupando trinta salas e dois andares. A valor desta colecção é incalculável, e é a maior e mais importante colecção de antiguidades egípcias do mundo, depois da colecção exposta do Museu do Cairo.

Começando no piso térreo, na ala Sully, o circuito temático leva-nos a sentir a atmosfera do Nilo, fonte de toda a vida no Egipto, e que leva o visitante até à vida quotidiana dos Faraós do Egipto, por meio de placas de pedra com hieróglifos, instrumentos musicais, sarcófagos. No primeiro andar, a ordem cronológica do circuito, mantém a obras primas da arte egípcia do lado direito, enquanto numerosos vasos, estatuetas, e outros utensílios são exibidos do lado esquerdo.

A maior parte da arte egípcia era feita para os mortos, que tinham tudo o que fosse necessário para a vida eterna, incluindo vários retratos funerários em tamanho real, como o Escriba Sentado encontrado em Saqqara, esculturas de casais, a efígie de Amenophis IV, e a deusa Hathor, protectora de Seti, e encontrada no túmulo de Seri I.

Também estão expostas as obras-primas tradicionais do acervo, como a estátua de bronze incrustada de ouro e prata da rainha Karomana (1000 a.C.-foto em cima) e a estátua da rainha Hatshepsut, a única mulher-faraó do Egipto, que viveu por volta de 1500 a.C.



Museu do Louvre














O Museu do Louvre, instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do mundo. Localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli. O seu pátio central, ocupado agora pela pirâmide de vidro, encontra-se na linha central dos Champs-Élysées, e dá forma assim ao núcleo onde começa o Axe historique.

O Palácio do Louvre foi a sede do governo monárquico francês desde a época dos reis da dinastia dos Capetos medievais, tendo sido abandonado por Luís XIV em favor do Palácio de Versalhes. Parte do palácio real do Louvre foi aberta ao público como um museu em 8 de Novembro de 1793, durante a Revolução Francesa. Mesmo após a Restauração dos Bourbons, permaneceu como museu.

O Louvre contém uma das mais importantes colecções de arte do mundo e sua história vem dos tempos medievais. Foi uma fortaleza construída em 1190 pelo rei Filipe Augusto para proteger Paris dos ataques vikings. Francisco I substituiu a torre de prisão por um edifício em estilo renascentista. Depois, quatro séculos de reis e imperadores melhoraram e ampliaram o museu. As últimas aquisições são as colecções de arte da África, Ásia, Oceânia e Américas, que se encontram no Pavilon des Sessions.

Além de colecções de arte, o Museu do Louvre tem exposições sobre diversos assuntos, tais como arqueologia, história e arquitectura. Tem uma grande colecção de móveis, e entre as peças mais espectaculares estava o Bureau du Roi do século XVIII, agora de novo no Palácio de Versalhes.

Só a colecção do Barão Edmond de Rothschild (1845-1934), doada ao Louvre em 1935, preenche uma sala de exposição, contendo mais de 40.000 gravuras, cerca de 3.000 desenhos e 500 livros ilustrados.

Quando se chega ao museu logo na entrada é fornecido um mapa (existe em várias línguas) para nos direccionarmos dentro do museu. Os visitantes podem seguir por três secções: Sully, Richelieu e Denon e o Hall Napoleão. Estas quatro direcções correspondem a quatro alas do edifício e levam os nomes de grandes funcionários históricos do estado francês: Sully (ministro da fazenda de Henry IV), no extremo leste do edifício Richelieu (ministro de Luis XIII), é a ala norte, ao longo da rue de Rivoli e Denon (ministro de Napoleão I), e que é a ala que se estende ao longo do Sena para o sul, e o Hall Napoleão, que possui uma exposição sobre a história do Louvre, uma livraria, um restaurante, um café e auditórios para concertos, palestras e filmes. Existem também quatro níveis (subterrâneo e do primeiro ao terceiro andar) e o mapa contém as várias secções, dentro do museu, divididas em Antiguidades Orientais, Egípcias, Gregas, Romanas, esculturas e o Louvre medieval.

Abriga obras de mestres da pintura e da escultura europeia, antiguidades egípcias, gregas, etruscas, romanas e outros objectos de arte. A colecção do Louvre é considerada uma das mais importantes e impressionantes do planeta. É onde se encontra a Mona Lisa, a Vitória de Samotrácia, a Vénus de Milo, enormes colecções de artefactos do Egipto antigo, dos artistas clássicos da Europa como Rembrandt, Vermeer, Goya, Rubens ou Renoir, da Renascença, como Michelangelo e Rafael, Botticelli e Tiziano, numa das maiores mostras do mundo da arte e cultura humanas.

O museu é grandioso e une o antigo ao moderno e contemporâneo. Ao começar pela sua entrada (acesso principal), temos a Pirâmide de vidro desenhada pelo arquiteto chinês I. M. Pei, com 21 metros de altura e 200 toneladas de vidro e vigas. O acervo é tão vasto que exigiria dias, semanas, meses ou uma vida toda, diriam alguns para ser totalmente apreciado.

As galerias que expõem as pinturas são as mais visitadas na direcção Denon, principalmente por conter obras de pintores célebres no mundo das artes. Uma das obras de maior destaque é a pintura de Leonardo da Vinci (1452 -1519), La Gioconda retrato de Mona Lisa. Milhares de visitantes passam todos os dias e não conseguem deixar de admirar o quadro tão enigmático, onde a protagonista possue em seus lábios aquele famoso sorriso de indefinível tristeza, ou nostalgia, onde temos a impressão que sua expressão muda constantemente. A modelo ficou muito tempo no mais absoluto mistério, porém, actualmente acredita-se que se trata de Lisa Gherardini, proveniente de uma família rica de mercadores e era casada com Francesco Giocondo (dai Gioconda).

Um dia inteiro no Louvre soube a pouco, no entanto podemos visitar todos os pintores clássicos da Europa, (Ticiano, Rembrandt, Goya, Rubens e Renoir, Munch, Michelangelo, Rafael, Botticelli), tendo a sorte de lá encontrar uma grande quantidade de quadros de Rembrandt, que tinha vindo expressamente da Holanda, para estar no Louvre alguns meses.

Visitámos ainda os aposentos do Imperador Napolião III, a Mona Lisa, a Vitória de Samotrácia, a Vénus de Milo e uma enorme colecção de antiguidades do Egipto antigo, e ainda foram visitadas as colecções de antiguidades etruscas, sumérias, gregas e romanas. Para se ter um cheirinho de Louvre, pode ser feita uma leve visita virtual em: http://www.virtualsweden.se/projects/louvre/.

Pigalle






Montmartre é um campo fecundo onde floresce a arte em todas as suas nuances. Pintores menores desembocam, em busca de inspiração, no mercado de modelos da Praça Pigalle.

Na sua história encontram-se os primeiros círculos poéticos, o Club des Hydropathes e o Chat Noir, que se transformaram em salas de espetáculos populares, onde surgiram as canções de Aristide Bruant, os poemas eternos de poetas eternos, os desenhos de Caran d´Ache e de André Gill, este último tendo realizado um cartaz para o então chamado Cabaret des Assassins. Tratava-se de um coelho fugindo da caçarola. Coelho, em francês é lapin; este coelho esperto ou fujão, ficou conhecido como o coelho do André Gill – Le Lapin à Gill, hoje a casa nocturna chama-se Au Lapin Agile (ao coelho ágil) e mantém a sua tradição, em canções, no sucesso e na frequência de personalidades.

De 1908 a 1914 escritores e artistas debutantes frequentavam o cabaré. Entre eles, Francis Carco e Picasso. Em Montmatre, “Cada casa é um caso” que renderia alguns livros... O Château des Brouillards, antiga “folie” do século dezoito, baile popular mais tarde, teve a honra de acolher o poeta Nerval como morador. O parque tornou-se Square Susanne-Buisson. Note-se a estátua de Saint-Denis, no local até onde ele teria lavado sua cabeça decepada e ensanguentada.

Zona famosa pelo seu Moinho Vermelho, o Moulin Rouge, com as suas asas, ou pás, que domina a Praça Blanche, tão antigo como a Torre Eiffel (1889), é uma casa de espectáculos que fez furor em Paris na Belle Époque, e que atrai, ainda hoje, milhares de turistas para suas apresentações das bailarinas de Cancan. Foi imortalizado nas telas de Toulouse-Lautrec, seja no "french-cancan" desenfreado, ou nas cenas da vida nocturna desta paragem, fotografias fiéis de seus personagens, dançarinas, figuras ilustres, modelos que suscitaram outras telas e muitos romances. Le Bateau-lavoir, viu nascer a história da arte e da literatura modernas nesta França gloriosa.

Na Place Émile-Goudeau, nº 13, por volta de 1900 a pintura e a poesia modernas surgiram pelas mãos de Picasso, Van Dongen, Braque, Juan Gris. Estes criaram o cubismo. Já, Max Jacob, Apollinaire e Mac Orlan iniciaram as vertentes novas da expressão poética.

O Pigalle, é um local de vida nocturna imperdível, é o lar dos mais famosos cabarés, o epicentro das sexshop, com seus néons a cintilarem, as bonitas mulheres de Pigalle, a convidarem para entrar os transeuntes masculinos, as "nude topless" e "sex-shows". É hoje um lugar surpreendente onde se misturam turistas, artistas, prostitutas e residentes num ambiente do século passado. Neste local, não há um mês sem que faça um filme, se anime uma rua, sem que uma fanfarra passe, que uma festa seja organizada.

Entre tantos, cada restaurante tem o seu charme, no entanto, há um excelente restaurante nas cercanias da Basílica. Trata-se do conhecido e elegante Moulin de la Galette, famoso por seus bailes populares, muito em voga no final do século XIX, e que inspirou Renoir, Van Gogh, Willette e muitos outros pintores. O antigo moinho domina a colina há sete séculos.


Mundo dos Gifs - Um mundo com mais vida!!!

Basílica de Sacré Cœur






A Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Montmartre, é de uma grande beleza arquitetônica, destacando-se, no alto de Montmatre em Paris, como que de mãos postas, erguidas para o céu. A colina de gesso (pedra de gesso, sulfato de cal) a dominar Paris pelo lado Norte, abrigou os templos de Marte e Mercúrio, na época romana, dos quais, alguns capitéis e cornijas subsistem.

Seus nomes fornecem uma das etimologias de Montmartre. A outra, Monte dos Mártires, surgiu do martírio de São Denis, primeiro apóstolo cristão da futura capital, que teria passado algum tempo nas pedreiras de gesso. Lá o santo fora martirizado, junto a dois companheiros, Padre Rusticus e diácono Eleutherius. São Denis e os seus companheiros foram decapitados. Para uns, em 250, para outros, em 272. Tendo a cabeça decepada, o santo tomou-a, em sangue, entre as mãos, e caminhou em direção ao Norte de Paris até o local onde hoje se encontra a Basílica de Saint-Denis.

Após os acontecimentos desastrosos de 1870 (invasão da França seguida de sua derrota militar, carestia e peste), profundamente emocionados, os católicos do país prometeram construir, sobre a colina, uma igreja em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, sinal de confiança na Acção Divina, quanto aos destinos da França.

O local foi escolhido sob a intervenção do Alto. Chovia copiosamente, quando, montado a cavalo, o Cardeal Guibert, Arcebispo de Paris, portanto, representante da Igreja, procurava o lugar ideal para a construção do templo. Após muitas horas de cavalgada, sob a torrencial tempestade, impulsionado pela intuição – o que o fez negligenciar outras localidades – o religioso subiu até a colina. Ao atingir o cimo (altitude de apenas cento e trinta metros), milagrosamente as nuvens afastaram-se e o sol brilhou imponente. – Aqui construiremos a Igreja dedicada ao Sacré-Coeur (Sagrado Coração de Jesus) – decidiu. A lembrança do martírio de São Denis e a situação elevada da pequena colina sobre Paris reforçaram sua escolha.

Na Basílica de Sacré Cœur, as cúpulas são dominadas pelo domo e pelo campanário (oitenta e quatro metros) onde existe um dos maiores sinos do mundo, denominado la Savoyarde, pesando mais de vinte toneladas. No interior, resplandecentes mosaicos, mármores, esculturas, vitrais e pinturas de rara beleza. Nesta Igreja são praticadas as actividades religiosas que lhe são inerentes, além da Adoração Perpétua à Hóstia Santa. Uma comunidade de fiéis, silenciosos, olhos fixos no ostensório exposto no altar-mor, renova-se na adoração constante ao Corpo de Deus. Concebido inicialmente como um monumento destinado à devoção do Sagrado Coração de Jesus, o Sacré-Coeur torna-se, a partir de 1885, um santuário de oração contínua, perpétua, encadeando-se, noite e dia, sem nenhuma interrupção.

Mantida por leigos parisienses, subsistiu até mesmo à invasão de Paris em 1940, graças à devoção intrépida de muitos que atravessaram as colunas militares para chegar a Montmartre, assim como na noite do bombardeio de Abril de 1944, quando os vitrais se partiram e o edifício tremeu sob o efeito das bombas aliadas. Entre os adoradores, dos mais fiéis, estavam, o Padre Charles de Foucauld, entre sua conversão e a partida para a Trapa (tornou-se frei trapista) e Max Jacob, poeta de origem israelita, que arriscou a sua vida durante a ocupação para garantir uma noite de oração junto ao Sagrado Coração, antes de morrer tragicamente em Drancy.

O final de tarde e início de noite que passámos dentro da Basílica de Sacré Coeur, assistindo a uma belíssima "oração da noite" cantada, realizada por freiras, que usando o canto gregoriano, nos encantaram, deixando dentro de nós a alegria própria de quem realmente sente o que um dia S. Paulo (Apóstolo), disse: "cantando a Deus em vosso coração". Até sempre...

Montmatre











Montmartre é um bairro boêmio da cidade de Paris. Estende-se sobre uma colina, que já no tempo dos gauleses se destinava a lugar de culto. O nome "Montmartre" vem de "Mont des Mártires" (Monte dos Martires, devido ao facto de terem sido lá mortos três membros do clero, por volta do ano 250).

No século XII, foi construido um mosteiro de monges beneditinos, na Rue des Abesses, que mais tarde foi sede de uma poderosa abadia. Na praça Emile Goudeau, famosa graças ao Bateau Lavoir, um prédio que no início do século XX, foi moradia e atelier de Picasso, Brancusi, Modigliani e tantos outros. Este imóvel sofreu um incêndio, em 1970 mas no seu lugar existe uma vitrine que conta a história do Bateau e de seus ilustres hóspedes.

Consagrado a São Dionísio, tornou-se, na Idade Média, um lugar de peregrinação e, em 1133, passou para a jurisdição dos Beneditinos que ali cultivavam as suas vinhas. (ainda hoje existem parte destes vinhedos). As vinhas de Montmartre que dão origem à um vinho que a autarquia de Montmatre produz, não sei quantas garrafas de vinho por ano, com estas uvas tão urbanas. O vinho é vendido pela prefeitura do bairro e custa 40 euros. A colheita das uvas, (em Setembro), ou seja "les vendanges", acontece no mês de Outubro com uma grande festa muito simpática. Quem estiver em Paris nesta época, não deve perder este evento.

No final do século XIX, Montmartre passou a ser o centro da vida artística e boémia de Paris. Artistas de espirito livre e criativo, seus cafés, e o cabaret Lapin Agile, ajudaram a manter esta área da cidade, centro intelectual e artístico, até a primeira Guerra Mundial.

Graças à sua posição estratégica, Montmartre foi muitas vezes centro de comandos militares. Em 1860, o bairro foi ligado à cidade, e transformou-se num ponto de encontro importante de artistas plásticos e intelectuais, famoso pela sua animada vida nocturna. Modelos, bailarinas e pintores como Degas, Cézanne, Monet, Van Gogh, Renoir e Toulouse-Lautrec frequentavam o lugar contribuindo para criar um clima de vida bastante boémia e libertária.

Hoje, as suas ruas ainda se animam com artistas, vendedores ambulantes, e turistas que passeiam pelas suas ladeiras, à procura de lugares famosos e bares bem abastecidos.

Na Place du Tertre (Praça dos Pintores), podemos admirar amontoados, eles mesmos a formar uma tela pitoresca, pintores atuais e suas obras, muitos a pintar Montmartre diante dos turistas, ou até mesmo fazendo destes, seus retratos. Pouco abaixo, um museu com as obras de Salvador Dali. Imperdível o Museu de Montmartre, imortalizando a boêmia da colina, os cabarés, os pintores, assinaturas “de ouro” de toda uma época muito rica e criativa.

No ponto mais alto da colina situa-se a Basílica de Sacré Cœur.

"Poesia", pode ser o deixar a pé, descendo as escadarias em pedras multiformes da Rua Foyatier. Ladeada por árvores entristecidas, cortada, ao centro, pela fileira de antigos lampiões, com as suas luzes cálidas, a rivalizar com o expirar tênue do sol, a ladeira inspira... Tem-se a vontade de se descer calado, sob a brisa fria. Nos olhos a luz rosada dos delicados candeeiros, no peito, o calor agradável da emoção...